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Paper - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS UMA METODOLOGIA DEMOCRÁTICA DE ENSINO

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1 Autores: Fernanda Albuquerque Gil, Janete Alves Xavier de Souza, Sonia Quintanilha, Ana Silvia Longen 
2 Tutor Externo: Valquíria Lima Tavares 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Licenciatura em Pedagogia – (PED4315/6) – Prática 
Interdisciplinar: Educação de Jovens e Adultos (PED103) – 12/10/2021 
 
 
 
 
 
Fernanda Albuquerque Gil¹ 
 Janete Alves Xavier de Souza¹ 
 Sonia Quintanilha¹ 
 Ana Silvia Longen¹ 
Valquiria de Lima Tavares² 
 
RESUMO 
 
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é um programa de ensino que compreende todos os níveis 
da Educação Básica do país. Essa modalidade é destinada a jovens, adultos e idosos que não 
concluíram seus estudos e para aqueles que não tiveram o acesso ao Ensino Fundamental ou 
Médio na idade apropriada. 
Este trabalho pretende trazer uma reflexão sobre os desafios e dificuldades que esse programa de 
ensino enfrenta em relação a contextualização histórica, econômica, e sóciocultural do público da 
EJA, além de apontar qual é o papel da escola, o dever do educador, como se faz importante a 
formação continuada do docente, oportunizar a inclusão digital e destacar a responsabilidade do 
governo em garantir uma educação democrática e menos excludente. A metodologia utilizada foi a 
pesquisa bibliográfica de caráter exploratório. Entre as principais conclusões pode-se apontar que 
para sanar as dificuldades encontradas na atuação docente, o profissional deverá fazer uma auto 
análise regular sobre a sua prática buscando meios de aperfeiçoá-la, em um processo constante de 
formação continuada. Só assim poderá atingir os objetivos da aprendizagem e da formação do 
aluno e possibilitar que o indivíduo jovem e adulto seja capaz de desenvolver habilidades e 
competências que lhe permita atuar com destreza nos âmbitos pessoal, social e profissional. 
 
Palavras-chave: Educação, Direito a Educação, Jovens, Adultos, Modalidade de Ensino, Inclusão 
Digital 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A Educação de Jovens e Adultos visa incluir as pessoas na sociedade, resgatando muitas 
vezes a autoestima perdida, dando a oportunidade a essas pessoas de se reinventarem através do 
conhecimento. Essa modalidade de ensino é rica de fundamentos em relação a vida em sociedade, 
pois ela abrange o processo de desenvolvimento humano, buscando sanar problemas provindos de 
seus educandos como problemas do próprio cotidiano, evasão escolar, analfabetismo dentre outros 
de maneira crítica e consciente de sua responsabilidade. 
O acesso à educação é fundamental para a atuação do indivíduo em sociedade de forma 
consciente, inclusiva e democrática e um direito assegurado a todos os cidadãos pela nossa lei 
Maior, a Constituição Brasileira de 1988, art. 208. 
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS UMA 
METODOLOGIA DEMOCRÁTICA DE ENSINO 
2 
 
 
 
Ao refletir sobre essa temática, pretendemos ressaltar que o EJA não é apenas um projeto 
para incluir estatísticas de indivíduos que abandonaram ou não frequentaram a escola regular. Mas 
sim apontar a modalidade como reparadora, equalizadora e qualificadora, proporcionando a jovens 
e adultos a integração inclusiva no ambiente escolar, oportunizando a esses indivíduos o 
prosseguimento dos estudos, inclusive a inserção no mundo digital através dos TICs o que irá 
favorecer no auxílio do processo de ensino-aprendizagem. 
A modalidade EJA compreende a Educação Básica dos anos iniciais e finais do Ensino 
Fundamental e Ensino Médio. Ela é marcada pela necessidade de inclusão de indivíduos no 
programa de alfaberização e escolarização com expectativas de inseri-los no mercado de trabalho, 
de forma que, o fator social é marcante e notório. No entanto, o EJA ainda traz consigo a marca de 
lutas, resistências e desmerecimento na sociedade, nos levando a pensar e analisar que oferecer a 
modalidade EJA nos dias de hoje requer um novo pensar acerca das políticas educacionais e das 
propostas de reinclusão desses educandos nas redes de educação pública do nosso país 
De forma que esse trabalho pretende contribuir para relevância do tema abordado, 
contextualizando a posição do educador no processo de ensino-aprendizagem em que o mesmo 
deve avaliar o aluno desde o primeiro momento, pela razão de ele não ser uma criança, pela sua 
interação com o mundo acontecer de modo mais dinâmico, pelas suas vivências, suas escolhas. 
Afinal, esse indivíduo já obtém uma trajetória escolar em sua memória seja a lembrança de uma 
exclusão, o sentimento de impotência e fracasso, a vergonha, a questão financeira e muitos outros 
fatores que são atribuídos como de sua responsabilidade. 
Qualquer processo de mudança é lento e gradativo, porém faz-se necessário avaliar a 
metodologia de ensino aplicada nessa modalidade. Afim de que sejam estudadas as didáticas 
pedagógicas, as metodologias de avaliação proporcionando aos educandos um ensino democrático e 
avaliativo com qualidade. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Quando falamos de Educação de Jovens e Adultos no Brasil parece ser algo inovador e 
contemporâneo, mas na verdade esse processo educativo traz consigo a própria história do povo 
brasileiro ainda remota do período colonial. Refletindo ainda nesse programa de questões como 
privilégios sociais, discriminação racial, discriminação a deficientes, exclusão social e daqueles 
esquecidos e excluídos dos processos de alfabetização. 
A EJA é evidenciada por uma trajetoria histórica marcada por seus aspectos sociais, 
políticos e culturais provindos de uma diversidade de ações e programas destinados à Educação 
Básica e, em particular, aos programas de alfabetização para o combate ao analfabetismo, como 
também o incentivo à profissionalização e a aprendizagem da leitura e escrita, como por exemplo 
3 
 
 
 
oportunizar que os jovens e os adultos possam exercer o seu direito de cidadania como o direito de 
votar. 
Anzorena e Benevenutti (2013, p. 36) apontam: 
 
O público da EJA são indivíduos jovens, adultos e idosos que por inúmeros motivos 
possuem a necessidade e a intenção de uma realização pessoal, levados as circunstâncias 
como ameaça do desemprego, sentir úteis e eficazes para ajudar os flhos nos estudos, 
buscam novas respostas para seus conflitos e dificuldades dentre outros fatores que os 
levam a tomar uma decisão que geralmente resulta á volta ao ambiente escolar. 
 
Ao longo dos anos houve uma forte batalha por parte de educadores e afins da educação 
com o intuito de exterminar com o analfabetismo, visto que muitos programas de ensino não se 
caracterizavam como escolarização. No entanto, foi após 1960 que a EJA realmente começou a 
afigurar-se e se constituir como política educacional no Brasil. 
Foram criadas políticas públicas de educação para esse público com base em projetos e 
campanhas de alfabetização previstas em Constituição e juridicamente amparadas em uma série de 
documentos. De maneira que a legislação da EJA (como é conhecida a Educação de Jovens e 
Adultos) tem como referências os seguintes documentos: 
 
a) A Constituição do Brasil de l988 garantiu aos jovens e adultos o Direito Público 
Subjetivo ao Ensino Fundamental Público e Gratuito. 
b) A nova Lei de Diretrizes e Bases, nº 9394/96, que destaca a integração da EJA à 
Educação Básica - observada a sua especificidade. Garantiu a flexibilidade da organização do 
ensino básico, inclusive a aceleração de estudos e a avaliação de aprendizagens extra escolares entre 
outra estabeleceu as idades de 14 e 17 anos para o ensino fundamental e médio, além disso, 
diminuiu as idades mínimas dos participantes dos Exames Supletivos(15 anos para o Ensino 
Fundamental e l8 anos para o Ensino Médio. 
c) O Parecer 11/2000 e a Resolução 01/2000 - ambos do Conselho Nacional de Educação, 
instrumentos que apresentam o novo paradigma da EJA e sugerem: extinguir o uso da expressão 
supletivo; restabelecer o limite etário para o ingresso na EJA (14 anos para o Ensino Fundamental e 
l7 anos para o Ensino Médio); atribuir à EJA as funções: reparadora, equalizadora e qualificadora; 
promover a formação dos docentes e 17 contextualizar currículos e metodologias, obedecendo os 
princípios da Proporção, Equidade e Diferença; as Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação e Jovens e Adultos. 
 
A Educação de Jovens e Adultos expressa a concepção de um resgate de uma dívida social 
de herança colonial de modo que ela trouxe condições viáveis de proporcionar a sociedade, mesmo 
que de forma adulta, a oportunidade de retornar a escola, recuperar as séries perdidas, possibilitando 
4 
 
 
 
aos sujeitos alternativas para ingressão a modalidade, objetivando não apenas alfabetizar, mas 
promover o desenvolvimento do indivíduo, sua inclusão na sociedade e, cultura aqueles que por 
problemas econômicos não obtiveram. 
 
“Pode-se considerar que o perfil dos alunos da EJA é fruto da desigualdade social, da 
situação de pobreza que vive a maioria da população e também pelo despreparo da escola 
para trabalhar com esse público que carrega consigo uma bagagem enorme de experiências 
de vida.” (MOURA, 2008, p. 145) 
 
Nesse sentido, podemos dizer que conhecer a história de vida dos indivíduos que 
frequentam a EJA é um fator relevante para se formar ideias e ocasionar reflexões sobre o estilo de 
vida desses indivíduos, o que os levou a evasão escolar, ou qual foi o motivo que os levou a não 
ingressarem em uma instituiçao de ensino quando crianças. 
Pois na maioria dos casos, os indivíduos que ingressam nessa modalidade pertencem a uma 
classe social humilde de situação, começaram a trabalhar precocemente, muitos tem falta de 
motivação, ocorrem muitas gravidez durante a adolescência, falhas na aprendizagem, reprovações, 
enfim, uma pluralidade de fatores. 
Diante do exposto, fica notória a necessidade de se compreender que o acesso a educação é 
fundamental para os indivíduos desprovidos desse direito. Portanto o Educador deve estar 
preparado para ser o mediador e oportunizar a integração inclusiva desses sujeitos, promovendo a 
emancipação e tornando-os seres pensantes, críticos e capazes de competir por igual perante a 
sociedade. 
Outro fator primordial, relevante e eficaz nesse processo de educação é a avalição, porque 
ela permite o acompanhamento na evolução da aprendizagem. Segundo Anzorena e Benevenutti 
(2013, p .177) a avaliação: “É o ponto de partida e o ponto de chegada no ato de ensinar e 
aprender”. 
Na EJA é imprescindível que ocorra avaliação constante, pois a metodologia de ensino é 
mais resumida. É um processo contínuo e programado realizado durante todo o acompanhamento 
do aluno. Quando bem avaliado e executado, este processo proporciona ao educador corrigir falhas 
no processo de aprendizagem do aluno, permite perceber o que precisa ser mudado para aperfeiçoar 
a trajetória. Mas para que seja eficaz o ensino no processo avaliativo faz-se necessário o uso da 
avaliação diagnóstica, abrindo um leque de possibilidades de o Educador remanejar suas 
metodologias adotadas, afim de oportunizar o avanço de aprendizagem de seu educando. 
Portanto a especialidade da EJA propõe práticas pedagógicas contextualizadas que sejam 
siginificativas para o seu púbico, fortalecendo os vínculos dos sujeitos com o espaço escolar e 
propiciando uma relação de professor e aluno afetiva fazendo com que o cotidiano do ambiente 
escolar traga contribuições significativas para a transformação social desses seres, com base em 
5 
 
 
 
ações comprometidas com práticas participativas, que envolvam os alunos. “É preciso aventurar-se 
em ações que busquem a superação da fragmentação do conhecimento escolarizado, “é preciso 
ousar para jamais dicotomizar o cognitivo do emocional” (Freire, 1993, p. 10). 
O educador Paulo Freire, responsável por uma prática pedagógica libertadora, a qual foi 
provedora da construção do saber, de uma forma mais acessível, especialmente no processo de 
alfabetização e na Educação de Jovens e Adultos sempre foi contra a concepção de educação 
conservadora, pois essa a seu ver tem como pretensão “acomodar” os alunos. A riqueza da 
concepção freireana de educação está contida na afirmação de que os humanos educam-se em 
comunhão mediados por determinado objeto de conhecimento, particularmente, a realidade vivida: 
“Ninguém educa ninguém, como tão pouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em 
comunhão, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1983a, p. 79). Posto isto, é preciso que as 
instituições escolares tenham uma nova visão de que a funcionalidade delas não seja apenas de 
escolarizar, mas também de proporcionar uma educação para jovens e adultos além da mediação de 
conteúdos. 
A escola como uma instituição social, não pode se isolar, porque ela faz parte da 
sociedade, assim como a sociedade adentra na escola, consequentemente questões cotidianas que 
envolvam inclusão, cidadania e política, todas estão interligadas ao contexto educacional e a escola 
não pode ser omissa em relação a isso. 
Contudo, a escola deve ter a capacidade de relacionar os conteúdos das disciplinas 
ministradas com a vivência e necessidades básicas de seus educandos, promovendo os valores do 
saber através da aquisição do conhecimento estudado e produzido, propiciando aos educandos um 
anseio de mudança e uma real emancipação. 
Durante todo o seu legado na educação, Paulo Freire argumentou em seus estudos, 
discursos e publicações sobre a superação da realidade injusta que se encontra a maioria dos 
brasileiros. Ele evidenciava a problemática que assola até nos tempos atuais que é a exclusão social. 
Essa infeliz realidade que ainda transcorre perpetuando de gerações em gerações. 
Quando analisamos o perfil de alunos que frequentam o EJA, é evidenciado que a maioria 
são sujeitos provindos da classe social baixa com o histórico de que em um determinando momento 
e por algum motivo foram levados ou obrigados a interromper os estudos. Tais fatos levantam no 
âmbito educacional, no caso a escola, a reflexão de que ela deve ter a obrigação em reconhecer e 
saber lidar com as disparidades dos sujeitos, buscando a construção desse perfil que infelizmente 
passa de pais pra filhos. Visto que essa evasão escolar trás consigo a negação de vários outros 
saberes e oportunidades, sendo que esses fatores começam muitos anos antes do ingresso a uma sala 
de aula da EJA. 
 Segundo Gentili (1997, p. 11): 
6 
 
 
 
 
“Crianças vindas de famílias pobres são, em geral, as que tem menos êxito se avaliadas 
através dos procedimentos convencionais de medida e as mais difíceis de serem ensinadas 
através dos métodos tradicionais. Elas são as que tem menos poder na escola, são as 
menos capazes de fazer valer suas reinvindicações ou de insistir para que suas 
necessidades sejam satisfeitas, mas não, por outro lado, as que mais dependem da escola 
para obter sua educação” 
 
 Em vista desta realidade e conscientes dessa problemática de superação e busca do 
conhecimento procuramos entender até que ponto a metodologia, a prática pedagógica e o currículo 
escolar contribuem para o enfrentamento desses problemas sociais, pois afinal o sujeito da EJA, de 
modo geral, não foi apenas excluído do direito à educação, mas também seu acesso foi negado a 
outros direitos como a saúde, a moradia, ao trabalho, a assistência social e ao lazer. 
O Educador deve ter um olhar sensível à realidade do educando, estar sempre atento as 
suas fragilidades e as respectivas superações. De forma que, é relevante mais uma vez frisarmos a 
importância da qualidadeda formação do educador da EJA. 
 Sendo imprescindível que o docente dessa modalidade esteja qualificado de maneira 
específica, para atuar nessa modalidade, uma vez que, a mesma possui características diferentes da 
educação infantil, pois na maioria dos casos, os professores que se propõem ou se impõem 
alfabetizar, não são qualificados para essa modalidade, na sua sua maioria, são docentes 
improvisados. 
Segundo Freire (2005, p.14) "aprender criticamente é possível. Tal afirmação nos leva 
entender que a educação precisa de educadores criadores, instigadores, inquietos, curiosos, 
humildes e persistentes", ele está se referindo ao modo como o educador deve se por diante da sua 
prática, sendo um pesquisador contínuo, sempre buscando informações novas para fomentar os 
alunos, ter postura ética e não desistir diante das dificuldades que possam aparecer. 
A função social das instituições escolares é de ensinar, mas esse ato de ensinar deve ser no 
sentido de auxiliar os educandos a se desenvolverem, tanto na sua forma de refletir sobre o mundo, 
quanto de fazê-los questionar sobre a realidade a qual estão inseridos. Vivemos em um mundo 
moderno em que a era digital faz parte do nosso cotidiano. A tecnologia surgiu como algo inovador 
e transformador, pois ela quebrou as barreiras da comunicação, permitindo que de maneira 
acelerada que as informações processadas sejam compartilhadas em tempo real por meio das mídias 
digitais ou outros meios, gerando assim transformações na vida social, e econômica dos sujeitos. 
A Lei de nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, foi criada para atender o direito a a essa 
necessidade tecnológica. Nela foram estabelecidas propostas e diretrizes para a ampliação da 
educação profissional no Brasil e melhor preparação para o trabalho. No entanto, sentiu-se à 
necessidade da elaboração de uma proposta de educação tecnológica nas escolas. Para suprir esse 
défict foi criado o decreto nº 6.300, de dezembro de 2007, em que deliberou o Programa Nacional 
7 
 
 
 
de Tecnologia Educacional (PROINFO) com o intuito de contribuir para a inclusão digital por meio 
da ampliação do acesso a computadores, a rede de internet e outras tecnologias digitais, 
beneficiando a comunidade escolar e a população próxima da escola. 
No entanto, o estudo das TICs com os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é 
um tema ainda que não conquistou um olhar, e tem sido pouquíssimo estudado, por isso destacamos 
a importância de novas pesquisas a serem desenvolvidas nessa temática. Pois pela lógica a 
utilização dos (TICs) na Educação de Jovens e Adultos, deveriam expandir as oportunidades aos 
sujeitos de acesso ao conhecimento, à cultura, ao lazer, a cidadania e principalmente a autonomia, 
que ainda é o maior desafio enfrentado em todos os níveis de ensino. Porém, as tecnologias 
implantadas nas escolas não estão suprindo os objetivos estabelecidos pelas leis, documentos e 
decretos relacionados à Educação, deixando a desejar quanto a contribuição na formação de 
qualidade desses sujeitos. 
Segundo Mayor, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a 
Ciência e a Cultura (CONFINTEA, 1997, p. 17): 
 
[...] A revolução das tecnologias da informação, carregada de consequências para todas as 
atividades humanas, apresenta um duplo desafio: o modo como fazer para que todos 
tenham acesso à tecnologia e como se pode utilizar a tecnologia para fins educacionais. 
 
As instituições Escolares devem estar prepraradas para a adaptação do uso de recursos 
tecnológicos no ambiente escolar, ao definir de maneira bem clara a utilização desses meios no 
Projeto Político Pedagógico e na Proposta Pedagógica. Deverão ser elaborados planejamentos 
específicos que visem objetivos direcionados ao perfil dos educandos da EJA, afim de que os 
laboratórios de informática e outros recursos possam ser utilizados pelos os alunos de todos os 
níveis e idades, propiciando a todos uma educação democrática inclusiva contemplada pela 
tecnologia. 
 
“Há a necessidade de muito investimento em capacitação especifica, para que usuários 
potenciais possam se familiarizar com os dispositivos digitais. Capacitação não é bem que 
pode ser adquirido de imediato, mesmo com altos investimentosfinanceiros. Há necessidade 
de tempo para a assimilação da informação e geração deconhecimento” (CARVALHO, 
2012, p. 04). 
 
Ao nos referirmos sobre a utiização das TICs na EJA, é possível apontar diversas barreiras 
dentre elas: a formação e a especialização do profissional da educação pelo fato de que muitos dos 
professores que atuam não tem conhecimento prévio sobre como utilizar as ferramentas 
tecnológicas a favor de sua prática pedagógica como objeto facilitador da aprendizagem; Outra 
questão fundamental na EJA é o olhar tradicional que muitos educadores possuem, criando 
resistência a tudo que for inovador. Isso se dá porque muitos pensam que só porque essa 
modalidade de ensino envolve um público de alunos adultos, ou pessoas da terceira idade, não há 
8 
 
 
 
necessidade de utilizar os recursos tecnológicos em sala de aula, basta focar somente no lema 
“educação é alfabetizar ou ensinar o básico para conseguir o diploma”. E, por fim outra questão que 
requer discussão é fazer valer o dever do governo, através de Leis e Diretrizes asseguradas a essa 
modalidade de ensino, ao repensar e promover melhorias na qualidade de ensino-aprendizagem do 
EJA tanto nos aspectos estruturais como nos aspectos didáticos metodológicos, na busca de uma 
educação que atenda as necessidades dessa sociedade hoje informatizada. 
 
 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
 
 Para a elaboração do trabalho, foram dois meses a cerca do tema, analisando e 
explorando todos os dados coletados de diferentes fontes bibliográficas como artigos, resumos, 
revistas, reflexões de autores, afim de um melhor embasamento á respeito da temática/problemática 
deste estudo. 
E, para agregar conhecimentos também utilizamos o tradicional método de entrevista de 
maneira remota, em que a pedagoga Fabricia Cristina Brito Santana, com especialização em 
interdisciplinaridade e experiência de 17 anos na Educação disponibilizou do seu tempo para uma 
entrevista via whastapp, no qual a docente durante a entrevista relatou a sua vivência e experiência 
nessa modalidade Suas expectativas, anseios, desafios, sua relação com os alunos, sua prática 
pedagógica, seus princípios, as dificuldades encontradas no cotidiano escolar, as histórias de 
vivênciadas com seus alunos, enfim um momento único de um educadora experiente. 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Por meio do material apurado foi possível fazer uma reanálise do sistema de escolarização 
da EJA, enfatizando que a Educação de Jovens e Adultos é um direito assegurado por Lei e não 
pode ser visto como Filantropia. 
A entrevista concedida pela pedagoga Fabricia Cristina Brito Santana, ao relatar sua prática 
e vivências como professora do EJA, serviu com o ferramenta para diagnosticar os anseios, 
dificuldades e as conquistas no cotidiano da sala de aula da EJA e constatar que a sensibilidade é 
um fator muito importante para o trabalho docente. 
Durante a elaboração do trabalho, deparamo-nos com muitos relatos de docentes que atuam 
nessa modalidade e percebemos que mesmo com todas as técnicas e teorias, a relação humana e a 
interlocução entre professores e alunos produzem conhecimentos e aprendizagens que marcam 
esses sujeitos. Por isso é essencial que ocorram ações pedagógicas eficientes para que os sujeitos 
9 
 
 
 
dessa modalidade sejam inseridos na sociedade, usufruam das novas tecnologias, obtenham 
qualificação necessária para o mercado de trabalho e que diminuam o alto índice de analfabetismo. 
É relevante ter uma visão mais detalhada sobre essa modalidade para entendermos o quanto 
ela se faz fundamental na vida de muitas pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar, pois 
devemosnos conscientizar que existe baixa autoestima, pouca condições de vida, pessoas que não 
possuem cultura, ou que precisarão trabalhar cedo, ou por algum outro motivo não tiveram acesso à 
escola durante a idade própria, e desse modo merecem inclusão, respeito, acolhimento da sociedade, 
para que as motivem se tornar um cidadão alfabetizado e desenvolvido no meio da sociedade 
Como também faz-se necessário lutar pelo cumprimento dos direitos assegurados pela 
modalidade na Constituição e na LDB, pois atualmente as ações políticas feitas pelo estado em 
função a EJA ainda não estão sendo eficientes, ainda há muito a fazer por esses alunos, tanto na 
capacitação dos professores, quanto em uma sala de aula adequada, é preciso investimento, pois só 
mudaram os livros didáticos. Ainda ocorre em muitas instituições a ausência de verba para a 
compra de materiais e demais recursos. Ainda há salas de aula limitadas ao livro e o giz para a 
lousa em que o aluno obrigasse a comprar o seu material com seus próprios recursos. 
A pesquisa desenvolvida evidenciou a relação do educador com o educando, a afetividade 
do docente, a contextualização histórica, econômica e sócio cultural dos alunos, de modo que 
registramos aqui algumas respostas do questionário elaborado afim de demonstrar como foi de 
grande valia para o nosso saber e aprendizado. 
1) Qual o seu nome? Fabricia Cristina Brito Santana 
2) Voce leciona a quanto tempo? 17 anos 
3) Qual a sua formação? Pedagogia com especialização em interdisciplinaridade 
4) Para você, o que é ser professor da EJA? É apresentar aos adultos a possibilidade de voltar a 
sonhar 
5) Por que você optou por trabalhar na EJA? Porque eu acredito que todos precisam ter acesso a 
educação e de qualidade. 
6) Como é a experiência de trabalhar na EJA? É sensacional. Já dizia um provérbio africano "a 
educação não está apenas nos livros". Meus alunos são muito sábios. Tem a experiência da 
vida. E isso é lindo demais. Aprendo muito com eles. 
10 
 
 
 
7) Quais eram as suas expectativas, anseios, ou medo antes de atuar como professor (a) da EJA? 
Antes de começar eu acreditava que os adultos teriam a mesma rapidez que uma criança 
aprende. Eles precisam de um tempo maior para absorver o que é ensinado. Também tinha 
medo de não conseguir transmitir meus conhecidos a eles. Mas deu tudo certo. 
8) Como é a sua relação com os alunos? Sou contadora de histórias e adoro ouvir histórias. 
Então contamos muitas histórias e damos muitas risadas. Isso faz com que tenhamos mais 
cumplicidade. Somos uma turma feliz. 
9) No cotidiano escolar muitos são os desafios enfrentados pelos alunos da EJA gerando motivos 
que estimulam o impedimento do aprendizado, como exemplo, a diversidade cultural, a diferença de 
idades entre os alunos, as dificuldades de estabelecerem boas relações, a superação do 
analfabetismo digital, o cansaço, pouco tempo para dedicação aos estudos... 
De modo que, que estratégia de ensino você usa para tornar suas aulas mais dinâmicas e atender a 
diversidade cultural e de idade dos alunos? De onde você parte para iniciar um novo conhecimento? 
Sempre parto da história e da vivência que eles tem da vida. Comparamos as ideias trazidas 
de gerações diferentes. A maioria dos meus alunos tem mais de 40 anos. Tenho apenas um que 
tem 26 anos. Ele dá sua opinião e se diverte com as histórias dos mais velhos. Ajuda nas 
atividades onde utizamos o celular como pesquisa e procura ter paciência com os colegas. 
10) Como você articula a teoria e a prática? Com jogos, exemplos do dia a dia. Tento trazer tudo 
para o mais próximo deles possível. Utilizo linguagem simples. 
11) A urgência da inclusão social na maioria das vezes recai sobre trabalhadores que, assistidos pela 
EJA, dispõem de pouca ou nenhuma qualificação profissional. Logo, a função do Estado é 
contemplar uma implantação de políticas públicas educacionais favoráveis a inclusão, oferecendo 
um ensino com qualidade a clientela, com oportunidades de acesso ao mercado de trabalho, 
norteada por uma proposta de ensino estruturada na realidade vivencial, oferecendo uma formação 
contínua aos docentes em reflexão das práticas estereotipadas ainda existentes nos recintos 
escolares. Nesse sentido voce poderia nos dizer qual o apoio a instituição 
Que voce leciona recebe dos órgãos públicos em relação ao trabalho com a EJA? Trabalho em 
uma empresa privada, mas a educação de jovens e adultos é uma atividade gratuita. A 
prefeitura faz uma parceria com a instituição disponibilizando um ônibus para levar os 
alunos até a instituição. O ônibus faz uma rota comprida, passando em diversos bairros. O 
11 
 
 
 
que facilita ao estudante no deslocamento, já que nossa sede fica num bairro afastado do 
centro. 
12) Atuar na docência em EJA exige do professor uma formação fundamentada em princípios 
teóricos relacionados a prática, ancorado em relações entre o conteúdo curricular e o aprendiz. 
Portanto, voce como educadora, partindo de seus princípios, se você pudesse mudar alguma coisa 
hoje na educação, o que você mudaria? Mudaria essa exigência de que precisamos aprender 
para passar em um concurso ou prestar um vestibular. Precisamos aprender para nos 
conhecemos melhor. Para tornarmos pessoas melhoras com anseios e sonhos. Não precisamos 
aprender para bater uma meta. 
5. CONCLUSÃO 
O estudo deste trabalho apontou a importância que a Educação de Jovens e Adultos tem no 
processo de desenvolvimento humano. E isso está denotado nas três funções atribuídas a ela: 
equalizadora, reparadora e qualificadora. 
Como função equalizadora ela oferta ao sujeito a oportunidade do reingresso no ambiente 
escolar. Já na reparadora ela inclui todos os marginalizados do processo escolar formal e como 
qualificadora ela oportuniza aos sujeitos a aquisição do conhecimento e qualificação profissional. 
Portanto, a EJA não só alfabetiza, mas transforma vidas, ela melhora a autoestima do 
sujeito, promove melhorias no processo de aprendizagem, que permitem aos alunos qualidade de 
vida e oportuniza a inclusão social de forma ativa, onde o empoderamento do conhecimento torna- 
os cidadãos mais críticos. 
A EJA é uma prática escolar e social que envolve estudantes, professores, coordenadores 
de escola e gestores públicos. Como se trata de um público “desconhecido” dos cursos de 
licenciaturas, há a necessidade de uma preparação mínima para se trabalhar na EJA. Cada vez mais 
os desafios colocados pela EJA requerem essa preparação, pois não é possível mais conviver com a 
improvisação, isto é, sua prática exige ações mais permanentes. É preciso superar o voluntarismo, 
incentivando a formação e uma melhor preparação do educador de jovens e adultos. 
Com todas as dificuldades que são inerentes à educação no país, é possível obter sucesso 
nessa modalidade de educação, desde que os passos que são sublinhados nesse estudo e em tantos 
outros semelhantes, sejam seguidos. Por fim, entende-se que educação não é coisa de uma pessoa 
só. Ela se faz em conjunto. Só há educação quando o sentido da comunhão está bastante claro para 
todas as pessoas envolvidas. É nesse contexto que se pensa em uma Educação de Jovens e Adultos 
que, feita em parceria com todos os agentes da sociedade, contribua para aumentar a autoestima das 
pessoas, diminuir o preconceito e a exclusão e, sobretudo, acolher a diversidade. 
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