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Prótese Ocular Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Karen Lobianco de Moura Revisão Textual: Aline Gonçalves Materiais e Equipamentos para Confecção da Prótese Ocular Materiais e Equipamentos para Confecção da Prótese Ocular • Conhecer os materiais, equipamentos e as técnicas utilizadas na fabricação da prótese ocular (resina, tintas, pincéis, formas, muflas, motor chicote, prensa, lixas e outros). OBJETIVO DE APRENDIZADO • Metodologia; • Prótese Ilustrativa; • Prótese Real. UNIDADE Materiais e Equipamentos para Confecção da Prótese Ocular Metodologia Aqui, você conhecerá os materiais utilizados na fabricação de uma prótese ocular ilustrativa (construída em sala de aula) e de uma prótese ocular real, com materiais biocompatíveis com os tecidos oculares. Alguns autores relatam a importância de se esperar de quinze a vinte dias após a cirurgia para iniciar o tratamento protético; a cavidade pode sofrer diminuição, com redução dos fórnices. É importante observar a tonicidade das pálpebras, principal- mente da inferior, para que não haja problemas com a retenção da prótese. Na avaliação para a moldagem, o ocularista já deve fazer sua própria estimativa quanto a possíveis intercorrências, apresentando sempre as considerações anatômi- cas e fisiológicas. Varela e Cavalcante (1964) afirmam que o sucesso da prótese está na reprodução da íris, que deve ser o mais semelhante e natural possível, sendo ela quem apresenta a cor dos olhos; a ideia é que se tenha uma cópia fiel da íris do olho contralateral. Vale a pena ressaltar a importância de se medir o Diâmetro Horizontal Visível da Íris (DHVI), que varia de 11 mm a 14 mm, e de observar os detalhes que apresenta a íris do olho contralateral do paciente, para que a reprodução seja um sucesso. Na imagem do link a seguir, observa-se a íris do olho contra lateral do paciente para reproduzir com detalhes na prótese o mais fielmente possível. Disponível em: https://bit.ly/36lmFPs Prótese ilustrativa Corte da Íris Para a modelagem da íris, necessitamos de um cortador na medida da íris do pa- ciente, martelo e uma madeira para apoio, então cortamos a íris no papel canson e iniciamos o processo da haste que servirá de apoio para melhor manuseio na hora da pintura. O próximo passo é colar a íris na haste e anotar o nome do paciente. Íris pronta, vamos à pintura! As imagens apresentadas no link a seguir, apresentam materiais utiizados na confecção da íris no papel e a figura abaixo demonstra como moldar a íris no papel, disponível em: https://bit.ly/3leiiw1 8 https://bit.ly/36lmFPs 9 Materiais utilizados • Tesoura; • Papel canson; • Cortador de íris nos tamanhos 10,0, 11,0, 11,5, 12,0, 12,5, 13,0, 13,5 e 14,0; • Cartolina para apoio da íris; • Martelo; • Madeira para apoiar no corte da íris; • Cola. Pinturas da Íris Há duas técnicas para se pintar a íris, a primeira é a pintura no papel canson e a outra é a pintura no botão. Pintura no Papel Usando o pincel de n. 0,00 e a placa de vidro para depositar as tintas, iniciamos a pintura pela primeira demão de tinha branca nos dois lados do disco, a pintura é feita no sentido radial do centro para a periferia do disco, onde já começamos a caracteri- zar a íris; esperamos a secagem para então começar a coloração da íris, processo da mistura das tintas; com a íris pintada, iniciam-se os detalhes na zona média da íris, com as manchas, os borrões e, por fim, os halos, limbo e pupila. Obs.: em cada demão de pintura na íris, lavar o pincel para não borrar ou man- char o trabalho. A figura apresenta a pintura da íris no papel. Disponível em: https://bit.ly/32tOZ14 Materiais utilizados • Íris cortada no diâmetro correto; • Tinta guache de boa qualidade; • Pote dappen; • Pincel n. 000; • Placa de vidro. Pintura no Botão Usando o pincel de n. 0,00 e a placa de vidro para depositar as tintas, iniciamos as misturas das tintas para obtermos a cor desejada. Primeiro pinta-se a pupila na medida avaliada, e então se inicia a pintura em sentido radial, de dentro para fora, 9 https://bit.ly/32tOZ14 UNIDADE Materiais e Equipamentos para Confecção da Prótese Ocular não se esquecendo dos detalhes observados. No término da pintura é realizado aca- bamento, quando isolamos a pintura com cola adesiva instantânea e a resina acrílica. Obs.: nessa técnica não se acriliza a íris pois o botão já está acrilizado, mas deve- -se ao termino da pintura fazer o isolamento cm a cola instantânea e a resina acrílica. Pintura no botão, disponível em: https://bit.ly/3pbArgi A imagem no link a seguir, apresenta a calota (botão) já com a pintura realizada. Disponível em: https://bit.ly/3lhNb2v Materiais utilizados • Pote dappen; • Pincel n. 000; • Tinta acrílica (cores variadas); • Motor chicote; • Cola adesiva instantânea • Resina acrílica (Termo); • Placa de vidro para mistura das tintas; • Pote dappen. Acrilização da Íris Feita no Papel O processo de acrilização inicia-se com a pintura da íris pronta e com a secagem completa, utilizam-se as resinas acrílicas em pó e líquida, assim, com a mistura, tere- mos o processo de polimerização (reação química que provoca a combinação de um grande número de moléculas do(s) monômero(s) para formar uma macromolécula). Após a polimerização das resinas, manuseamos em movimentos circulares, com as palmas das mãos formando uma bolinha; em seguida, isolamos a forma de íris com o cel-lac, colocamos a bolinha na forma de íris, sobre a resina, a íris deve ficar com a pintura voltada para baixo; inserimos o plástico 10x10 sobre a íris e a placa de vidro sobre o plástico, com a finalidade de que, com a pressão exercida na placa de vidro, possa-se observar a centralização da íris. Com a centralização finalizada, fecha-se a forma da íris e coloca-se na prensa. Com o término do processo de cristalização, tira- -se a íris cristalizada da forma, lixa-se com lixa d’água até que esteja sem nenhuma imperfeição; depois, inicia-se o polimento com a pedra-pomes em água e a politriz. Já finalizando, corta-se o excesso da resina, deixando apenas um milímetro de resina ao redor da íris. O próximo passo é marcar a pupila com a mesma massa usada para a cristalização da íris, quando é feito um ponto com a massa no centro da pupila. 10 https://bit.ly/3pbArgi https://bit.ly/3lhNb2v 11 Figura 1 – Desgaste de um milímetro na periferia daacrilização da íris feita no papel com o motor chicote, para se iniciar o processo da esclera Fonte: Getty Images Materiais utilizados • Íris pintada; • Forma para íris; • Placa de vidro 5x5; • Plástico cortado 10x10; • Resina acrílica autopolimerizável incolor; • Resina Auto-TDV-líquido acrílico autopolimerizável; • Cel-lac isolante; • Pincel grosso para isolar a forma; • Motor chicote; • Broca de corte cruzado (maxicut); • Lixa d’água n. 450; • Pedra-pomes em pó; • Prensa; • Espátula; • Pote dappen; • Espátula n. 36. 11 UNIDADE Materiais e Equipamentos para Confecção da Prótese Ocular Confecção da Esclera As imagens apresentadas no link a seguir demonstram os materiais usados na confecção da esclera, disponível em: https://bit.ly/2UbuNwg Com a íris cristalizada e polida, inicia-se a produção da esclera, que também con- tamos com o mesmo processo de polimerização, porém usam-se as resinas acrílicas brancas e líquidas. Com a mistura das resinas finalizada, é repetido o processo de manuseio, no qual se faz a bolinha com as mãos, isola-se o mufla (forma trabalhada com gesso pedra para molde da esclera) com cel-lac; em seguida, coloca-se parte da mistura das resinas no mufla, centraliza-se a pupila com a marcação que já está no mufla, preenche-se o restante da massa, fecha-se o mufla com os lados exatos e leva-se à prensa. Em seguida, após o processo da esclera finalizado, com o motor chicote e a broca de corte cruzado, retirar o excesso da resina, mais ou menos um milímetro de massa; depois, lixa-se com lixa d’água para que sejam retiradas todas as imperfeições,só então é feito o polimento da esclera com a pedra-pomes, água e a politriz com o rebolo. Materiais utilizados • Íris cristalizada e com pupila marcada; • Resina acrílica autopolimerizável branca; • Resina Auto-TDV-líquido acrílico autopolimerizável; • Mufla (com molde em gesso); • Cel-lac (isolante); • Prensa; • Lixa d’água; • Motor chicote; • Broca de corte cruzado (maxcut); • Pedra-pomes; • Politriz; • Pote dappen; • Espátula 36. Caracterização da Esclera As imagens apresentadas no link a seguir demostram a caracterização da esclera esclera, disponível em: https://bit.ly/3lrqnxa 12 13 Para a caracterização da esclera, é necessário que ela esteja bem polida e uniforme. No próximo passo, colocamos a esclera apoiada na mufla utilizada no processo anterior para visualizar melhor a esclera. A partir daí, começa a caracterização; com a lã vermelha, puxam-se fios para caracterizar os vasos que são colados com a resina líquida. Esperamos a secagem para iniciar o processo de cristalização da prótese toda. Materiais utilizados • Lã vermelha/azul (se necessário); • Resina líquida auto; • Mufla (para apoiar a peça); • Pote dappen; • Pincel n. 000. Cristalização da Prótese Na cristalização da prótese, o processo é o mesmo da cristalização da íris, con- tamos com a polimerização da mistura das resinas em pó e líquida e o manuseio, fazendo a bolinha; isolamos a mufla com cel-lac, colocamos a peça na mufla, espa- lhamos a resina (bolinha), cobrindo a esclera, fechamos a mufla e levamos à prensa. Após a secagem, abrimos a mufla, retiramos a prótese, retiramos o excesso de re- sina, lixamos com lixa d’água e, por fim, fazemos o polimento com a pedra-pomes, água e politriz, e como acabamento polimos com pasta de dente branca. Materiais utilizados • Resina acrílica autopolimerizável incolor; • Resina Auto-TDV-líquido acrílico autopolimerizável; • Motor chicote; • Broca de corte cruzado (maxcut); • Pedra-pomes; • Pasta de dente branca (para polimento); • Mufla; • Cel-lac (isolante); • Pote dappen; • Espátula n. 36. Prótese Real A prótese fabricada para uso segue, basicamente, o mesmo passo a passo com as mudanças das resinas. Diferentemente da prótese ilustrativa, na qual se usam as resinas autopolimerizáveis com ação química rápida, sem precisar de cozimento, na 13 UNIDADE Materiais e Equipamentos para Confecção da Prótese Ocular prótese não ilustrativa usa-se a resina acrílica termopolimerizável, cujo processo é todo realizado em panela termopolimerizadora para cozimento ou panela normal por 40 minutos. Há, também, a necessidade de moldagem da cavidade orbitária com alginato e a moldagem na cera já com a íris, como primeira prova para se observar a movimen- tação e centralização da pupila. A prótese não ilustrativa leva algumas horas para ser construída, pois, além de ser um processo totalmente artesanal, requer atenção para as riquezas de detalhes que são característicos de cada paciente. Os procedimentos citados a seguir não são realizados na prótese ilustrativa por não serem para uso, e sim apenas para conhecimento dos alunos. Moldagem Para a moldagem, é necessária uma seringa de 20 ml, com um moldador na pon- ta feito com a resina acrílica e o alginato. Materiais utilizados na moldagem da prótese ocular. Disponível em: https://bit.ly/3eGhLQU A figura apresenta o processo de moldagem da prótese ocular com o alginato. Disponível em: https://bit.ly/3lfiH1c Materiais utilizados • Seringa de 20 ml; • Molde de acrílico; • Um copo com água (para colocar o alginato depois de moldado); • Graal de borracha para manipular o alginato. • Moldagem na cera – Materiais utilizados na confecção do molde em cera da prótese ocular. Disponível em: https://bit.ly/36noueZ • Primeira prova da moldagem em cera esculpida e com a íris. Disponível em: https://bit.ly/32r1wT1 Materiais utilizados • Cera escultura em bloco; • Gesso pedra tipo II; • Mufla; • Vaselina para isolar a mufla; • Espátula n. 7 para modelar a cera; 14 https://bit.ly/3eGhLQU https://bit.ly/3lfiH1c https://bit.ly/36noueZ https://bit.ly/32r1wT1 15 • Íris pintada; • Lã acrílica para a caracterização dos vasos. Os demais passos são os mesmos que os da prótese ilustrativa, como a pintura da íris, caracterização, esclera, cristalização, polimento e outros. 15 UNIDADE Materiais e Equipamentos para Confecção da Prótese Ocular Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Confecção da íris protética – PBMF FOP-UPE A organização dos materiais para a confecção da prótese, o preparo do paciente, o ambiente e todo o conjunto colaboram para a nova vida do paciente; nesse momento, inicia-se a nova fase. Na confecção de uma prótese ocular, todo o processo é importante, mas a íris é que apresenta a cor dos olhos, na qual a pintura deve ser o mais semelhante ao olho bom do paciente, deixando com o aspecto mais natural possível. https://youtu.be/d5g0V3RAs58 Fabricación de prótesis oculares pintando el iris O vídeo apresenta a pintura de íris no papel canson e a mistura de cores em seu passo a passo. https://youtu.be/dTDL9bpSIiQ Reabilitação protética ocular Esse vídeo irá complementar seus estudos, pois mostra o passo a passo da reabilitação protética. https://youtu.be/Fp2jeh8otwY Leitura Uso de íris digitalizada na reabilitação protética ocular https://bit.ly/34aXPC4 16 17 Referências FONSECA, E. P. da et al. Prótese ocular. São Paulo: Penameda Editorial, 1987. ________; RODE, R.; ROSA, M. P. Íris em prótese ocular. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent., v. 27, p. 360-368, nov./dez. 1973. MORONI, P. et al. Reabilitação buco-facial: cirurgia e prótese. São Paulo: Pena- meda, 1982. OLIVEIRA, E. K. A prótese ocular – implante de Cutler. Rev. Fac. Odont., Pelotas, v. 3, n. 5, p. 91-118, out. 1960. REZENDE, J. R. V. de. Fundamentos da prótese buco-maxilo-facial. São Paulo: Sarvier, 1997. ________; Prótese ocular. ln: REZENDE, J. R. V. et al. Prótese bucomaxilofacial. São Paulo: Sarvier, 1986. VARELA, A. G.; CAVALCANTI, A. Previsor morfo-crômico para íris protética. Rev. Dentistica., v.1/2, p. 53-5. [s.l.]: 1964. 17
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