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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE FARMÁCIA BRENO ALMEIDA DÉBORA MARRONI EDUARDO GERMANO GLAUCIANE LACERDA IGOR FERNANDES MARIANA MIRANDA MARY LÚCIA POLLYANNA PEREIRA RAIZA RAMOS TALITA CRISTINA RELATÓRIO DE AULA PRÁTICARELATÓRIO DE AULA PRÁTICARELATÓRIO DE AULA PRÁTICA PROFESSOR PABLO MARINHO BELO HORIZONTE, NOVEMBRO DE 2020 DETERMINAÇÃO DE BENZOILECGONINA EM URINA POR IMUNOENSAIO E CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA As folhas da Erythroxylum coca contém a cocaína que é um alcalóide que atua como anestésico local e também como um potente estimulante do Sistema Nervoso Central. Por meio dessa ação estimulante, a cocaína pode induzir: euforia, aumento do ritmo cardíaco, febre, dilatação das pupilas, sudorese, tremores e sensação de aumento de energia no usuário. Essa droga pode ser administrada por injeção intravenosa, inalação nasal e inalação de vapor pelo aquecimento da base livre, sendo excretada na urina como benzoilecgonina. A benzoilecgonina possui uma meia vida de cinco a oito horas e a cocaína de meia hora a uma hora e meia, ou seja, a benzoilecgonina possui uma meia vida maior do que a cocaína, e normalmente pode ser detectada de 24 a 48 horas após o seu uso (G.A.T. Pinto, 2015) O teste de cocaína é um teste de imunoensaio cromatográfico de triagem rápida, sem a necessidade de equipamentos, utilizado para fazer a detecção qualitativa do metabólito da cocaína na amostra de urina do ser humano com um cut-off de 150 ng/ml, portanto o teste pode detectar 150 ng/ml de metabólitos da cocaína, a benzoilecgonina, na urina. No entanto, os imunoensaios utilizados para detecção de cocaína apresentam algumas limitações como fornecer apenas resultado analitico preliminar, ou seja, ser apenas um teste inicial qualitativo e, consequentemente, não poder ser utilizado para determinar a concentração da droga na urina e nem o nível de intoxicação do indivíduo. Portanto, para haver a confirmação do resultado é preciso utilizar métodos como a cromatografia a gás ou espectrometria de massa, pois no teste de imunoensaio pode gerar resultados falso- positivo devido haver a possibilidade de ocorrer erros de procedimento, erros técnicos, bem como a presença de outras substâncias na amostra de urina (RINALI, 2009). A urina é a amostra biológica utilizada para a pesquisa dos metabólitos da cocaína, como a benzoilecgonina, devido à sua constituição ser rica em água (aproximadamente 98%). A urina facilita a identificação dos tóxicos (por acumulação de grandes concentrações de drogas e respectivos metabolitos), fornecendo informação relativa à exposição da droga. Dessa forma, é vista como uma matriz útil para orientar os testes de rastreio feitos no sangue. Em relação a coleta da amostra de urina, é necessário que seja realizada em um recipiente limpo e seco podendo ser a qualquer hora do dia (BOEHL, 2011). INTRODUÇÃO COCAÍNA ADAPTADO DE PUBCHEM OBJETIVOS GERAL Determinar a presença de benzoilecgonina em urina através de Imunoensaio e Cromatografia em Camada Delgada (CCD). ESPECÍFICOS Realizar análise qualitativa de cocaína na urina utilizando o teste de imunoensaio rápido, em tira, para a detecção do metabólito benzoilecgonina da cocaína em urina humana, com um cut-off de 150 ng/ml. Realizar Cromatografia em Camada Delgada (CCD) para confirmação do resultado obtido no teste de imunoensaio. 1. 2. Com as setas impressas na tira apontando para a amostra, inserir a tira de teste verticalmente na amostra durante 15 segundos. Não ultrapassar a linha máxima indicada no teste ao inserí-la na amostra; Retirar a tira teste da amostra e colocá-la em uma superfície horizontal, limpa e iniciar a contagem no cronômetro; Anotar o resultado após 5 minutos; Em caso de positivo aparecerá apenas duas linhas horizontais (controle e teste) e em caso de negativo aparecerá apenas uma linhas horizontais (controle). 1) Imunoensaio 1. 2. 3. 4. MÉTODOS (resultado positivo na tira) 5 minutos 2) Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 1. No tubo falcon contendo 20 mL de urina foi adicionando 12 gotas de hidróxido de amônio PA, a fim de basificar a amostra até o pH=11 e facilitar o processo de extração, pois a cocaína é uma molécula básica e em meio básico ela fica na forma neutra (mais apolar) e assim ela pode ser extraída por um solvente orgânico que também é apolar; 2. Posteriormente foi feito a Leitura do pH da amostra com uma fita de pH para verificar se a amostra havia alcalinizado; (tira de pH imersa em solução de urina + hidróxido de amônio) 3. Em seguida foi adicionado 1 grama de cloreto de sódio na amostra; O cloreto de sódio também foi adicionado para facilitar a extração do analito da matriz para o solvente orgânico; 4. Logo após, foi feito a adição, na capela, de 20 mL de éter etílico (medido na proveta) sobre a amostra de urina contida no tubo falcon. Em seguida o frasco foi tampado para que fosse realizada a homogeneização/agitação do tubo por inversão durante o período de 30 segundos. A agitação foi feita de forma lenta para que não houvesse a formação de emulsão e consequentemente ficasse difícil de separar as fases na etapa posterior do processo; 5. O próximo passo foi verter a amostra para um funil de extração e descartar a fração inferior (urina); 6. Depois disso, foi feito o recolhimento da fração superior (orgânica) num béquer, filtrando em um funil com papel de filtro contendo 1 grama de sulfato de sódio anidro. O sulfato de sódio anidro foi utilizado para retirar a água do éter que veio da urina no processo de mistura realizado na etapa 5. DISTÂNCIA PERCORRIDA DA AMOSTRA DISTÂNCIA PERCORRIDA PELO DILUENTE 7. Evaporar o extrato em chapa aquecedora na capela; 8. Reconstituir o extrato com 0,5 mL de metanol; 9. Posteriormente, foi feito a aplicação do padrão de benzoilecgonina (2 vezes) e da amostra (2 vezes) na cromatofolha de sílica gel, utilizando-se um tubo capilar; 10. Em seguida foi realizada a eluição da cromatofolha utilizando o como eluente (clorofórmio : acetona : hidróxido de amônio - 90 : 10 : 0,50); 11. O próximo passo foi revelar a cromatofolha primeiramente no UV e depois com o revelador Dragendorff; 12. Por fim, foi feito o cálculo do Rf do padrão e o Rf da amostra para a identificação da benzoilecgonina na amostra. NÃO FORAM NECESSÁRIAS (PASSO 11 - REVELADOR DRAGENDORFF) (PASSO 12 - CALCULAR RF) (PASSO 11 - LUZ UV)RF = (PASSO 9) (PASSO 10) RESULTADOS E DISCUSSÃO ph da amostra = 11 O resultado de pH obtido demonstra que a adição das 12 gotas de hidróxido de amônio PA foi capaz de basificar a amostra de urina até o pH proposto (pH 11). Imunoensaio: positivo O teste de triagem utilizado para saber se havia ou não a cocaína na amostra de urina do periciado foi o imunoensaio. Todo teste de triagem possui alta sensibilidade, porém baixa especificidade. Logo, se o teste desse negativo, seria indicativo de que realmente não havia a presença de cocaína ou de seus metabólitos na urina do periciado. No entanto, como o teste deu positivo, foi preciso utilizar outra técnica mais específica, a Cromatografia em Camada Delgada, para que fosse verificado se realmente o indivíduo havia feito a utilização da cocaína ou se o teste de imunoensaio havia dado um resultado falso-positivo. Cromatografia em Camada Delgada (CCD) - cálculo do RF 3,2 / 8,3 DISTÂNCIA PERCORRIDA DA AMOSTRA DISTÂNCIA PERCORRIDA PELO DILUENTE RF = 0,38RF = DISTÂNCIA PERCORRIDA DA AMOSTRA DISTÂNCIA PERCORRIDA PELO DILUENTE RF = PADRÃO RF = PADRÃO 3,2 / 8,3 0,38 RF = AMOSTRA RF = AMOSTRA O RF obtido no padrão representa o RF da Benzoilecgonina, metabólito da cocaína, que é utilizado como marcador de uso da cocaína. Isso porque a cocaína (metilbenzoilecgonina) sofre biotransformação e perde o grupo metila e se transforma em benzoilecgonina que é excretado na urina. Tendo isso em mente, como o RF da amostra foi igual ao RF do padrão, significa que o composto presente na amostra também é a benzoilecgonina. Revelação da cromatofolha no UV Consegue-se fazera revelação na luz ultravioleta, pois a benzoilecgonina possui marcador de fluorescência. Foram observadas as bandas do padrão e da amostra com uma coloração arroxeada. Ou seja, mesmo padrão de fluorescência e RF. Revelação da cromatofolha com o reagente de Dragendorff O reagente de Dragendorff é específico para compostos nitrogenados, como a benzoilecgonina. O reagente de Dragendorff é uma solução de iodeto de potássio e subnitrato de bismuto que regem com o nitrogênio presente na estrutura da benzoilecgonina, levando a formação de uma coloração vermelho tijolo. Após o reagente de Dragendorff ter sido utilizado, foi observado na cromatofolha a formação de bandas com uma coloração vermelho tijolo, tanto na banda que representa o padrão quanto na que representa a amostra. Portanto, por meio do resultado dos RF e das colorações obtidas nas bandas do padrão e da amostra, foi possível fazer a caracterização da benzoilecgonina na amostra de urina, confirmando o que o teste de imunoensaio já havia indicado, que o periciado havia de fato feito o uso de cocaína. RESULTADOS E DISCUSSÃO (IMUNOENSAIO) (CCD) CONCLUSÃO As análises toxicológicas, como a realizada neste trabalho, possuem uma grande importância, visto que por meio dessas análises pode ser feito a detecção do uso ou da exposição à substâncias psicoativas, tóxicas ou à outras substâncias intoxicantes pelo indivíduo. Em vista disso, os exames toxicológicos podem ser solicitados ou exigidos em diversas situações, como por exemplo: em pessoas que tentaram suicídio; em concursos públicos; em indivíduos em período comprobatório ou em liberdade condicional que exija abstinência; em casos de renovação da CNH de categorias C, D ou E, bem como pelos motoristas profissionais de veículos pesados (CLT); para monitorar a adesão de pessoas que estão em um programa de tratamento para abuso de substâncias, a fim de melhorar o tratamento dessas pessoas. Todas essas situações demonstram a relevância das análises toxicológicas no dia-a-dia da sociedade. REFERÊNCIAS PINTO. G, Freitas. G, Machado. Y, Marinho, Pablo. Avaliação da técnica de imunocromatografia para análise de drogas de abuso no contexto da química forense. rbc.org.br. 2015. Disponível em: <http://rbc.org.br/ojs/index.php/rbc/article/view/105>. Acesso em: 28 out 2020. BOEHL, Paula Otero. A utilização de imunoensaios na detecção de substâncias psicoativas. lume.ufrgs.br. 2011. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/70119>. Acesso em: 30 out 2020. RINALDI André, Rosa Érica, Matta Chasin, Barretos Marcos. Aplicação de imunoensaios para análise de fármacos e drogas de abuso em sangue total, com finalidade forense. researchgate.net. 2009. Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Andre_Fukushima/publication/260310417_apli cacao_de_imunoensaios_para_analise_de_farmacos_e_drogas_de_abuso_em_sangu e_total_com_finalidade_forense/links/54f745790cf28d6dec9e60c7/aplicacao-de- imunoensaios-para-analise-de-farmacos-e-drogas-de-abuso-em-sangue-total-com- finalidade-forense.pdf>. Acesso em: 31 out 2020. VARGAS Aguilar, Mario Antônio, Silva Vargas, María Eugenia. Relação entre requerimento analítico de determinação de drogas de abuso por imunoensaio e a concordância nos achados / Relationship between analytical rerquest of drugs abuse determination by immunoassay and the agreement in the discoveries. bases.bireme.br. 1999. Disponível em: <http://bases.bireme.br/cgi- bin/wxislind.exe/iah/online/? IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=ADOLEC&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch= 273004&indexSearch=ID>. Acesso em: 29 out 2020. QUENTAL, Ana. Análise toxicológica da cocaína e dos seus metabolitos em contexto forense. bdigital.ufp.pt. 2015. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/handle/10284/5170>. Acesso em: 31 out 2020. 1. 2. 3. 4. 5.
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