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Camila Shelly de V. Ramos ESPONDILO ARTRITES • ANALISANDO CASO CLÍNICOS →IDENTIFICAÇÃO →QUEIXA PRINCIPAL -Dor lombar há 1 ano →HPP -Nega comorbidades →HF -Irmão de 28 anos com quadro semelhante OBS:RESPONDENDO QUESTIONAMENTOS DO CASO -Lombalgia ↳Crônica ↳Inflamatória -O paciente apresenta red flags para dor lombar? ↳Sim, dor de caráter inflamatório -Qual a principal hipótese diagnóstica? Espondiloartritres • LOMBALGIA -2° principal causa para procura de assistência médica →CLASSIFICAÇÃO ✓ QUANTO A DURAÇÃO -Aguda: até 4 semanas -Subaguda: 4 a 12 semanas -Crônica: >12 semanas ✓ CARÁTER DA LOMBALGIA*** INFLAMATÓRIA -Idade de início ↳<40 anos -Evolução ↳Insidioso -Duração dos sintomas ↳>3 meses -Desperta paciente pela noite -> despertar noturno comum -Rigidez matinal ↳>30 min -Exercício melhora dor -Difícil alteração neurológica ↳Incomum MECÂNICA Osteoartrite, hernia de disco, trauma contratura muscular -Idade de início ↳Qualquer idade -Evolução ↳Agudo -Duração ↳<4 semanas (dias, semanas) -Rigidez matinal ↳<30 min Camila Shelly de V. Ramos -Despertar noturno ausente -Piora com esforço -Melhora com repouso -Alteração neurológica possível →RED FLAGS**** -Idade de início <20 anos ou >50 anos -Caráter inflamatório -Trauma -História recente de infecção -Sintomas sistêmicos (febre, perda de peso) -Imunossupressão -Uso de drogas injetáveis ↳Fator de risco para infecção sistêmica -Uso de glicocorticoides -Osteoporose ↳Fator de risco para fraturas vertebrais -Duração >6 semanas (sem resposta ao tratamento) →EXAMES ✓ DE IMAGEM -Solicitados apenas se houver presença de red flags • ESPONDILOARTRITES -Grupo de doenças distintas entre si, que apresentam em comum ↳Envolvimento do esqueleto axial (preferencialmente) *coluna cervical, torácica, lombo sacra, articulações sacro ilíacas ↳Dor de caráter inflamatório ↳Pode haver comprometimento do esqueleto periférico (eventualmente) *oligoartrite (2-4 articulações) assimétrica (especialmente MMII) ↳Entesite = inflamação das enteses *enteses = local onde os tendões e ligamentos se inserem no osso ↳Associação genética *gene HLA-B27 (ter o gene não significa desenvolvimento da doença) ↳´´Soronegativas´´ = ausência do fator reumatoide OBS:ARTRITE REUMATÓIDE -Preferência pelo acometimento do esqueleto periférico →DOENÇAS ✓ ESPONDILITE ANQUILOSANTE -Principal representante das espondiloartrite -É mais frequente do grupo de espondiloartrites EPIDEMIOLOGIA -Afeta mais o sexo masculino (3:1) -Afeta preferencialmente na etnia branca ↳Gene HLA-B27 mais prevalente na população caucasiana -Idade de início ↳<45 anos -Dos pacientes com espondilite anquilosante -> 90% apresentará o gene HLA-B27 ↳Não é obrigatório ter o gene para desenvolver espondilite anquilosante, mas a presença do gene aumenta a chance de desenvolvimento da referida doença ETIOPATOGÊNESE -Indivíduo geneticamente predisposto (gene HLA- B27) -> fator ambiental (infecção urinária, intestinal, estresse biomecânico na articulação) -> Camila Shelly de V. Ramos estímulo ao sistema imunológico a reagir contra proteínas do próprio organismo -> estímulo aos linfócitos T -> citocinas pró-inflamatórias = IL-22, IL-17, TNF alfa -> prostaglandinas -> citocinas agem nas enteses gerando inflamação -> aumento da ossificação nas enteses = união dos corpos vertebrais na coluna -> perda da mobilidade da coluna OBS:COMO INIBIR A ETIOPATOGÊNESE DA ESPONDILITE ANQUILOSANTE? -Inibindo o processo inflamatório ↳Por meio da inibição das citocinas inflamatórias *diminuição da dor e evita progressão da doença QUADRO CLÍNICO -Dor lombar crônica de caráter inflamatório ↳Insidiosa, crônica ↳Noturna ↳Rigidez matinal >30 min ↳Melhora com atividade física ↳Localização = central, transição lombossacra -Dor alternante nas nadegas ↳Advinda da sacroileíte OBS:QUEIXA = DOR EM UMA ÚNICA NÁDEGA -Sd da carteira grande -Dor de caráter mecânico -Oligoartrite periférica assimétrica de MMII -Sintomas sistêmicos ↳Perda de peso ↳Fadiga -Entesite (principalmente do Aquileu) -> costoesternais/costovertebrais, inserção da fáscia plantar ↳Inflamação das enteses = local de inserção de tendões e ligamentos nos ossos -Dactilite (dedo em salsicha) ↳Inchado do dedo inteiro (sem restrição do inchado nas articulações) *edemaciado e avermelhado #pode estar presente nas doenças reumatológicas como artrite reativa, psoriásica EVOLUÇÃO Acometimento de toda a coluna -Retificação da lordose lombar ↳Perda da lordose fisiológica -Acentuação da cifose torácica -Retificação da lordose cervical com projeção da cabeça para frente ´´postura do esquiador´´ Camila Shelly de V. Ramos TESTES NO EXAME FÍSICO -Para sacroiliíte ↳Fabere/Patrick *positivo = dor contralateral ao joelho -> região sacroilíaca ↳Gaenslen *positivo = dor *quando realizar? Dor lombar inflamatória -Para avaliação da mobilidade da coluna lombar ↳Teste de shober *variação normal (na flexão da coluna) >5cm *marcações = encontro das espinhas ilíacas póstero-superiores (covinhas) + 10cm acima das covinhas ↳Distância trago-parede *normal <15cm ↳Expansibilidade torácica *expansibilidade normal = 5-6cm *fita métrica no 5° espaço intercostal *expansibilidade = expiração máxima - inspiração máxima ↳Inclinação lateral *altura do dedo médio até o chão + inclinação total ↳Rotação cervical *goniômetro ↳Distância intermaleolar *entre os maléolos mediais do tornozelo Camila Shelly de V. Ramos MANIFESTAÇÕES EXTRA- ARTICULARES -Oftalmológica ↳Uveíte anterior aguda (iridociclite -> íris + corpo ciliar) *principal manifestação extra-articular *dor em todo olho *olho vermelho *unilateral podendo ser alternante *turvação visual *fotofobia *exame para avaliação: lâmpada de fenda -Cardiovascular ↳Insuficiência aórtica ↳Distúrbios de condução ↳Aortite ascendente (raro) -Pulmonar ↳Fibrose pulmonar apical ↳Distúrbio ventilatório restritivo -Neurológica ↳Subluxação atlantoaxial -Renal ↳Nefrolitíase ↳Amiloidose secundária ↳Insuficiência renal EXAMES DE IMAGEM -Rx incidência ferguson (inclinação cefálica de 30) GRAU 3 GRAU 4 ↳Branco = esclerose da articulação sacro-ilíaca ↳Fusão articular = anquilose OBS:GRADUAÇÃO RADIOLÓGICA DA SACROILIÍTE -Para o diagnóstico ↳Grau 2 ou mais bilateral ↳Grau 3 ou 4 unilateral *espondilite anquilosante e artritre enteropática = em geral é bilateral *artritre reativa e psoriásica = em geral é unilateral -RM ↳Exame que mostra alterações mais precoces *analisa partes moles ↳Revela inflamação -> edema de medula óssea subcondral (hipersinal) Camila Shelly de V. Ramos -Alterações radiológicas típicas da coluna lombar Incidências em AP e perfil (lateral) ↳Quadratura = perda da concavidade anterior da vertebra ↳Ângulos brilhantes = ponta dos corpos vertebrais mais brancos (inflamação) ↳Sindemófito = ossificação do anel fibroso do disco intervertebral (crescimento para cima) *coluna em bambu = pontes ósseas (perda da mobilidade) OBS:SINDESMÓFITO X ESPONDILÓFITO -Sindesmófito ↳Crescimento para cima ↳Espondiloartrite -Osteófico ↳Crescimento lateral ↳Osteoartrite DIAGNÓSTICO Pacientes com dor lombar há, pelo menos, 3 meses e idade de início <45 anos ↳Imagem de sacroilite e 1 característica de EpA ou HLA-B27 positivo e 2 características de EpA ↳Em relação ao exame de imagem *Se Rx de sacroilíacas alterado = espondilite anquilosante *Se apenas aRNM de sacroilíacas alterada = espondiloartrite axial não-radiográfica Para pacientes com manifestações exclusivamente periféricas -> artritre ou entesite ou dactilite mais ↳Pelo menos 1 dos seguintes: uveíte, psoríase, infecção, HLA-B27, imagem de sacroilite, doença intestinal inflamatória (atual) ↳Pelo menos 2 dos seguintes: artrite, entesite, dactilite, passado de DII Camila Shelly de V. Ramos OBS:ESPONDILITE ANQUILOSANTE X ESPONDILOARTRITE AXIAL NÃO RADIOGRÁFICA GRADUAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA DOENÇA -BASDAI ↳>4 = alta atividade da doença -ASDAS ✓ ARTRITE PSORIÁSICA EPIDEMIOLOGIA -Prevalência igual entre os sexos -Predomínio caucasiano -Idade de início ↳4-6 década de vida -Acomete até 30 dos pacientes com psoríase DOENÇA BASE -Psoríase ↳Alterações ungueais ↳Dactilite ↳Acometimento da pele (placas cutâneas) SUBTIPOS -Poliartrite = acometimento de >4 articulações ↳Parece artrite reumatoide, mas apresenta lesões cutâneas de psoríase -Oligoartrite Camila Shelly de V. Ramos ↳Quadro mais comum -Distal ↳Acometimento apenas/preferencialmente as articulações interfalangeanas distais -Mutilante ↳Menos comum ↳Mais grave -Axial ↳Dor lombar inflamatória + lesão de pele de psoríase CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS DE ARTRITE PSORIÁSICA -Diagnóstico >3 pontos OBS:ARTRITE PSORIÁSICA FORMA MUTILANTE*** -Lise do osso ↳Regressão de falanges -Telescopagem digital EXAMES DE IMAGEM -RX ↳Pencil in cup (lápis na xícara) *falange proximal vai afinando como se fosse um lápis e a falange distal vai se alargando como se fosse uma xícara ✓ ARTRITE REATIVA -Artrite que se desenvolve após um quadro de infecção, devido a uma resposta imunológica do corpo ↳Artrite estéril -> não há infecção na articulação ↳Geralmente ocorre 1-4 semanas após a infecção -Ocorre em indivíduos geneticamente pré dispostos ETIOLOGIA -Pós desinteria: Salmonella, Yersinia, Shinguella, Campylobacter, C difficile, E coli -Genitourinária: Clamydia trachomatis QUADRO CLÍNICO -Sd da artrite reativa (tríade)*** ↳Artrite ↳Conjuntivite ↳Uretrite -Balanite circinada ↳Na glande ↳Indolor ↳Formato serpiginoso ↳Ocorre em 30% dos pacientes ↳Regride com o tratamento da artrite reativa -Ceratoderma blenorrágico ↳Lesão pustulosa em planta dos pés Camila Shelly de V. Ramos ✓ ARTRITE ENTEROPÁTICA -Manifestações articulares associadas as doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn, retocolite ulcerativa) EPIDEMIOLOGIA -Predomínio ↳Branco ↳Jovem -Idade de início ↳2°-3° décadas -Grande associação com o gene HLA-B27 -Predomínio de quadro articular FORMAS CLÍNICAS -Oligoarticular periférica ↳Associada a atividade da doença intestinal *pode preceder o diagnóstico -Poliarticular periférica ↳Não associada a atividade da doença intestinal *raramente precede o diagnóstico -Axial ↳Não associada a atividade da doença intestinal • TRATAMENTO ESPONDILOARTRITES →PARA TODAS -Educação -Exercício -Fisioterapia -Reabilitação →PARA DOENÇA AXIAL ✓ AINES -Inibem a formação de prostaglandinas ↳Pacientes apresentam menos dor e menor progressão da doença →PARA DOENÇA PERIFÉRICAS ✓ AINES ✓ SULFASSALAZINA (IMUNOSSUPRESSOR) ✓ INFILTRAÇÃO DE CORTICOESTERÓIDES →IMUNOBIOLÓGICOS -Anticorpos direcionados contra moléculas envolvidas na inflamação (citocina inflamatórias ou seus receptores) ✓ DESVANTAGENS -Aumento do risco de infecções ↳Imunossupressão -Alto custo ✓ QUAIS SÃO? ANTI-TNF ANTI-IL17 ✓ SCREENING ANTES DE COMEÇAR O TTO OBS:RESUMINDO TTO FAMACOLÓGICO Camila Shelly de V. Ramos OBS:PACIENTE INFECTADO EM USO DE IMUNOBILÓGICO, QUAL A CONDUTA? -Suspensão do imunobiológico ↳Exceção = corticoides, pois a suspensão imediata pode causar crise adissoniana OBS:ARTRITE ENTEROPÁTICA -Evitar AINES ↳Pois piora o quadro intestinal
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