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SUMÁRIO 1 Introdução ...................................................................... 3 2. Epidemiologia .............................................................. 3 3. Manifestações clínicas ............................................. 3 4. Diagnóstico ................................................................14 5. Tratamento .................................................................15 6. Prognóstico ................................................................18 Referências bibliográficas ........................................22 3DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO 1 INTRODUÇÃO A doença mista do tecido conjunti- vo (DMTC) foi originalmente defini- da em 1972 como um distúrbio do tecido conjuntivo caracterizado pela presença de altos títulos de um au- toanticorpo distinto, agora chamado de ribonucleoproteína anti-U1 (RNP) (anteriormente denominado anticor- po para antígenos nucleares extraí- veis [anti-ENA ]). A premissa central do conceito de DMTC é a de uma sín- drome de sobreposição associada a anticorpos anti-U1 RNP que incorpo- ra características clínicas seleciona- das de lúpus eritematoso sistêmico (LES), esclerose sistêmica (esclero- dermia [SSc]) e polimiosite (PM). Figura 1. Foto de um paciente com DMTC com acome- timentos nas mãos. Fonte: https://images.app.goo.gl/ Y44qy1suQNymtTrf9 2. EPIDEMIOLOGIA Há informações limitadas sobre a pre- valência e incidência de doença mista do tecido conjuntivo. Em um estudo comunitário do condado de Olms- ted, Minnesota, a incidência anual de DMTC foi de 1,9 por 100.000 adul- tos. Outro estudo de base populacio- nal da Noruega descobriu que a inci- dência de DMTC é menor, com uma taxa de 0,21 por 100.000 adultos [ 6 ]. O DMTC é muito mais comum em mulheres do que em homens, embo- ra as estimativas da diferença variem amplamente (de uma proporção de 3,3: 1 a 16: 1). 3. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS As características clínicas iniciais da doença mista do tecido conjuntivo são inespecíficas e podem consistir em mal-estar geral, artralgias, mialgias e febre baixa. Uma pista específica de que esses sintomas são causados por uma doença do tecido conjuntivo é a descoberta de um anticorpo an- tinuclear positivo (FAN) associado ao fenômeno Raynaud. Como será descrito abaixo, quase qualquer sistema orgânico pode es- tar envolvido no DMTC. No entanto, existem quatro características clínicas que sugerem a presença de DMTC em vez de outro distúrbio do tecido conjuntivo, como lúpus eritematoso sistêmico (LES) ou esclerose sistêmi- ca (ES): • Fenômeno de Raynaud, bem como mãos inchadas ou dedos inchados 4DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO Figura 2. Foto fenômeno de Raynaud. Fonte: UpToDa- te, 2020 • A ausência de doença grave do sistema nervoso central e renal (SNC) • Artrite mais grave e início insidioso da hipertensão pulmonar (não re- lacionada à fibrose pulmonar), que diferenciam a DMTC do LES e da ES • Autoanticorpos cuja especificidade fina é a ribonucleoproteína anti-U1 (RNP), especialmente anticorpos contra a proteína de 68 kD Características gerais - A maioria dos pacientes com DMTC é do sexo feminino, apresentando-se na se- gunda ou terceira décadas de vida. Ao contrário do LES, no entanto, a exposição ao sol não é um fator pre- cipitante. A DMTC induzida por dro- gas é uma ocorrência rara, mas pode ser uma característica ocasional da terapia com fator de necrose tumoral (TNF). Cloreto de vinila e sílica são os únicos agentes ambientais que foram associados ao DMTC. SE LIGA! Nas fases iniciais do DMTC, muitos pacientes se queixam de fácil fa- tigabilidade, de mialgias mal definidas, de artralgias e do fenômeno de Raynaud, e considerações diagnósticas incluem os estágios iniciais da artrite reumatóide (AR), LES ou doença do tecido conjunti- vo indiferenciada (UCTD). A maioria, se não todos, dos principais sistemas or- gânicos pode estar envolvida em algum momento durante o curso da DMTC, incluindo pele, articulações, músculos, coração, pulmões, trato gastrointestinal, rins, sistema nervoso central e sistema hematológico. Um alto título de anti- corpos anti-RNP em um paciente com UCTD é um poderoso preditor para uma evolução posterior no DMTC. Pele - O envolvimento da pele ocorre na maioria dos pacientes com DMTC, e geralmente é o recurso de apresen- tação. A alteração cutânea mais co- mum é o fenômeno de Raynaud, que geralmente se apresenta no início da doença. Dedos inchados e, ocasional- mente, edema total da mão também são características distintivas. Vascu- lite superficial dos dígitos, acroscle- rose e calcinose cutânea são todas bem descritas. A autoamputação de dígitos pode ocorrer com o fenômeno grave de Raynaud. 5DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO Figura 3. Lesões de pele no DMTC. Fonte: UpToDate, 2020 Figura 4. autoamputação de dígitos em uma paciente com DMT. Fonte: UpToDate, 2020 Outras manifestações cutâneas, como placas discóides e erupção cutânea malar, são indistinguíveis do LES. O envolvimento da membrana mucosa pode incluir ulcerações orogenitais e bucais, perfuração do septo nasal e o complexo sicca. Figura 5. Erupção malar. Fonte: UpToDate, 2020 Figura 6. Lesão cutânea na doença mista do tecido conjuntivo. Fonte: UpToDate, 2020 Febre - A febre de origem desconhe- cida pode ser a característica de apre- sentação do DMTC [ 32 ]. Nesse ce- nário, geralmente pode ser atribuída a uma miosite coexistente, meningite asséptica, serosite, linfadenopatia ou infecção intercorrente. Artrite - O envolvimento articular no DMTC é mais comum e freqüen- temente mais grave do que no LES clássico. 6DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO Figura 7. Deformidade articular na doença mista do tecido conjuntivo. Fonte: UpToDate, 2020 Aproximadamente 60% dos pacien- tes com DMTC desenvolvem uma artrite óbvia, geralmente com defor- midades características da doença SAIBA MAIS! Um fator reumatóide positivo (FR) é encontrado em aproximadamente 70% dos pacientes com DMTC, e os anticorpos do peptídeo citrulinado anticíclico (CCP) são encontrados em aproximadamente 50%, especialmente naqueles pacientes com DMTC que também atendem ao diagnóstico do American College of Rheumatologycritérios para AR. Uma sobreposição semelhante entre o LES e a AR foi denominada “rhupus”. É raro, com uma taxa de prevalência estimada de 0,09 por cento. Rhupus é caracterizado por uma poliartrite erosiva simétrica das articulações pequenas e grandes e sintomas de LES com altos títulos de anticorpos para fita dupla (DNAseB) e Sm, bem como anticorpos RF e anti-CCP. O Rhupus difere do DMTC por ter apenas um envolvimento sistêmico leve, e a presença do fenômeno Raynaud é menos comum. A artropatia de Jaccoud é outra manifestação do envolvimento conjunto no LES. É caracterizada por severas deformidades das mãos (desvio ulnar, deformidades no pescoço de cisne e deformidade Z do polegar) e pés devido a múltiplas subluxações não erosivas. reumatóide, como deformidades da flor na lapela e alterações do pescoço de cisne. Outras alterações incluem pequenas erosões marginais e uma artrite destrutiva, incluindo artrite mutilana. Figura 8. Lesão erosiva na doença mista do tecido conjuntivo. Fonte: UpToDate, 2020 A síndrome de Sjögren - síndrome de Sjögren é relativamente comum em pacientes com DMTC, com rela- tórios que um estudo em 32 por cen- to. Os sintomas oculares e orais eram tipicamente moderados a graves. Miosite - Uma das três características de sobreposição necessárias para o diagnóstico de DMTC é uma miopatia inflamatória clínica e histologicamen- te idêntica à polimiosite (PM). Mialgia é um sintoma comum em pacientes 7DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO com a síndrome DMTC. Na maioria dos pacientes, não há fraquezas de- monstráveis, anormalidades eletro- miográficas (EMG) ou elevação de enzimas musculares. Muitas vezes, não está claro se o sintoma repre- senta uma miosite de baixo grau, um descondicionamento físico ou umasíndrome de fibromialgia associada. No entanto, uma verdadeira miosite pode ocorrer como um surto agudo em um contexto de atividade geral da doença. Casos de miopatia inflama- tória de baixo grau, insidiosa e per- sistente também foram descritos. A histologia do envolvimento muscular na DMTC é a mesma da miopatia in- flamatória idiopática, com caracterís- ticas tanto do envolvimento vascular da dermatomiosite quanto das alte- rações celulares da PM. É cada vez mais aparente que um diagnóstico de MP “pura” é relativamente raro, e a maioria dos pacientes com miopatia inflamatória apresenta uma síndrome de sobreposição. Doença cardíaca - O envolvimento cardíaco é responsável por aproxi- madamente 20% da mortalidade por DMTC. Cerca de 30% dos pacientes com DMTC têm doença cardíaca sin- tomática e até 40% têm doença sub- clínica. Todas as três camadas do co- ração podem estar envolvidas. Um eletrocardiograma anormal é ob- servado em cerca de 20% dos pa- cientes. As anormalidades mais co- muns no eletrocardiograma incluem hemibloqueio, bloqueio de ramo e bloqueio atrioventricular. O ecocar- diograma pode detectar comprome- timento cardíaco subclínico em até 38% dos pacientes. O derrame pe- ricárdico e o prolapso da valva mitral estão entre as anormalidades ecocar- diográficas mais comuns e podem ser observadas em até 25% dos pacien- tes com DMTC. A pericardite é a manifestação clíni- ca mais comum de comprometimento cardíaco, sendo relatada em até 40% dos pacientes. O envolvimento do miocárdio também é reconhecido. Em alguns pacientes, o envolvimento do miocárdio é secundário à hiperten- são pulmonar (HAP), que geralmen- te é assintomática em seus estágios iniciais. Há também um reconhecimento crescente da aterosclerose acelerada na DMTC. Os fatores de risco docu- mentados incluem níveis elevados de proteína C reativa (PCR) de alta sen- sibilidade, dislipidemia, anticorpos antiendoteliais, anticorpos antifosfolí- pides e deficiência de vitamina D. Envolvimento pulmonar - Os pul- mões são comumente afetados no DMTC com envolvimento em cerca de 75% dos pacientes. Existe um amplo espectro de problemas pulmonares que podem ocorrer no DMTC: • Derrames pleurais • Dor pleurítica 8DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO • Hipertensão arterial pulmonar • Doença pulmonar intersticial (DPI) • Doença tromboembólica • Hemorragia alveolar • Disfunção diafragmática • Pneumonite por aspiração / pneumonia • Doença obstrutiva das vias aéreas • Infecções pulmonares • Vasculite pulmonar SE LIGA! Os primeiros sintomas que de- vem alertar a pessoa para o envolvimen- to pulmonar são tosse seca, dispnéia e dor no peito pleurítica. Doença pulmonar intersticial - DPI ocorre em cerca de 50 a 66% dos pacientes com DMTC. Os fatores de risco para o desenvolvimento de DPI são fenômeno de Raynaud, sintomas de disfagia, artrite, anti-Sm e FR. Uma redução na capacidade única de difusão da respiração para monóxi- do de carbono (DLCO) é comumente encontrada em testes de função pul- monar nos estágios iniciais da DPI. A tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) é um teste sensível para determinar a presença de DPI. Os achados mais comuns da TCAR são espessamento septal, opacida- des em vidro fosco, opacidades line- ares não septais e predominância de lobo periférico / inferior, que são mais semelhantes aos encontrados na ES. A rápida depuração do pentaaceta- to de dietilenotriamina marcado com tecnécio (DTPA pulmonar) está in- timamente correlacionada com as evidências tomográficas da doença intersticial pulmonar e com uma dimi- nuição da DLCO [ 64 ]. Pacientes com fibrose mais grave apresentam redu- ções adicionais no DLCO; capacidade vital forçada reduzida e volume expi- ratório forçado, consistente com do- ença pulmonar restritiva; distâncias reduzidas de teste de caminhada de seis minutos; e maior (pior) média da classe funcional da New York Heart Association. Com base em uma combinação de exames de TCAR e DTPA, a preva- lência de DPI no DMTC foi relatada em 67%. A DPI não tratada geral- mente é progressiva com o desenvol- vimento de fibrose pulmonar grave em 25% dos indivíduos após quatro anos de acompanhamento. A dilata- ção esofágica tem sido associada a uma tendência a desenvolver doença pulmonar intersticial na DMTC. Hipertensão pulmonar - HAP é uma das principais causas de morte na DMTC. Essa complicação é cau- sada por proliferação íntima branda e hipertrofia medial das arteríolas pulmonares. 9DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO Figura 9. Hipertensão pulmonar na doença mista do tecido conjuntivo. Fonte: UpToDate, 2020 Pode haver suspeita de presença de HAP no histórico, nos achados físicos e nos testes laboratoriais, principal- mente se o paciente tiver quatro ou mais dos seguintes : • Dispnéia por esforço • Pulsação sistólica na borda ester- nal esquerda • Um segundo som pulmonar acentuado • Dilatação da artéria pulmonar na radiografia • Hipertrofia ventricular direita no eletrocardiograma • Aumento do ventrículo direito no ecocardiograma A detecção precoce da HAP é cada vez mais importante, pois existem opções terapêuticas potencialmente eficazes. HAP provavelmente é subdiagnos- ticado; sua prevalência na prática de reumatologia comunitária foi de 13%, com base no ecocardiograma para estimar a pressão sistólica do ventrí- culo direito. O ecocardiograma bidimensional com estudos de fluxo Doppler é o teste de triagem mais útil, com um diagnóstico definitivo que requer cateterismo car- díaco mostrando uma pressão mé- dia da artéria pulmonar em repouso superior a 25 mmHg em repouso. O desenvolvimento da HAP foi corre- lacionado com um padrão capilar de pregos semelhante ao observado na ES, com anticorpos anti-célulasote- liais e com anticorpos anticardiolipina. SAIBA MAIS! Uma força-tarefa incluiu os seguintes estudos como parte da investigação inicial para detec- ção precoce de HAP em pacientes com DMTC [ 78 ]: • Teste de função pulmonar (TFP) • Capacidade de difusão dos pulmões por monóxido de carbono (DLCO) • Ecocardiograma transtorácico (ETT) • Peptídeo natriurético do tipo N pro-B-terminal (NT-Pro BNP) 10DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO Crises hipertensivas semelhantes à crise renal de esclerodermia também foram relatadas. Doença gastrointestinal - O envol- vimento gastrointestinal é a caracte- rística de sobreposição clínica mais comum da ES, ocorrendo em cerca de 60 a 80% dos pacientes. Motilidade desordenada no trato gastrointestinal superior é o problema mais comum. As biópsias esofágicas podem mos- trar atrofia severa e perda de células musculares lisas na camada muscu- lar do esôfago inferior, seguidas de fi- brose. Os tecidos atrofiados mostram deposição de IgG e C3 na microsco- pia de imunofluorescência. Doença renal - A ausência de doen- ça renal grave é uma marca registra- da da DMTC. É possível que altos tí- tulos de anticorpos anti-U1 RNP, que são característicos do DMTC, possam proteger contra o desenvolvimento de glomerulonefrite proliferativa di- fusa, independentemente de esses anticorpos ocorrerem no DMTC ou no LES clássico. No entanto, algum grau de envolvi- mento renal ocorre em cerca de 25% dos pacientes. A nefropatia por mem- brana é o achado mais comum, e pode ocorrer proteinúria na faixa nefrótica. Figura 10. Micrografia leve mostrando nefropatia mem- branosa. Fonte: UpToDate, 2020 SAIBA MAIS! Houve relatos de casos de hemoperitônio, hematobilia, sangramento duodenal, megacólon, pancreatite, ascite, enteropatia perdedora de proteínas, colangite biliar primária (anteriormen- te referida como cirrose biliar primária), hipertensão portal, pneumatose intestinal e hepatite auto-imune. A síndrome de má absorção pode ocorrer secundariamente à dilatação do intes- tino delgado com crescimento bacteriano. O envolvimento hepático na forma de hepatite crô- nica ativa e síndrome de Budd-Chiari foi descrito. Pseudodiverticulae, idênticas às observa- dasna ES, podem servistas ao longo da borda antimesentérica do cólon. A dor abdominal na DMTC pode resultar de hipomotilidade intestinal, serosite, vasculite mesentérica, perfuração do cólon e pancreatite. 11DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO posterior reversível e adesivo arac- noidite também foram relatados. Em geral, os pacientes com DMTC apre- sentam comprometimento cognitivo relativamente leve em comparação com pacientes com lúpus que sofrem envolvimento neuropsiquiátrico. Anormalidades hematológicas e la- boratoriais - Anormalidades hema- tológicas e laboratoriais inespecíficas são comuns no DMTC: • Aproximadamente 75% dos pa- cientes têm anemia de baixo grau • Como no LES clássico, a leucope- nia, afetando principalmente a sé- rie de linfócitos, é um achado co- mum que tende a se correlacionar com a atividade da doença • A maioria dos pacientes tem hipergamaglobulinemia • O fator reumatóide é positivo em 50 a 70% dos pacientes • Anticorpos anticíclicos para PCC são encontrados em cerca de 50% dos pacientes • Muitos pacientes têm anticorpos direcionados contra ribonucle- oproteína nuclear heterogênea (hnRNP)-A2, fibrilina-1 e nucleos- somos, mas não contra polimera- ses do ácido ribonucleico (RNA) [ 112 ] ou proteassoma • Anticorpos antifosfolípides ocor- rem com menos frequência do que no LES [ 114,115 ]. Se presentes, Doença do sistema nervoso cen- tral - A descrição original do DMTC enfatizou a falta de envolvimento do SNC. Essa observação permanece amplamente correta, pois os pacien- tes com DMTC não desenvolvem complicações graves, como cerebrite, psicose ou convulsões. No entanto, aproximadamente 25% dos pacien- tes apresentam alguma forma tipica- mente leve da doença do SNC. A manifestação mais frequente do SNC é uma neuropatia do nervo tri- gêmeo (quinto crânio), que pode ser a característica de apresentação da doença. A neuropatia do trigêmeo também é o problema mais comum do SNC em pacientes com ES. • Dores de cabeça são comuns. Eles são mais frequentemente de origem vascular, mas podem ser causados por meningite asséptica, devido à própria doença ou a uma reação a medicamentos antiinfla- matórios não esteróides (AINEs), e pela tensão muscular e pontos- -gatilho miofasciais. • A perda auditiva neurossensorial geralmente não é reconhecida, mas é relatada a ocorrência em cerca de 50% dos pacientes com DMTC. Casos isolados de hemorragia cerebral, mielite transversa, síndrome da cauda equina, vasculite retiniana, encefalo- patia multifocal progressiva, neuro- patia desmielinizante, encefalopatia 12DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO eles tendem a se correlacionar com trombocitopenia e HAP, mas não com trombose e / ou abortos. Anti- corpos antibeta (2) -glicoproteína I são bastante incomuns na DMTC, ocorrendo em cerca de 10% dos pacientes. Sua presença está fre- quentemente associada ao desen- volvimento de HAP • Anticorpos de células antiendo- teliais ocorrem em 50% dos pa- cientes com DMTC [ 116 ] e pare- cem ser reativos com um canal 1 seletivo de ânion-dependente de voltagem 1 (VDAC-1) [ 117 ]. Sua ocorrência tende a estar associada a lesão microvascular no pulmão e nos rins [ 118 ]. O uso de trimeto- prim-sulfametoxazol é um fator de risco significativo para o desenvol- vimento desses anticorpos • Problemas menos comuns incluem trombocitopenia, púrpura trom- bocitopênica trombótica, anemia hemolítica positiva de Coombs e aplasia de glóbulos vermelhos • O único achado sorológico univer- sal no DMTC é um ANA positivo cuja especificidade fina é anti-U1 RNP, especialmente anticorpos contra a proteína de 68 kD Vasculopatia - O fenômeno Raynaud é uma característica inicial típica da DMTC; sua ausência deve pôr em dú- vida o diagnóstico. A lesão vascular ca- racterística da DMTC é a proliferação íntima e a hipertrofia medial que afe- tam os vasos de tamanho médio e pequeno; essa também é a patologia característica na HAP e nascrises re- novasculares. Essas alterações pato- lógicas diferem daquelas geralmente observadas no LES, nas quais infiltra- dos inflamatórios perivasculares e ne- crose são mais característicos. Níveis elevados deendostatina na DMTC estão associados a úlceras digitais e mortalidade por todas as causas. Semelhante à ES, a capilaroscopia anormal das unhas é uma caracte- rística comum da DMTC. O padrão capilar é caracterizado por dilatação e abandono. A capilaroscopia prega das unhas pode ser realizada à bei- ra do leito, um teste que é útil para a estratificação prognóstica daqueles com fenômeno precoce de Raynaud. Figura 11. Capilaroscopia ungueal na doença mista do tecido conjuntivo. Fonte: UpToDate, 2020 Os estudos angiográficos revelam uma alta prevalência de oclusões ar- teriais de tamanho médio. 13DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO Manifestações Miosite Aterosclerose Renal Febre Gastrointestinal Laboratorial Cardíaca Artrite Pele Sistema nervoso central Pulmonar Síndrome de Sjogren Erupção malar Edema em mãos Fenômeno de Raynaud Nefropatia membranosa Neuropatia do nervo trigêmeo Disfagia Pericardite Bloqueios Prolapso da valva mitral FR + Anemia Leucopenia Anti-RNP Doença pulmonar intersticial Hipertensão arterial pulmonar Derrame pleural MAPA MENTAL DAS MANIFESTAÇÕES 14DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO 4. DIAGNÓSTICO O diagnóstico definitivo de doença mista do tecido conjuntivo (DMTC) é muitas vezes complicado pelo fato de as características de sobreposição do lúpus eritematoso sistêmico (LES), es- clerose sistêmica (esclerodermia, ES) e miopatia inflamatória, encontradas em associação com altos títulos de anti- U1 anticorpo ribonucleoproteína (RNP), tendem a ocorrer sequencial- mente. A confusão geralmente surge devido à sobreposição de várias do- enças difusas do tecido conjuntivo (DDTC), bem como a alterações na patologia subjacente às doenças. Critérios de diagnóstico - Várias ten- tativas foram feitas para padronizar os critérios de diagnóstico para DMTC. Um estudo revisou quatro conjuntos de critérios de diagnóstico (Sharp, Alarcon-Segovia, Kasukawa e Kahn) e concluiu que os de Alarcon-Segovia e Kahn eram “melhores”. Os critérios utilizados pela Alarcon-Segovia apre- sentaram sensibilidade e especifici- dade de 63 e 86%, respectivamente. CRITÉRIOS DE ALARCON-SEGOVIA A. Critérios sorológicos Anticorpos anti-RNP com um título de hemagluti- nação ≥1: 1600 B. Critérios clínicos 1. mãos inchadas 2. Sinovite 3. Miosite * 4. Fenômeno de Raynaud 5. Acrosclerose MCTD está presente se: O critério A é acompanhado por três ou mais cri- térios clínicos - um dos quais deve incluir sinovite ou miosite. Tabela 1. Critério diagnóstico de Alarcon-Segovia CRITÉRIOS DE KAHN A. Critérios sorológicos Título elevado anti-RNP, correspondendo a um ANA salpicado de ≥1: 1200 títulos B. Critérios clínicos 1. Dedos inchados 2. Sinovite 3. Miosite 4. Fenômeno de Raynaud MCTD está presente se: O critério A é acompanhado pelo fenômeno de Raynaud e dois ou mais dos três critérios clínicos restantes. Tabela 2. Critério diagnóstico de Kahn Sintomas e características clínicas - Os sintomas presentes na DMTC geralmente são inespecíficos, como fadiga, mialgias, artralgias e febres de baixo grau. Alguns pacientes, no entanto, apresentam-se agudamente com neuropatia trigeminal, polimiosite 15DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO grave, artrite aguda, meningite assép- tica, gangrena digital, abdome agudo ou febre alta. Os sintomas clínicos característicos da DMTC emergem eventualmente, incluindo o fenômeno de Raynaud, edema das mãos, dedos inchados e / ou sinovite proeminente. As caracte- rísticas clínicas sobrepostas incluem doença inflamatória muscular e es- clerodactilia. Os pacientes afetados são propensos a desenvolver hiper- tensão pulmonar e uma vasculopatia semelhante à esclerodermia, mas a doença séria renal ou do sistema ner- voso central (SNC) é incomum. Autoanticorpos - Como observado acima, a descriçãooriginal do DMTC incluía auto-anticorpos circulantes di- recionados contra ENA (um antígeno nuclear extraível sensível à ribonucle- ase [RNAse]), que já foi determina- do como sendo U1 RNP. A presença deste anticorpo específico permane- ce uma condição sine qua non para o diagnóstico de DMTC. MAPA MENTAL DO DIAGNÓSTICO Anti-RNP Manifestações Clínicas Fenômeno de Raynaud DIAGNÓSTICO 5. TRATAMENTO SE LIGA! Embora a doença mista do te- cido conjuntivo (DMTC) tenha sido origi- nalmente descrita como extremamente responsiva aos glicocorticóides, acredi- ta-se que seja incurável. Além disso, não foram realizados ensaios controlados para orientar a terapia. Em vez disso, o tratamento de pacientes com DMTC ge- ralmente se baseia na eficácia conheci- da de terapias específicas para proble- mas semelhantes observados no lúpus eritematoso sistêmico (LES), esclerose sistêmica (ES) ou polimiosite. Princípios gerais: • Em geral, essas características da DMTC também observadas em pacientes com LES (por exemplo, pleurisia, pericardite) respondem à prednisona na dose de 0,25 a 1,0 mg / kg por dia. Em compara- ção, características semelhantes à esclerodermia (por exemplo, fe- nômeno de Raynaud, hipertensão pulmonar) geralmente são menos responsivas à terapia. • Como a hipertensão arterial pul- monar (HAP) é a principal causa 16DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO de morte entre os pacientes com DMTC, o diagnóstico precoce com ecocardiografia de rotina é reco- mendado para todos os pacientes. O Comitê de Pesquisa do DMTC ou a Sociedade Europeia de Cardiolo- gia recomendou que o limiar para a pressão sistólica arterial pulmo- nar estimada para o diagnóstico de HAP seja fixado em 36 mmHg. • Esperamos que o diagnóstico opor- tuno da HAP leve ao seu tratamen- to precoce com a administração de terapias que demonstraram alguma promessa nesse distúrbio. Essas terapias incluem um bloqueador dos canais de cálcio (geralmente nifedipina de ação prolongada), an- ticoagulação, prostaciclina intrave- nosa, imunossupressão prolongada (começando com glicocorticóides e combinando com ciclofosfamida, se necessário) e inibidores da enzi- ma de conversão da angiotensina. Na doença terminal, um transplan- te de coração e pulmão precisa ser considerado. • Os avanços no tratamento da hi- pertensão arterial pulmonar leva- ram à redução da morbimortali- dade. O tratamento a longo prazo com epoprostenol ou prostaciclina intravenosa melhora a capacidade de exercício, a hemodinâmica e a sobrevivência na maioria dos pa- cientes. Bosentan, um antagonista da endotelina-1 oral e inibidores da fosfodiesterase, como o sildenafil, estão se mostrando úteis no trata- mento dessa complicação. O tra- tamento da hipertensão pulmonar em pacientes com doença do teci- do conjuntivo é discutido em mais detalhes em outros lugares. • Muitas das manifestações clínicas da DMTC associadas a morbidade significativa tendem a ser intermi- tentes e responsivas aos glicocor- ticóides (prednisona 0,5 a 1,0 mg / kg por dia); esses distúrbios incluem meningite asséptica, miosite, pleu- risia, pericardite e miocardite. Em comparação, a síndrome nefrótica, o fenômeno de Raynaud, a artropa- tia deformada, a acrosclerose e as neuropatias periféricas são geral- mente resistentes aos esteróides. • Muitos problemas gastrointestinais podem ser gerenciados de acordo com as diretrizes de tratamento estabelecidas para distúrbios se- melhantes na esclerodermia. A prednisona , no entanto, pode ser eficaz no tratamento do envolvi- mento esofágico. Como exemplo, um estudo longitudinal de 10 pa- cientes com DMTC avaliou a eficá- cia da prednisona (uma dose mé- dia de 25 mg / dia) no tratamento da dismotilidade esofágica. Melho- ria significativa foi demonstrada na menor pressão do esfíncter esofá- gico, e uma tendência para melho- ra foi observada nas ondas peris- tálticas do esôfago proximal. 17DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO • Como no LES, vale a pena consi- derar o uso de rituximabe em pa- cientes com trombocitopenia re- sistente a esteróides ou anemia hemolítica auto-imune. • A IVIG também pode ter um papel no tratamento de doenças cutâne- as graves e eruptivas e de miosite resistente a esteróides. • Pacientes com deformidades gra- ves nas mãos podem ser ajudados por operações de liberação de te- cidos moles e fusões articulares selecionadas. • Como no LES e em outros distúr- bios autoimunes, a combinação de inflamação sistêmica, anticorpos antiendoteliais e hiperlipidemia (geralmente agravada pela terapia com glicocorticóides) pode levar a morbimortalidade a longo prazo devido à aterosclerose acelerada. A menos que contra-indicado, todos os pacientes tratados com esteróides devem tomar suplementos de cálcio e vitamina D. Mulheres na pós-meno- pausa ou outras pessoas com alto risco de osteoporose podem se beneficiar da avaliação da densidade mineral óssea e do uso de bifosfonatos ou outras in- tervenções profiláticas ou terapêuticas. A experiência anedótica sugere que a terapia com estrogênio / progesterona não está associada a crises de DMTC. MAPA MENTAL DO TRATAMENTO Manifestação leve TRATAMENTO Glicocorticoide em baixa dose Manifestações grave Hidroxicloroquina Aspirina Glicocorticoides em alta dose Agentes citotóxicos Imunossupressores 18DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO 6. PROGNÓSTICO A descrição original dos pacientes com doença mista do tecido conjun- tivo (DMTC) enfatizou o prognóstico relativamente bom e a excelente res- posta aos glicocorticóides. Como ob- servado acima, esses pacientes têm uma baixa prevalência de doença re- nal grave e problemas neurológicos com risco de vida. Embora ambos os sistemas orgâni- cos estejam envolvidos em cerca de 25% dos pacientes, a doença renal é geralmente uma forma bastante benigna de nefropatia membranosa, enquanto o envolvimento do sistema nervoso central (SNC) é geralmente uma neuropatia trigeminal incômoda, mas não com risco de vida. Pacientes diagnosticados inicialmen- te como portadores de DMTC podem se transformar no quadro clínico de outro distúrbio do tecido conjunti- vo, principalmente lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatoide, síndrome de Sjögren e vasculite. No entanto, existem claramente subcon- juntos de pacientes em risco de sig- nificativa morbimortalidade. Em um relatório de acompanhamento dos 25 pacientes originais, por exemplo, nove (36%) necessitaram de ciclos repetidos de glicocorticóides. Além disso, em um segundo estudo de 47 pacientes seguidos por 3 a 29 anos, a hipertensão pulmonar foi a causa subjacente da morte em 6 dos 11 pacientes que morreram; cinco dos pacientes que morreram tinham anti- corpos anticardiolipina IgG, um possí- vel fator de risco para doença grave. Mortalidade - A mortalidade geral é aparentemente mais baixa em pa- cientes com DMTC do que naqueles com LES clássico. No entanto, há uma mortalidade apreciável associada à DMTC, variando, em diferentes estu- dos, de 16 a 28% entre 10 e 12 anos. A maior mortalidade é observada nos pacientes com envolvimento vascu- lar. O maior estudo de mortalidade em pacientes com DMTC relatou ta- xas de sobrevida de 98, 96 e 88% em 5, 10 e 15 anos após o diagnósti- co entre 280 pacientes. As principais causas de morte incluem: • Hipertensão arterial pulmonar pro- gressiva (HAP) e suas complica- ções cardíacas. Em alguns casos, a HAP devido à vasculopatia seme- lhante à esclerodermia pode levar à morte em algumas semanas. Em uma coorte de 147 pacientes com DMTC acompanhados por uma média de 5,6 anos, 3,14 por cento haviam estabelecido HAP. Em ou- tro estudo de 201 pacientes com DMTC seguidos por 12,7 anos em média, a prevalência de HAP foi de 56%. • A doença pulmonar intersticial é cada vez mais reconhecida como uma das principais causas de 19DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO morbimortalidade. Em um estudo norueguês em 120 pacientes com DMTC (75% das mulheres), 52% tiveram imagensanormais de to- mografia computadorizada de alta resolução (TCAR) com duração média da doença de nove anos. A fibrose estava concentrada nas re- giões inferiores dos pulmões. Após média de 4,2 anos de acompanha- mento, a mortalidade geral foi de 7,9%; pacientes com fibrose pul- monar grave tiveram uma mortali- dade de 20,8 por cento. • Miocardite • Hipertensão renovascular e he- morragia cerebral Morbidade - A morbidade é bastante alta em pacientes com DMTC. A qua- lidade de vida pode ser reduzida devi- do a vários fatores, incluindo dor mus- culoesquelética recorrente, baixos níveis de energia e estresse de viver com uma condição potencialmente fatal. Surtos de polimiosite, pericar- dite, pleurisia e miocardite são geral- mente tratados com esteróides em doses razoavelmente altas por vários meses. Como resultado, os pacientes podem sofrer as muitas consequên- cias do uso prolongado de glicocor- ticóides, incluindo necrose asséptica, fraturas vertebrais por compressão, cataratas, ganho de peso, ateroscle- rose acelerada, infecções nosoco- miais e miopatia proximal. Outros problemas também podem ser debilitantes: • Como em pacientes com LES, não é incomum que pacientes com DMTC desenvolvam a síndrome da dor generalizada da fibromial- gia. Isso geralmente pode se tor- nar mais debilitante do que a do- ença primária • Pacientes com fenômenos graves de Raynaud podem desenvolver úlceras isquêmicas e até gangrena total dos dedos. Esses pacientes geralmente têm uma mortalidade mais alta • Um pequeno subconjunto de pa- cientes com DMTC desenvolve uma artrite deformadora e até ar- trite mutilante • A dismotilidade esofágica pode progredir com o tempo; Como re- sultado, alguns pacientes devem sofrer uma dilatação regular de bougie. O refluxo ácido gastroe- sofágico pode levar ao esôfago de Barrett e, eventualmente, ao carcinoma. • Uma minoria de pacientes com do- ença renal desenvolve insuficiên- cia renal em estágio final Os pacientes diagnosticados com DMTC também podem evoluir para um quadro clínico mais consistente com LES, esclerodermia ou artrite reu- matóide. Essa evolução é, em parte, 20DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO geneticamente predeterminada. Ale- los específicos do antígeno leucocitário humano (HLA) -DR têm sido associa- dos a uma propensão a desenvolver uma doença conectiva em oposição a outra. Como exemplo, o LES é mais provável em pacientes com HLA-DR3, esclerodermia com HLA-DR5 e DMTC com HLA-DR4 ou HLA-DR2. MAPA MENTAL DO PROGNÓSTICO Evolução PROGNÓSTICO Morbidade Bom prognóstico Mortalidade Artrite reumatoide Lúpus eritematoso sistêmico Síndrome de Sjogren Miocardite Hipertensão arterial pulmonar Hemorragia cerebral Dismotilidade esofágica Úlceras isquêmica Pericardite Doença pulmonar intersticial Polimiosite Fibromialgia 21DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO MAPA MENTAL FINAL Diagnóstico DMTC Dismotilidade esofágica Úlceras isquêmica Pericardite Polimiosite Laboratorial Prognóstico TratamentoManifestações Cardíaca Artrite Renal Pele Febre Pulmonar Manifestações Clínicas Fenômeno de Raynaud Anti-RNP Manifestação leve Manifestação grave Aspirina Glicocorticoide em baixa dose Hidroxicloroquina Imunossupressores Agentes citotóxicos Glicocorticoides em alta dose Morbidade Mortalidade Bom prognóstico Fibromialgia Hemorragia cerebral Hipertensão arterial pulmonar Doença pulmonar intersticial Miocardite 22DOENÇA MISTA DO TECIDO CONJUNTIVO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Sharp GC, Irvin WS, Tan EM, et al. 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