Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Disfagia Dificuldade de Deglutição e também de mastigação . Normalmente os casos relacionados com disfagia é muito relacionado com danos neurológicos - como por exemplo, um indivíduo com AVC ou AVE: ocorre o derrame cerebral e apresenta sequelas motoras, então acaba apresentando dificuldade de mastigação, pois tem dificuldade de levar o estímulo para a musculatura da face (indivíduo não consegue mastigar, e muitas vezes, nem perceber o alimento na cavidade oral). O processo de deglutição envolve a musculatura oral, faríngea e esofágica (movimentos de propulsão e peristalse) Além disso, também envolve a relação entre os processos de respiração e deglutição. DISFAGIA OROFARÍNGEA ======= Cavidade oral e faringe (garganta) Causada por: malignidades (Câncer) de cabeça e pescoço ---> chamada de disfagia do tipo mecânica, uma vez que eu tenho uma obstrução, uma massa tumoral que reduz a luz faríngea e pode até acometer o esôfago. - AVEs, doença de Parkinson, Alzeheimer e ELA (esclerose lateral aneotrófica). - conhecidas como DISFAGIA NEUROPSÍQUICA! - disfagia cuja base é neurológica. - Senilidade em virtude de fraqueza muscular e de fatores inerentes ao próprio envelhecimento.- Indivíduo senil é aquele com mais de 80 anos de idade - fraqueza muscular ou fisiológica. DISFAGIA ESOFÁGICA (ou baixa) Causada por: Doença do Refluxo Gatroesofagiano (DRGE) - Tumores esofágicos (presença de massas tumorais no esôfago)- Esofagite infecciosa (processo infeccioso que causa uma infamação no esôfago)- Acalasia (manifestação que se dá por desmotlidade esofágica- está relacionada à doença de chagas - coração sofre hipertrofia)- Esclerodermia (endurecimento do tecido conjuntivo) - alteração dos tecidos conjuntivos - processo patológico!- Consequências: Comprometimento na ingestão proteico-calórica, resultado em PERDA DE PESO e DESNUTRIÇÃO- Indivíduo não consegue mastigar e engolir -- perda de peso e desnutrição. Redução da imunidade celular- Decorrente da desnutrição Aumento do maior risco de morbidade e mortalidade - Ocorre principalmente quando o estágio esofágico é induzido pelo câncer, uma vez que as massas tumorais que se desenvolvem no esôfago e na faringe, são causas muito importantes para óbito, pois além de não conseguir comer, o paciente terá um processo de malignidade muito grave, o que acarreta em desnutrição e consequentemente, em morte. Fases da Deglutição FASE ORAL (ou voluntária) Fase em que colocamos o alimento na boca Posso mastigar, cuspir ou engolir - ato voluntário FASE FARÍNGEA (ou involuntária) Uma vez que tenha feito a deglutição do alimento, eu não consigo fazer ele voltar mais. Função do palato mole: fechar a comunicação da faringe com as narinas posteriores, ou seja, não deixam o alimento que está na faringe refluir para as narinas. Obs:. a faringe é um tubo muscular. Epiglote: papel muito importante no processo de deglutição, uma vez que ela interrompe a comunicação da faringe com a laringe. Quando a epiglote está apontando PARA CIMA, ela está na situação de REPOUSO. Comemos um alimento --- alimento começa a fase de deglutição (alimento entrando na garganta)---- a língua pressiona o alimento contra o palato-duro (céu da boca) ---- o palato-mole interrompe a comunicação de faringe com as fossas nasais posteriores. Alimento desse para a garganta com o movimento de peristalse e pela atuação da gravidade. - A epiglote continua no estado de repouso até que bolo alimentar desce para o esôfago e a epiglote bloqueia a passagem do alimento para a laringe (trato respiratório). = EPIGLOTE APONTADA PARA BAIXO. As cordas vocais se fecham em um mecanismo de proteção. - Bolo alimentar no esôfago e todos os órgãos voltam para sua condição de repouso. - SINTONIA FINA A epiglote TEM QUE FECHAR a comunicação da faringe com a laringe. Quando temos um DANO NEUROLÓGICO, como acontece em um DERRAME CEREBRAL, que pode interferir no comando para o fechamento da epiglote, então o alimento que deveria ir para o esôfago, cai dentro da laringe (porta de entrada para o trato respiratório). O alimento veicula uma grande quantidade de bactérias, tanto do ambiente como da cavidade oral. O alimento cai na laringe, o paciente engasga e expele o alimento (se não for expelido, o alimento obstrui a laringe e morre sufocado), mas essas bactérias entraram no trato respiratório, que é estéril, o que dá início ao processo de pneumonia - Pneumonia ASPIRATIVA: Entrada de microorganismos decorrente de um processo disfágico.- Também ocorre com o refluxo do conteúdo gástrico para a cavidade oral. - Pneumonia QUÍMICA: EX: sucos digestivos que caem no trato respiratório- Quando amusculatura da face é prejudicada por falta de um comendo neurológico, podemos encontrar a falta de percepção do alimento na cavidade oral (falta de sensibilidade e a hipotonia (fraqueza) da musculatura, que pode gerar dificuldade na mastigação e da deglutição do alimento. Por isso, um dos sinais de disfagia é o acúmulo de alimentos no sulco anterior da boca. Sinais e Sintomas da disfagia: IMPORTANTE! Dificuldade de mastigação - Paciente coloca o alimento na cavidade oral mas não consegue mastigá-lo e este fica parado. Perda de sensibilidade da cavidade oral com represamento de alimentos no canto inferior dos lábios.- Restos de comida no sulco anterior. Engasgos - Tosse - Se não tiver um fechamento da epiglote, o alimento desse para a laringe, o que vai gerar um incômodo no trato respiratório e consequentemente, a necessidade de expelir aquele material, causando tosses e engasgos ---> ideia de proteção do trato respiratório. Se isso não acontecer, pode levar a morte devido a obstrução da laringe. Voz molhada- Padrão de voz alterado devido a entrada de fluidos (líquidos que o paciente tenta ingerir). Desidratação - A disgfagia gera dificuldade de deglutição, então o paciente vai ter medo de engolir, e como os fluídos dessem mais fácil para a laringe, eles possuem maior chance de gerar um engasgo. Então o paciente terá medo de beber água e também não consegue fazer a deglutição da saliva e com isso, perde água. Baba (não há aumento na produção da saliva)- Paciente produz saliva normalmente, mas não consegue fazer a deglutição dessa saliva, então começa a babar, o que leva à perda de água e de eletrólitos (pode ocorrer um desequilíbrio eletrolítico). Emagrecimento - Paciente não consegue comer e emagrece. Desinteresse pelos alimentos - Medo de engasgar. Falta de socialização (vergonha)- Paciente cospe a comida para fora da boca e fica com vergonha de comer perto de alguém. Dietoterapia OBJETIVOS: Recuperar o estado nutricional - . O estado nutricional está comprometido? Se sim, precisa fazer aumento do peso (+ comum), manutenção ou abaixar o peso do paciente? Melhorar a hidratação- . A disgfagia à líquidos está relacionada com a desidratação pois a pessoa evitar beber esses líquidos e, apesar de não ter sialorreia (produção excessiva de saliva), o paciente baba muito nessas condições, o que pode desidratá-lo. Permitir a alimentação segura, prevenindo aspiração.- . O alimento veicula bactérias. O que pode causar pneumonia por infecção bacteriana. ORIENTAÇÕES Adicionar espessante aos líquidos (carboidratos modificados que atuam fazendo o espessamento dos líquidos.- . Depende da quantidade indicada no rótulo de cada produto. . Altera a viscosidade do líquido e modifica sua entrada no trato respiratório. Oferecer gelatina, pudim, frutas amassadas e purê de batatas. - Elaborar pratos coloridos e atraentes, evitando monotonia de alimentos e cores.- Fracionar as refeições para 6 vezes ao dia.- . Depende do paciente. Se possível, adoçar com leite condensado, açúcar e mel,afim de aumentar o valor calórico das preparações.- . Pacientes desnutridos e em situações extremas. Estimular os músculos da deglutição com comidas ou bebidas frias ou quentes, evitando-se temperatura ambiente.- . Extremos de temperatura estimulam a percepção do alimento na cavidade oral. . Tomar cuidado com altas temperaturas, pois os pacientes disfágicos podem perder a sensibilidade, queimar boca, não sentir e continuar comendo. . Temperatura fria ou morna é mais segura. . Temperatura ambiente não gera estímulos, mas é segura, pois não queima a boca do paciente. Evitar alimentos de textura seca e dura. - . Tipos de consistência: Líquida Completa - trabalhar com ela se o paciente é disfágico a sólidos. Ex: sopa batida no liquidificador Pastosa Branda Normal O que não pode: MISTURA DE CONSISTÊNCIA!!• EX: macarrão: tem a massa do macarrão e o líquido do caldo macarrão - paciente tem dificuldade na coordenação da ingestão do líquido (separar do sólido pra só ele descer). Oferecer alimentos em pequenos pedaços, amassados ou liquidificados.- Não forçar o trânsito do bolo com a ingestão de líquidos (possibilidade de regurgitação e aspiração).- . Paciente disfágico não consegue coordenar a descida do líquido e do sólido. O paciente deve comer devagar (para não abandonar a refeição por fadiga)- . Optar por refeições em horários mais interessantes: café da manhã (aproveitar o início do dia para obter maior aporte de nutrientes, mais tarde a musculatura fica mais cansada e o paciente terá mais dificuldade de fazer mastigação e deglutição. ESPESSANTES ALIMENTARES São módulos de amido de milho modificado, em pó. (milho ou trigo)- Favorecem a deglutição.- Diminuem o risco de aspiração.- Aumentam o aporte energético, dependendo da quantidade que se usa.- . Os espessantes industrializados não alteram cor, sabor e cheiro dos alimentos. DIFERENTES VISCOSIDADES MEDIDAS X VISCOSIDADE (cP) Ralo água 1 - 50 Néctar + fluido que o mel e + viscoso que a água 51 - 350 Mel + densa 351 - 1750 Pudim gota, mais pesada > 1750 Obs: o mel favorece a não aspiração do conteúdo alimentar. - No rótulo do espessante traz a recomendação de medidas para as viscosidades.- O fonoaudiólogo que indica qual a consistência adequada para cada paciente.- Existe também disfagia à sólidos e tipo mista (necessidade de sonda para alimentação).- Doença do Refluxo Gastroesofagiano (DRGE) e Esofagite Condição desenvolvida quando o refluxo de conteúdo gástrico causa sintomas que provocam desconforto e/ou complicações. Esofagite: inflamação no esôfago As duas coexistem, pois se eu tenho um refluxo gástrico para o esôfago, o conteúdo que possui o suco gástrico (que é ácido) acaba gerando inflamação do esôfago. Logo, a esofagite e uma complicação da DRGE. Sintomas mais importantes: PIROSE - = Azia - sensação de queimação (sensação esofágica) Ocorre no esôfago pois o estômago tem uma camada de muco protetor que impede que o suco gástrico entre em contato com a camada de tecidos mais profundos do estômago que causa sensação de desconforto. Mas o esôfago não tem essa camada de muco, então quando temos o refluxo e o conteúdo gástrico sobre para o esôfago, da essa sensação de queimação, a pirose. Abertura do músculo diafragmático --> permite a comunicação do esôfago com o estômago Esfíncter esofagiano inferior: ele se abre quando ocorre a descida do alimento, para o alimento entrar no estômago. Depois disso ele se fecha. Alimento misturado com o suco digestivo = tudo certo. O problema se dá quando tenho uma incompetência da função do esfíncter esofagiano inferior, ou seja, ele não consegue fazer o fechamento adequando, no movimento de peristalse, o suco gástrico reflui e sobe para dentro do esôfago, e então a primeira porção do esôfago vai ser a mais afetada, ocorre lesões na parede, processo inflamatório (esofagite), também pode ter uma condição pré-maligna conhecida como Esôfago de BARRET, um alteração celular induzida pelo suco gástrico na porção distal esofagiana condicionada pela acidez do suco gástrico. Logo, o esfíncter perde a capacidade de controlar a descida do alimento e evitar o refluxo do suco gástrico. O grande desafio é que precisamos saber algumas das condições que poderiam gerar essa disfunção do esfíncter ou algum alimento/condição externa que teria o poder de relaxar a musculatura esfincteriana (café, cigarro, obesidade) e impedir a função fisiológica do mesmo. - Consumo excessivo de grande quantidade de alimentos pode levar a uma função alterada do esfíncter. --> Fazer ajuste no fracionamento da dieta!- Ex: dificuldades da ingestão de carnes. Também deve ser levado em conta que o fator intrínseco que está dentro do suco gástrico é importante para a apresentação da B12 ao seu sítio de ligação, e também os minerais bivalentes (Ca, Fe, Zn) precisam da acidez gástrica para termaior biosdispobibilidade. O refluxo gatroesofágico pode ser causado também por estresse psicológico.- OBS.: Existe uma correlação da carência de B12 com a doença de Alzheimer - consumo crônico de omeprazol, pois a B12 é uma das vitaminas mais importantes para atividade cerebral. Remédios: antisecretor (medicamento que impede a produção do suco gástrico, ex: omeprazol) - dessa forma vai ocorrer refluxo apenas do alimento, sem o suco gástrico, tem menor sensação de queimação. Mas a falta desse suco gástrico a longo prazo pode gerar alguns problemas, como Na maioria das vezes o tratamento não é cirúrgico e sim clínico, com mudanças dietéticas (que geralmente é a maior causa do refluxo) e medicamento. Epidemiologia: Estima-se que 40% da população adulta apresente, em alguma fase da vida, sintomas de RGE.v Pode acontecer de comer muito e ter essa alteração fisiológica, mas isso é uma situação normal, o problema é quando os sintomas aparecem constantemente. Estima-se que 12% da população brasileira apresenta PIROSE, seu SINTOMA TÍPICO, pelo menos 1 vez na semana. v Normalmente a azia está relacionada ao refluxo! Fisiopatologia: DESEQUILÍBRIO!!! Fatores Protetores:- . Barreira antirrefluxo Saliva: limpa todo o esôfago e a porção distal esofagiana, ela tem o pH básico, que vai basificar o pedaço do tubo digestivo. . Depuração ácida esofágica Movimento de peristalse- desce o conteúdo gástrico junto com o bolo alimentar. . Resistência do tecido esofagiano A parte distal esofagiana é mais resistente ao suco gástrico. . Gravidade: puxa o líquido do refluxo para baixo (por isso não pode deitar depois de comer). Obs: a capacidade de renovação celular (aproximadamente 3 dias) fica prejudicada com o refluxo constante, o que condiciona a uma pré-malignidade. Fatores agressivos:- . Acidez gástrica . Volume e conteúdo duodenal Líquido duodenal refluindo para o estômago e do estômago refluindo para o esôfago - acontece quando tem junto com a dificuldade de função do esfíncter esofagiano inferior, tem também a dificuldade do esfíncter pilórico (que está entre o estômago e o duodeno. Explicando... Doença multifatorial: - Alterações na DEPURAÇÃO ESOFAGIANA: ² Deficiência de salivação, diminuição das deglutições e perda de eficiência a peristalse (lembrar que todo trato gastrintestinal é um músculo, então os músculos fazem as ondas de peristalse que vão empurrar a massa alimentar e o suco gástrico que refluiu). A saliva limpa, basifica e empurra o suco gástrico de volta para o estômago. Alterações da BARREIRA ESÔFAGO GÁSTRICA:² . Anatômicas Hérnia hiatal- ----> O diafragma separa o tórax do abdômen, o esfíncter esofagiano inferior está logo abaixo do diafragma, na abertura hiatal. O estômago está dentro da cavidade abdominal. A hérnia hiatal acontece quando ocorre a passagem da porção superior do estômago (incluindo o esfíncter) para dentro da cavidade torácica. Se isso ocorre, a função esficteriana de fechamento fica prejudicada, por isso não consegue fechar depois que o alimento entra para dentro do estômago, não conseguindo impedir o refluxo do conteúdo gástrico para dentro do esôfago.--> incompetência do esfíncter. . CAUSA MAIS IMPORTANTE DO DRGE. . Funcionais Hipotonia de EEI- fraqueza da musculatura do esfíncter. ---> causa funcional Relaxamento transitório espontâneo do EEI- Comer muito - esfíncter perde a capacidade de fazer o fechamento (é momentâneo) Relaxamento associado à deglutição - Pode estar associado a questões neurológicas, como a disfagia. Alterações GÁSTRICAS:² . Gastroparesia: paralisia do estômago - dificuldade de produzir a peristalse gástrica ---> ocorre principalmente em indivíduos com Diabetes Mellitus. . Refluxo duodenogástrico - Quando volta o alimento do duodeno para o estômago ---> disfunção do esfíncter pilórico! . Alterações na curva pressão X volume - Avaliação através de exames da pressão do esfíncter esofagiano e do esfíncter pilórico. Outros fatores:² . Sensibilidade à exposição ácida - Paciente com produção de suco gástrico aumentada - anomalia- também pode alterar a função do esfíncter e permitir o refluxo, mas é pouco comum! . Alterações comportamentais e psíquicas. MECANISMO MAIS IMPORTANTE: relaxamento transitório espontâneo do Esfíncter Esofagiano Inferior Diminuição de 90% da pressão basal do EEI. Responsável por todos os episódios de refluxo fisiológico. Isso significa que a maior parte das DRGEs não tem uma doença como fator causal, normalmente eu tenho questões ambientais, dietéticas e comportamentais que levam a esse refluxo. Por isso eu consigo corrigi-la!! DRGE X Obesidade "Supõe-se que a elevação da pressão abdominal decorrente da obesidade seria responsável pelo aumento da exposição do esôfago a acidez e por alterações do EEI (encurtamentos e hipotonia)." Acumulo de gordura na região abdominal ---> gordura pressiona o estômago ---> encurtamento ("atrofia" do musculo) ou hipotonia ---> altera a função do esfíncter esofagiano A obesidade também está relacionada a hérnia hiatal, pois a gordura empurra o estômago em direção ao tórax, promovendo o estado de HÉRNIA HIATAL. Sinais e Sintomas DRGE: pirose, regurgitação (ocorre principalmente quando tem inflamação do esôfago, o que diminui a sua luz), odinofagia (dor á deglutição), irritação faríngea (quando o alimento chega na faringe irrita, machuca), dor torácica (decorrente da dor no esôfago - obs: pode ser confundida com a dor de infarto), sintomas em vias aéreas superiores (e do início do trato respiratório, pois o suco gástrico na laringe causa irritação química --> problemas relacionados a função respiratória), aerofagia, eructação e soluços. CONDIÇÕES MAIS GRAVES: esofagite, ulceração, formação de cicatrizes, estrituras (estreitamento da luz esofágica) e, em alguns casos, DISFAGIA do tipo MECÂNICA (faz obstrução devido ao processo inflamatório). ESÔFAGO DE BARRET: Ocorre na DRGE de longa data. Nessa condição as células que recobrem a parte distal do esôfago se tornam anormais e pré-malignas.Ø ---> alterações celulares que modificam o tecido (mucosa e submucosa) produzindo uma condição de pré-malignidade. --> importante impedir que o suco gástrico entre em contato com esse tecido já alterado. Mas as células do TGI têm alta capacidade de renovação --> através de medidas dietéticas, comportamentais e medicamentosa. --> PROCESSO REVERSÍVEL! Diagnóstico: História clínica característica (come muito errado, já teve diagnóstico de hérnia de hiato, reclama de azia)- Identificação da lesão da mucosa e do distúrbio de motilidade (gastroenterologista faz a avaliação)- Estudo radiológico (consegue perceber a hérnia hiatal)- Esofagogastroduodenoscopia (passa o endoscópio pelo esôfago, pelo estômago e chega na primeira porção duodenal)- Tratamento Clínico Medidas comportamentais no tratamento da DRGE: Não utilizar roupas apertadas, pois apertam o estômago, gera pressão na região gástrica, comprometendo a função do esfíncter.- Não deitar após as refeições (contribui para a descida dos alimentos para o estômago).- Não fumar! - o ato de fumar faz com que o esfíncter fique aberto. - Mastigas bem os alimentos.- Evitar o consumo excessivo de alimentos em uma só refeição.- Evitar a automedicação - Elevar a cabeceira da cama de 12 a 15 cm- Dietoterapia Recuperar o estado nutricional, debilitado com o DRGE. v Normalmente será necessário reduzir o peso corporal. Prevenir complicações (como a esofagite) e recidivas v Medidas clínicas devem ser tomadas para evitar a volta do quadro de DRGE, mas caso ocorra, o mais indicado é passar por procedimentos cirúrgicos. Promover EDUCAÇÃO NUTRICIONAL, evitando o surgimento de novas doençasv Evitar o refluxo gastroesofágicov Evitando situações ambientais como: excesso de alimentos, dormir logo após fazer uma refeição, fumar etc. Cicatrizar lesões (causadas pelo suco gástrico, que é altamente corrosivo) do esôfago já presentes no paciente e evitar sua progressão (como o esôfago de Barret) v Alguns nutrientes como a vit. A auxiliam esta cicatrização. Minimizar os evitar os efeitos colaterais e interação de fármaco e nutrientesv Medicamentos pró-cinéticos = melhoram o esvaziamento gástrico○ Antiácidos = basificam o estômago ○ Antissecretores (omeprazol) = impede a secreção do suco gástrico○ VALOR ENERGÉTICO: Ajustado às necessidades do paciente --> evitar obesidade e assim, diminuir a pressão abdominal sobre o estômago. PROTEÍNAS: Dieta hiperproteica, devido à liberação da gastrina (hormônio que estimula a motilidade do estômago), que favorece do aumento da pressão da pressão do EEI e a cicatrização Aminoácidos essenciais realizam a síntese proteica e recuperam o tecido - Em contrapartida, dieta hiperproteica aumenta a liberação do suco gástrico, pois a proteína precisa dele para ser digerida! - Devido a tal paradoxo, o ideal seria trabalhar com uma dieta normoproteica (0,8 a 1,2 g/kg/dia)- Obs: utilizar mais proteína vegetal, pois precisa de menos suco gástrico para ser digerida- CARBOIDRATOS: Dieta normoglicídica tendendo a hipoglicídica, para evitar fermentação e desconforto abdominal. Os CHO podem sofrer fermentação no estômago, causando desconforto gástrico, aumentando a produção de gases e a sensação de azia. - Restringir os carboidratos simples e refinados, pois eles são mais fermentáveis.- Obs: estômago muito povoado por H.pylori tem sua fermentação aumentada, uma vez que ela é mais resistente ao suco gástrico.- LIPÍDIOS: Normolipídica (25 - 30%) tendendo a hipolipídica, pois liberam COLECISTOCININA (diminuem a pressão do EEI). Evitar: fritura, chocolate, molhos, maionese, queijo amarelo, coco, amendoim. A colecistocinina estimula a contração da vesícula biliar e do pâncreas.- Obs: todos os tipos de gordura liberam colecistocinina e aumentam o refluxo, mas as gorduras de fontes boas não irritam a mucosa gástrica!! VITAMINAS: Ajustado às necessidades do paciente e às interações com fármacos. VIT A ---> favorece a reepitelização (cicatrização) VIT C ---> auxilia na síntese de colágeno, favorece a cicatrização e é anti-inflamatória. VIT B12 ---> precisa ser suplementada na maioria dos casos, principalmente se o paciente fizer uso de omeprazol. MINERAIS: Ajustados às necessidades do paciente FERRO: tem a biodisponibilidade reduzida, o que pode ocasionar em anemia. POTÁSSIO: interação medicamentosa (antiácidos contêm alumínio, o que compromete a absorção de nutrientes como o potássio) ENXOFRE: desconforto e aumento da pressão intra-abdominal (alimentos mais fermentados pela microbiota, como a couve-flor, produzem mais gases intestinas e consequentemente, mais refluxo). FIBRAS: Ajustadas às necessidades do paciente 20 a 25g por dia. CALDOS RICOS EM PURINA E CONDIMENTOS Pimenta, glutamato monossódico, mostarda e cúrcuma: devem ser ausentados da dieta, uma vez que são excitantes da mucosa GI.- A purina está presente no material genético (RNA e DNA) e é encontrada em maior quantidade nas proteínas, principalmente nas carnes vermelhas e nas vísceras. - Recomendado reduzir a oferta de carnes na dieta!- FRACIONAMENTO: Aumentado, paraevitar distensão, desconforto e aumento da pressão abdominal. VOLUME: Diminuído e concentrado, para evitar distensão intra-abdominal e estimulação do ácido gástrico. Diminuir o volume de alimento que entra no estômago evita sua distensão e aumenta a produção do suco gástrico para realizar a digestão. TEMPERATURA: Normal, de acordo com a preparação. CONSCISTÊNCIA: Branda ou pastosa, ajustada de acordo com as necessidades do paciente. ALIMENTOS DE DIFÍCIL DIGESTIBILIDADE, FLATULENTOS, FERMENTÁVEIS: Devem estar ausentes da dieta, devido à distensão abdominal. INFUSOS CONCENTRADOS: Devem ser excluídos da dieta, pois diminuem a pressão do EEI e excitam a mucosa do sistema digestório, visto que aumentam a produção do suco gástrico. SUCOS DE LARANJA, TOMATE, CARMINATIVOS (hortelã e menta): Não podem estar na dieta, pois diminuem a pressão do EEI. Devem ser retirados da dieta em momentos mais graves, a medida que for diminuindo a sintomatologia pode ir voltando a consumi-los.- CAFÉ, CHÁ PRETO E CHÁ MATE:- Devem ser evitados, pois diminuem a pressão do EEI. --> obs: muitas vezes o açúcar utilizado neles pode ser o problema. DIETA: Ajustada aos fármacos em uso, pois alguns medicamentos diminuem o PEEI. Como: anti-inflamatórios não esteroidais, corticosteroides, morfina etc) 90% dos pacientes utilizam ranitidina ---> tem efeito sobre a mucosa e sobre o esfíncter ---> medida preventiva da gastrite e da esofagite.- EU TE AMO FUIIIIIIIIII CHO gelificados como: maisena, fubá, farinha de trigo, leite em pó, gelatina - espessantes naturais que acabam alterando o sabor do alimento, mas é mais barato. Café - usar 1 a duas medidas de espessante industrializado. - não altera o sabor se o paciente é disfágico a líquidos. Disfagia e Refluxo Gastroesofágico 08/05/2020 20:12
Compartilhar