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Psicologia e Gestão de Pessoas II Localizando a discussão Eixo 1 - Sobre a inter relação entre trabalho, organizações e carreiras Introdução - Os conceitos de trabalho e de carreira sofrem uma transformação histórica – o que significa que: ● não lidamos com conceito estático; ● a carreira é diretamente afetada pelo ambiente ● As mudanças sociais, econômicas e históricas impactam no desenvolvimento de carreira indivíduos. (MAGALHÃES; BENDASSOLLI, 2013) Carreiras – história As bases clássicas da noção de carreira, ou da gestão de carreiras, datam do final do século XIX (Dutra, 2012). Nasce de uma sociedade fincada em um modelo industrial, ligada a Escola de Administração Científica, dentro de um modelo econômico capitalista e liberal (Chanlat, 1995). A administração das carreiras, trouxe a ideia de mobilidade social a partir do esforço individual, mas tal possibilidade de ascensão social e profissional e compreensão de méritos, ficava a cargo das empresas, cabendo aos trabalhadores a submissão, o trabalho contínuo e árduo (Dutra, 2013). A psicologia na história das carreiras Na psicologia, nos primórdios do desenvolvimento dos estudo das carreiras, há um destaque importante para a psicologia vocacional(MAGALHÃES; BENDASSOLLI, 2013). Foram propostas ideias como "personalidade vocacional" (HOLLAND, 1973), "disposições vocacionais", ajustamento entre "carreira interna" (motivos, valores, desejos) e as possibilidades de realizá-la na estrutura social das profissões e do mercado (SCHEIN, 1978). A psicologia vocacional reorientou seu foco do ajuste da pessoa ao trabalho para o ajuste deste àquela. Aqui destaca-se a teoria do desenvolvimento profissional (SUPER, 1957, 1990). Trabalho e Carreira Os conceitos de trabalho e de carreira sofrem uma transformação histórica – o que significa que: • não lidamos com conceito estático; • a carreira é diretamente afetada pelo ambiente • As mudanças sociais, econômicas e históricas impactam no desenvolvimento de carreira individuais. Psicologia e Gestão de Pessoas II Modelos tradicionais e sua contextualização A noção de carreira nasce do modelo industrial, ligada a Escola de Administração Científica, dentro de um modelo econômico capitalista e liberal Uma visão funcional, linear. “a sequência dos cargos, os empregos ou as profissões nos quais uma pessoa compromete-se durante a sua vida profissional”. • Traz a noção de êxito individual e social, fundado no sonho do enobrecimento e na passagem de uma condição social a outra. Abrem-se as portas para os modelos de “sucesso”, dentro da lógica do “onde the best way”, Tal possibilidade de ascensão social e profissional e compreensão de méritos ficava a cargo das empresas, cabendo aos trabalhadores a submissão, o trabalho contínuo e árduo. (Chanlat, 1995) Década de 70 e o Brasil Empresas de grande porte e com o auxílio da área de RH, que as empresas com práticas instituídas de gestão de carreiras, faziam movimentações horizontais, verticais e diagonais, mas ainda assim, que qualquer participação dos trabalhadores nesta matriz de decisão. Os trabalhadores acabavam por aceitar os “planos de carreira” que lhes eram apresentados. (DUTRA, 1996) Década de 80 Psicologia e Gestão de Pessoas II Cenário atual Quarta Revolução Industrial (SCHWAB, 2016) Contexto pandêmico e sua reativação (COMISSÃO ECONÔMICA PARA A AMÉRICA LATINA E CARIBE, 2020 Eixo 2 A organização e os modelos emergentes de carreira Carreira Proteana (Hall, 1976) A essência deste modelo está na liberdade, na aprendizagem e no crescimento pessoal (Hall, 2002). Organizações precisam ter uma gestão humanizada e flexibilizada, de forma a considerar as necessidades e valores individuais de cada profissional. O trabalhador precisar ter responsabilidade e buscar o constante aperfeiçoamento, conhecimento, autoconhecimento, bem como a capacidade de adaptação diante de possibilidades de mudanças por necessidades pessoais ou circunstâncias ambientais. Esta é uma gestão de carreira que requer dos trabalhadores funções autônomas e proatividade no gerenciamento de si. (HALL, 1996, 2002) Carreira sem fronteiras (Michael Arthur – Denise Rousseau) Parte do conceito de que a mobilidade física transcende o limite de um empregador único, sendo caracterizado pela autonomia, mobilidade, transversalidade de vínculos, aprendizagem e valorização das redes de relacionamento Psicologia e Gestão de Pessoas II Transcendem as fronteiras organizacionais opõem às carreiras de tipos tradicionais precisamente pelo fato de não serem confinadas às fronteiras de uma única organização, emprego, ocupação, região ou domínio de expertise. (ARTHUR; ROUSSEAU, 1996) Carreira portfólio (Mary Mallon) A carreira portfólio pode significar que o indivíduo opta por atuar em múltiplas zonas de expertise, disponibilizando uma “carteira” de trabalhos a contratantes potenciais. Esse tipo de carreira quebra a ideia de competência única instituída pelo sistema tradicional, no qual uma pessoa só pode ser boa em uma determinada área. Chegamos à Era do “E” e deixamos o “OU” de lado.(WALTON; MALLON, 2004) Carreira Multidirecional (Yehuda Baruch) O sucesso não é definido unicamente vis-à-vis o encadeamento hierárquico (o gerente se tornando diretor), mas a multifacetados movimentos laterais, recuos e trocas completas do terreno a percorrer. Pressupõe mudar de ideia e entende que amadurecemos durante nossa vida profissional, pois escolher um caminho diferente daquele que tomamos no início, também faz parte do processo. Uma empresa que entende que os indivíduos se transformam e com isso repensam seus desejos e estabelecem novas ambições, está preparada para dar suporte às carreiras multidirecionais. (BARUCH, 2004) Craft Career (Poehnell; Amundson, 2002) Esse tipo é associado ao trabalho dos artesãos, tais como a sua independência em relação a conceber suas obras e organizar suas atividades, como também o uso intenso de criatividade (BENDASSOLLI, 2009). “Craft” significa artesanato, indo na contramão da produção em série e da massificação fomentada por grandes empresas. Engajamento afetivo com a atividade.(POEHNELL; AMUNDSON, 2002) Nômades digitais (NASH; JARRAHI, 2018) Psicologia e Gestão de Pessoas II O termo é usado para se referir a pessoas que viajam enquanto trabalham remotamente. Já outros, recorrem a esta carreira pois a vida de home office lhes permite estar mais perto das suas famílias ou se dedicar a atividades secundárias, como esportes ou estudos (Matos, 2018). pessoas que concentram suas tarefas de trabalho no meio digital, e por isso, têm liberdade para estar e morar onde desejam.(NASH; JARRAHI, 2018) Eixo 3 Sobre os desafios para a pesquisa na realidade atual Psicologia e Gestão de Pessoas II
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