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Lista 9 - Mecânica Clássica 1 Raphael Gomes Sousa 25 de março de 2022 1 Em três dimensões existe uma correspondência biuńıvoca entre vetores e matrizes anti-simétricas reais, A = 0 −v3 v2v3 0 −v1 −v2 v1 0 = v1v2 v3 (i) Prove e que os autovalores da matriz anti-simétrica asso- ciada ao vetor v são zero e ±i|v|. (ii) Se A é uma matriz real anti-simétrica, prove que as matrizes I ±A são não singula- res (isto é, são inverśıveis) e que matriz B = (I +A)(I −A)−1 é ortogonal. (i) Temos que encontrar o determinante de (A− λI) para encontrar os autovalores. Sendo assim, 0 −v3 v2v3 0 −v1 −v2 v1 0 − λ 0 00 λ 0 0 0 λ = −λ −v3 v2v3 −λ −v1 −v2 v1 −λ det(A− λI) = −λ3 − v1v2v3 + v1v2v3− v22λ− v12λ− v32λ = 0 = −λ(λ2 + v22 + v12 + v32 = 0 λ = 0, λ = ±i|v| (ii) Sendo A uma matrix real antissimétrica, ela pode ser escrita associada a algum vetor v tal que det(I ±A) = 1 + |v|2 ≥ 1. Como det(I ± A) ̸= 0, então as matrizes I ± A são não-singulares, sendo assim, possuem inversa. Além disso (A−1)T = (MT )−1 vale contanto que a matriz A seja inverśıvel. Agora vamos verificar que B = (I +A)(I−)−1 é ortogonal. Sendo assim, BT = [(I −A)−1]T (I +A)T = [(I −A)T ]−1(I +A)T = (IT −AT )]−1(IT +AT ) = (I +A)−1(I −A) Pela antissimetria, podemos dizer que AAT = −A e a simetria da matriz identidade dá IT = I, vale notar que: (I −A)−1(I +A)−1 = [(I +A)(I −A)]−1 = (I −A2)−1 1 = [(I −A)(I +A)]−1 = (I +A)−1(I −A)−1 Ou seja, (I −A)−1 e (I +A)−1 comutam. O mesmo vale para as inversas: (I −A)(I +A) = I −A2 = (I +A)(I −A). Utilizando destes resultados anteriores, vemos BTB = (I +A)−1(I −A)(I +A)(I −A)−1 = (I +A)−1(I +A)(I −A)(I −A)−1 = I2 = I BBT = (I +A)(I −A)−1(I +A)−1(I −A) = (I +A)(I +A)−1(I −A)−1(I −A) = I2 = I portanto, BT = B−1 e B é ortogonal. 2 A equação ( dg dt )inercial = ( dg dt )corpo + w × g pode ser deduzida de forma puramente anaĺıtica, sem apelar para a definição geométrica do vetor velocidade angular. A derivada de uma matriz é constitúıda pelas derivadas de seus elementos, isto é, se A é uma matriz com entradas aij então dA/dt é a matriz com entradas daij/dt. (i)Se A é uma ma- triz ortogonal dependente do tempo, prove, tomando como ponto de partida a identidade AAT = ATA = I, que a matriz AT dA dt é anti-simétrica. (ii) Se r0 é um vetor fixo num corpo ŕıgido em rotação e r(t) é o mesmo vetor visto de um referencial inercial, a relação entre as componentes correspondentes, em linguagem matricial, é r(t) = A(t)r0. Pelo item anterior, e levando em conta o exerćıcio anterior, prove que existe um vetor tal que, para o observador inercial, dr dt = w × r. (iii) Sejam rΣ e rΣ0 as componentes do mesmo vetor posição r de uma part́ıcula relativamente aos referenciais inercia Σ e girante Σ0 e A a matriz de rotação de Σ para Σ ′. Se v e v’ são as velocidades da part́ıcula em relação aos referenciais inercial e girante, respectivamente, temos vΣ = v ′ Σ + Ȧ TArΣ. 2 Levando em conta o item (i), a correspondência (1) entre vetores e matrizes antisimétricas e que uma igualdade entre vetores é válida em qualquer sistema de coordenadas, prove que existe um vetor w tal que v = v′ + w × r. (i) Sendo os elementos da matriz identidade constantes, temos que dI dt = 0 Sendo A uma matriz ortogonal, temos AAT = I, agora derivando tudo ficamos com, dAAT dt = dI dt Pela regra da cadeia e tendo a derivada da identidade como 0, temos: dA dt AT + dAT dt A = 0 Sendo assim, dA dt AT = −dA T dt A = −AT (dA T dt )T Usando a propriedade BTAT = (AB)T encontramos dAT dt A = −(dA T dt A)T , ou seja, dA T dt A é uma matriz antissimétrica. (iii) Sendo rΣ e rΣ′ componentes do mesmo vetor em referenciais diferentes conectados pela matriz A, temos que rΣ′ = ArΣ e rΣ = A T rΣ′ , Onde AT = A−1. Derivando a segunda equação, ficamos com: drΣ dt = AT drΣ′ dt + dAT dt drΣ′ (I) Substituindo drΣdt = vΣ e drΣ′ dt = v ′ Σ′ a eq. (I) se torna, vΣ = A T v′Σ′ + dAT dt rΣ′ onde v e v’ são velocidades da part́ıcula em relação a Σ e Σ′ respectivamente. Tomando agora AT v′Σ′ = v′Σ, conseguimos substituir as relações encontradas na primeira equação rΣ′ = ArΣ, temos: vΣ = v ′ Σ + dAT dt ArΣ Lembrando pelo item (i) que dA T dt A é uma matriz antissimétrica, a relação 0 −v3 v2v3 0 −v1 −v2 v1 0 = v1v2 v3 Nos diz que dA T dt A corresponde a um vetor ω. Escrevendo em componentes, temos e usando a eq A.21 do livro que é o śımbolo do Levi-Cevita, ci = 3∑ j,k=1 εijkajbk 3 Temos: ( dAT dt ArΣ)k = 3∑ l=1 ( dAT dt A)kl(rΣ)l = 3∑ l,m=1 εklmωm(rΣ)l = (ω × r)k Já que uma igualdade de vetores é válida para qualquer sistema de coordenadas, podemos eliminar Σ e escrever finalmente: v = v′ + ω × r 3 Qualquer matriz ortogonal própria A corresponde a uma rotação de um certo ângulo ϕ em torno de uma certa direção. O eixo de rotação é determinado pelo autovetor de A com autovalor 1. Se escolhermos as coordenadas de tal modo que o eixo z coincida com o referido autovetor, a matriz A terá a forma A = cosϕ senϕ 0−senϕ cosϕ 0 0 0 1 Considerando que o traço de uma matriz é independente do sistema de coordenadas, prove que, para qualquer matriz de rotação A, o ângulo de rotação é dado por cosϕ = trA− I 2 O traço da Matriz. Ou seja, o traço de uma matriz n x n é a soma dos n elementos de sua diagonal principal, para a questão, temos que o Traço da matriz A é dada por, trA = 2cosϕ+ 1 Assim, podemos encontrar cosϕ, trA− 1 = 2cosϕ cosϕ = trA− 1 2 4 Seja P uma matriz de rotação de 180◦ em torno de um eixo arbitrário. (i) Determine P 2 sem cálculos, refletindo sobre o seu significado. (ii) Sendo A = (I + P )/2 e B = (I − P )/2, prove que A2 = A, B2 = B 4 (iii) Mostre que as matrizes A e B são singulares (isto é, não inverśıveis) e calcule o seu produto. (i) Duas rotações de 180º consecutivas se tornam uma rotação de 360º em torno daquele eixo. O que traz o vetor para a posição original, portanto P 2 = I (ii) Se A = (I + P )/2 e B = (I − P )/2, A2 = (I + P )2 4 = I2 + PI + IP + P 2 4 Onde utilizamos a relação do item (i), que nos dá P 2 = I, e igualmente, I2 = I. Outra relação utilizada é a de AI = A, para P, PI = IP = P , substituindo os valores, temos A2 = I2 + PI + IP + P 2 4 = I + P + P + I 4 = 2I + 2P 4 = I + P 2 = A Analogamente, para B, temos B2 = (I − P )2 4 = I2 − PI − IP + P 2 4 = I − P − P + I 4 = 2I − 2P 4 = I − P 2 = B Sendo assim, conclúımos que A2 = A e B2 = B São A e B matrizes idempotentes. (iii) A única matriz idempotente que possui inversa é a identidade: A = A−1A2 = A−1A = I Logo A e B não possuem inversa e são singulares. O seu produto AB é dado por: AB = (I + P )(I − P ) 4 = I2 − IP + PI − P 2 4 = 0 E BA: BA = (I − P )(I + P ) 4 = I2 + IP − PI − P 2 4 = 0 Conclúımos que AB = BA = 0 , logo matriz nula. 5 Em três dimensões, a Eq. (1) estabelece uma correspondência biuńıvoca entre vetores e matrizes anti-simétricas reais. (i) Se A = (akl) é a matriz associada ao vetor v = (v1, v2, v3), mostre que akl = 3∑ m=1 εkmlvm onde εkml é o śımbolo de Levi-Civita definido no Apêndice A. (ii) Mostre que, inversamente, vm = 1 2 3∑ k,l=1 εkmlakl 5 Em três dimensões existe uma correspondência biunívoca entre vetores e matrizes anti-simétricas reais, toA=( 0 -v3 v2 v3 0 -v1 -v2 v1 0 ) = ( v1 v2 v3 ) (i) Prove e que os autovalores da matriz anti-simétrica associada ao vetor v são zero e i|v|. (ii) Se A é uma matriz real anti-simétrica, prove que as matrizes I A são não singulares (isto é, são inversíveis) e que matriz B = (I + A)(I - A)-1 é ortogonal. A equação to(dgdt)inercial=(dgdt)corpo+w g pode ser deduzida de forma puramente analítica, sem apelar para a definição geométrica do vetor velocidade angular. A derivada de uma matriz é constituída pelas derivadas de seus elementos, isto é, se A é uma matriz com entradas aij então dA/dt é amatriz com entradas daij/dt. (i)Se A é uma matriz ortogonal dependente do tempo, prove, tomando como ponto de partida a identidade AAT = ATA = I, que a matriz toATdAdt é anti-simétrica. (ii) Se r0 é um vetor fixo num corpo rígido em rotação e r(t) é o mesmo vetor visto de um referencial inercial, a relação entre as componentes correspondentes, em linguagem matricial, é r(t) = A(t)r0. Pelo item anterior, e levando em conta o exercício anterior, prove que existe um vetor ω tal que, para o observador inercial, todrdt=w r. (iii) Sejam r e r0 as componentes do mesmo vetor posição r de uma partícula relativamente aos referenciais inercia e girante 0 e A a matriz de rotação de para '. Se v e v' são as velocidades da partícula em relação aos referenciais inercial e girante, respectivamente, temos tov=v'+TAr. Levando em conta o item (i), a correspondência (1) entre vetores e matrizes antisimétricas e que uma igualdade entre vetores é válida em qualquer sistema de coordenadas, prove que existe um vetor w tal que tov=v'+w r. Qualquer matriz ortogonal própria A corresponde a uma rotação de um certo ângulo em torno de uma certa direção. O eixo de rotação é determinado pelo autovetor de A com autovalor 1. Se escolhermos as coordenadas de tal modo que o eixo z coincida com o referido autovetor, a matriz A terá a forma toA=( cos sen 0 -sen cos 0 0 0 1 ) Considerando que o traço de uma matriz é independente do sistema de coordenadas, prove que, para qualquer matriz de rotação A, o ângulo de rotação é dado por tocos= tr A - I2 Seja P uma matriz de rotação de 180◦ em torno de um eixo arbitrário. (i) Determine P2 sem cálculos, refletindo sobre o seu significado. (ii) Sendo A = (I + P)/2 e B = (I - P)/2, prove que toA2=A, B2=B (iii) Mostre que as matrizes A e B são singulares (isto é, não inversíveis) e calcule o seu produto. Em três dimensões, a Eq. (1) estabelece uma correspondência biunívoca entre vetores e matrizes anti-simétricas reais. (i) Se A = (akl) é a matriz associada ao vetor v = (v1, v2, v3), mostre que toakl=m=13kmlvm onde kml é o símbolo de Levi-Civita definido no Apêndice A. (ii) Mostre que, inversamente, tovm=12k,l=13kmlakl