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Deontologia_ analise critica teleatendimento

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
NATALIA ANGELICA PETRY
PRISCILA NUNES ARAÚJO
TALYSSA DE OLIVEIRA CORDEIRO
VINICIUS HENRIQUE BARROS
ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO: "ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE
TELECUIDADO FARMACÊUTICO COMO ESTRATÉGIA DE COMBATE À
COVID-19 NO RIO GRANDE DO SUL"
CURITIBA
2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
NATALIA ANGELICA PETRY
PRISCILA NUNES ARAÚJO
TALYSSA DE OLIVEIRA CORDEIRO
VINICIUS HENRIQUE BARROS
ANÁLISE CRÍTICA DO ARTIGO: "ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO DE
TELECUIDADO FARMACÊUTICO COMO ESTRATÉGIA DE COMBATE À
COVID-19 NO RIO GRANDE DO SUL"
Trabalho apresentado como requisito parcial
para a conclusão da disciplina de Deontologia
Farmacêutica e Legislação Aplicada à
Farmácia, do Departamento de Farmácia do
Setor de Ciências da Saúde da Universidade
Federal do Paraná.
Prof. MSc. Allan Kardec de Lima.
CURITIBA
2021
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é discorrer sobre os aspectos legais e éticos que
regem a telefarmácia implantada durante a pandemia de COVID-19. O trabalho tem
como base para a análise o artigo "Organização do serviço de telecuidado
farmacêutico como estratégia de combate á COVID-19 no Rio Grande do Sul",
publicado na Revista Eletrônica de Administração por Gossenheiner et. al (2020).
1. O QUE É O TELECUIDADO FARMACÊUTICO?
A chamada telessaúde consiste no uso de tecnologias de informação e de
telecomunicações para fornecer assistência e educação em saúde de forma remota,
conectando usuários e profissionais em locais diferentes, abrangendo uma ampla
gama de serviços. A telessaúde pode contribuir para alcançar cobertura universal de
saúde, melhorando o acesso dos pacientes a serviços de qualidade e baixo custo. É
considerada particularmente valiosa para pessoas que residem em áreas remotas,
grupos vulneráveis e populações em envelhecimento, cujo deslocamento pode estar
prejudicado.
Os serviços de saúde tiveram um crescimento acelerado na organização dos
serviços de saúde por atendimento remoto, esse fato ocorreu devido à necessidade
de distanciamento social e ao fato das pessoas, especialmente os idosos com
comorbidades, evitarem sair de suas residências e ficarem expostos ao vírus.
O Telecuidado Farmacêutico é o acompanhamento ao paciente de forma
remota, por meio do uso de telecomunicações e outras tecnologias. Durante a
teleconsulta podem ser avaliados a adesão ao tratamento, controle da doença, o
uso correto dos medicamentos, sintomas relacionados à COVID-19 e outras
epidemias, e os pacientes podem ter suas dúvidas relacionadas com seu tratamento
respondidas pelos profissionais. Todos os atendimentos deverão seguir os padrões
normativos e éticos usuais do atendimento presencial. Este tipo de serviço objetiva
atender pacientes em regiões afastadas e já foi implementado em diversos países,
como na Austrália, EUA e Canadá.
Quanto aos resultados clínicos, estes se demonstraram positivos nos estudos
sobre o tema, porém, assim como ocorre nos serviços presenciais, existe uma certa
dificuldade para demonstrar o impacto desses serviços, visto que este depende de
vários aspectos, como por exemplo, ferramenta de comunicação utilizada e a
dificuldade de se multiplicar intervenções individuais para isolar os resultados. Na
revisão sistemática sobre telefarmácia de Niznik (2008), dos 34 estudos que
mediram o impacto da telefarmácia, 23 tiveram impactos positivos, especialmente
na adesão do tratamento de doenças crônicas.
Existem várias limitações no atendimento virtual, como por exemplo,
diminuição do vínculo devido aos aspectos não-verbais da comunicação que não
podem ser transmitidos através do contato remoto, porém no cenário de pandemia,
cujo o seguimento de pacientes crônicos é ainda mais essencial, a estratégia é
viável.
No Rio Grande do Sul o cuidado farmacêutico começou a ser prestado de
maneira remota através do Programa CUIDAR+, o serviço foi implementado para
acompanhar pacientes atendidos pela farmácias do Estado, especialmente idosos
com doenças respiratórias crônicas, como por exemplo, a asma e a Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica, pois essa população possuía duplo fator de risco de
agravamento à infecção pelo Coronavírus. O farmacêutico do programa CUIDAR+
deve contatar os pacientes que retiram medicamentos nas farmácias do governo
para avaliar a adesão ao tratamento e fazer o acompanhamento, os municípios que
aderirem ao programa podem também estender o telecuidado farmacêutico à outras
populações, como por exemplo, pessoas com diabetes.
2. CENÁRIO ATUAL: REGULAMENTAÇÃO DO TELECUIDADO
FARMACÊUTICO
Em abril de 2020 foi sancionada a Lei n° 13.989 que estabelece a utilização
da telemedicina durante a crise do Coronavírus em caráter emergencial para facilitar
a assistência, pesquisa, prevenção de doenças e lesões e realizar a promoção da
saúde.
No Brasil, a telefarmácia e os serviços de teleconsulta farmacêutica não
estão regulamentados pelo Conselho Federal de Farmácia, mas percebe-se um
grande interesse pela pauta. Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei
5363/20 do deputado Felício Lacerda, porém o projeto de lei não está apenas
abrindo a possibilidade para teleconsulta, como também excluindo a
obrigatoriedade do farmacêutico estar presente fisicamente nas farmácias e
drogarias, o que o Conselho Regional de Farmácia e seus profissionais
consideraram um retrocesso e um atentado à saúde pública. A aprovação do projeto
5363/20 do modo como ele foi apresentado poderá anular várias conquistas dos
profissionais farmacêuticos e ainda contribuir com o desemprego da classe.
Antes da pandemia existiram outras tentativas de anular a obrigatoriedade do
farmacêutico presente na farmácia instituindo um chamado "atendimento remoto", o
que inclui o Projeto de Lei n. 1481 de 2019 que seria votado na Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro, mas retirado de pauta devido ao protesto de
farmacêuticos contra a medida.
Recentemente, o Estado do Rio Grande do Sul implementou o Programa
Farmácia Cuidar+ através da Portaria SES n° 649/2021 com o objetivo de ampliar,
qualificar e promover os serviços farmacêuticos na Farmácias de Medicamentos
Especiais (FME), de modo a otimizar o uso correto dos medicamentos e a adesão
dos pacientes. A portaria trás que os municípios que aderirem ao programa Cuidar+
devem prover os seguintes serviços clínicos farmacêuticos:
a. Realização da dispensação com orientação sobre os medicamentos
para os usuários com Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(DPOC).
b. Consulta farmacêutica com agendamento prévio realizada na primeira
dispensação para usuários com Asma e DPOC.
c. Realização de acompanhamento farmacoterapêutico para pessoas
com problemas de adesão e/ ou sem controle da Asma e DPOC.
Os municípios podem estender os serviços clínicos a outras populações,
como por exemplo, os idosos, dependendo da realidade local. O acompanhamento
remoto deve ser feito de forma ativa, o farmacêutico deve entrar em contato com os
pacientes com DPOC que receberam medicamentos na Farmácia do Estado para
fornecer uma consulta e verificar a adesão ao tratamento. A frequência do contato
dependerá da situação do paciente.
Foi implantada a assistência farmacêutica por meio do teletrabalho no Estado
do Amazonas devido a insuficiência de profissionais farmacêuticos em diversos
municípios, o que inviabiliza a assistência farmacêutica recomendada pela
legislação, a Lei 5.406 no Diário Oficial do Amazonas, que regulamenta a
assistência remota, foi publicada em 24 de Fevereiro de 2021. Segundo o deputado
Adjuto Afonso (PDT), o qual defendeu o projeto, a mudança realizada por esta lei
não substitui a presença física do farmacêutico, mas flexibiliza o atendimento do
profissional em um local com alta defasagem de farmacêuticos, visto que a medida
não substitui a necessidade da presença física do farmacêutico, prevista na lei
13.021/14, o que acarretaria em uma grande deficiência na saúde pública, e sim
permite a prestação da assistência através de tecnologias decomunicação em
localidades desprovidas de farmacêutico.
É importante salientar que o programa SAÚDE+, realizado no Rio Grande do
Sul, amplia a atuação do farmacêutico no SUS, permitindo o acompanhamento
remoto dos usuários de medicamentos do componente especializado, que
atualmente se encontra dificultado por diversos motivos: valor do transporte, falta de
tempo, motivos de saúde - especialmente idosos acamados - e da obrigatoriedade
do distanciamento social devido a pandemia. Porém, o projeto que está tramitando
na Câmara dos Deputados não está apenas regulamentando a teleconsulta
farmacêutica, como também abrindo uma possibilidade para várias farmácias
dispensarem medicamentos sem a presença física do farmacêutico, o que dificulta
as outras atividades desse profissional e seu contato direto com os pacientes.
3. PERSPECTIVAS NO PÓS-PANDEMIA
Após o combate à COVID-19, existe a possibilidade do telecuidado
farmacêutico ser regulamentado no Brasil, porém antes deverá ser feita uma
cuidadosa avaliação de seu impacto, custos e viabilidade por se tratar de uma
iniciativa inovadora.
A regulamentação desse serviço, apesar de ser extremamente útil e possuir
impacto positivo no SUS, especialmente em populações que vivem em áreas que
carecem de profissionais farmacêuticos, ainda é vista com cautela pelo Conselho de
Farmácia, devido ao fato deste serviço poder abrir uma brecha para a possibilidade
de farmácias funcionarem sem a presença física dos farmacêuticos, o que
acarretaria em um dano a saúde pública. Deste modo, os conselheiros federais
ainda discutem a possibilidade de implementar o serviço, mas enfatizam que a
teleconsulta não deveria ser realizada em farmácias comunitárias, mas somente em
hospitais e consultórios, por exemplo.
A proposta do CFF também proíbe a teleconsulta em casos que necessitam
de anamnese, e visa também garantir que a teleconsulta ocorra dentro do
estabelecimento, evitando abrir uma brecha para existência do "farmacêutico
remoto". Os conselheiros também querem garantir que a dispensação ocorra de
forma presencial, visto que essa envolve a avaliação da receita do paciente além da
orientação, objetivando que a teleconsulta seja utilizada apenas para posterior
orientação sobre o tratamento e o medicamento (LEONARDL, 2021).
CONCLUSÃO
Conclui-se que o Telecuidado Farmacêutico apresenta vários benefícios
quando prestado para populações específicas, especialmente pacientes com
doenças crônicas que necessitam acompanhamento da farmacoterapia
constantemente, porém vivem em regiões onde não é possível acessar esse tipo de
serviço e/ou possuem condições de saúde que limitam sua locomoção.
A telefarmácia possui um grande potencial de melhorar a qualidade dos
serviços e ainda aumentar o reconhecimento populacional ao farmacêutico como
um profissional da saúde.
Apesar disso, a medida é vista com extrema cautela visando evitar que
utilizem a estratégia para validar a ideia do farmacêutico remoto, o que só
beneficiaria grandes empresários em detrimento da saúde pública, podendo
também gerar um grande índice de desemprego da classe no país.
REFERÊNCIAS
AMAZONAS. Lei Ordinária n. 5.405, de 25 de fevereiro de 2021. Disponível em:
<https://sapl.al.am.leg.br/media/sapl/public/normajuridica/2021/11233/5405.pdf>
BRASIL. Lei n. 13.021, de 8 de agosto de 2014. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm>
BRASIL. Lei Nº 13.989, de 15 de abril de 2020. Disponível em:
<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-13.989-de-15-de-abril-de-2020-2527
26328>
BRASIL. Projeto de Lei nº 5363/2020. Disponível em:
<https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2265
994>
GOSSENHEIMER, A.G; RIGO, A.P; SCHNEIDERS, R.E. Organização do serviço de
telecuidado farmacêutico como estratégica de combate à COVID-19 no Rio Grande
do Sul. Revista Eletrônica e Administração. Porto Algre. V. 26, n. 3, p. 524-535.
Dezembro de 2020.
LEONARDL, E. CFF tenta emplacar a teleconsulta, mas teme fantasma do
farmacêutico remoto. ICTQ. Disponível em:
<https://ictq.com.br/politica-farmaceutica/1884-cff-tenta-emplacar-a-teleconsulta-mas
-teme-fantasma-do-farmaceutico-remoto?fbclid=IwAR3T23L_szup-ChTi2oygSSvTa9
fYJxAoV9IJLMxdJTgqSzndzPfBMS4kaE>
NIZNIK, Joshua D.; HE, Harvey; KANE-GILL, Sandra L. Impact of clinical pharmacist
services delivered via telemedicine in the outpatient or ambulatory care setting: A
systematic review. Research in Social and Administrative Pharmacy, v. 14, n. 8,
p. 707-717, 2018.
RIO DE JANEIRO. Projeto de Lei nº 1481/ 2019. Disponível em:
<http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/scpro1923.nsf/18c1dd68f96be3e7832566ec0018d833/a
85a9b990b9e83e28325848f005da957?OpenDocument>
RIO GRANDE DO SUL. Portaria SES n° 649/2021. Disponível em:
<https://saude-admin.rs.gov.br/upload/arquivos/202109/17105849-portaria-ses-649-
2021-atualizada.pdf>

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