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AULA 8 18/04/22 NEUROCLÍNICA HEMORRAGIA INTRAPARENQUIMATOSA Sangramento no parênquima cerebral, que pode se estender para ventrículos ou, menos frequentemente para espaços subaracnóideo e subdural. EPIDEMIOLOGIA Incidência corrigida pela idade = 41,81:105 Relação Mortalidade: Incidência 1,9x maior ETIOLOGIA Causas mais frequentes: - Hipertensão - Angiopatia amiloide QUADRO CLÍNICO Déficit focal de início súbito + hipertensão intracraniana neurológico. E isso vai depender da região do cérebro, na maioria dos casos em regiões mais profundas: tálamo, putamen, capsula interna, capsula externa. Pode ter progressão ao longo de horas. DIAGNÓSTICO Sempre é por neuroimagem, a tomografia que vai dizer se é AVCh ou AVCi. Tomografia: o sangue fica branco, a atenuação reduz com o tempo (em pacientes com anemia grave, a imagem aguda pode ser isoatenuante) A ressonância varia, ela tem menos estudo que a TC e para AVCh ela não é superior. A única coisa a mais é que ela da uma ideia de tempo (na fase aguda não é util e sim para entender a história na fase cronica). QUANDO SUSPEITA DE CAUSA NÃO HIPERTENSIVA? • Quando aocntec eem individuos muito jovens (<55 anos) • Sem antecedentes de HAS • Localização lobar • Imagem atipica Outras coisas que podem dar AVCh espontaneo (pensaremos quando não preencher esses critérios acima): aneurisma; trombose venosa cerebral; vasoconstrição cerebral reversível. TRATAMENTO Cada vez que expande mais a chance de perda de funcionalidade e mortalidade aumenta, sendo assim, o ideal é evitar a expansão e por isso, TEMPO É CEREBRO. Essa expansao acontece nas primeiras 3-6hrs (e em até 24hrs) Aumento do risco de expansao: quanto maior volume na TC inicial, mais chance de expansao; uso de anticoagulanete aumenta o risco de expansao; uso de antiagregante pode aumentar um pouco o risco. No exmae de imagem, algo que pode indicar alto risco de expansão é extravasamento de contraste para dentro do hematoma (spot sign). O que aumenta a chance de sangramento? Saber a história do paciente. A CONDUTA NA FASE AGUDA: o controle pressório é o mais importante(diminuindo a PA sangra menos/expande menos). ➔ Para cada 10mmHg de incremento da PA nas primeiras 24h, há aumento em 16% de risco de desfecho desfavorável Ao colocar isso à prova, foi visto que se pegar todos com AVCh que chega com PA 150-220mmHg nas primeiras 6hrs e não estava muito ruim (glasgow >5) e dividir entre abaixar <180 e abaixar <140 (mantendo por 7 dias), foi visto que não havia diferença , apenas MELHORA indicadores de funcionalidade. Com isso em mente, na diretriz atual (2015) recomenda-se que se o paicente chega no PS com PA sistolica 150-220, baixa visando <140 pois vai trazer algum beneficio na funcionalidade. Porém, em 2015 também, saiu o ATACH2 que mostrou que: se pegar população com PA> 110, nas priemiras 4,5h com glasgow >5 com volume <60ml e vamos dividir em abaixar pressão 140-180 e 110-140 (por 24hrs) e foi visto que: não só não teve diferença como foi pior tratar agressivamente a PA desses pacientes, gerando maior proporção de insuficiencia renal. Assim, RESUMINDO: não sabemos, só sabemos que a PA tem que ficar entre 140-180. Se vai ficar mais pra mais ou mais pra menos, vai depender de cada caso e o que ajuda a escolher isso: COMO REVERTER ANTICOAGULANTES: • Marevan: complexo pró trombinico + vitmaina K • Heparina Não Fracionada: protamina • Enoxaparian (Heparina de Baixo Peso Molecular): protamina • Dabigatrana (inibidor de trombina): idarocizumab ou complexo pró trambinico ANTIAGREGANTE: não mexemos. Podemos suspender porém não revertemos. Não trasnfunde plaqueta e nem da nada, pois não adianta. Suspender só da beneficio depois de 7 dias, então se ele precisa muito (indicação importante) ai suspendemos. CIRURGIA Sempre chamar se neurocirurgiao se disponivel. Porém, se: Agora, se hemorragia intraparenquimatosa de fossa anterior/supratentorial: o benefício é INCERTO. Sendo assim, só fazemos cirurgia para subgrupos de pacientes que TALVEZ tenham benefício de cirurgia: ❑Deterioração neurológica devido a expansão de hematoma a despeito de tratamento clínico ❑Glasgow 9 – 12 ❑Ictus < 8 horas ❑HIP lobar / ≤ 1cm da superfície cortical Cuidados que devemos tomar para drenagem ventricular (p/ hidrocefalia) ❑ Estabelecer medidas adequadas para tratamento da hipertensão intracraniana ❑ Não utilizar corticosteróides para o tratamento da HIC na HIP ❑ Manter a eutermia ❑ Manter a euglicemia ❑ Tratar crises epiléticas com FAE.Não há benefício de uso profilático, e alguns dados sugerem piora do prognóstico. PROFILAXIA PARA TVP: Começar profilaxia não aumenta o risco de hematoma, diminui o risco de morte visto que diminui o risco de TEP. A indicação é que nas primeiras horas fazemos profilaxia que não envolve remédio: compressão pneumática intermitente (não tem no SUS) (meia elástica não é indicado, ou seja, no SUS não tem o que fazer). E com medicação se faz a partir de 24h do início dos sintomas se você estiver pelo menos 1 imagem mostrando que não aumentou o tamanho. HEMORRAGIA SUBARACNÓIDEA ESPONTÂNEA É um sangramento no espaço subaracnóide (localizado entre a aracnóide-mater e a pia-mater). EPIDEMIOLOGIA O principal fator de risco é HAS e a idade (>50 anos) QUADRO CLÍNICO Cefaleia súbita (entre começo e pico de intensidade dos sintomas em menos de 1h) e thunderclap (<1min). Os DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: Possíveis complicações: hidrocefalia | hemorragia intraventricular | hematoma intraparenquimatoso INVESTIGAÇÃO: Se faz através de LIQUOR, o que esperamos encontrar numa hemorragia subaracnóidea são HEMÁCIAS (como eu sei se é da punção ou realmente um achado? Quando sai com cor de xantocromia/cor de xixi indica que hemácias romperam e hemoglobina saiu e oxidou, que dá bilirrubina e aí fica amarelo. Este processo entre romper hemácia, sair Hb e ser convertida demora pelo menos 4-6hrs e de preferência 12hrs, então a xantocromia tem melhor sensibilidade pelo menos quando colhe depois de 12hrs com cefaleia súbita. E isso ajuda a diferenciar pois se for da punção não vai ter 12hrs ainda) XANTOCROMIA: indica hemorragia subaracnóidea (HSA) HSA: mantém padrão Acidente de punção Isso tem baixa sensibilidade (xantocromia é melhor), porém pode cair em prova ➔ Sem sangue na TC eu vou colher liquor, se liquor alterado: diagnóstico de HSA. Se liquor tiver dúvida, faz ANGIOTC para ver se tem aneurisma, se tem aneurisma é HSA. ETIOLOGIA A causa mais frequente é aneurisma (85%) TRATAMENTO Olhamos para as complicações: 1. Ressangramento 2. Hidrocefalia 3. Crise epiléptica 4. Isquemia cerebral tardia Estratégias terapêuticas: 1. Ressangramento: 4-12% de todos HSA em primeiras 24h 50-90% em < 6h Mortalidade de 20-60% Vamos fazer: A. Controle de PA Manter alvo <160mmHg (sistólica) com labetalol/nicardipina /nitroprussiato (ou/ou/ou) B. Reverter coagulopatia C. Tratar dor e ansiedade D. Considerar antifibrinolíticos (funciona por ciclos curtos e damos quando vamos transferir para um lugar que tenha neurocirurgia, ou seja, para PONTE) E. Tratar aneurisma (em linhas gerais pode fazer com cirurgia/clipe ou endovascular) 2. Crise epiléptica É muito frequente. ▪ Epilepsia surge em 2% dos pacientes ▪ Crises antes de tratamento do aneurisma podem estar associadas com ressangramento ▪ Fatores de risco: ▪ AP de epilepsia / AP de HAS ▪ Idade jovem ▪ Perda de consciência em ictus ▪ Aneurisma de ACM ▪ HIP / HSD associados ▪ Clipagem do aneurisma ▪ Isquemia CerebralTardia 3. Hidrocefalia ▪ 20% dos doentes em < 3 dias ▪ Resolve espontaneamente em 30% em 24h ▪ Piora em 22% − Extensão do HSA − Hemorragia intraventricular − Uso de ácido tranexâmico ▪ 40% desenvolvem hidrocefalia crônica ➔ Sem sintomas, não faz nada. No pronto atendimento, só é tratado quando sintomas. 4. Isquemia cerebral tardia ▪ Principal causa de morbidade dos doentes que sobrevivem o sangramento inicial ▪ Vasoespasmo é um dos principais contribuintes: — 70% dos pacientes → 30% com manifestação clínica — Principalmente 3o ao 14o dia e reverte espontaneamente a partir do 21°. Quando suspeitar? “Qualquer déficit neurológico focal, ou perda de 2 pontos na GCS (Glasgow), que persiste por > 1h e não surge logo após o tratamento do aneurisma. Ela não pode ser atribuída a outra causa através da avaliação clínica, TC ou RM do encéfalo e exames laboratoriais apropriados” CUIDADOS GERAIS: ▪ Tratamento da hipertensão intracraniana se presente. Evitar hiperventilação. ▪ Manter euvolemia. Evitar hipervolemia. ▪ Procurar manter eutermia (evitar shivering e tratar agressivamente se ocorrer). ▪ Profilaxia para DTV. Iniciar com compressão pneumática intermitente. Quimioprofilxia pode ser introduzida 24h após tratamento do aneurisma. ▪ Manter euglicemia (recomenda-se 80 a 200mg/dl)
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