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SANARFLIX - AVALIACAO GERIATRICA AMPLA

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SUMÁRIO
1. Introdução e Definição ............................................. 3
2. Equilíbrio, mobilidade e risco de quedas ........... 4
3. Função cognitiva e condições emocionais ....... 6
4. Capacidade funcional ............................................... 9
5. Estado nutricional e condições 
socioambientais .............................................................12
6. Polifarmácia e medicações inapropriadas ......14
7. Comorbidades e multimorbidade ......................15
8. Outros parâmetros e aplicabilidade ..................16
Referências Bibliográficas ........................................19
3AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
1. INTRODUÇÃO E 
DEFINIÇÃO
O avançar da idade aumenta de for-
ma significativa a multimorbidade e 
a incapacidade dos indivíduos. Cerca 
de 65% dos indivíduos entre 65 e 84 
anos e 82% dos idosos com 85 anos 
ou mais são portadores de multimor-
bidade (possuem duas ou mais doen-
ças crônicas). 
Esses idosos apresentam muita vul-
nerabilidade, seja por problemas 
cognitivos, funcionais ou psicosso-
ciais; suas doenças ou complicações 
se apresentam de forma atípica, o 
que dificulta e retarda o diagnós-
tico muitas vezes. Com isso, estão 
sujeitos à mais frequência de iatro-
genia, fragilização, internações e 
institucionalização. 
A Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) 
surgiu como forma de avaliar esses 
pacientes, incluindo diversos aspec-
tos da sua vida, como o físico (médi-
co), o mental, o social, o funcional e 
o ambiental. Para isso, são utilizados 
instrumentos capazes de identificar 
sinais de demência, delirium, depres-
são, fragilidade, déficits visuais e au-
ditivos, assim como perda do equilí-
brio e capacidade funcional. 
SE LIGA! Convém ressaltar que a AGA 
detecta as deficiências, incapacidades e 
desvantagens, mas é imprecisa, quando 
realizada isolada do exame clínico tradi-
cional, para diagnosticar o dano ou lesão 
responsável por elas.
Por isso, a AGA faz parte de um pro-
cesso diagnóstico multidimensio-
nal e interdisciplinar para identificar 
as necessidades do idoso e planejar 
o cuidado e a assistência. Sua utiliza-
ção é principalmente para os idosos 
frágeis e portadores de multimorbida-
des. Apesar disso, sua utilização não 
exclui a avaliação clínica tradicional, 
que é capaz de identificar distúrbios 
ou doenças que sejam responsáveis 
pela diminuição da capacidade ou li-
mitação das suas atividades.
FLUXOGRAMA – BENEFÍCIOS DA AGA
BENEFÍCIOS 
DA AGA
MELHORA A PRECISÃO DIAGNÓSTICA
DETECTA PROBLEMAS MÉDICOS 
INAPARENTES
AVALIA RISCOS NUTRICIONAIS
DEFINE PARÂMETROS DE 
ACOMPANHAMENTO
DEFINE CRITÉRIOS DE HOSPITALIZAÇÃO E 
INSTITUCIONALIZAÇÃO
IDENTIFICA DIMINUIÇÃO DE CAPACIDADE 
E LIMITAÇÕES
IDENTIFICA RISCO DE DECLÍNIO 
FUNCIONAL
IDENTIFICA RISCOS DE IATROGENIA
DIRECIONA PARA MODIFICAÇÕES E 
ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS
PREDITOR DE DESFECHOS 
DESFAVORÁVEIS – VALOR PROGNÓSTICO
4AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
Como instrumento de diagnóstico 
multidimensional, a AGA é estruturada 
para que possa haver um acompanha-
mento da evolução do paciente e para 
avaliar prognóstico. Avalia as 4 princi-
pais dimensões (capacidade funcio-
nal, condições médicas, funciona-
mento social e saúde mental) a partir 
dos seguintes parâmetros: equilíbrio, 
mobilidade e risco de quedas; função 
cognitiva; condições emocionais; de-
ficiências sensoriais; capacidade fun-
cional; estado e risco nutricional; con-
dições socioambientais; polifarmácia 
e medicações inapropriadas; comorbi-
dades e multimorbidade; e outros.
MAPA MENTAL – PARÂMETROS AVALIADO
Comorbidades e 
multimorbidade
PARÂMETROS 
AVALIADOS
Polifarmácia e 
medicações inapropriadas
Condições socioambientais
Função cognitiva
Condições emocionais
Deficiências sensoriais
Equilíbrio, mobilidade 
e risco de quedas
Estado e risco nutricional Capacidade funcional
2. EQUILÍBRIO, 
MOBILIDADE E RISCO DE 
QUEDAS
A avaliação da marcha e do equilíbrio 
são fundamentais para uma vida in-
dependentes. Por isso, são compo-
nentes essenciais da AGA, já que o 
envelhecimento causa importantes 
modificações no aparelho locomotor 
dos idosos. 
Durante o exame clínico, deve-se rea-
lizar um avaliação neurológica básica, 
com a pesquisa do sinal de Romberg: 
com o paciente em posição ereta, 
pés unidos e olhos fechados, avaliar 
se há oscilações corpóreas e risco de 
queda. 
• Teste de levantar e andar: avaliar 
o paciente levantando-se de uma 
cadeira, caminhando por 3 metros 
e voltando para o mesmo local, 
tornando a sentar-se. Com isso, se 
5AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
avalia o equilíbrio sentado, duran-
te a marcha e a transferência. Esse 
mesmo teste pode ser feito de for-
ma cronometrada, de forma a me-
dir o tempo de realização da tarefa. 
Sendo assim, pode-se interpretá-
-lo da seguinte forma:
◊ ≤ 10 segundos: independente, 
sem alterações;
◊ Entre 11 e 20 segundos: in-
dependente em transferên-
cias básicas; há baixo risco de 
quedas;
◊ ≥ 20 segundos: dependente 
em várias atividades de vida 
diária e na mobilidade; há alto 
risco de quedas. 
• Teste de equilíbrio e marcha: 
Nesse teste utiliza-se uma escala 
para avaliação de diversos critérios. 
Para avaliação do equilíbrio, verifi-
ca-se alguns aspectos, como: ne-
cessidade de uso dos braços para 
se levantar de uma cadeira; nú-
mero de tentativas de se levantar; 
estabilidade logo que se levanta; 
se mantém equilíbrio em pé; mo-
vimentos de 360° e de se sentar. 
Para avaliar a marcha, analisa-se 
se há hesitação no início; o compri-
mento, altura e continuidade dos 
passos; a direção; posição do tron-
co; e distância entre os tornozelos. 
Todos esses aspectos recebem 
uma pontuação, e quanto menor o 
escore final, maior o risco de que-
das para aquele paciente.
• Avaliação da sarcopenia: men-
suração da massa muscular, que 
pode ser feita por métodos an-
tropométricos, bioimpedância ou 
densitometria corporal total. O 
desempenho muscular é avaliado 
pela velocidade de marcha e pelo 
teste de levantar e andar crono-
metrado. A força muscular deve 
ser avaliada com a preensão pal-
mar. A avaliação mais sensível da 
massa muscular em idosos é feita 
pela circunferência da panturrilha 
(normal ≥ 31cm). 
Cada um desses parâmetros avalia-
dos tem suas particularidades e limi-
tações, por isso a aplicação conjunta 
de vários instrumentos avalia melhor 
o equilíbrio dos pacientes.
6AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
3. FUNÇÃO COGNITIVA E 
CONDIÇÕES EMOCIONAIS
Em relação à cognição, avalia-se a 
atenção, raciocínio, pensamento, me-
mória, juízo, abstração, linguagem e 
outros. Alterações nesses quesitos 
podem levar à perda de autonomia, 
com progressiva dependência do ido-
so. Os testes utilizados são simples, 
rápidos, reaplicáveis e que podem ser 
utilizados por toda a equipe interdis-
ciplinar. Com sua aplicação, podem 
ser identificadas as principais alte-
rações na saúde mental do idoso: os 
quadros demenciais e depressivos.
Miniexame do Estado Mental (mini-
mental): instrumento rápido e de fácil 
aplicação, em que se avalia os princi-
pais aspectos da função cognitiva.
MAPA MENTAL – AVALIAÇÃO DO EQUILÍBRIO E MARCHA
Força de preensão palmar
EQUILÍBRIO, 
MARCHA E 
RISCO DE 
QUEDAS
Teste do equilíbrio e marcha
Circunferência da panturrilha 
Avaliação de sarcopenia Teste de levantar e andar (cronometrado)
Escala
Normal ≥ 31cm
7AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
ASPECTO AVALIADO COMO AVALIAR PONTUAÇÃO
Orientação temporal 
(“qual é o...”?
Ano/ Mês/ Dia do mês/ Dia da semana/ Hora 5 pontos 
Orientação espacial 
(“onde estamos?”)
Local específico/ Local genérico/ Bairro ou rua próxima/ Cidade/ 
Estado
5 pontos
Memória imediata
Nomear 3 objetos e pedir para o paciente repetir: “Carro, vaso, 
tijolo”. (Se ele não conseguir, ensinar até aprender, no máximo 
até 6 vezes)
3 pontos
Atenção e cálculo
Pedir para o paciente diminuir 7 de 100 (5 vezes sucessivas). 
(Alternativa: soletrar a palavra “mundo” na ordem inversa”)
5 pontos
Memória de evocação Repetir os 3 objetos nomeados antes 3 pontos
Linguagem
Mostrar um relógioe uma caneta e pedir para nomear 2 pontos
Pedir para repetir: “Nem aqui, nem ali, nem lá” 1 ponto
Seguir o comando de 3 estágios: “Pegue este papel com a mão 
direita, dobre-o ao meio e coloque-o no chão”.
3 pontos
Ler e executar a ordem: “Feche os olhos” 1 ponto
Escrever uma frase 1 ponto
1 ponto
Teste do desenho do relógio: ava-
lia a execução, memória, habilidades, 
abstração e compreensão verbal, 
porém recomenda-se sua utilização 
apenas para aqueles pacientes com 
no mínimo 4 anos de estudo. Como 
fazer? Forneça ao paciente um papel 
em branco e um lápis ou caneta; so-
licite-o que desenhe um relógio com 
todos os números e ponteiros, mar-
cando 2:45h. 
Após a realização de todo o teste, sua 
interpretação (pontos de corte) varia 
conforme a escolaridade do pacien-
te. Ou seja: se o paciente não alcan-
çar a pontuação de corte, é uma for-
ma de alerta para a equipe de saúde 
investigar melhor o aspecto cognitivo.
 
Analfabetos 20 pontos
1 a 4 anos de estudo 25 pontos
5 a 8 anos de estudo 26 pontos
9 a 11 anos de estudo 28 pontos
> 11 anos de estudo 29 pontos
8AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
SAIBA MAIS! 
Muitos idosos têm alterações na cognição secundário a distúrbios do sono. Dentre estes, 
podemos ter: insônia; SAHOS (síndrome da hipopneia obstrutiva do sono); síndromes das 
pernas inquietas (desconforto nos MMII ao fim do dia que atrapalham o sono); distúrbios do 
sono REM (não muito comum, mas que contribui para o diagnóstico da demência de Levi); e 
distúrbios do ritmo circadiano.
que a depressão nesses pacientes 
não se apresentam de forma tão 
típica. 
• Escala de depressão geriátrica 
(GDS): utilizada para rastreio de 
quadros depressivos nos idosos, já 
PERGUNTAS SIM NÃO
1. Você está satisfeito com sua vida? 0 1
2. Você deixou muitos de seus interesses e atividades? 1 0
3. Você sente que sua vida está vazia? 1 0
4. Você se aborrece com frequência? 1 0
5. Você se sente se bom humor a maior parte do tempo? 0 1
6. Você tem medo que algum mal vá lhe acontecer? 1 0
7. Você se sente feliz a maior parte do tempo? 0 1
8. Você sente que sua situação não tem saída? 1 0
9. Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? 1 0
10. Você se sente com mais problemas de memória do que a maioria? 1 0
11. Você acha maravilhoso estar vivo? 0 1
12. Você se sente um inútil nas atuais circunstâncias? 1 0
13. Você se sente cheio de energia? 0 1
14. Você acha que sua situação é sem esperanças? 1 0
15. Você sente que a maioria das pessoas está melhor do que você? 1 0
Para interpretar a Escala de Depres-
são Geriátrica, deve-se considerar > 
5 pontos sugestiva de depressão. 
SE LIGA! A depressão nos idosos pode 
se apresentar com algumas particula-
ridades, como: diminuição da resposta 
emocional; diminuição do sono; perda 
de prazer em atividades habituais; rumi-
nações sobre o passado; perda de ener-
gia; perda de peso; sintomas psicóticos 
(alucinações, delírios); apatia; e sintomas 
somáticos importantes (poliqueixas)
9AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
4. CAPACIDADE 
FUNCIONAL
A capacidade funcional se refere à 
aptidão do idoso em realizar as tare-
fas da vida diária, como cuidar de si 
mesmo e ter uma vida independente, 
ou seja, é determinada pelo grau de 
autonomia e independência.
As Atividades Básicas da Vida Di-
ária (ABVD) estão relacionadas ao 
autocuidado, como tomar banho, se 
vestir, manter higiene adequada, se 
deslocar da cama para a cadeira, ter 
continência urinária/ fecal, ser capaz 
de se alimentar e andar.
Para analisar o grau de dependência 
do idoso, são coletadas informações 
com o próprio paciente e os cuidados/ 
familiares. As escalas mais utilizadas 
são a Escala de Katz e o Índice de 
Barthel.
• Escala de Katz: considera que a 
perda funcional segue uma ordem, 
em que primeiro se perde a capa-
cidade de se banhar, depois de se 
vestir, se transferir e se alimentar. 
FLUXOGRAMA – FUNÇÕES COGNITIVAS E CONDIÇÕES EMOCIONAIS
FUNÇÕES COGNITIVAS E 
CONDIÇÕES EMOCIONAIS – 
TESTES DE RASTREIO
MINIMENTAL DESENHO DO RELÓGIO ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA (GDS)
Considerar escolaridade 
diante da interpretação
> 5 pontos: 
sugestiva de depressão
10AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
1. Tomar banho
Não recebe ajuda (I)
Recebe ajuda para lavar apenas uma parte do corpo (I)
Recebe ajuda para lavar mais de uma parte do corpo ou não toma banho sozinho (D)
2. Vestir-se
Pega as roupas e se veste completamente sem ajuda (I)
Pega as roupa e se veste, mas não amarra os sapatos (I)
Recebe ajuda para pega as roupas ou se vestir (D)
3. Uso do vaso 
sanitário
Vai ao banheiro, se limpa e ajeita as roupas sem ajuda (I)
Recebe ajuda para ir ao banheiro, para se limpar ou para ajeitar as roupas (D)
Não vai ao banheiro para eliminação fisiológica (D)
4. Transferências
Deita-se e sai da cama, senta e levanta da cadeira sem ajuda (I)
Deita-se e sai da cama e/ou senta e levanta da cadeira com ajuda (D)
Não sai da cama (D)
5. Continência
Controla inteiramente a micção e evacuação (I)
Tem “acidentes” ocasionais (D)
Necessita de ajuda para manter o controle da micção e evacuação; usa cateter ou é 
incontinente (D)
6. Alimentação
Alimenta-se sem ajuda (I)
Alimenta-se sozinho, mas recebe ajuda para cortar carne ou passar manteiga no pão (I)
Recebe ajuda para se alimentar (D)
5 ou 10 pontos, a depender do grau 
de dependência. Ou seja, ao final da 
pontuação, o idoso pode apresentar 
dependência total (0 pontos) até in-
dependência máxima (100 pontos).
Além das atividades básicas, o ido-
so precisa executar atividades roti-
neiras do dia a dia para ter uma vida 
independente e ativa na comunida-
de. Essas atividades são as Ativida-
des Instrumentais da Vida Diária 
(AIVD), mais complexas e que in-
cluem arrumar a casa, telefonar, via-
jar, fazer compras, preparar alimen-
tos, controlar e tomar remédios, além 
de administrar seu dinheiro. A partir 
dessa análise, pode-se determinar se 
Independente significa “sem super-
visão, direção ou ajuda pessoal ati-
va”. Baseia-se no estado atual e não 
na capacidade para a realização das 
atividades. Considera-se que um pa-
ciente que se recusa a realizar uma 
função não realiza a mesma, embora 
se considere capaz. 
Índice de Barthel: outra escala muito 
utilizada, que avalia a independên-
cia funcional e a mobilidade. Leva em 
consideração 10 funções: banhar-se, 
vestir-se, prover higiene, usar vaso 
sanitário, se mover entre cama e ca-
deira, continências, alimentação, de-
ambulação e subir e descer escadas. 
Para cada uma dessas funções, o 
paciente receberá a pontuação de 0, 
11AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
o idoso tem condições ou não de vi-
ver sozinho, sem supervisão. 
Escala de Lawton: é uma das mais 
utilizadas para avaliar as AIVD, em 
que a pontuação máxima é 27 pontos 
(maior independência) e a mínima, 9 
pontos (maior dependência). 
SE LIGA! As deficiências sensoriais são 
comuns na população idosa e são moti-
vos de perda de qualidade de vida, por-
que tornam-se obstáculos para a reali-
zação de atividades diárias.
SAIBA MAIS! 
Atividades mais avançadas, como dirigir automóvel, praticar esportes, pintar e tocar instru-
mentos são específicas para cada indivíduo. Por serem influenciadas por fatores sociocultu-
rais e educacionais, são não incluídas na avaliação funcional do idoso. Ou seja, não são fun-
damentais para uma vida independente, apesar de contribuírem beneficamente para a saúde 
física e mental, melhorando a qualidade de vida.
EXEMPLO DE DOENÇAS E SUA INCAPACIDADE FUNCIONAL
DANO
Exemplos:
DEFICIÊNCIA INCAPACIDADE DESVANTAGEM
Doença
Anomalia ou perda 
na estrutura corporal, 
aparência ou função de 
um órgão ou sistema
Restrição ou 
perda de habilidades
Consequências sociais 
e comprometimento da 
qualidade de vida
Doença de Alzheimer Deficiência cognitiva
Diminuição da 
capacidade para 
as AIVD e ABVD
Dificuldades no 
relacionamento social 
e nas atividades 
econômicas
Trauma raquimedular Paraplegia
Dificuldade para 
deambular, manter 
continência
Dificuldades de 
locomoçãoe nas 
atividades de lazer e 
econômicas
12AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
5. ESTADO NUTRICIONAL 
E CONDIÇÕES 
SOCIOAMBIENTAIS
O estado nutricional é um aspecto 
importante na avaliação da condição 
de saúde, principalmente dos idosos. 
Suas restrições funcionais dificultam 
a ida às compras e à cozinhar, o que 
os deixam mais suscetíveis a quadros 
de desnutrição.
A Miniavaliação Nutricional (MAN) 
é o único instrumento validado para 
a avaliação nutricional dos idosos. 
Tem o objetivo de avaliar o risco de 
desnutrição, objetivando intervir, se 
necessário. Inclui a avaliação de 18 
itens, nos quais se consegue um es-
core máximo de 30 pontos. Pontua-
ções abaixo de 17 caracterizam des-
nutrição; entre 17 e 23,5, risco de 
desnutrição; e acima de 24, bom es-
tado nutricional. Alguns destes itens 
avaliados são: medidas antropomé-
tricas, informações dietéticas, estilo 
de vida, medicações e autopercepção 
sobre o estado de saúde.
A condição socioambiental dos 
idosos é um dos parâmetros mais 
complexos de serem quantificados. 
Devem ser avaliadas as relações e 
atividades sociais, além dos recursos 
de suporte disponíveis (social, fami-
liar, financeiro). O Apgar da família 
e dos amigos é um instrumento que 
pode ser utilizado, no qual o profis-
sional faz algumas perguntas sobre a 
relação do paciente com os familiares, 
como mostrado abaixo. Se o total do 
escore for <3, há acentuada disfunção 
nas relações familiares e de amizade; 
de 4 a 6 pontos, moderada disfunção; 
>6 pontos, disfunção leve ou ausente.
FLUXOGRAMA – CAPACIDADE FUNCIONAL
CAPACIDADE 
FUNCIONAL
ATIVIDADES BÁSICAS 
DA VIDA DIÁRIA (ABVD) trocar
Escala de Katz
ATIVIDADES INSTRUMENTAIS 
DA VIDA DIÁRIA (AIVD)
Índice de Barthel
Escala de Lawton
13AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
PERGUNTAS PONTUAÇÃO
Está satisfeito e pode contar com seus familiares/ amigos para resolver seus 
problemas?
0 – Raramente
1 – Ocasionalmente
2 – Frequentemente 
Está satisfeito com a forma com que seus familiares/ amigos conversam e 
compartilham os problemas com você?
0 – Raramente
1 – Ocasionalmente
2 – Frequentemente
Está satisfeito com a forma com que seus familiares/ amigos aceitam e 
apoiam suas vontades e decisões?
0 – Raramente
1 – Ocasionalmente
2 – Frequentemente
Está satisfeito com a forma com que seus familiares/ amigos expressam afei-
ção e respondem às suas emoções, como raiva, sentimento de culpa, medo, 
afeto?
0 – Raramente
1 – Ocasionalmente
2 – Frequentemente
Está satisfeito com a forma com que você e seus familiares/ amigos compar-
tilham o tempo juntos?
0 – Raramente
1 – Ocasionalmente
2 – Frequentemente
capacitado e treinado para sua tare-
fa, além de verificar como está a sua 
carga emocional. Cuidadores que não 
são capacitados/ treinados, ou que 
estão sob alto nível de estresse tra-
zem consequências negativas à saú-
de e qualidade de vida do idoso. 
As necessidades especiais devem 
ser avaliadas, objetivando uma adap-
tação do ambiente. Ou seja, sua re-
sidência deve ser adequada às suas 
limitações, para preservar (ou recu-
perar) sua independência e evitar 
quedas. Deve-se avaliar, ainda, se 
o cuidador (se formal ou informal) é 
FLUXOGRAMA – ESTADO NUTRICIONAL E CONDIÇÃO SOCIOAMBIENTAL
ESTADO 
NUTRICIONAL
MINIAVALIAÇÃO NUTRICIONAL (MAN)
Avalia risco de desnutrição
CONDIÇÃO 
SOCIOAMBIENTAL
Apgar da família e amigos
Identifica a disfunção nas 
relações familiares e de amizade
14AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
6. POLIFARMÁCIA 
E MEDICAÇÕES 
INAPROPRIADAS
Com o envelhecimento, há aumento 
da necessidade do uso de medica-
ções para controlar as várias doen-
ças crônicas coexistentes, o que con-
figura a multimorbidade. Esse uso 
de diversos medicamentos, apesar 
de muitas vezes necessário, coloca 
o idoso em maior risco para a ocor-
rência de eventos adversos, desde os 
mais simples até o óbito.
O uso de 5 ou mais drogas é consi-
derada uma polifarmácia, porque 
aumenta a probabilidade de desfe-
chos adversos importantes na assis-
tência geriátrica: fragilidade, incapa-
cidade, mortalidade e quedas. Por 
isso, durante a consulta com um ido-
so, deve-se questionar sobre quais 
medicações faz uso, sua posologia, há 
quanto tempo utiliza e qual o motivo.
Além disso, importante destacar que 
muitos pacientes utilizam medica-
mentos inapropriados, que não têm 
sua eficácia comprovada e cujo risco 
para as reação adversas excedem 
seu benefício. Esses medicamentos 
inapropriados devem ser identifica-
dos e, se possível, substituídos por 
outros melhor tolerados. 
O critério STOPP/START discute as 
prescrições potencialmente inapro-
priadas (STOPP) e aquelas potenciais 
omissões prescritórias (START). As 
omissões prescritórias são aquelas 
que podem causar danos se omitidas, 
mas que algumas vezes não são pres-
critas por medo dos efeitos adversos. 
FLUXOGRAMA – POLIFARMÁCIA E MEDI-
CAÇÕES INAPROPRIADAS
Mais risco 
X
menos benefício
POLIFARMÁCIA E 
MEDICAMENTOS 
INAPROPRIADOS
STOPP: prescrições inapropriadas
START: omissões prescritórias
Aumento de desfechos adversos
↑ Fragilidade, incapacidade, 
mortalidade e quedas
15AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
7. COMORBIDADES E 
MULTIMORBIDADE
Comorbidade se refere ao efeito 
combinado de doenças adicionais so-
bre uma condição principal apresen-
tada pelo paciente. Já a multimorbi-
dade é a ocorrência de duas ou mais 
doenças crônicas.
CONCEITO: Multimorbidade é a coexis-
tência, em um mesmo indivíduo, de duas 
ou mais doenças crônicas, sem relação 
de causa e efeito e sem que nenhuma 
delas possa ser considerada como pro-
blema principal.
Entender a multimorbidade dos pa-
cientes idosos é essencial, já que in-
fluenciam na expectativa de vida, na 
tolerância, nas intervenções diag-
nósticas e terapêuticas, no prognós-
tico funcional e na qualidade de vida. 
Dessa forma, índices de comorbida-
des devem fazer parte da avaliação, 
principalmente de pacientes hospi-
talizados, com condições agudas ou 
que venham a necessitar de interven-
ções mais invasivas (como a doença 
oncológica).
Figura 1. Número de doenças crônicas por grupos de idade. Fonte: Barnett K, Mercer SW, Norbury M et al. Epidemio-
logy of multimorbidity and implications for health care, research, and medical education: a cross-sectional study. The 
Lancet, 2013.
Um dos índices mais utilizados é o 
Índice de Comorbidade de Charl-
son (ICC), que abrange 19 condições 
que estão associadas à mortalidade. 
Essas condições recebem pesos es-
pecíficos, a depender dos riscos rela-
tivos de mortalidade para os idosos. 
16AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
PESO CONDIÇÃO
1
Infarto do miocárdio / Insuficiência cardíaca congestiva / Doença vascular periférica / Demência 
/ Doença cerebrovascular / Doença pulmonar crônica / Doença do tecido conjuntivo / Diabetes 
mellitus leve, sem complicação / Úlcera péptica
2
Hemiplegia / Doença renal moderada ou grave / Diabetes mellitus com complicação / Tumor / 
Leucemia / Linfoma
3 Doença do fígado moderada ou grave
4 Tumor maligno, metástase / AIDS
Comorbidade-Idade de Charlson 
(ICIC). Se 0 pontos, a mortalidade em 
1 ano é de 12%; se 1 ou 2 pontos, 
26% de mortalidade; se 3 ou 4 pon-
tos, 52%; e se ≥ 5 pontos, 85%.
Uma variação dessa escala acres-
centa um ponto para cada déca-
da acima dos 50 anos, somando 
ao escore obtido na escala original; 
essa variação é chamada de Índice 
COMORBIDADE X MULTIMORBIDADE
COMORBIDADE
Efeito combinado de doenças 
adicionais sobre uma condição principal
MULTIMORBIDADE
Ocorrência de duas ou 
mais doenças crônicas
X
8. OUTROS PARÂMETROS 
E APLICABILIDADE
A pesquisa da presença ou não de 
maus-tratos consiste em um desafio 
para a equipe de saúde, por diversas 
razões. Porém, é essencial que dian-
te da presença de qualquer sinal de 
maus-tratos os profissionais tenham 
uma atenção maior com o paciente 
para melhor investigação.
A estimativa do risco cardiovascular 
é outro parâmetro muito relevante, 
pela prevalência das doenças cardio-
vasculares na população idosa e por 
guiar o tratamento dessas doenças. 
Diversosestudos demonstraram que 
a AGA não tem um custo-benefí-
cio importante para todos os idosos: 
naqueles pacientes robustos e fun-
cionais, ela muda pouco a conduta 
dos profissionais. Por isso, diante de 
uma anamnese clínica tradicional, 
deve-se identificar os pacientes que 
17AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
se beneficiam da aplicação da AGA, 
como aqueles que: 
• Estão hospitalizados por doenças 
agudas;
• Sofreram trauma;
• Portadores de múltiplas doenças 
crônicas (multimorbidade);
• Fazem uso de 5 ou mais me-
dicamentos, principalmente os 
psicotrópicos;
• Moram sozinhos ou residem em 
instituições;
• Apresentaram 1 ou mais quedas;
• Muito idosos (≥ 80 anos);
• Diagnóstico recente ou tratamento 
de câncer;
• Necessitam de tratamentos inva-
sivos, cirurgias ou diálise;
• Perda de capacidade cognitiva e/
ou funcional. 
MAPA MENTAL - APLICABILIDADE
DIAGNÓSTICO 
OU TTO DE CÂNCER
QUANDO 
APLICAR 
A AGA?
≥ 80 ANOS
HISTÓRIA DE QUEDA
HOSPITALIZADOS
TRAUMA
MULTIMORBIDADE
MORAM SÓ OU 
INSTITUCIONALIZADOS POLIFARMÁCIA
TRATAMENTOS INVASIVOS PERDA DE COGNIÇÃO/ FUNCIONALIDADE
18AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
MAPA RESUMO – AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
Processo 
diagnóstico 
multidimen-
sional
Determinar 
as deficiências 
ou habilidades 
dos pontos de 
vista médico, 
psicossocial e 
funcional
Equilíbrio e 
mobilidade ABVD AIVD
Função 
cognitiva
Rastreio para 
depressão
Disponibili-
dade e 
adequação 
de suporte 
familiar e 
social
Condições 
ambientais
Lista de 
problemas
Estado 
funcionalObjetivoDefinição
Forma 
adequada 
de planejar 
intervenções 
visando a 
manutenção 
e recuperação 
da capacidade 
funcional
Saúde 
mental
Minimental
Desenho 
do relógio
Escala de 
depressão 
geriátrica 
(GDS)
Funciona-
mento social
Apgar familiar 
e de amigos
Condições 
médicas
Comorbidades
Gravidade 
das doenças
Inventário de 
medicamentos
Deficiências 
sensoriais
Avaliação 
nutricional
Avaliação Geriátrica Ampla
Escala de 
Barthel
Índice 
de Katz
Escala de 
Lawton
19AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Elizabete Viana de Freitas, Ligia Py. Tratado de geriatria e gerontologia. – 4ª ed. – Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Jeffrey B. Halter, Joseph G. Ouslander, Stephanie Studenski, Kevin P. High, Sanjay Asthana, 
et al. Hazzard’s Geriatric Medicine and Gerontology. 7th edition. Mc Graw- Hill Education, 
2017.
Elizabete Viana de Freitas, et al. Manual prático de geriatria. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan, 2017.
Brie a. Williams, et al. CURRENT geriatria: diagnóstico e tratamento. 2ª ed. Porto Alegre, 
AMGH, 2015.
Barnett K, Mercer SW, Norbury M et al. Epidemiology of multimorbidity and implications 
for health care, research, and medical education: a cross-sectional study. The Lancet, 
2013.
20AVALIAÇÃO GERIÁTRICA AMPLA

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