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Disfagia e Refluxo Gastroesofágico

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Disfagia 
Dificuldade	de	Deglutição	e	também	de	mastigação	
.	Normalmente	os	casos	relacionados	com	disfagia	é	muito	relacionado	com	danos	neurológicos	-		como	por	exemplo,	um	indivíduo	com	AVC	ou	AVE:	ocorre	o	
derrame	cerebral	e	apresenta	sequelas	motoras,	então	acaba	apresentando	dificuldade	de	mastigação,	pois	tem	dificuldade	de	levar	o	estímulo	para	a	musculatura	da	
face	(indivíduo	não	consegue	mastigar,	e	muitas	vezes,	nem	perceber	o	alimento	na	cavidade	oral).	
O	processo	de	deglutição	envolve	a	musculatura	oral,	faríngea	e	esofágica	(movimentos	de	propulsão	e	peristalse)		
Além	disso,	também	envolve	a	relação	entre	os	processos	de	respiração	e	deglutição.
DISFAGIA		OROFARÍNGEA =======	Cavidade	oral	e	faringe	(garganta)	
Causada	por:
malignidades	(Câncer)	de	cabeça	e	pescoço --->	chamada	de	disfagia	do	tipo	mecânica,	uma	vez	que	eu	tenho	uma	obstrução,	uma	massa	tumoral	que	reduz	a	
luz	faríngea	e	pode	até	acometer	o	esôfago.
-
AVEs,	doença	de	Parkinson,	Alzeheimer	e	ELA (esclerose	lateral	aneotrófica).		- conhecidas	como	DISFAGIA	NEUROPSÍQUICA!	- disfagia	cuja	base	é	neurológica.		-
Senilidade	em	virtude	de	fraqueza	muscular	e	de	fatores	inerentes	ao	próprio	envelhecimento.-
Indivíduo	senil	é	aquele	com	mais	de	80	anos	de	idade	- fraqueza	muscular	ou	fisiológica.
DISFAGIA	ESOFÁGICA	(ou	baixa)	
Causada	por:
Doença	do	Refluxo	Gatroesofagiano	(DRGE)	-
Tumores	esofágicos (presença	de	massas	tumorais	no	esôfago)-
Esofagite	infecciosa	(processo	infeccioso	que	causa	uma	infamação	no	esôfago)-
Acalasia (manifestação	que	se	dá	por	desmotlidade	esofágica- está	relacionada	à	doença	de	chagas	- coração	sofre	hipertrofia)-
Esclerodermia (endurecimento	do	tecido	conjuntivo)	- alteração	dos	tecidos	conjuntivos	- processo	patológico!-
Consequências:
Comprometimento	na	ingestão	proteico-calórica,	resultado	em	PERDA	DE	PESO	e	DESNUTRIÇÃO-
Indivíduo	não	consegue	mastigar	e	engolir	-- perda	de	peso	e	desnutrição.
Redução	da	imunidade	celular-
Decorrente	da	desnutrição	
Aumento	do	maior	risco	de	morbidade	e	mortalidade			-
Ocorre	principalmente	quando	o	estágio	esofágico	é	induzido	pelo	câncer,	uma	vez	que	as	massas	tumorais	que	se	desenvolvem	no esôfago	e	na	faringe,	são	
causas	muito	importantes	para	óbito,	pois	além	de	não	conseguir	comer,	o	paciente	terá	um	processo	de	malignidade	muito	grave,	o	que	acarreta	em	
desnutrição	e	consequentemente,	em	morte.	
Fases da Deglutição 
FASE	ORAL		(ou	voluntária)
Fase	em	que	colocamos	o	alimento	na	boca	
Posso	mastigar,	cuspir	ou	engolir	- ato	voluntário	
FASE	FARÍNGEA	(ou	involuntária)
Uma	vez	que	tenha	feito	a	deglutição	do	alimento,	eu	não	consigo	fazer	ele	voltar	mais.
Função	do	palato	mole: fechar	a	comunicação	da	faringe	com	as	narinas	posteriores,	ou	seja,	não	deixam	o	alimento	que	está	na	faringe	refluir	para	as	narinas.
Obs:.	a	faringe	é	um	tubo	muscular.
Epiglote:	papel	muito	importante	no	processo	de	deglutição,	uma	vez	que	ela	interrompe	a	comunicação	da	faringe	com	a	laringe.
Quando	a	epiglote	está	apontando	PARA	CIMA,	ela	está	na	situação	de	REPOUSO.
Comemos	um	alimento	--- alimento	começa	a	fase	de	deglutição	(alimento	entrando	na	garganta)---- a	língua		pressiona	o	alimento	contra	o	palato-duro	(céu	da	
boca)	---- o	palato-mole	interrompe	a	comunicação	de	faringe	com	as	fossas	nasais	posteriores.	Alimento		desse	para	a	garganta	com	o	movimento	de peristalse	
e	pela	atuação	da	gravidade.
-
A	epiglote	continua	no	estado	de	repouso	até	que	bolo	alimentar	desce	para	o	esôfago	e	a	epiglote	bloqueia	a	passagem	do	alimento	para	a	laringe	(trato	
respiratório).	=	EPIGLOTE	APONTADA	PARA	BAIXO.	As	cordas	vocais	se	fecham	em	um	mecanismo	de	proteção.
-
Bolo	alimentar	no	esôfago	e	todos	os	órgãos	voltam	para	sua	condição	de	repouso.	-
																																																																																																																																
																																																																																																																																						SINTONIA	FINA	
A	epiglote	TEM	QUE	FECHAR	a	comunicação	da	faringe	com	a	laringe.
Quando	temos	um	DANO	NEUROLÓGICO,	como	acontece	em	um	DERRAME	CEREBRAL,	que	pode	interferir	no	comando	para	o	fechamento	da	epiglote,	então	o	
alimento	que	deveria	ir	para	o	esôfago,	cai	dentro	da	laringe	(porta	de	entrada	para	o	trato	respiratório).	
O	alimento	veicula	uma	grande	quantidade	de	bactérias,	tanto	do	ambiente	como	da	cavidade	oral.	O	alimento	cai	na	laringe,	o	paciente	engasga	e	expele	o	
alimento	(se	não	for	expelido,	o	alimento	obstrui	a	laringe	e	morre	sufocado),	mas	essas	bactérias	entraram	no	trato	respiratório,	que	é	estéril,	o	que	dá	
início	ao	processo	de	pneumonia	
-
											
											Pneumonia	ASPIRATIVA:
Entrada	de	microorganismos	decorrente	de	um	processo	disfágico.-
Também	ocorre	com	o	refluxo	do	conteúdo	gástrico	para	a	cavidade	oral.	-
Pneumonia	QUÍMICA:
EX:	sucos	digestivos	que	caem	no	trato	respiratório-
Quando	amusculatura	da	face é	prejudicada	por	falta	de	um	comendo	neurológico,	podemos	encontrar	a falta	de	percepção	do	alimento	na	cavidade	oral	(falta	de	
sensibilidade	e	a	hipotonia	(fraqueza)	da	musculatura,	que	pode	gerar	dificuldade	na	mastigação	e	da	deglutição do	alimento.	Por	isso,	um	dos	sinais	de	disfagia	é	o	
acúmulo	de	alimentos	no	sulco	anterior	da	boca.
Sinais e Sintomas da disfagia:																																		IMPORTANTE!
Dificuldade	de	mastigação	-
Paciente	coloca	o	alimento	na	cavidade	oral	mas	não	consegue	mastigá-lo	e	este	fica	parado.
Perda	de	sensibilidade	da	cavidade	oral	com	represamento	de	alimentos	no	canto	inferior	dos	lábios.-
Restos	de	comida	no	sulco	anterior.	
Engasgos	-
Tosse	-
Se	não	tiver	um	fechamento	da	epiglote,	o	alimento	desse	para	a	laringe,	o	que	vai	gerar	um	incômodo	no	trato	respiratório	e	consequentemente,	a	necessidade	
de	expelir	aquele	material,	causando	tosses	e	engasgos	--->	ideia	de	proteção	do	trato	respiratório.	Se	isso	não	acontecer,	pode	levar	a	morte	devido	a	obstrução	
da	laringe.
Voz	molhada-
Padrão	de	voz	alterado	devido	a	entrada	de	fluidos	(líquidos	que	o	paciente	tenta	ingerir).
Desidratação	-
A	disgfagia	gera	dificuldade	de	deglutição,	então	o	paciente	vai	ter	medo	de	engolir,	e	como	os	fluídos	dessem	mais	fácil	para	a	laringe,	eles	possuem	maior	
chance	de	gerar	um	engasgo.	Então	o	paciente	terá	medo	de	beber	água	e	também	não	consegue	fazer	a	deglutição	da	saliva	e	com isso,	perde	água.
Baba	(não	há	aumento	na	produção	da	saliva)-
Paciente	produz	saliva	normalmente,	mas	não	consegue	fazer	a	deglutição	dessa	saliva,	então	começa	a	babar,		o	que	leva	à	perda	de	água	e	de	eletrólitos	(pode	
ocorrer	um	desequilíbrio	eletrolítico).	
Emagrecimento	-
Paciente	não	consegue	comer	e	emagrece.
Desinteresse	pelos	alimentos	-
Medo	de	engasgar.
Falta	de	socialização	(vergonha)-
Paciente	cospe	a	comida	para	fora	da	boca	e	fica	com	vergonha	de	comer	perto	de	alguém.
Dietoterapia 
										OBJETIVOS:
Recuperar	o	estado	nutricional	-
.	O	estado	nutricional	está	comprometido?	Se	sim,	precisa	fazer	aumento	do	peso	(+	comum),	manutenção	ou	abaixar	o	peso	do	paciente?	
Melhorar	a	hidratação-
.	A	disgfagia	à	líquidos	está	relacionada	com	a	desidratação	pois	a	pessoa	evitar	beber	esses	líquidos	e,	apesar	de	não	ter	sialorreia	(produção	excessiva	de	
saliva),	o	paciente	baba	muito	nessas	condições,	o	que	pode	desidratá-lo.
Permitir	a	alimentação	segura,	prevenindo	aspiração.-
.	O	alimento	veicula	bactérias.	O	que	pode	causar	pneumonia	por	infecção	bacteriana.
ORIENTAÇÕES	
Adicionar	espessante	aos	líquidos	(carboidratos	modificados	que	atuam	fazendo	o	espessamento	dos	líquidos.-
.	Depende	da	quantidade	indicada	no	rótulo	de	cada	produto.	
.	Altera	a	viscosidade	do	líquido	e	modifica	sua	entrada	no	trato	respiratório.	
Oferecer	gelatina,	pudim,	frutas	amassadas	e	purê	de	batatas.	-
Elaborar	pratos	coloridos	e	atraentes,	evitando	monotonia	de	alimentos	e	cores.-
Fracionar	as	refeições	para	6	vezes	ao	dia.-
.	Depende	do	paciente.
Se	possível,	adoçar	com	leite	condensado,	açúcar	e	mel,afim	de	aumentar	o	valor	calórico	das	preparações.-
.	Pacientes	desnutridos	e	em	situações	extremas.
Estimular	os	músculos	da	deglutição	com	comidas	ou	bebidas	frias	ou	quentes,	evitando-se	temperatura	ambiente.-
.	Extremos	de	temperatura	estimulam	a	percepção	do	alimento	na	cavidade	oral.
.	Tomar	cuidado	com	altas	temperaturas,	pois	os	pacientes	disfágicos	podem	perder	a	sensibilidade,	queimar	boca,	não	sentir	e continuar	comendo.
.	Temperatura	fria	ou	morna	é	mais	segura.		
.	Temperatura	ambiente	não	gera	estímulos,	mas	é	segura,	pois	não	queima	a	boca	do	paciente.
Evitar	alimentos	de	textura	seca	e	dura.	-
.	Tipos	de	consistência:
Líquida	Completa	- trabalhar	com	ela	se	o	paciente	é	disfágico	a	sólidos.	Ex:	sopa	batida	no	liquidificador	
Pastosa	
Branda	
Normal	
O	que	não	pode:	MISTURA	DE	CONSISTÊNCIA!!•
EX:	macarrão:	tem	a	massa	do	macarrão	e	o	líquido	do	caldo	macarrão	- paciente	tem	dificuldade	na	coordenação	da	ingestão	do	líquido	(separar	do	sólido	pra	
só	ele	descer).
Oferecer	alimentos	em	pequenos	pedaços,	amassados	ou	liquidificados.-
Não	forçar	o	trânsito	do	bolo	com	a	ingestão	de	líquidos	(possibilidade	de	regurgitação	e	aspiração).-
.	Paciente	disfágico	não	consegue	coordenar	a	descida	do	líquido	e	do	sólido.
O	paciente	deve	comer	devagar	(para	não	abandonar	a	refeição	por	fadiga)-
.	Optar	por	refeições	em	horários	mais	interessantes:	café	da	manhã	(aproveitar	o	início	do	dia	para	obter	maior	aporte	de	nutrientes,	mais	tarde	a	musculatura	
fica	mais	cansada	e	o	paciente	terá	mais	dificuldade	de	fazer	mastigação	e	deglutição.
ESPESSANTES	ALIMENTARES	
São	módulos	de	amido	de	milho	modificado,	em	pó.	(milho	ou	trigo)-
Favorecem	a	deglutição.-
Diminuem	o	risco	de	aspiração.-
Aumentam	o	aporte	energético,	dependendo	da	quantidade	que	se	usa.-
.	Os	espessantes	industrializados	não	alteram	cor,	sabor	e	cheiro	dos	alimentos.
DIFERENTES	VISCOSIDADES	MEDIDAS		X		VISCOSIDADE	(cP)
Ralo								água 1	- 50	
Néctar				+	fluido	que	o	mel	e	+	viscoso	que	a	água 51	- 350
Mel										+	densa 351	- 1750
Pudim					gota,	mais	pesada >	1750
Obs:	
o	mel	favorece	a	não	aspiração	do	conteúdo	alimentar.	-
No	rótulo	do	espessante	traz	a	recomendação	de	medidas	para	as	viscosidades.-
O	fonoaudiólogo	que	indica	qual	a	consistência	adequada	para	cada	paciente.-
Existe	também	disfagia	à	sólidos	e	tipo	mista	(necessidade	de	sonda	para	alimentação).-
 Doença do Refluxo Gastroesofagiano (DRGE) e Esofagite 
Condição	desenvolvida	quando	o	refluxo	de	conteúdo	gástrico	causa	sintomas	que	provocam	desconforto	e/ou	complicações.
Esofagite:	inflamação	no	esôfago
As	duas	coexistem,	pois	se	eu	tenho	um	refluxo	gástrico	para	o	esôfago,	o	conteúdo	que	possui	o	suco	gástrico	(que	é	ácido)	acaba	gerando	inflamação	do	esôfago.
Logo,	a	esofagite	e	uma	complicação	da	DRGE.
Sintomas mais importantes:
PIROSE	-
=	Azia	- sensação	de	queimação	(sensação	esofágica)	
Ocorre	no	esôfago pois	o	estômago	tem	uma	camada	de	muco	protetor	que	impede	que	o	suco	gástrico	entre	em	contato	com	a	camada	de	tecidos	mais	profundos	
do	estômago	que	causa	sensação	de	desconforto.	Mas	o	esôfago	não	tem	essa	camada	de	muco,	então	quando	temos	o	refluxo	e	o	conteúdo	gástrico sobre	para	o	
esôfago,	da	essa sensação	de	queimação,	a	pirose.	
Abertura	do	músculo	diafragmático	-->	permite	a	comunicação	do	esôfago	com	o	estômago
Esfíncter	esofagiano	inferior:	ele	se	abre	quando	ocorre	a	descida	do	alimento,	para	o	alimento	entrar	no	estômago.	Depois	disso	ele	se	fecha.
Alimento	misturado	com	o	suco	digestivo	=	tudo	certo.
O	problema	se	dá	quando	tenho	uma incompetência	da	função	do	esfíncter	esofagiano	inferior,	ou	seja,	ele	não	consegue	fazer	o	fechamento	adequando,	no	
movimento	de	peristalse,	o	suco	gástrico	reflui	e	sobe	para	dentro	do	esôfago,	e	então	a	primeira	porção	do	esôfago	vai	ser	a mais	afetada,	ocorre	lesões	na	parede,	
processo	inflamatório	(esofagite),	também	pode	ter	uma	condição	pré-maligna	conhecida	como Esôfago	de	BARRET, um	alteração	celular	induzida	pelo	suco	gástrico	
na	porção	distal	esofagiana	condicionada	pela	acidez	do	suco	gástrico.	Logo,	o esfíncter	perde	a	capacidade	de	controlar	a	descida	do	alimento	e	evitar	o	refluxo	do	
suco	gástrico.
O	grande	desafio	é	que	precisamos	saber	algumas	das	condições	que	poderiam	gerar	essa	disfunção	do	esfíncter	ou	algum	alimento/condição	externa que	teria	
o	poder	de relaxar	a	musculatura	esfincteriana (café,	cigarro,	obesidade)	e	impedir	a	função	fisiológica	do	mesmo.	
-
Consumo	excessivo	de	grande	quantidade	de	alimentos pode	levar	a	uma	função	alterada	do	esfíncter.		-->	Fazer	ajuste	no	fracionamento	da	dieta!-
Ex:	dificuldades	da	ingestão	de	carnes.
Também	deve	ser	levado	em	conta	que	o	fator	intrínseco que	está	dentro	do	suco	gástrico	é	importante	para	a	apresentação	da B12 ao	seu	sítio	de	ligação,	e	
também	os	minerais	bivalentes (Ca,	Fe,	Zn)	precisam	da	acidez	gástrica	para	termaior	biosdispobibilidade.	
O	refluxo	gatroesofágico	pode	ser	causado	também	por	estresse	psicológico.-
OBS.:	Existe	uma	correlação	da	carência	de	B12	com	a	doença	de	Alzheimer	- consumo	crônico	de	omeprazol,	pois	a	B12	é	uma	das	vitaminas	mais	importantes	
para	atividade	cerebral.	
Remédios:	antisecretor	(medicamento	que	impede	a	produção	do	suco	gástrico,	ex:	omeprazol)	- dessa	forma	vai	ocorrer	refluxo	apenas	do	alimento,	sem	o	suco	
gástrico,	tem	menor	sensação	de	queimação.	Mas	a	falta	desse	suco	gástrico	a	longo	prazo	pode	gerar	alguns	problemas,	como
Na	maioria das	vezes	o	tratamento	não	é	cirúrgico	e	sim	clínico,	com	mudanças	dietéticas	(que	geralmente	é	a	maior	causa	do	refluxo)	e	medicamento.
Epidemiologia:
Estima-se	que	40%	da	população	adulta	apresente,	em	alguma	fase	da	vida,	sintomas	de	RGE.v
Pode	acontecer	de	comer	muito	e	ter	essa	alteração	fisiológica,	mas	isso	é	uma	situação	normal,	o	problema	é	quando	os	sintomas	aparecem	constantemente.
Estima-se	que	12%	da	população	brasileira	apresenta	PIROSE,	seu	SINTOMA	TÍPICO,	pelo	menos	1	vez	na	semana.	v
Normalmente	a	azia	está	relacionada	ao	refluxo!
Fisiopatologia:
DESEQUILÍBRIO!!!
Fatores	Protetores:-
.	Barreira	antirrefluxo	
Saliva:	limpa	todo	o	esôfago	e	a	porção	distal	esofagiana,	ela	tem	o	pH	básico,	que	vai	basificar	o	pedaço	do	tubo	digestivo.
.	Depuração	ácida	esofágica
Movimento	de	peristalse- desce	o	conteúdo	gástrico	junto	com	o	bolo	alimentar.
.	Resistência	do	tecido	esofagiano
A	parte	distal	esofagiana	é	mais	resistente	ao	suco	gástrico.
.	Gravidade:	puxa	o	líquido	do	refluxo	para	baixo	(por	isso	não	pode	deitar	depois	de	comer).
Obs:	a	capacidade	de	renovação	celular	(aproximadamente	3	dias)	fica	prejudicada	com	o	refluxo	constante,	o	que	condiciona	a	uma	pré-malignidade.	
Fatores	agressivos:-
.	Acidez	gástrica	
.	Volume	e	conteúdo	duodenal	
Líquido	duodenal	refluindo	para	o	estômago	e	do	estômago	refluindo	para	o	esôfago	- acontece	quando	tem	junto	com	a	dificuldade	de	função	do	esfíncter	
esofagiano	inferior,	tem	também	a	dificuldade	do	esfíncter	pilórico	(que	está	entre	o	estômago	e	o	duodeno.
Explicando...
Doença	multifatorial:	-
Alterações	na	DEPURAÇÃO	ESOFAGIANA:	²
Deficiência	de	salivação,	diminuição	das	deglutições	e	perda	de	eficiência	a	peristalse (lembrar	que	todo	trato	gastrintestinal	é	um	músculo,	então	os	músculos	
fazem	as	ondas	de	peristalse	que	vão	empurrar	a	massa	alimentar	e	o	suco	gástrico	que	refluiu).
A	saliva	limpa,	basifica	e	empurra	o	suco	gástrico	de	volta	para	o	estômago.
Alterações	da	BARREIRA	ESÔFAGO	GÁSTRICA:²
.	Anatômicas	
Hérnia	hiatal-
---->	O	diafragma	separa	o	tórax	do	abdômen,	o	esfíncter	esofagiano	inferior	está	logo	abaixo	do	diafragma,	na	abertura	hiatal.	O estômago	está	dentro	da	
cavidade	abdominal.	A	hérnia	hiatal	acontece	quando	ocorre	a	passagem	da	porção	superior	do	estômago	(incluindo	o	esfíncter)	para	dentro	da	cavidade	
torácica.	Se	isso	ocorre,	a	função	esficteriana	de	fechamento	fica	prejudicada,	por	isso	não	consegue	fechar	depois	que	o	alimento	entra	para	dentro	do	
estômago,	não	conseguindo	impedir	o	refluxo	do	conteúdo	gástrico	para	dentro	do	esôfago.-->	incompetência	do	esfíncter.
				.	CAUSA	MAIS	IMPORTANTE	DO	DRGE.
.	Funcionais
Hipotonia	de	EEI-
fraqueza	da	musculatura	do	esfíncter.	--->	causa	funcional	
Relaxamento	transitório	espontâneo	do	EEI-
Comer	muito	- esfíncter	perde	a	capacidade	de	fazer	o	fechamento (é	momentâneo)
Relaxamento	associado	à	deglutição	-
Pode	estar	associado	a	questões	neurológicas,	como	a	disfagia.
Alterações	GÁSTRICAS:²
.	Gastroparesia:
paralisia	do	estômago	- dificuldade	de	produzir	a	peristalse	gástrica	--->	ocorre	principalmente	em	indivíduos	com	Diabetes	Mellitus.
.	Refluxo	duodenogástrico	
- Quando	volta	o	alimento	do	duodeno	para	o	estômago	--->	disfunção	do	esfíncter	pilórico!
.	Alterações	na	curva	pressão	X	volume	
- Avaliação	através	de	exames	da	pressão	do	esfíncter	esofagiano	e	do	esfíncter	pilórico.
Outros	fatores:²
.	Sensibilidade	à	exposição	ácida
											- Paciente	com	produção	de	suco	gástrico	aumentada	- anomalia- também	pode	alterar	a	função	do	esfíncter	e	permitir	o	refluxo,	mas	é	pouco	comum!
.	Alterações	comportamentais	e	psíquicas.
																																				MECANISMO	MAIS	IMPORTANTE:	relaxamento	transitório	espontâneo	do	Esfíncter	Esofagiano	Inferior
																																				Diminuição	de	90%	da	pressão	basal	do	EEI.	Responsável	por	todos	os	episódios	de	refluxo	fisiológico.	
Isso	significa	que	a	maior	parte	das	DRGEs	não	tem	uma	doença	como	fator	causal,	normalmente	eu	tenho	questões	ambientais,	dietéticas	e	comportamentais	que	
levam	a	esse	refluxo.	Por	isso	eu	consigo	corrigi-la!!
DRGE X Obesidade 
"Supõe-se	que	a	elevação	da	pressão	abdominal	decorrente	da	obesidade	seria	responsável	pelo	aumento	da	exposição	do	esôfago	a	acidez	e	por	alterações	
do	EEI	(encurtamentos	e	hipotonia)."
Acumulo	de	gordura	na	região	abdominal	--->	gordura	pressiona	o	estômago	--->	encurtamento	("atrofia"	do	musculo)	ou	hipotonia	--->	altera	a	função	do	
esfíncter	esofagiano
A	obesidade	também	está	relacionada	a	hérnia	hiatal,	pois	a	gordura	empurra	o	estômago	em	direção	ao	tórax,	promovendo	o	estado	de	HÉRNIA	HIATAL.
Sinais e Sintomas 
DRGE:	pirose,	regurgitação (ocorre	principalmente	quando	tem	inflamação	do	esôfago,	o	que	diminui	a	sua	luz),	odinofagia (dor	á	deglutição),	irritação	faríngea	
(quando	o	alimento	chega	na	faringe	irrita,	machuca),	dor	torácica	(decorrente	da	dor	no	esôfago	- obs:	pode	ser	confundida	com	a	dor	de	infarto),	sintomas	em	
vias	aéreas	superiores (e	do	início	do	trato	respiratório,	pois	o	suco	gástrico	na	laringe	causa	irritação	química	-->	problemas	relacionados	a	função	respiratória),	
aerofagia,	eructação	e	soluços.
CONDIÇÕES	MAIS	GRAVES:	esofagite,	ulceração,	formação	de	cicatrizes,	estrituras (estreitamento	da	luz	esofágica) e,	em	alguns	casos,	DISFAGIA	do	tipo	
MECÂNICA (faz	obstrução	devido	ao	processo	inflamatório).
ESÔFAGO	DE	BARRET:
Ocorre	na	DRGE	de	longa	data.	
Nessa	condição	as	células	que	recobrem	a	parte	distal	do	esôfago	se	tornam	anormais	e	pré-malignas.Ø
--->	alterações	celulares	que	modificam	o	tecido	(mucosa	e	submucosa)	produzindo	uma	condição	de	pré-malignidade.	-->	importante	impedir	que	o	suco	
gástrico	entre	em	contato	com	esse	tecido	já	alterado.
Mas	as	células	do	TGI	têm alta	capacidade	de	renovação -->	através	de	medidas	dietéticas,	comportamentais	e	medicamentosa.	-->	PROCESSO	REVERSÍVEL!
Diagnóstico:
História	clínica	característica	(come	muito	errado,	já	teve	diagnóstico	de	hérnia	de	hiato,	reclama	de	azia)-
Identificação	da	lesão	da	mucosa	e	do	distúrbio	de	motilidade	(gastroenterologista	faz	a	avaliação)-
Estudo	radiológico	(consegue	perceber	a	hérnia	hiatal)-
Esofagogastroduodenoscopia	(passa	o	endoscópio	pelo	esôfago,	pelo	estômago	e	chega	na	primeira	porção	duodenal)-
Tratamento Clínico 
Medidas	comportamentais	no	tratamento	da	DRGE:
Não	utilizar	roupas	apertadas,	pois	apertam	o	estômago,	gera	pressão	na	região	gástrica,	comprometendo	a	função	do	esfíncter.-
Não	deitar	após	as	refeições	(contribui	para	a	descida	dos	alimentos	para	o	estômago).-
Não	fumar!	- o	ato	de	fumar	faz	com	que	o	esfíncter	fique	aberto.	-
Mastigas	bem	os	alimentos.-
Evitar	o	consumo	excessivo	de	alimentos	em	uma	só	refeição.-
Evitar	a	automedicação	-
Elevar	a	cabeceira	da	cama	de	12	a	15	cm-
Dietoterapia 
Recuperar	o	estado	nutricional,	debilitado	com	o	DRGE.	v
Normalmente	será	necessário	reduzir	o	peso	corporal.
Prevenir	complicações	(como	a	esofagite)	e	recidivas	v
Medidas	clínicas	devem	ser	tomadas	para	evitar	a		volta	do	quadro	de	DRGE,	mas	caso	ocorra,	o	mais	indicado	é	passar	por	procedimentos	cirúrgicos.
Promover	EDUCAÇÃO	NUTRICIONAL,	evitando	o	surgimento	de	novas	doençasv
Evitar	o	refluxo	gastroesofágicov
Evitando	situações	ambientais	como:	excesso	de	alimentos,	dormir	logo	após	fazer	uma	refeição,	fumar	etc.
Cicatrizar	lesões	(causadas	pelo	suco	gástrico,	que	é	altamente	corrosivo)	do	esôfago	já	presentes	no	paciente	e	evitar	sua	progressão	(como	o	esôfago	de	
Barret)
v
Alguns	nutrientes	como	a	vit.	A	auxiliam	esta	cicatrização.
Minimizar	os	evitar	os	efeitos	colaterais	e	interação	de	fármaco	e	nutrientesv
Medicamentos	pró-cinéticos	=	melhoram	o	esvaziamento	gástrico○
Antiácidos	=	basificam	o	estômago	○
Antissecretores	(omeprazol)	=	impede	a	secreção	do	suco	gástrico○
VALOR	ENERGÉTICO:
Ajustado	às	necessidades	do	paciente	-->	evitar	obesidade	e	assim,	diminuir	a	pressão	abdominal	sobre	o	estômago.
PROTEÍNAS:
Dieta	hiperproteica,	devido	à	liberação	da	gastrina	(hormônio	que	estimula	a	motilidade	do	estômago),	que	favorece	do	aumento	da	pressão	da	pressão	do	EEI	e	
a	cicatrização
Aminoácidos	essenciais	realizam	a	síntese	proteica	e	recuperam	o	tecido	-
Em	contrapartida,		dieta	hiperproteica	aumenta	a	liberação	do	suco	gástrico,	pois	a	proteína	precisa	dele	para	ser	digerida!	-
Devido	a	tal	paradoxo,	o	ideal	seria	trabalhar	com	uma	dieta	normoproteica	(0,8	a	1,2	g/kg/dia)-
Obs:	utilizar	mais	proteína	vegetal,	pois	precisa	de	menos	suco	gástrico	para	ser	digerida-
CARBOIDRATOS:
Dieta	normoglicídica	tendendo	a	hipoglicídica,	para	evitar	fermentação	e	desconforto	abdominal.
Os	CHO	podem	sofrer	fermentação	no	estômago,	causando	desconforto	gástrico,	aumentando	a	produção	de	gases	e	a	sensação	de	azia.	-
Restringir	os	carboidratos	simples	e	refinados,	pois	eles	são	mais	fermentáveis.-
Obs:	estômago	muito	povoado	por	H.pylori	tem	sua	fermentação	aumentada,	uma	vez	que	ela	é	mais	resistente	ao	suco	gástrico.-
LIPÍDIOS:
Normolipídica	(25	- 30%) tendendo	a	hipolipídica,	pois	liberam	COLECISTOCININA	(diminuem	a	pressão	do	EEI).
Evitar:	fritura,	chocolate,	molhos,	maionese,	queijo	amarelo,	coco,	amendoim.
A	colecistocinina	estimula	a	contração	da	vesícula	biliar	e	do	pâncreas.-
Obs:	todos	os	tipos	de	gordura	liberam	colecistocinina	e	aumentam	o	refluxo,	mas	as	gorduras	de	fontes	boas	não	irritam	a	mucosa	gástrica!!
VITAMINAS:
Ajustado	às	necessidades	do	paciente	e	às	interações	com	fármacos.
VIT	A	---> favorece	a	reepitelização	(cicatrização)
VIT	C	---> auxilia	na	síntese	de	colágeno,	favorece	a	cicatrização	e	é	anti-inflamatória.
VIT	B12	---> precisa	ser	suplementada	na	maioria	dos	casos,	principalmente	se	o	paciente	fizer	uso	de	omeprazol.
MINERAIS:
Ajustados	às	necessidades	do	paciente	
FERRO: tem	a	biodisponibilidade	reduzida,	o	que	pode	ocasionar	em	anemia.
POTÁSSIO: interação	medicamentosa	(antiácidos	contêm	alumínio,	o	que	compromete	a	absorção	de	nutrientes	como	o	potássio)
ENXOFRE: desconforto	e	aumento	da	pressão	intra-abdominal
(alimentos	mais	fermentados	pela	microbiota,	como	a	couve-flor,	produzem	mais	gases	intestinas	e	consequentemente,	mais	refluxo).
FIBRAS:	
Ajustadas	às	necessidades	do	paciente	
20	a	25g	por	dia.
CALDOS	RICOS	EM	PURINA	E	CONDIMENTOS	
Pimenta,	glutamato	monossódico,	mostarda	e	cúrcuma: devem	ser ausentados da	dieta,	uma	vez	que	são	excitantes	da	mucosa	GI.-
A	purina	está	presente	no	material	genético	(RNA	e	DNA)	e	é	encontrada	em	maior	quantidade	nas	proteínas,	principalmente	nas	carnes	vermelhas	e	nas	
vísceras.
-
Recomendado	reduzir	a	oferta	de	carnes	na	dieta!-
FRACIONAMENTO:
Aumentado,	paraevitar	distensão,	desconforto	e	aumento	da	pressão	abdominal.
VOLUME:
Diminuído	e	concentrado,	para	evitar	distensão	intra-abdominal	e	estimulação	do	ácido	gástrico.
Diminuir	o	volume	de	alimento	que	entra	no	estômago	evita	sua	distensão	e	aumenta	a	produção	do	suco	gástrico	para	realizar	a digestão.	
TEMPERATURA:
Normal,	de	acordo	com	a	preparação.	
CONSCISTÊNCIA:
Branda	ou	pastosa, ajustada	de	acordo	com	as	necessidades	do	paciente.
ALIMENTOS	DE	DIFÍCIL	DIGESTIBILIDADE,	FLATULENTOS,	FERMENTÁVEIS:
Devem	estar	ausentes	da	dieta,	devido	à	distensão	abdominal.
INFUSOS	CONCENTRADOS:
Devem	ser	excluídos	da	dieta,	pois	diminuem	a	pressão	do	EEI	e	excitam	a	mucosa	do	sistema	digestório,	visto	que	aumentam	a	produção	do	suco	gástrico.
SUCOS	DE	LARANJA,	TOMATE,	CARMINATIVOS	(hortelã	e	menta):	
Não	podem	estar	na	dieta,	pois	diminuem	a	pressão	do	EEI.
Devem	ser	retirados	da	dieta	em	momentos	mais	graves,	a	medida	que	for	diminuindo	a	sintomatologia	pode	ir	voltando	a	consumi-los.-
CAFÉ,	CHÁ	PRETO	E	CHÁ	MATE:-
Devem	ser	evitados,	pois	diminuem	a	pressão	do	EEI.
-->	obs:	muitas	vezes	o	açúcar	utilizado	neles	pode	ser	o	problema.
DIETA:
Ajustada	aos	fármacos	em	uso,	pois	alguns	medicamentos	diminuem	o	PEEI.	Como:	anti-inflamatórios	não	esteroidais,	corticosteroides,	morfina	etc)
90%	dos	pacientes	utilizam	ranitidina	--->		tem	efeito	sobre	a	mucosa	e	sobre	o	esfíncter	--->	medida	preventiva	da	gastrite	e	da	esofagite.-
		
EU	TE	AMO
FUIIIIIIIIII
CHO	gelificados	como:	maisena,	fubá,	farinha	de	trigo,	leite	em	pó,	gelatina	- espessantes	
naturais	que	acabam	alterando	o	sabor	do	alimento,	mas	é	mais	barato.	
Café	- usar	1	a	duas	medidas	de	espessante	industrializado.	- não	altera	o	sabor
se	o	paciente	é	disfágico	a	líquidos.
Disfagia e Refluxo Gastroesofágico 
08/05/2020 20:12

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