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Paratopias Definição: Trata-se do deslocamento de estruturas anatômicas ou órgãos para um local adjacente (errôneo), sob forma esporádica/temporária ou permanente. → Hérnia umbilical; h. inguinal; h. perineal; etc… → Ruptura diafragmática *rompeu a musculatura em um trauma (processo agudo), automaticamente as vísceras se deslocam ➜ eventração = agudo, geralmente é um trauma, tem inflamação e causa dor; pode ser em qualquer região da cavidade ➜ rompeu peritônio EVENTRAÇÃO: trata-se da protrusão das estruturas cavitarias (epíplon, segmento intestinal, etc…) através da parede abdominal dilacerada por trauma (chifrada, coices, atropelamentos…), ou no pós-cirúrgico de laparotomias/celiotomias do tipo do agudo/imediato ao trauma, ou tardio (deiscência de pontos). ❖ Não transpõe a pele para o meio externo e as estruturas não estão envoltas por saco peritoneal. ❖ PODE OCORRER EM QUALQUER ÁREA…ÁREA INESPECÍFICO Hérnia = processo crônico; tendência a reparação (fibrose, dura); característica de ser redutível (empurra e ela aparece novamente); consegue delimitar Evisceração – agudo; não tem nenhum dos quatro íntegros *todas as paratopias obrigatoriamente rompem a musculatura DIAGNÓSTICO para EVENTRAÇÃO e HÉRNIA Sinais Clínicos: •Aumento da temperatura local (sinais da inflamação- agudo); • Sensibilidade local; dolorosas • Cólicas abdominais (obstrução); • Apatia. Imagem: • Rx simples • Rx contrastado • Ultrassom Evisceração: É a transposição das vísceras da cavidade abdominal para o meio externo, devido a ruptura da musculatura e também uma falha na continuidade da pele, e sem saco peritoneal. • Etiologia: -Traumas -Falha na técnica cirúrgica (celiorrafia); -Deiscência de pontos da musculatura (aguda). • Sinais clínicos -Visualização direta de alças intestinais ou estruturas cavitárias. -Dor local; -Equimose; (pontos de hematomas) -Edema; -Desidratação -Dilaceração da alça -PERITONITE Tratamento: • Tranquilização + Analgésico opióides; • COLETA DE MATERIAL PARA CULTURA E ANTIBIOGRAMA •TRICOTOMIA •Limpeza das estruturas evisceradas; • Hidratação IV; • Laparorrafia/celiorrafia / “RESSECÇÃO da porção acometida”; • Lavagem da cavidade abdominal com soro fisiológico ou RL (aquecido) - Aspirar o conteúdo com ASPIRADOR CIRÚRGICO. • Antibiótico terapia + anti-inflamatório + opioide • Lavar a cavidade com solução de antibiótico (soro fisiológico + gentamicina) Hérnias: É a passagem de órgãos cavitários para o tecido subcutâneo, envolto por um saco peritôneal. Hérnia verdadeiras: Presença de saco herniário que envolve a estrutura, geralmente localizada no ponto das aponeuroses musculares. Ex. hernia inguinal. Aponeuroses musculares = grupos musculares A,B e C se encontram; junção tecidual; vários músculos chegam a um ponto comum •Hérnia incisional: pós-cirúrgico de celiotomia/laparotomia exploratória. Somente a musculatura rompeu e não o peritônio (“crônico"). •ÁREA BEM LIMITADA DEVIDO A FIBROSE…LESÃO ANTIGA *Tela de polipropileno *Membranas biológicas: Centro frênico; pericárdio; cartilagem orelha do boi…..conservado em glicerina Hérnia Def. (verdadeira) É a passagem de órgãos cavitários para o tecido subcutâneo, envolto por um saco peritoneal. • Hérnia falsa: Sem a presença de saco herniário que envolveria as estruturas “herniadas” e geralmente está relacionado à traumas… → Áreas específicas para ocorrência, mas não nos pontos de aponeuroses musculares. •Ex. Ruptura diafragmática; Hérnia ligamentar púbica cranial; Hérnias Femorais HÉRNIA UMBILICAL (no ponto da cicatriz do umbigo) Fator: • Congênito • Acomete cães; equinos; ruminantes; gatos... •OBS 1. muitos cães machos com hérnia umbilical também são criptorquídicos. •OBS 2. Em bovinos, alguns autores/vet. indicam NÃO operar os machos para NÃO virarem reprodutores (criação). •Obs 3. Em geral nas cadelas, a herniorrafia é corrigida quando se realiza OSH via linha alba. • Raças mais acometidas: Poodle, Daschund, Pequinês, Maltes, Lhasa Apso. Diagnóstico: Sinais clinicos: • Aumento de volume em região mesogástrica no ponto da cicatriz umbilical (específico), com característica redutível e com os bordos bem delimitados via palpação (fator crônico). Anamnese: • Em geral não tem sintomatologia clínica; • Mas pode ocorrer estrangulamento ou obstrução intestinal, caso a alça intestinal adentre o anel herniário; •Caso ocorra obstrução o animal apresentará quadros de: → Êmese; dor abdominal; Anorexia e/ou depressão; Cólica obstrutiva/estrangulativa em equinos. •Exame diferencial: ✓ US.: Pode visualizar o anel aberto, com ou sem conteúdo neste saco herniário. (mais útil quando há suspeita de encarceiramento) ✓ RX.: “Útil” somente com uso de contraste e para pequenos animais, isso, quando houver suspeita de alças intestinais dentro do anel herniário. Diagnóstico clínico: • Facilmente Redutível; • Ao aumento da pressão abdominal (pressão), ela volta a apresentar o aumento de volume. Diagnóstico diferencial: - Onfalocele; - Tumores/ neoplasias; -Eventração; -Qualquer aumento de volume abdominal ventral → Abscessos; → Hematomas; → Seromas; ONFALOCELES – São falhas na musculatura no ponto da cicatriz umbilical que leva ao acúmulo de tecido fibroso, e tardiamente pode levar à eventração; Tecido fibroso e duro; GERALMENTE TRATADA NO MOMENTO DA OSH PELA LINHA ALBA ONFALO = estruturas que compõem o umbigo do animal Tratamento para H. Umbilical e Onfalocele: ✓ Cirúrgico: Herniorrafia umbilical - Deve se realizar 2 incisões elípticas ao redor do aumento de volume na região umbilical, ou 1 único sobre o aumento de volume. - Em geral não necessita de malha para a correção; Sutura: uso de fio absorvível ou não absorvível. Padrão da sutura: Simples separado, “X” ou jaquetão Prognóstico: Bom; Pode ou não voltar a apresentar hérnia nessa região. (principalmente animais com hipoproteinemia) OBS. Muito cuidado com conteúdo dentro do saco herniario. A borda onde você tem a hérnia você pode ou não debridar – escolha do cirurgião HÉRNIA INGUINAL Definição: Trata-se da protrusão de órgãos ou tecidos pelo canal inguinal adjacente ao processo vaginal. CAUSAS ➢ Anormalidades congênitas e “hereditária” do anel; ➢ Traumática; ➢ Obesidade; (a gordura fica entre os canais) ➢ Prenhez; (por conta do peso abdominal, o anel aumenta e predispõe a hérnia) •Obs. Recomenda-se a castração desses animais Conteúdo • Geralmente: Intestino, Bexiga, Útero Obs. Hérnias congênitas podem estar associado a outras anormalidades: hereditárias perineal, criptorquidismo. -Não se sabe ainda o verdadeiro fator em cães, mas suspeita-se em alteração hormonal. • Essa hérnia é rara em gatos. Tipos: → Uni ou bi lateral; → obs. A maior ocorrência é do lado esquerdo. → Obs. Não confundir com aumento do processo vaginal (gordura). APRESENTAÇÃO CLÍNICA: • São mais frequentes em cadelas de meia idade não castrada ou machos jovens; •Nos machos a doença está correlacionada ao atraso na migração dos testículos para o escroto, retardando o fechamento do anel. •Raças predisponentes: Terrier, Basset Hounds, teckel, Lhasa Apso, Maltes, Poodle. •Anamnese: ✓ Avaliação do aumento de volume “indolor” e macio na região inguinal. ✓ Pode evoluir para de vômitos, letargia, dor e/ ou depressão, isso se o conteúdo estiver encarcerado Diagnóstico diferencial: • Tumores mamários; • Lipomas; • Linfoadenopatias; • Abscessos e/ ou cisto mamários. Obs. Gatos obesos com grande depósito gorduroso abdominal caudal (região inguinal), podem gerar dúvidas para fechar o diagnóstico. Técnica: → Incisão sobre o aumento de volume; → Localizar o saco herniário (disseque ao redor com GAZE)→ Retorcer o saco até retirá-lo, ou, incise-o cuidadosamente e o remova → Cuidados com estruturas importantes, nervos e vasos; PODERÁ SER NECESSÁRIO A COMBINAÇÃO DE DOIS ACESSOS. UM SOBRE A HÉRNIA (EMPURRAR O CONTEÚDO PARA A CAVIDADE), E OUTRO ACESSO DIRETAMENTE NA CAVIDADE (LINHA ALBA - TRADICIONAL …PUXAR O CONTEÚDO PARA O SEU REPOSICIONAMENTO CORRETO DAS ALÇAS E ÓRGÃOS NA CAVIDADE). Caso haja a necessidade de aumentar o anel, que esta manobra seja realizada no sentido cranial á hérnia (nos músculos abdominais). TÉCNICA: - Suture sob forma de “X”, Ponto simples separado, Jaquetão; • Pode-se usar malhas para herniorrafia ou membranas biológicas; • Caso não conseguir reduzir tradicionalmente, faça celiotomia (laparotomia); • Castre o animal. *passa os fios e depois dá os nós Encarceramento em anel inguinal: ENTERECTOMIA + ENTEROANASTOMOSE ➜ Deve ser realizada na região do anel inguinal/escroto após orquiectomia. ➜ SÍNDROME DE REPERFUSÃO Acesso Cirúrgico: Laparotomia / Celiotomia exploratória. → Herniorrafia acompanhada de orquiectomia do testículo afetado → Herniorrafia: sutura simples contínua ou separada HÉRNIA PERINEAL – Tópico geral: O períneo: define-se anatomicamente como a zona do corpo que recobre caudalmente a pélvis, circundando o canal anal e os canais urogenitais. Diafragma pelvico: É constituido pelos músculos: m. elevador do ânus, m. coccígeos, m. glúteo superficial, m. obturador interno, esfíncter anal externo e ligamento sacrotuberal. Definição: “hérnia falsa” Epidemiologia e Fisiopatogenia: • Correlacionado à atrofia neurogênica do m. elevador do ânus (Sjollema et al., 1993); • Pode também ser esporadicamente diagnosticada no gato. Nesta espécie surge como complicação secundária à uretrostomia perineal ou ao megacolon idiopático. •Gatas são mais predisponentes que cadelas; •Aproximadamente 97% dos casos ocorrem no cão macho e, destes, 95% no macho inteiro (tem-se aumento da próstata) → Frágeis inserções do músculo elevador do ânus no macho correlacionado a pressão traumatizante que a próstata, quando hipertrofiada, exerce contra os músculos do diafragma pélvico. → Faixa etária de risco elevado entre os 6 e os 14 anos, com uma incidência máxima entre os 7 e os 9 anos de idade. • Predisposição genética: fraqueza dos m. elevador do ânus e dos m. coccígeos, sendo que Boston Terrier, Boxer, Collie, Welsh Terrier, Pequinês, Dachshunds e Pastor Alemão são as raças mais predispostas • Alterações hormonais: aumentarem a testosterona livre no sangue, conduzem a uma hipertrofia prostática, tornando a defecação difícil e dolorosa. No gato este fator parece ser irrelevante (Welches et al., 1992). • Patologias prostáticas: prostatites, cistos prostáticos e paraprostáticos, hipertrofia prostática benigna e tumores. Ainda, Cistite; Obstrução do trato urinário •Patologias intestinais: obstipação crônica, tumores anais, retopatias intercorrentes, desvio ou dilatação retal, saculite anal e diverticulites. • Obs. Pode estar associado com caudectomia muito curta Diagnóstico: ✓ História clínica; ✓ Exame físico; ✓ Sintomas/sinais exibidos; (tenesmo, disquezia, disuria) ✓ Exame radiográfico, se necessário. - urocistografia - contraste baritado para confirmar a posição do cólon e do reto (divertículo retal) ✓ US ✓ “Punção” Diagnóstico diferencial: • Neoplasia perineal; • Doença do saco anal / abscesso. • Hiperplasia das glândulas perineais, • Atresia anal (tem a base formada mas o ânus não é aberto) • Tumores vaginais. • No caso de existir disquesia, deve descartar: - corpo estranho no reto; - fístula perianal; - constrição anal ou retal; - abcesso dos sacos anais Sinais e sintomas: • Os sintomas/sinais mais comuns, observados em cerca de 90% a 95% dos cães afetados: – tenesmo, – disquesia, – inchaço em posição ventrolateral relativamente ao ânus, por vezes redutível, e obstipação crônica. –vômitos, –flatulência, –incontinência fecal -Prolapso retal ➜Retroflexão da bexiga – passa a ser uma emergência clínica - oliguria ou mesmo de anuria - uremia pós-renal. (bexiga se desloca e vai mais pra região caudal, a uretra fica dobrada – aumento de volume nessa região de característica flutuante;) ➜Com oclusão intestinal podem exibir choque séptico. ➜Se o tenesmo for intenso, pode ocorrer prolapso retal. ➜No gato, cerca de 95% dos pacientes apresentam apenas tenesmo e obstipação. Inchaços da região perineal só são observados em 22% dos casos. Exames laboratoriais: ✓ Hemograma; ✓ Função renal; ✓ Função hepática. ✓ da análise de urina ✓ Os animais que sofrem de retroflexão da bexiga apresentam azotemia, hipercalemia, hiperfosfatemia e leucocitose neutrofílica com desvio à esquerda Medicação: • Uso de hemolientes fecais (lactulona oral ®); • Dietas ricas em fibras; • Evacuação manual do reto • Antibiótico terapia contra G- e anaeróbicos • Sondagem da bexiga ou cistocentese • O uso prolongado destes tratamentos está contraindicado, podendo levar ao encarceramento e posterior estrangulamento de vísceras, pondo em risco a vida do animal Tratamento Clínico: -Obs: Não é emergência cirúrgica, desde que, não esteja ocorrendo estrangulamento de alças intestinais ou retro flexão da bexiga. Cirúrgico...... Técnicas: → Tradicional – Reposicionamento anatômico+ sutura (unilateral). → Herniorrafia com transposição do músculo obturador Interno (uni ou bilateral). → Transposição do músculo semitendinoso - (uni ou bilateral). → Transposição do músculo glúteo superficial (uni ou bilateral). → Membrana biológica (uni ou bilateral) → Uso de tela (uni ou bilateral) *Posição de Jackknife / Canivete Técnica tradicional – Reposicionamento anatômico Herniorrafia tradicional: 1. Sondagem uretral do animal; 2. Colocação de tampão retal; 3. Bolsa de fumo; 4. Incisão curvilínea começando cranialmente ao músculo coccígeo (base da cauda), passando sobre o aumento de volume e lateralmente ao ânus até a porção caudal do púbis (tuberosidade isquiática). 5. Divulsione o tecido subcutâneo e incise o saco herniário; 6. Identifique o trígono pudendo interno; 7. Identifique as estruturas musculares, 8. Palpe a sonda para saber a localização da uretra; 9. Palpe o tampão retal pra localizar melhor o reto; 10. Reduza o conteúdo; 11. Faça a redução manual da hérnia a mantenha reduzida até o final dos pontos de sutura; 12. Repare a hérnia com pontos simples separado utilizando fio inabsorvível ou absorvível; 13. Pode-se utilizar de telas inabsorvíveis ou membranas biológicas para ajudar na reparação. 14. Castre o animal. Técnica - Herniorrafia com transposição do musculo obturador Interno: 1- Sondagem uretral do animal; 2- Colocação de tampão retal; 3- Bolsa de fumo; 4- Incisão curvilínea começando cranialmente ao músculo coccigeo (base da cauda), passando sobre o aumento de volume e lateralmente ao ânus até a porção do caudal do púbis (tuberosidade isquiática). 5- Divulsione o tecido subcutâneo e incise o saco herniário; 6- Identifique o trígono pudendo interno; 7- Identifique as estruturas musculares, 8- Palpe a sonda para saber a localização da uretra; 9- Palpe o tampão retal pra localizar melhor o reto; 10- Reduza o conteúdo; 11- Faça a redução manual da hérnia a mantenha reduzida até o final dos pontos de sutura; 12- Rebata o músculo obturador interno da borda caudal do ísquio, e o rebata dorsomedialmente e feche a falha. 13- Repare a hérnia com pontos simples separado utilizando fio absorvível sintético ou fio inabsorvível; Castre o animal. Cuidados pós-operatório e complicações: o Analgésicos o Nos pacientes urêmicos deve manter-se a fluidoterapia. oAntibiótico de largo espectro e eficaz contra Escherichia coli. o Deiscência da sutura podem ser prevenidas pela administração de antibiótico. o Os emolientes fecais devem ser administrados em média durante 2 meses, pois diminuem as possibilidades de recorrência o Fixação do nervo isquiático - claudicação do membro pélvicos o Poderá também ocorrer incontinência fecal o Disúria, estrangúria, atonia da bexiga, necrose da bexiga e incontinência urinária.
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