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ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro MANEJO REPRODUTIVO EM ÉGUAS PARTICULARIDADES Cornos são pouco desenvolvidos • Cérvix sem anéis de cartilagem, é composta apenas de musculatura. • A seleção embrionária ocorre no oviduto apenas em éguas. A medida que o embrião vai desenvolvendo ele vai produzindo PGE que só funciona no relaxamento no local de encontro do oviduto e do corno uterino. Tem um esfíncter nessa região e a PGE2 relaxa, abra e permite a entrada do embrião. Se o embrião for de má qualidade, não produz a PGE2. • Presença da fossa ovulatória - os folículos não crescem em outra região. Acredita ser devido a espécie ser monovulatória - apenas 1 folículo por ciclo estral, dando origem a um só produto por gestação (unípara). • Cérvix altamente responsiva ao estrógeno ou progesterona – dependendo do hormônio com maior concentração, há uma disposição diferente. Estrógeno promove relaxamento e fica mais ”caída”. Se predomina progesterona: cérvix fechada. CLASSIFICAÇÃO • Poliéstrica (tem ciclos estrais consecutivos se não tiver fecundação) estacional de dias longos – primavera e verão. Dias mais frios a atividade reprodutiva vai reduzindo até parar – anestro estacional. • Foto período positivo: influenciada positivamente pela presença de luz. • Unípara (monovulatória) – um produto por gestação. ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro A sazonalidade é bem marcante conforme afasta da linha do Equador – mais próximo elas costumam ciclar o ano inteiro se tiver boa disponibilidade de alimento. Mais importante que a luz é o status nutricional, há fêmeas que bem nutridas conseguem ciclar o ano inteiro. A luz influencia muito nas forragens e consequentemente na nutrição. SAZONALIDADE • Melatonina: bloqueia a reprodução na espécie equina. Na primavera e verão há menos produção. • Qual a possível explicação para a sazonalidade reprodutiva? o Mecanismo evolutivo – a gestação dura 11 meses e a maior disponibilidade de alimentos é na época das chuvas (período em que ela reproduz). Nesse mesmo período há o nascimento de filhotes. ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro • Antecipação da ciclicidade em éguas: o Luz artificial: ✓ 21 de junho: solstício de inverno (dia mais curto do ano) – inicia; ✓ Refletores de 100 lux; ✓ 17 hrs a 22 hrs – total de 16 hrs de luz diárias; ✓ 6 a 12 semanas. o Implante de progesterona/P4: ✓ Transição de primavera (agosto-setembro): folículos > 20mm; ✓ LA ação intramuscular; ✓ Manutenção de P4 por 12 dias; ✓ Simulação de uma regressão do corpo lúteo; ✓ Retorna a ciclicidade 12 dias após a retirada do implante. PUBERDADE • Primeiro estro com manifestação do cio. • Ovulação. • Oócito viável. • Formação de um CL. Idade á puberdade: 12 a 24 meses Idade à reprodução: 30 a 36 meses • Manifestação de cio éguas: o Inquietude; o Cauda erguida; o Micção frequente; o Olhar languido; o Procura e fica imóvel a presença do macho; o Cauda em bandeira; o Abdução de membros pélvicos; o Eversão de clítoris; o Aceita o macho – durante toda a fase. Jumenta: urina pouco, mas o sinal mais evidente é ficar mastigando, orelhas para trás, vai procurar o macho. ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro CICLO ESTRAL • Fases do ciclo estral (21 dias): o Fase folicular (estro): 4-7 dias- predomínio de estrógeno; o Fase luteal (diestro): 14-16 dias – predomínio de progesterona. Folículo Corpo lúteo • Particularidades: o Pico de E2 e LH longos; o Estro longo; o Aceita o macho durante toda a fase folicular e + uns 2 dias após ovular; o Ovulação dois dias antes do término do cio. • Estro pós gestação = cio do potro o 7-14 dias após o parto; o Retorno do crescimento folicular; o Folículo dominante é ovulado restabelecendo a ciclicidade; o Utiliza se o útero tiver em condições adequadas. ACOMPANHAMENTO REPRODUTIVO • Rufiação: trazer o macho para perto e ver se a égua ainda está aceitando. Avaliar também a atividade ovariana. • Palpação transretal: o Cérvix fechada: progesterona | Aberta: estrógeno; o Útero cíclico: estrógeno e progesterona | Anestro: fora da estação reprodutiva; o Tônus uterino: 1 (flácido, pouca consistência, estrógeno), 2 (intermediário) e 3 (tônico, rígido, progesterona ou gestação); o Ovários: tamanho e presença ou não de estruturas flutuantes ou firmes - mais difícil palpar. ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro • Ultrassonografia: CATEGORIAS • Potros • Éguas vazias • Éguas vazias com potro ao pé • Éguas gestantes • Éguas gestantes com potro ao pé • Doadoras: alto valor zootécnico, geralmente não emprenha – permite gerar mais embriões. • Receptoras: recebem os embriões das doadoras, menor valor zootécnico e com boa qualidade reprodutiva. • Matrizes: não são doadoras nem receptoras, gestação do próprio embrião. MANEJO REPRODUTIVO • Como produzir potros? o Monta natural: ✓ Colocar o garanhão junto a égua no cio - o mais natural; ✓ Vantagens: menor mão de obra, menor tecnificação; ✓ Desvantagens: necessário possuir o garanhão, baixo controle zootécnico, maior risco de acidentes, maior desgaste do garanhão, maior chance de transmissão de doenças, égua produz 1 potro por ano. ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro o Monta controlada: ✓ A égua é levada até o garanhão; ✓ A cauda da égua é enfaixada, amarra corda para evitar acidentes; ✓ Vantagens: menor tecnificação, bom controle zootécnico; ✓ Desvantagens: desgaste do garanhão, égua produz 1 potro por ano, necessário ter o garanhão ou transportar, maior chance de transmissão de doenças. o Inseminação artificial: ✓ Vantagens: excelente controle zootécnico, reduz acidentes na coleta, menor desgaste do garanhão, não precisa ter o garanhão, reduz barreiras geográficas, reduz custos, reduz acidentes de transporte, reduz transmissão de doenças, maior número de filhos do garanhão; ✓ Desvantagens: maior mão-de-obra, maior tecnificação, égua produz 1 potro por ano, dependência do envio de sêmen, investimento em equipamentos. Passa a pipeta na cérvix e deposita o sêmen no corpo do útero, se for fresco. Congelado: geralmente faz no ápice do corno uterino do mesmo lado da ovulação Sêmen fresco/refrigerado: controle folicular da égua - folículo de +- 35 mm e edema 3. Indutores de ovulação: HcG e deslorelina (GnRH) -> ovulação entre 36 a 48 horas. IA 24 hrs após a indução no corpo do útero (pré- ovulação). Sêmen congelado: também faz o controle folicular – folículo de +- 35mm e edema 3. Indutores de ovulação: HcG e deslorelina (GnRH). Após 30 horas de induzida palpar a cada 6 horas para detectar o momento da ovulação. Ovulação entre 36 e 48 horas -: inseminar até 8hrs pós ovulação (ponta do corno) o Transferência de embrião: ✓ Insemina, coleta o embrião e transfere para uma égua receptora que esteja em sincronia reprodutora - mesma fase do ciclo estral; ✓ Vantagens: excelente controle zootécnico, reduz acidentes na coleta, menor desgaste do garanhão, não é necessário possuir o garanhão nem a doadora, reduz barreiras geográficas, reduz custos, reduz acidentes de transporte, reduz transmissão de doenças, maior número de filhos do macho e da fêmea; ✓ Desvantagens: maior mão-de-obra, maior tecnificação, dependência do envio de sêmen, investimento em equipamentos; ✓ Preparar a doadora! ✓ Processamento do embrião; ✓ Inovulação na receptora. • Gestação: o 14 dias: diagnóstico; o 28 dias: batimento cardíaco; o 60 dias: solta em pasto. o Duração: ✓ 330 dias: equinos; ✓ 360 dias: asininos; ✓ 345 dias: muares ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro MANEJO REPRODUTIVO EM garanhões PARTICULARIDADES • Glândulas acessórias: ampola, vesícula seminal, próstata bilobada e bulbo-uretral. Todasse inserem na região dorsal da uretra pélvica. • Pênis musculo-cavernoso: se preenche com sangue quando há estimulo. SAZONALIDADE • Fotoperíodo positivo -> dias longos: 12 horas de luz. • Primavera e verão. • Influência da melatonina. • Eixo HHG: ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro PUBERDADE • Início da capacidade de liberar sptzs maduros. • Capacidade de fertilização. • Por volta de 12-18 meses, geralmente 60% do seu peso adulto. • Até a puberdade: mesmo piquete que fêmeas. • Fatores que influenciam: o Idade; o Genótipo: gênero – raça; o Fenótipo: peso, tamanho, composição corporal; o Ambiente: época de nascimento – disponibilidade de alimento; o Manejo: presença de fêmeas, densidade do grupo. COMPORTAMENTO • Garanhões: harém em vida livre. • Asininos: territoriais em vida livre; mais lento. • Comportamento sexual: libido 1. Quando aproxima de uma égua – vocalização, exposição pênis, inquietude, reflexo de Flehmen, mordiscar a fêmea; 2. Adução dos membros e introdução do pênis. Ao ejacular: começa a levantar e abaixar cauda, contrair a ampola retal, sapateia; 3. Desce da égua, relaxa o pênis e entra no modo dessensibilização – fica um tempo parado até um novo estímulo. • Condicionamento no manequim: trás uma égua no cio e deixa perto do manequim, quando tenta subir na égua desvia pro manequim e introduz na vagina artificial. Tem garanhão que nem precisa da égua. • Potro x garanhão: potros são mais lentos. MANEJO • Nutricional: o Sazonalidade altera a qualidade das pastagens; o Estação de monta = exigências de animais atletas (exercício moderado/intenso); o Quanto mais coberturas/coletas maior as exigências; o NRC preconiza garanhões que fazem 60-70 coberturas/mês; o Nutracêuticos. ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro • Instalação: não deixar confinado o tempo inteiro - baias com piquetes acoplados. Pelo menos ter piquete para soltar os garanhões de forma alternada. o Não ter éguas próximas ou ainda ter passagem de fio elétrico para evitar acidentes. • Esgotamento: limpeza da reserva espermática do epidídimo, retira os mais velhos – quando o garanhão fica parado, fora da estação reprodutiva. 60d : espermatogônia -> espermatozoide. Coleta seguida por uns 5 dias. • Monta natural: o Sistema extensivo; o Baixo controle zootécnico. • Monta assistida/controlada: o Controle folicular das éguas; o Importante rufiar a égua antes; o PSI. • Inseminação artificial: o Biotecnologias do sêmen equino; o Coletas dia sim dia não; o Sêmen fresco diluído; o Sêmen refrigerado; o Sêmen congelado. o Vantagens: otimiza aproveitamento do garanhão, reduz barreiras geográfica, reduz custos e acidentes, reduz transmissão de doenças, acelera o ganho genético, mercado de diluentes, sêmen, transporte e profissionais, uso de garanhões com incapacidade de realizar cobertura, controle microbiológico do sêmen. o Desvantagens: investimentos em equipamentos, maior tecnificação, estrições de associações, dependência do comércio e transporte. • Coleta de sêmen: o Convencional: éguas no cio, manequim e vagina artificial. ZOO415 – Equideocultura | Tatiane Castro ✓ Sêmen fresco diluído: coleta, dilui e avalia ✓ Sêmen refrigerado: ✓ Sêmen congelado:
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