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TERAPIA ANTIMICROBIANA Inserção no caso: o paciente apresentou diarreia devido uma infecção pela bactéria Shigella flexneri. CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS ANTIMICROBIANAS 1. Segundo sua origem (modo de obtenção) 2. Segundo seu espectro de ação 3. Segundo seu mecanismo de ação 4. Segundo sua ação biológica SEGUNDO SUA ORIGEM (MODO DE OBTENÇÃO) ANTIBIÓTICO Os antibióticos são substâncias obtidas a partir de organismos vivos, ou cuja parte principal da molécula tenha sido obtida a partir de um organismo vivo ou copiada de um organismo vivo. As primeiras penicilinas desenvolvidas eram chamadas de penicilinas naturais pois eram desenvolvidas a partir de fungos (Penicillium notatum e Penicillium chrysogenum), ou seja, de organismos vivos, e por isso são antibióticos. Posteriormente surgiram penicilinas semi-sintéticas, das quais apenas seu anel principal (anel β-lactâmico) é obtido/ copiado de organismos vivos, portanto continuam sendo antibióticos QUIMIOTERÁPICO O quimioterápico é a substância de origem totalmente sintética e que não foi obtida a partir de um organismo vivo. Por exemplo, as sulfas, desenvolvidas a partir de corantes (Prontosil Rubrum), no laboratório da Bayer na Alemanha. Obs: os antibióticos são utilizados contra vários tipos de microrganismos; os quimioterápicos são utilizados contra vários tipos de microrganismos e ainda contra outras células, inclusive do próprio organismo. SEGUNDO O ESPECTRO DE AÇÃO AMPLO ESPECTRO Espectro é a gama de agentes que a droga consegue inibir ou matar. Amplo espectro quer dizer que a droga tem atividade contra vários grupos de organismos. Ex: a sulfa é uma droga de amplo espectro pois age contra bactérias, alguns fungos e parasitas. CURTO ESPECTRO Podem ser classificadas também como estreito ou pequeno espectro. São drogas que possuem atividade contra poucos grupos de microrganismos. A isoniazida, por exemplo, é uma droga que tem atividade somente contra micobactérias SEGUNDO O MECANISMO DE AÇÃO Existem 5 mecanismos de ação: 1. Drogas que inibem a síntese da parede celular do microrganismo. 2. Drogas que interferem no metabolismo do microrganismo (inibem a síntese do ácido fólico). 3. Drogas que interferem nas funções das membranas celulares. 4. Drogas que inibem a síntese de DNA. 5. Drogas que inibem a síntese proteica. INIBEM A SÍNTESE DA PAREDE CELULAR A droga mais conhecida desse grupo é a penicilina. Outras drogas desse grupo são: Vancomicina; Bacitracina; Cefalosporina; Monobactanos; Carbapenemas INTERFEREM NO METABOLISMO DO ÁC. FÓLICO O ácido fólico é um elemento essencial para a reprodução celular. Muitas bactérias precisam sintetizar o ácido fólico para sua reprodução. As drogas desse tipo são: Sulfonamidas (sulfas); Trimetoprima INTERFEREM NAS FUNÇÕES DA MEMBRANA CELULAR Essas drogas desarranjam as membranas celulares, e assim o organismo perde conteúdo intracelular; outras drogas fazem despolarização na membrana, de forma que o microrganismo acaba morrendo. As drogas desse grupo são: Polimixinas; Daptomicinas INIBEM A SÍNTESE DE DNA Podem inibir a girase do DNA ou a RNA polimerase. - Quinolonas (inibem a girase do DNA) - Rifampicina (inibem a RNA polimerase) INIBEM A SÍNTESE PROTEICA Existem drogas que inibem a subunidade 30S do ribossomo, outras inibem a subunidade 50S. A Azitromicina é um inibidor de síntese proteica do grupo dos macrolídeos. Eritromicina; (macrolídeos); Cloranfenicol; Clindamicina; Tetraciclina; Gentamicina;Tobramicina SEGUNDO SUA AÇÃO BIOLÓGICA DROGA BACTERICIDA Droga que provoca a morte celular do organismo. DROGA BACTERIOSTÁTICO Droga que inibe o crescimento ou a reprodução celular do agente. Logo essa droga não elimina o agente, mas sim a sua reprodução celular, evitando sua multiplicação no organismo. Nesse caso a eliminação do agente dependerá do sistema imune do indivíduo. INTERPRETAÇÃO DO GRÁFICO A linha de cima representa a quantidade de bactérias em um organismo sem a intervenção de fármacos antimicrobianos: há um aumento da quantidade de bactérias ao longo do tempo. Quando usamos um bacteriostático, podemos ver, pela linha do meio, a estabilização da quantidade de bactérias no organismo devido a inibição da reprodução das bactérias. Nesse caso, é mais fácil para o organismo por si só eliminar o agente. Já quando usamos um bactericida (linha de baixo) vemos a diminuição da quantidade de bactérias, já que essa droga age eliminando o agente. OBS: questão de prova Classificação sulfa: - quimioterápico bacteriostático de amplo espectro e inibidor de metabolismo bacteriano. Interpretação: - tem origem sintética; inibe o crescimento ou reprodução bacteriana; tem ação contra bactéria gram positiva, algumas gram negativas, alguns fungos e alguns parasitas; inibe ácido fólico bacteriano. Classificação amoxacilina: - antibiótico bactericida de amplo espectro e inibidor de parede celular. Interpretação: - origem de organismo vivo; provoca morte celular; tem ação contra gram positivo e alguns gram negativo. REAÇÕES ADVERSAS COMUNS Cada grupo de drogas possui seus efeitos adversos específicos, mas existem reações adversas que são comuns aos antimicrobianos. * Reações tóxicas: um exemplo é a nefrotoxicidade (reação renal). * Reações idiossincráticas (anômalas): idiossincrasia é uma reação anômala, que ocorre, na maior parte das vezes, por uma deficiência genética do paciente relacionada ao seu metabolismo (por exemplo, deficiências de enzimas). * Interferência com a flora bacteriana intestinal: a interferência com a flora intestinal normal pode levar a diarreia, e é o efeito mais comum do uso de drogas antimicrobianas. * Reações de hipersensibilidade: as reações alérgicas podem ir desde simples erupções cutâneas até o choque anafilático. ASSOCIAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS Em muitas situações precisamos de associações pois as vezes a monoterapia não é efetiva. As associações somente são feitas seguindo alguns critérios, pois é muito fácil tornar o agente resistente aos fármacos se não seguirmos critérios. Usa-se associações nos seguintes casos: * Infecções mistas: - infecções por agentes diferentes, por exemplo: um fungo e um protozoário, um fungo e uma bactéria. * Efeito farmacológico sinérgico: - quando temos uma potencialização de efeito com a associação de drogas (efeito aditivo). * Evitar resistência bacteriana. * Impedir a inativação da droga por enzimas. Exemplo: a amoxacilina precisa ser associada ao clavulanato de potássio porque a bactéria produz enzimas (β-lactamases) que quebram o anel principal da amoxacilina e o clavulanato inibe essas enzimas, preservando a função da amoxacilina * Redução da dose de drogas com potencial tóxico: - por exemplo, ao associar o aminoglicosídeo com a penicilina, podemos diminuir a dose do aminoglicosídeo, diminuindo então seu potencial nefrotóxico, principalmente em se tratando de paciente que já possui uma doença renal de base BASES PARA UMA TERAPIA ANTIMICROBIANA DE SUCESSO: 1. Identificação e caracterização do patógeno. Nem sempre é possível identificar o patógeno, por mais que seja o ideal. Isso porque, muitas vezes, é necessário aliviar os sintomas do paciente com urgência, não sendo possível esperar o resultado de exames para iniciar o tratamento. Nesses casos, tratamos o paciente baseado nas bactérias mais comuns por sítio de infecção OBS – BACTÉRIAS POR SÍTIO DE INFECÇÃO: Como não é possível identificar e caracterizar os patógenos a cada paciente que chega no pronto socorro, os estudos mostram os mais prevalentes tipos de bactérias por sítio de infecção. Assim é possível nortear o tratamento antimicrobiano e ter maior probabilidade de curar o paciente BOCA: Peptococcus; Peptostreptococcus; Actinomyces PELE: S. aureus; S. pyogenes; S. epidermidis; Pasteurella OSSOS E ARTICULAÇOES: S. aureus; S. epidermidis; Streptococci; N. gonorrhoeae; Gram-negative rods ABDOME: E. coli; Klebsiella; Enterococcus; Bacteroides sp TRATO URINÁRIO: E. coli; Proteus; Klebsiella; Enterococcus; Staph saprophyticu TRATO RESPIRATÓRIO: S. pneumoniae; H. influenzae; M. catarrhalis;S. pyogenes PNEUMONIA COMUNITÁRIA: S. pneumoniae; H. influenzae; K. pneumoniae; Legionella pneumophila; Mycoplasma; Chlamydia PNEUMONIA HOSPITALAR: K. pneumoniae; P. aeruginosa; Enterobacter sp.; Serratia sp.; S. aureus MENINGITES: S. pneumoniae; N. meningitidis; H. influenza; Group B Strep; E. coli; Listeria 2. Seleção da droga baseada nos locais de infecção e nas lesões. Por exemplo, o paciente chega com amigdalite. Sabemos que a bactéria mais comum na boca é o Streptococcus, então iniciamos a terapia contra o Streptococcus mesmo antes do resultado dos exames. 3. Obtenção de concentrações efetivas do agente antimicrobiano por período suficiente (CIM – concentração inibitória mínima). A concentração inibitória mínima é a concentração efetiva na eliminação do agente. Dosagens inadequadas ou pouco efetivas podem tornar o agente resistente. 4. Seleção de frequência, dosagem, via de administração e tempo de tratamento adequados. Alguns medicamentos possuem sua biodisponibilidade alterada caso a ingestão seja feita com suco, refrigerante ou outros alimentos. A frequência, dosagem e tempo de tratamento inadequados também podem diminuir significativamente a eficácia do fármaco. 5. Terapias de suporte. Significa usar outros medicamentos para aliviar os sintomas enquanto o antimicrobiano age na eliminação do agente, para ajudar o paciente a sair da sintomatologia o mais rápido o possível. 6. Não utilizar antibiótico contraindicados em pacientes com problemas específicos. Por exemplo, não utilizar antimicrobianos nefrotóxicos em pacientes com doença renal. PRINCIPAIS CAUSAS DE FALHA NA TERAPIA 1. Diagnóstico incorreto: por exemplo, tratar como infecção bacteriana o que é uma infecção viral. 2. Escolha da droga incorreta: é necessário se atentar com o espectro da droga. 3. Resistência antimicrobiana. 4. Antibiótico insuficiente para múltiplos patógenos. 5. Associação de drogas incompatíveis. 6. Superinfecção por patógenos oportunistas resistentes. 7. Esquema terapêutico falho: via de administração incorreta, tempo, intervalo, dosagem (subdosagem ou superdosagem). Caso esqueça de tomar o medicamento, é necessário começar o tratamento do início novamente. 8. Efeitos colaterais adversos: nesses casos é comum o paciente abandonar o tratamento. 9. Interações medicamentosas: sempre questionar todos os medicamentos em uso pelo paciente QUIMIOPROFILAXIA Profilaxia é a prevenção da infecção ou colonização. A finalidade é evitar a colonização. Fazemos profilaxia principalmente em algumas situações: * Paciente imunodeprimidos. * Pacientes que irão colocar próteses. * Pacientes que irão realizar cirurgias com riscos de infecção. SULFAS As sulfas são drogas quimioterápicas, encontradas na literatura também como compostos sulfonamídicos. Elas são classificadas como quimioterápicos os antimicrobianos de origem totalmente sintéticas. As sulfas foram sintetizadas a partir de um corante vermelho chamado de Prontosil Rubrum. Domagk, pesquisador do Laboratório Bayer, na Alemanha, descobriu que nesse corante havia um grupamento sulfonamida que possuía excelente atividade contra bactérias Gram-positivas além de atividade contra Estafilococus e Estreptococus, após usar esse corante em animais com infecções de pele ESPECTRO DE AÇÃO. As sulfas são consideradas como de amplo espectro. Possuem atividade contra bactéria Gram +, contra algumas bactérias Gram – e ainda contra alguns fungos e protozoários: Chlamydia; Toxoplasma gondii; Plasmodium falciparum (cloroquina resistente); Streptococus pyogenes; Streptococus pneumoniae; Nocardia; Pneumocystis jirovecii (carinii) Obs: mesmo contra os microrganismos citados acima, as sulfas somente devem ser utilizadas mediante antibiogramas que comprovem que tais microrganismos são sensíveis a este fármaco devido ser considerada muito resistente nos dias de hoje. FARMACODINÂMICA ESTRUTURA QUÍMICA As sulfas possuem uma estrutura semelhante ao PABA (Ácido Para-aminobenzóico) – elemento precursor na síntese do ácido fólico. O ácido fólico é um elemento essencial para a síntese do DNA e, por consequência, para a reprodução celular, inclusive para a reprodução celular bacteriana. Algumas bactérias necessitam sintetizar ácido fólico a partir do PABA para se reproduzirem. Os seres humanos não sintetizam ácido fólico, mas o captam através da dieta. As sulfas são drogas que inibem a síntese do ácido fólico bacteriano e consequentemente do DNA. Portanto, são sensíveis a ação das sulfas aquelas bactérias que necessitam sintetizar ácido fólico para se reproduzir. VIA DE SÍNTESE DO ÁCIDO FÓLICO – 1º ETAPA As sulfas irão competir com o PABA, que ocorre da seguinte maneira: 1. O microrganismo irá incorporar o PABA às pteridinas. 2. Por ação da enzima diidropteroato sintase irá ocorrer a formação de ácido diidropteróico. 3. Em seguida ocorre a incorporação do glutamato. 4. Por ação da enzima diidrofolato sintase forma-se o ácido diidrofólico. MECANISMO DE AÇÃO A sulfa compete com o PABA na via de síntese do ácido fólico, portanto trata-se de um antagonismo metabólico competitivo. Devido à semelhança estrutural entre a sulfa e o PABA,a enzima diidropteroato sintase reconhece a sulfa como se fosse o PABA, então a sulfa acaba ligando-se à enzima no lugar do PABA, inibindo essa enzima e, por consequência toda a via de síntese do ácido fólico. ENTÃO: Sulfa e PABA são semelhantes estruturalmente → a sulfa liga-se a enzima diidropterato sintase no lugar do PABA → o PABA fica impedido de se ligar na enzima → toda a via do ácido fólico é inibida. CLASSIFICAÇÃO: As sulfas são antagonistas competitivos metabólicos doácido para-aminobenzóico (PABA): inibem a síntese do ácido fólico bacteriano, consequentemente inibindo a síntese do DNA bacteriano MECANISMO DE RESISTÊNCIA BACTERIANA Existem vários mecanismos de resistência, como: 1. Alteração estrutural da diidropteroato sintase As bactérias podem alterar a estrutura da enzima diidropteroato sintase, fazendo com que a sulfa não consiga se ligar. 2. Dificuldade de penetração nas bactérias As bactérias podem alterar a permeabilidade dos canais aquosos por onde o antibiótico penetra no microrganismo, dificultando assim a penetração desses fármacos nas bactérias. 3. Bombas de efluxo Algumas bactérias possuem bombas que transportam o antibiótico de volta para o meio extracelular depois que ele já havia penetrado na bactéria. 4. Aumento da captação de PABA Algumas bactérias (alguns cocos Gram+) conseguem aumentar sua captação de PABA além do normal em cerca de 70 vezes. Esses microrganismos fazem um estoque de PABA; o aumento da concentração de PABA faz com que este ganhe o antagonismo competitivo com a sulfa e consiga se ligar à enzima diidropteroato sintase. Dessa forma o microrganismo acaba conseguindo formar o ácido diidropteróico, e por consequência, o ácido fólico. É importante lembrar o princípio do antagonismo competitivo: liga-se quem estiver em maior quantidade SINERGISMO COM AS SULFAS Por volta de 1968 foi desenvolvido uma outra substância antimicrobiana com efeito antimetabólico: a Trimetoprima. Essa droga também é um inibidor da síntese do ácido fólico, atuando, no entanto, em uma etapa subsequente à etapa de atuação da sulfa. Quando se associou a Trimetoprima às sulfas, foi permitido uma ampliação do espectro bacteriano, já que agora temos duas substâncias inibindo a via de síntese do ácido fólico em etapas distintas. Como a Trimetoprima atua em uma etapa posterior, mesmo os microrganismos capazes de estocar PABA acabam sofrendo ação antimicrobiana MECANISMO DE AÇÃO: A Trimetoprima consegue inibir a redução do folato, ou seja, impede a conversão do ácido diidrofólico em ácido tetraidrofólico, pois bloqueia a enzima diidrofolato Redutase. Este efeito independe da estocagem de PABA. Nota-se, portanto, um efeito sinérgico entre as sulfas e a Trimetoprima. Então: * A sulfonamidas inibe a enzima diidropteroato sintase * A Trimetoprima inibe a enzima diidrofolato redutase CLASSIFICAÇÃO DAS SULFAS SEGUNDO A APLICAÇÃO TERAPÊUTICA As sulfas são divididasem drogas sistêmicas, intestinais e tópicas SULFAS SISTÊMICAS: * Boa absorção * Bem distribuída entre os tecidos corporais * Ação Curta: atua de 4 a 7 horas * Ação Intermediária: atua de 10 a 12 horas * Ação Longa: atua de 35 a 40 horas OBS: No Brasil, as sulfas de ação curta quase não são utilizadas. As mais utilizadas no Brasil são as sulfas de ação intermediária. SULFAS SISTEMICAS DE AÇÃO CURTA: Sulfamerazina; Sulfatiazol; Sulfisoxazol SULFAS SISTEMICAS DE AÇÃO INTERMEDIÁRIA ** Sulfadiazina: Existe a preparação da Sulfadiazina isolada, vendida como Enterodina® e também a preparação da Sulfadiazina em associação com a Trimetoprima, vendida como Triglobe® ** Sulfametoxazol: O Sulfametoxazol não é vendido na forma isolada, mas somente é preparado em associação a Trimetoprima, vendido comercialmente como Bactrim® ou Trimexazol®. Esse é o fármaco de maior relevância dentre as sulfonamidas. SULFAS SISTEMICAS DE AÇÃO PROLONGADA ** Sulfadoxina: É uma droga tóxica devido ao seu prolongado tempo de meia vida (mais de 40 horas). A Sulfadoxina possui apenas um uso terapêutico muito específico: o tratamento de infecção por Plasmodium falciparum. SULFAS INTESTINAIS Podem ser chamadas também de sulfas entéricas. São drogas que não possuem uma absorção no trato gastrointestinal, pois se ionizam no meio aquoso intestinal e por isso não conseguem ir para a circulação; logo ficam retidas no TGI. Usa-se quando o efeito desejado é no TGI (infecções intestinais), e a ionização é fator essencial para que essa classe de sulfas cumpra seu papel desejado ** Sulfassalazina: É utilizada no ambiente hospitalar em cirurgias intestinais, inclusive como medida profilática. No intestino a Sulfassalazina reage com a microbiota local e é convertida em 5-ASA, composto que possui ações anti-inflamatória e imunossupressora. Por isso a Sulfassalazina é utilizada também na terapia da colite ulcerativa. Vende-se também o derivado 5-ASA isolado, como Mesalazina® SULFAS TÓPICAS São sulfas preparadas para o uso tópico: sulfas oftálmicas, preparadas na forma de colírio e sulfas vaginais, preparadas para vias vaginais. * Sulfadiazina de prata (usada como profilaxia em queimaduras no ambiente hospitalar) * Sulfacetamida (colírio) * Mafenida USO TERAPEUTICO Atualmente são utilizadas somente em situações específicas, quando o médico está amparado por testes de sensibilidade. 1) ITU Antigamente era usado. Atualmente utilizamos as sulfas para infecções do trato urinário somente quando temos a comprovação de sensibilidade da cepa através do antibiograma. A primeira opção para tratar as ITUs atualmente são as quinolonas. 2) INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR A primeira escolha para esse tipo de infecção são os antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas). Existem pacientes alérgicos à penicilina e, nesse caso, utilizamos os macrolídeos (azitromicina e claritromicina) como drogas alternativas. A penicilina pode também ser substituída pelas sulfas em caso de alergia, mas somente mediante comprovação da sensibilidade do microrganismo 3) SHIGELOSE E MENINGITE Atualmente quase 100% das cepas de Shigella e Neisseria apresentam resistência às sulfas. Nessas situações as sulfas somente são utilizadas mediante comprovação da sensibilidade 4) INFECÇÕES POR PLASMODIUM FALCIPARUM (MALÁRIA) As cepas do Plasmodium falciparum são sensíveis às sulfas. No entanto somente utilizamos as sulfas se essas cepas apresentarem resistência ao grupo de tratamento padrão, os quininos: cloroquina, mefloquina, primaquina. Nesse caso, utilizamos a sulfa sistêmica de ação prolongada (Sulfadoxina) associada à outra droga antimetabólica, a Pirimetamina. OBS: essa é a única situação onde usamos a Sulfadoxina! 5) INFECÇÕES POR TAXOPLASMA GONDII EM PACIENTES COM AIDS Normalmente a toxoplasmose é assintomática. No entanto, pacientes imunodeprimidos estão mais suscetíveis à sintomatologia. Nessas situações a sulfa é a droga de escolha para o tratamento. Utiliza-seSulfadiazina + Pirimetamina 6) PROFILAXIA EM PACIENTES QUEIMADOS Em pacientes grandes queimados, a sulfa de uso tópico (Mafenida e Sulfadiazina de Prata 1%) é a droga de escolha para realização de prevenção de infecções 7) INFECÇÕES TÓPICAS OCULARES Em conjuntivites bacterianas, as sulfas não são mais a 1° opção. Utiliza-se Tobramicina, colírios a base de quinolonas e outros. 8) INFECÇÕES POR NOCARDIA SPP A Nocardia ssp é uma bactéria presente no solo capaz de causar lesões de pele, infecções de pulmão e outros em indivíduos imunodeprimidos, que estão mais suscetíveis a tais agentes. Nesse caso, a sulfa (Sulfametoxazol + Trimetoprima) é a droga de escolha, já que as cepas de Nocardia spp não apresentam resistência às sulfas. 9) TERAPIA DE COLITE ULCERATIVA E ENTERITES Utiliza-se a Sulfassalazina como droga de escolha devido a formação do 5-ASA pela reação da Sulfassalazina com a flora bacteriana intestinal. É importante lembrar que não é a sulfa que combate a colite, mas sim o composto formado a partir da sulfa 10) PNEUMONIA POR PNEUMOCYSTIS JIROVECIL EM PACIENTES IMUNODEPRIMIDOS O Pneumocystis jirovecil é um fungo causador de pneumonias em pacientes imunodeprimidos. Nesse caso a sulfa é uma opção terapêutica importante devido ao seu amplo espectro SULFONAMIDAS COMO DROGAS DE ESCOLHA: •infecção por Toxoplasma gondii • profilaxia em pacientes queimado •infecção por Nocardia spp. •terapia de colite ulcerativa e enterite SULFONAMIDAS COMO DROGA ALTERNATIVA: •infecções do trato urinário •infecções do trato respiratório superior • shigelose e meningite •infecção por Plasmodium falciparum •infecções tópicas oculares • pneumonia por Pneumocystis jirovecil REAÇÕES ADVERSAS REAÇÕES DE HIPERSSENSIBILIDADE As reações alérgicas às sulfas podem se manifestar das seguintes formas: erupções cutâneas, febre medicamentosa, vasculite e fotossensibilidade. A reação mais comum é a erupção cutânea. SINDROME DE STEVENS JOHNSON A síndrome de Stevens Johnson pode ocorrer em reação às sulfas, mas também em reação ao uso de dipirona, nimesulida e outros. Essa síndrome é caracterizada por febre, mal-estar, eritema multiforme e principalmente ulcerações da mucosa da boca e genitália. DISCRASIAS SANGUINEAS As sulfas são consideradas drogas tóxicas para o sistema hematopoiético, mas seus efeitos ocorrem em pequena proporção e raramente um paciente apresentará aplasia medular por uso de sulfas. Pode ocorrer: leucopenia, agranulocitose, trombocitopenia e anemia plástica (raro). ANEMIA HEMOLÍTICA Esse efeito colateral só aparece se o paciente tiver uma deficiência genética da glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) da hemácia. A G6PD é importante para manter os níveis de glutationa e neutralizar radicais livres na célula. O paciente que tem deficiência genética de G6PD perde essa proteção pois acaba tendo níveis de glutationa muito baixos. Assim aumenta-se a concentração de radicais livres dentro da célula, o que podem lesar a célula, levando à destruição de hemácia e até a anemia hemolítica. A sulfa produz muitos radicais livres. Os hepatócitos e eritrócitos são as principais células afetadas pelos danos oxidativos KERNICTERUS As sulfas têm contraindicação em recém-nascidos e gestantes (1° e no último trimestre de gestação) devido à deposição de bilirrubina no sistema nervoso central, levando a um quadro de encefalopatia tóxica em recém-nascidos. Os recém-nascidos não possuem a barreira encefálica totalmente formada, e por isso são suscetíveis DANOS RENAIS: As sulfas possuem como principal via de eliminação e via renal, e além disso são drogas que se precipitam em urina ácida (são bastante insolúveis em meio ácido). Assim, pode haver a formação de cristais e até de cálculos renais, podendo inclusive levar a um quadro de obstrução renal. Algumas sulfas provocam mais e outras provocam menos. O principal exemplo é a Sulfadiazina. OBS: É importante que o paciente beba muita água OUTROS EFEITOS Podem ser produzidas pelo uso de qualquer antimicrobiano. São elas: náuseas, vômitos, diarreia, mal-estar, zumbido,tontura e outros QUINOLONAS A primeira quinolona que surgiu no mercado é o Ácido Nalidíxico, vendido na forma de envelope e tomado em dose única. Hoje não é muito prescrito pois muitas cepas são resistentes a esse fármaco. Então, precisou melhorar a formulação das quinolonas, adicionando um flúor em sua estrutura química. Essa nova fórmula é chamada de fluoroquinolona EXEMPLOS: *Norfloxacina; * Ciprofloxacina; * Levofloxacina; * Ofloxacina; * Moxifloxacina; * Gatifloxacina OBS Norfloxacina, Ciprofloxacina e Levofloxacina estão disponíveis no SUS CARACTERÍSTICAS * As quinolonas possuem uma ampla atividade antimicrobiana, atuando contra bactérias Gram – e Gram +. * Possuem grande eficácia na administração via oral pois apresentam elevada biodisponibilidade (existe a opção de administração pela via parenteral, mas só deve ser utilizada quando o paciente se encontra hospitalizado). * Número pequeno de efeitos colaterais. MECANISMO DE AÇÃO (FARMACODINÂMICA) De modo geral, inibem a síntese do DNA bacteriano através da inibição de enzimas. As enzimas bacterianas DNA girase (ou Topoisomerase II) e Topoisomerase IV possuem importantes funções: ** DNA girase: evitar o enrolamento da fita durante a replicação do DNA; ** Topoisomerase IV: separar as moléculas de DNA filhas interligadas formadas durante a replicação do DNA. As quinolonas atuam inibindo a enzima DNA girasse (principalmente de bactérias Gram-negativas) e a Topoisomerase IV (principalmente de bactérias Gram-positivas). Ao inibir a DNA girase, a fita irá se romper durante a replicação do DNA. Ao inibir a Topoisomerase IV as moléculas-filhas de DNA irão permanecer ligadas CLASSIFICAÇÃO: As quinolonas são antimicrobianos de amplo espectro com atividade bactericida (ou seja, eliminam as bactérias). ESPECTRO BACTERIANO DAS QUINOLONAS ** E. coli, Salmonella, Enterobacter, Shigella, Campylobacter, Neisseria, Pseudomonas aeruginosa ** Estafilococos, estreptococos, anaeróbios e espécies intracelulares RESISTENCIA BACTERIANA A resistência bacteriana a essa classe de medicamentos ocorre quando há mutações nos genes que codificam a DNA girase e a Topoisomerase IV. O alvo de ação das quinolonas é a inibição da enzima DNA girase e da Topoisomerase IV; qualquer mutação que comprometa essas enzimas pode decorrer em resistência bacteriana a esse grupo de antimicrobianos FARMACOCINETICA É uma classe de medicamentes com boa absorção oral (biodisponibilidade alta) e que não é afetada pela presença de alimentos. Além disso, essa droga possui depuração renal, por isso é necessário o ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal. USO TERAPEUTICO 1) ITU É muito comum o uso das fluoroquinolonas (Norfloxacino, Ciprofloxacino, Levofloxacino, entre outras) nas ITUs. É muito comum o aparecimento de cepas resistentes com o uso de ácido nalidíxico, por isso utilizamos as fluoroquinolonas. As bactérias que mais acometem o trato urinário são as Gram-negativas como a E. coli. 2) PROSTATITE A prostatite é a inflamação da próstata, geralmente causada pela E. coli, e requer o uso prolongado de fluoroquinolonas (por 4 a 6 semanas). A droga de escolha no caso de prostatite é a Ciprofloxacina. 3) DST Nesses casos também podemos recorrer ao uso de quinolonas como droga de escolha para tratar infecções por Chlamydia trachomatis, Haemophilus ducreyi e Neisseria gonorrhoeae. No caso de infecção por Neisseria gonorrhoeae, as quinolonas tornaram-se drogas alternativas devido ao surgimento de cepas de Neisseria resistentes às quinolonas. Portanto atualmente a droga de escolha para o tratamento de infecções por Neisseria gonorrhoeae é a Ceftriaxona. 4) TRATO GASTROINTESTINAL Podemos recorrer ao uso de quinolonas em infecções do TGI, principalmente em casos de infecção por E. coli enterotoxigênica (“diarreia do viajante”). Nesse caso a droga de escolha é o Ciprofloxacino. O trânsito intestinal do paciente volta ao normal após 3 dias de tratamento com Ciprofloxacino. Outra infecção do TGI tratada com quinolonas é a Shigelose; nesse caso o uso do fármaco é feito por 5 dias. 5) TRATO RESPIRATORIO São muito importantes em infecções no trato respiratório, como por exemplo em casos de pneumonia, sinusite, otite e até amigdalite. A principal quinolona utilizada no TR é a Levofloxacina (“quinolona respiratória”, pois é a mais eficaz nesse caso). A monoterapia de Ciprofloxacina em infecções do trato respiratório não apresenta resultados. A administração da Levofloxacina é feita por via oral. São exemplos de microrganismos sensíveis à Levofloxacina: - Haemophilus influenzae - Moraxella catarrhalis - Mycoplasma pneumoniae - Legionella pneumophila - Streptococcus aureus - Pseudomonas aeruginosa (fibrose cística) No caso de infecção por Streptococcus pneumoniae, o tratamento é feito com Gatifloxacina ou Moxifloxacina 6) OSSOS E ARTICULAÇÕES As quinolonas possuem afinidade para se depositarem em articulações, por isso são comuns em infecções que comprometem ossos e articulações. O tratamento é longo, durando geralmente de 4 a 6 semanas. Nesse caso em específico, prefere-se o uso endovenoso, que aumentará a biodisponibilidade da quinolona para aproximadamente 100% CONTRAINDICAÇÕES Duas contraindicações muito importantes. A 1º é uma contraindicação absoluta para mulheres grávidas e durante a lactação. Além disso, quinolonas não podem ser utilizadas em crianças, apenas a partir de 16 anos de idade!!! É comum crianças apresentarem pneumonia, otite, ITU e outras, mas nesse caso utiliza-se como tratamento os beta-lactâmicos, macrolídeos, entre outros. A contraindicação em crianças é explicada devido ao risco de artropatias, que são deformidade nas articulações devido a deposição de quinolonas nas mesmas. Resumindo: INDICAÇÕES: ITU, prostatite, DSTs, infecção do TGI, infecção do trato respiratório e nos ossos e articulações CONTRAINDICAÇÕES: Mulheres grávidas, mulheres em lactação e crianças menores de 16 anos EFEITOS ADVERSOS É um grupo de medicamentos bastante tolerado por pacientes, tendo como efeitos adversos mais comuns: náuseas, vômitos, desconforto abdominal, cefaleia, tontura, dores articulares e pode provocar também prolongamento do intervalo QT (ciclo cardíaco). INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Quinolonas x Amiodarona: - a Amiodarona é um antiarrítmico, portanto é necessário ter cautela no uso dos dois medicamentos devido ao Prolongamento do intervalo QT provocado pelas quinolonas. Quinolonas x Cálcio, ferro ou alumínio: - as quinolonas, em associação com cálcio, ferro ou alumínio, formam complexos com cátions bivalentes resultando na formação de quelatos. O quelato aumenta a excreção do antimicrobiano, reduzindo assim a sua biodisponibilidade e efeito farmacológico ANTIBIÓTICOS BETA LACTAMICOS Dentro do grupo dos antibióticos beta-lactâmicos estão 2 grandes subgrupos: as penicilinas e as cefalosporinas. Além desse dois há ainda outros 2 subgrupos menores, que são os carbapenéns e o Aztreonam, que é um monobactâmico. * Penicilinas * Cefalosporinas * Carbapenéns (Imipenem, Meropenem, Ertapenem e Doripenem) * Aztreonam (monobactâmico – possui uma pequena diferença estrutural) CONCEITO O termo antibiótico refere-se a drogas obtidas a partir de organismos vivos. Os antibióticos beta-lactâmicos são drogas cujo o anel principal da molécula foi copiado de organismos vivos (especificamente de fungos). A denominação “β-lactâmico” se deve à presença de um anel na estrutura química da droga, chamado de anel β-lactâmico CARACTERISTICAS GERAIS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA Os mecanismos de resistência bacteriana são comuns a todos os antibióticos β-lactâmicos, pois estes possuem o mesmo mecanismo de ação ALTERAÇÃO ALVO A alteração de alvo corresponde a alterações estruturais de proteínas ligadoras de penicilinas (PLPs ou PBPs). Essas proteínas encontram-se na membrana plasmática das bactérias, e é a elas que o fármaco se liga para exercer seu efeito farmacológico. As proteínas ligadoras de penicilinas (PLPs) estão na membrana plasmática, tanto da bactéria Gram-positiva quanto daGram-negativa. O anel β-lactâmico dos antibióticos se combinam às PLPs para inibir a síntese da parede celular bacteriana O microrganismo desenvolve resistência ao alterar a estrutura da PLP. Com a mudança estrutural do alvo, o antibiótico perde a capacidade de se ligar ao sítio, portanto não consegue exercer seu efeito terapêutico OBS: As proteínas recebem o nome de “proteínas ligadoras de penicilina” pois sua ligação foi primeiramente descoberta com as penicilinas, mas qualquer fármaco do grupo dos antibióticos β-lactâmicos consegue se ligar às proteínas ligadoras de penicilinas EXEMPLO: os Estafilococos desenvolveram resistência à Meticilina porque eles desenvolveram uma PLP de alto peso molecular à qual as penicilinas e alguns outros β-lactâmicos não conseguem mais se ligar PERDA DE PORINAS Específico das bactérias Gram-negativas, e é chamado de “perda de porinas” ou alteração dos canais de porinas. O canal de porina é um canal aquoso por onde os antibióticos β-lactâmicos penetram nas bactérias Gram-negativas. Esses canais são canais de alta permeabilidade, porém algumas bactérias alteram a permeabilidade desses canais ou desenvolvem canais totalmente impermeáveis, onde o antibiótico não consegue mais penetrar. Exemplo: as cepas de pseudomonas são intrinsecamente resistentes por não possuírem esses canais com alta permeabilidade. BOMBAS DE EFLUXO Específico das bactérias Gram-negativas, e é chamado de “Bombas de efluxo” ou “efluxo ativo”. Algumas bactérias desenvolvem uma estrutura chamada de bomba de efluxo. Trata-se de uma estrutura formada por um conjunto de 3 proteínas acessórias que transportam o antibiótico de volta ao meio extracelular. Ou seja, o antibiótico penetra na bactéria através do canal de porina, mas a bomba de efluxo transporta ele de volta para o meio extracelular, também por meio do canal de porina. Dessa forma, o antibiótico nunca atinge a concentração inibitória mínima (CIM) no interior do microrganismo que é necessária para provocar o efeito bactericida. INATIVAÇÃO ENZIMÁTICA É considera o principal mecanismo de resistência contra os antibióticos β-lactâmicos. O mecanismo de inativação enzimática corresponde à produção de algumas enzimas, produzidas pelas bactérias, que acabam destruindo o anel β-lactâmico através de uma hidrólise enzimática. O efeito antimicrobiano da droga reside no anel β-lactâmico, portanto se o organismo consegue produzir enzimas que destroem esse anel, o antibiótico perde totalmente o seu efeito. Essas enzimas que hidrolisam o anel β-lactâmico recebem o nome de β-lactamases. As β-lactamases são produzidas tanto por bactérias Gram-positivas quanto por bactérias Gram-negativas. Algumas bactérias produzem mais de um tipo de β-lactamases, mas a maioria produzem apenas 1. São 4 classes de β-lactamases: * β-lactamases classe A * β-lactamases classe B * β-lactamases classe C * β-lactamases classe D Algumas β-lactamases são discriminativas, ou seja, possuem uma afinidade exígua pelo anel β-lactâmico de alguma classe de antibiótico em específico, como por ex: * Quando a β-lactamase possui afinidade pelo anel β-lactâmico da penicilina, a chamamos de penicilinase; * Quando a β-lactamase possui afinidade pelo anel β-lactâmico da cefalosporina, a chamamos de cefalosporinase; * Quando a β-lactamase possui afinidade pelo anel β-lactâmico do carbapeném, a chamamos de carbapenemase Exemplo: No grupo das β-lactamases classe A, temos as chamadas β-lactamases de espectro ampliado (BLEA), uma β-lactamase que é menos discriminativa, ou seja, pode quebrar anel de penicilina, de cefalosporina e de carbapeném. Um exemplo de BLEA é a chamada KPC: Klebsiella pneumoniae carbapenemase. DESENVOLVIMENTO DE INIBIDORES DAS BETA-LACTAMASES Para tentar amenizar o mecanismo de resistência da inativação enzimática, a indústria farmacêutica desenvolveu drogas que possuem a capacidade de inibir a atividade da enzima β-lactamase. Essas substâncias são chamadas de inibidores das β-lactamases. Esses inibidores impedem que as enzimas quebrem o anel β-lactâmico e, dessa forma, protegem a atividade do antibiótico. Esses inibidores das β-lactamases geralmente vêm associados a penicilinas e cefalosporinas. Correspondem a um exemplo de sinergismo entre fármacos, pois essa associação permitiu ampliar o espectro antibacteriano da droga. * Amoxacilina + Ácido Clavulânico (Clavulin®) * Ampicilina + Sulbactam * Amoxacilina + Sulbactam (Trifamox®) * Piperacilina + Tazobactam * Ticarcilina + Ácido Clavulânico O mais recente inibidor enzimático é o Avibactam, considerado o mais potente. OBS 1: Os inibidores das β-lactamases inibem apenas algumas β-lactamases de classe A e D. Não são todas as β-lactamases que eles conseguem inibir OBS 2: existem algumas penicilinas e cefalosporinas que possuem ação contra bactéria produtora de enzima mesmo sem possuir o inibidor das β-lactamases associados. Isso porque essas penicilinas e cefalosporinas possuem na sua estrutura radicais que foram adicionados para tentar inibir a atividade da enzima β-lactamase FARMACODINAMICA É o mecanismo de ação da droga, ou seja, como o β-lactâmico exerce seu efeito antimicrobiano Todos os antibióticos β-lactâmicos atuam inibindo a síntese da parede celular bacteriana. Então todo β-lactâmico é um inibidor de parede celular. O efeito da inibição da parede celular é provocar a morte celular bacteriana, então todos os antibióticos β-lactâmicos são bactericidas. De forma mais específica, esses fármacos inibem a reação de transpeptidação que atua na síntese do peptideoglicano. O peptideoglicano está presente na parede celular das bactérias Gram-positivas e Gram-negativas; a diferença é que o peptideoglicano está em quantidade muito maior na parede celular das Gram-positivas, e nas Gram-negativas está protegido por uma membrana externa, e por isso a penetração dos antibióticos é mais difícil nas proteínas Gram-negativas. O peptideoglicano é o elemento que dá sustentação mecânica rígida à parede celular da bactéria. Quando o β-lactâmico inibe a síntese de parede, especificamente ele está inibindo a ligação cruzada das cadeias de peptideoglicano, e podemos dizer também que ele está inibindo a síntese do peptideoglicano. De uma forma ou de outra, o resultado é uma parede celular fraca, que decorrerá em autólise da célula bacteriana SÍNTESE DA PAREDE CELULAR A formação da parede celular das bactérias passa por alguns estágios: * Estágio 1 – síntese das subunidades * Estágio 2 – polimerização linear de subunidades * Estágio 3 – ligação cruzada entre os polímeros (cadeias) de peptideoglicano. Os antibióticos β-lactâmicos atuam no 3° estágio da formação da parede celular, impedindo que as cadeias de peptideoglicano se liguem. Dessa forma, será formada uma parede celular fraca, que irá culminar na morte celular bacteriana. Então: Inibe a ligação cruzada de peptideoglicano → inibe a síntese da parede celular bacteriana → parede celular fraca → morte celuçar por autólise PENICILINAS As penicilinas tiveram origem de fungos do gênero Penicillium. O anel β-lactâmico da penicilina foi originado de dois fungos: o Penicillium notatum e o Penicillium chrysogenum. Lembrando que o anel β-lactâmico é de extrema importância pois é nele que reside a atividade bactericida das drogas. O que muda de uma penicilina para outra é apenas o seu radical lateral CLASSIFICAÇÃO: As penicilinas são antibióticos bactericidas de amplo espectro. CLASSIFICAÇÃO GRUPO 1 – PENICILINAS SENSÍVEIS À PENICILINASE Esse grupo não é associado aos inibidores de enzimas. Esse grupo subdivide-se ainda em: benzilpenicilina (ou penicilina G) e fenoxmetilpenicilina (ou penicilina V) ESPECTRO UTIL: excelente atividade contra cocos gram-positivos e alguns gram-negativos (atualmente muitas são resistentes). BENZILPENICILINA ou PENICILINA (G) Foram as primeiras desenvolvidas, são penicilinas “naturais” e são as que mais provocam reações alérgicas – ex.: cristalina sódica ou potássica (IM/EV); benzatina (é a de ação mais longa → 3-4 semanas) (IM); procaína (IM). FENOXIMETILPENICILINAou PENICILINA V (VO) * Fenoximetilpenicilina GRUPO 2 – PENICILINAS RESISTENTES À PENICILINASE - Não há necessidade de associação à inibidores de β-lactamases, pois já foram desenvolvidos com radicais em suas estruturas; - Não inibem todas as penicilinases; - Desenvolvidos principalmente contra estafilococos produtores de penicilinases. ESPECTRO ÚTILl: S. aureus e S. epidermidis produtores de penicilinase. - Exceções: cepas MRSA, MARSA, Listeria monocytogens e alguns enterococos ** Meticilina: Ácido sensível; no Brasil é encontrado como Oxacilina; cepas de estafilococos desenvolveram resistência à droga + alteração do alvo (PLP de alto peso molecular) – ex.: MARSA ** Nafcilina (VO, IM, EV); Oxacilina (VO, IM, EV); Dicloxacilina (VO); Cloxacilina (VO). GRUPO 3 – PENICILINAS DE AMPLO ESPECTRO ou DE ESPECTRO AUMENTADO AMOXACILINA e AMPICILINA: - em infecções da comunidade é o grupo mais utilizado. - A preparação isolada é sensível às penicilinases; - Se associados aos inibidores de β-lactamases, tornam-se resistentes às penicilinases * AMOCACILINA + CLAVUNATO DE POTÁSSIO * AMOXACILINA + SULBACTAM Espectro Útil: gram-positivos e alguns bacilos gram-negativos. - Exemplos: S. pneumoniae e S. pyogenes; H. influenzae; L. monocytogens; Enterobacteriaceae e enterococos sensíveis USOS: otite; infecções respiratórias; amigdalites e faringites; gonorreia (somente se sensibilidade comprovada); infecções urinárias e uterinas (algumas cepas). GRUPO 4 – PENICILINAS DE ESPECTRO AMPLIADOS EM GRAM NEGATIVOS ou PENICILINAS ANTI-PSEUDOMONAS - Uso hospitalar restrito; - Ação inferior à gram-positivo em comparação aos grupos 3 e 1. ESPECTRO ÚTIL E USOS: * Enterobacteriaceae (ex.: E. coli; Proteus; Klebsiella; Enterobacter e outros sensíveis); * Pseudomonas: tratar com Piperacilina + Tazobactam; * Infecções graves por gram-negativos; * Bacteremias, pneumonias, infecções por gram-negativos, após queimaduras. PIPERACILINA (mais usada) - isolada é sensível as penicilinases e, se associada, se torna resistente CABERNICILINA; TICARCIINA. TICARCILINA + CLAVULANATO PIPERACILINA + TAZOBACTAM FARMACOCINETICA DAS PENICILINAS De forma geral: * Possuem uma boa absorção quando administradas por via oral, porém a presença de alimentos retarda essa absorção. A ingestão junto com alimentos não prejudica a biodisponibilidade da droga, mas retarda a sua absorção. * As benzilpenicilinas ou penicilinas G (1° grupo) não podem ser administradas por via oral, pois são ácidos-sensíveis (degradadas pelo sulco gástrico), assim como a Meticilina (2° grupo). * As penicilinas possuem uma baixa penetração no liquido cefalorraquidiano em condições normais. Ou seja, se a barreira hematoencefálica estiver íntegra, a penetração no SNC será muito difícil. Porém se a barreira hematoencefálica estiver inflamada, como no caso da meningite, há uma grande penetração das penicilinas no SNC e, portanto, são utilizadas nessas situações. * O metabolismo das penicilinas é parcial, ou seja, são pouco metabolizadas. Então a maior parte da dose é eliminada de forma inalterada, ou seja, eliminada em sua forma ativa. * A maior parte das penicilinas são eliminadas pelo processo de secreção tubular (excreção renal). OBS 1: Drogas com maior segurança para gravidas são as penicilinas e cefalosporina. EFEITOS ADVERSOS DAS PENICILINAS *Dor e inflamação (após administrada por via IM) * Flebite ou tromboflebite (após administrada por via EV) – obstrução e rompimento do vaso levando a inflamação * Irritação do Trato Gastrointestinal (é recomendado administrar com alimento) * Destruição da flora bacteriana – diarreia * Reações de Hipersensibilidade (efeito colateral de maior ocorrência no uso de penicilinas) REAÇÕES DE HIPERSSENSIBILIDADE São divididas em tardias e imediatas. REAÇÃO ALÉRGIA IMEDIATA: Chamada de choque anafilático, é considerada grave e pode levar a óbito. Os sinais e sintomas dessa reação aparecem em até 20min após a administração da droga, devido a liberação de mediadores (histamina e leucotrienos) induzida pela penicilina. Os principais sinais e sintomas são: broncoespasmo, edema de glote, hipotensão. Para reverter essa reação, utiliza-se: adrenalina + corticoides + anti-histamínico + oxigênio. ADRENALINA = Reverte a condição de broncoespasmo e a hipotensão. Ativa receptores beta 2 no aparelho respiratório causando broncodilatação CORTICOIDE = inibe liberação de histamina e produção de leucotrienos ANTI-HISTAMINICO = bloqueia os receptores e impedir a ligação da histamina circulante OXIGENIO = Corrige a demanda tecidual devido a demanda baixa de oxigênio REAÇÃO ALÉRGICA TARDIA: Aparecem em até 72 horas após a administração da penicilina e possui como característica erupções cutâneas. Para reverter essa reação, utiliza-se: anti-histamínico e corticoide se necessário. CEFALOSPORINAS São o segundo maior grupo deantibióticos beta-lactâmicos e possuem a mesma farmacodinâmica das penicilinas, ou seja, são inibidores de síntese de parede celular bacteriana por inibir a ligação cruzada das cadeias de peptideoglicano. São, portanto, bactericidas. As cefalosporinas tiveram origem de fungos do gênero Cephalosporium acremonium. CLASSIFICAÇÃO: Cefalosporinas são antibióticos bactericidas de amplo espectro CLASSIFICAÇÃO São classificadas em gerações de acordo com sua ordem de desenvolvimento. Foram criadas novas gerações conforme o aperfeiçoamento de seu espectro bacteriano e estabilidade contra as β-lactamases: 1° geração; 2° geração; 3° geração; 4° geração; 5° geração Ou seja, a cefalosporina de 5° geração possui um espectro superior e é mais estável (sofre menos hidrólise) contra as β-lactamases do que a cefalosporina de 4° geração e demais. ESPECTRO DE AÇÃO Amplo espectro (cocos gram+ e bacilos gram-) 1º GERAÇÃO MEDICAMENTOS: cefazolina, cefalotina, cefalexina e cefadroxil. ** Cefalexina (VO): utilizada para infecções da comunidade; Cefalotina (parenteral): uso hospitalar restrito. 2º GERAÇÃO MEDICAMENTOS: cefotaxima, ceftriaxona, cefpodoxima (VO); ** Cefaclor (VO): uso pediátrico; ** Cefuroxima: uso adulto. 3º GERAÇÃO MEDICAMENTOS: cefotaxima, ceftriaxona, cefpodoxima (VO); MEDICAMENTOS ANTI-PSEUDOMONAS: ceftazidima, cefoperazona e ceftazidima + Avibactam → é o mais utilizadao. ** Ceftriaxona (parenteral): uso hospitalar restrito; 4º GERAÇÃO MEDICAMENTOS: cefepima e cepiroma. * A 3ª e 4ª gerações apresentam espectros bem parecidos. 5º GERAÇÃO MEDICAMENTOS ANTI-MRSA: ceftarolina e ceftobiprol MEDICAMENTOS ANTI-PSEUDOMONAS: ceftalozona + tazobactam ESPECTRO E USOS DE CADA GERAÇÃO 1º GERAÇÃO * excelente atividade contra cocos Gram+ e modesta atividade contra Bacilos Gram – 2º GERAÇAÕ * melhor atividade contra Bacilos Gram- do que a 1° geração e atividade contra bactérias anaeróbicas * desenvolve alguma estabilidade contra β-lactamases 3º GERAÇÃO • melhor atividade contra Bacilos Gram- do que a 2° geração, inclusive contra Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa • maior estabilidade contra β-lactamases do que a 2° geração 4º GERAÇÃO Maior estabilidade contra β-lactamases do que a 3° geração 5º GERAÇÃO Melhor atividade contra Gram- do que 4° geração, inclusive contra MRSA • maior estabilidade contra β-lactamases do que a 4° geração REAÇÕES ADVERSAS Reações alérgicas (8% a 10% dos pacientes tem sensibilidade cruzada com penicilinas, ou seja, o paciente pode ser alérgico à cefalosporina da mesma forma que é alérgico à penicilina, pois todas as drogas do grupo de antibióticos β-lactâmicos tem o mesmo anel na estrutura) * Algumas cefalosporinas são nefrotóxicas, porém geralmente quando estão associados aos aminoglicosídeos (como a gentamicina) e diuréticos. * Algumas cefalosporinas de 3° e 4° geração podem causar alterações de coagulação pois inibem alguns fatores de coagulação. Podem causar hemorragias. * Dor e tromboflebite (reações locais específicas das cefalosporinas injetáveis) CARBAPENENS Utilizados apenas no ambiente hospitalar e reservados a infecções de média a extrema gravidade. São altamente potentes com amplo espectro contrabactérias Possuem amplo espectro - Imipenem; Meropenem; Ertapenem; Doripenem HISTAMINA E ANTI-HISTAMINICOS HISTAMINA É um mensageiro químico gerado principalmente nos mastócitos. Por meio de sistemas receptores múltiplos, ela medeia uma ampla quantidade de respostas celulares, incluindo as reações imunológicas, alérgicas e inflamatórias, a secreção de ácido gástrico, ciclo sono-vigília e habilidades cognitivas e neurotransmissão em algumas regiões do cérebro, como hipotálamo. A histamina é sintetizada a partir do aminoácido chamado histidina. A histamina está presente em todos os tecidos, sendo que grande parte fica armazenada dentro de grânulos no citoplasma dos mastócitos. A histamina exerce sua função ao ligar-se aos receptores de histamina, chamados receptores H, acoplados a proteína G. A histamina liberada em resposta a certos estímulos exerce seus efeitos ligando-se a vários tipos de receptores específicos (H1, H2, H3 e H4). Os receptores H1 e H2 são amplamente expressados e são alvos de fármacos com utilidade clínica. RECEPTOR H1 Localização: musculo liso; endotélio vascular; SNC Principais funçoes: reação alérgica; vasodilatação; broncoconstrição; secreção de muco Os receptores H1 medeiam vários processos patológicos, incluindo rinite alérgica, dermatite atópica, conjuntivite, urticária, broncoconstrição, asma e anafilaxia. Os receptores H1 também são importantes na produção de contração da musculatura lisa e no aumento da permeabilidade dos capilares. A histamina promove vasodilatação dos pequenos vasos sanguíneos devido à liberação de óxido nítrico pelo endotélio vascular. Além disso, a histamina pode aumentar a secreção de citocinas pró-inflamatórias em vários tipos de células e em tecidos locais. Entao: EXCREÇÃO EXOCRINA: aumento na produção de muco nasal e brônquico, resultando em sintomas respiratórios. M. LISA BRONQUICA: a constrição dos bronquíolos resulta nos sintomas da asma e na redução da capacidade pulmonar M. LISA INTESTINAL: a constrição resulta em cólicas intestinais e diarreia TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSORIAIS: causa prurido e dor RECEPTOR H2 Localização: mucosa gástrica; miocárdio Principais funções: secreção de acido gástrico A histamina estimula as células parietais do estômago, causando aumento na secreção ácida pela ativação de receptores H2 RECEPTORES H1 e H2: Sistema cardiovascular = reduz a PA, reduzindo a resistência periférica; Provoca cronotropismo positivo (pelos receptores H2) e inotropismo positivo (pelos receptores H1 e H2) Pele = dilatação e aumento da permeabilidade dos capilares resulta no vazamento de proteínas e líquidos no tecido e, na pele, isso resulta em tríplice resposta (edema, rubor e calor) REAÇÃO ALERGICA As alergias ocorrem perante a exposição a um alérgenos. Quando ocorre a identificação do alérgenos pelo sistema imune, os mastócitos degranulam, liberando histamina e outros mediadores. A histamina liberada causa dilatação dos vasos e aumento da permeabilidade vascular, estimulação dos nervos sensitivos e contração do músculo liso, sendo responsável pela maioria dos sintomas alérgicos, como espirros, prurido, obstrução e secreção nasal, urticária, inchaço e dificuldades respiratórias. Quando liberada sistemicamente, a histamina pode causar vasodilatação extensiva e broncoconstrição, levando a um choque anafilático e risco de morte VASODILATAÇÃO = edema; urticaria AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR = obstrução nasal; secreção nasal e ocular ESTIMULO DOS NERVOS SENSORIAIS = espirros; prurido CONTRAÇÃO DO M. LISO = broncoespasmo (dificuldade respiratória) ANTI-HISTAMÍNICOS MECANISMO DE AÇÃO A maioria desses fármacos não influi na formação ou na liberação da histamina. Em vez disso, eles bloqueiam a resposta mediada pelo receptor no tecido alvo e por isso são muito mais eficazes em prevenir os sintomas do que em revertê-los depois de desencadeados. Os anti-histamínicos não competem com a histamina pela ligação no receptor, como se pensou por muito tempo, mas ao invés disso se ligam a um local diferente no receptor, provocando uma estabilização do seu estado inativo. Por esse motivo são chamados de agonistas inversos. O mecanismo de ação é o mesmo para todos os anti-histamínicos. ANTI-HISTAMÍNICOS H1 Os anti-H1 são os mais utilizados no tratamento das doenças alérgicas. No que diz respeito à sua atividade sobre o sistema nervoso central (SNC), são classificados como clássicos, ou de primeira geração, e não clássicos, ou de segunda geração. ** Anti-histamínicos de “primeira geração”, mais antigos, também chamados de “clássicos” ou “sedantes”. ** Anti-histamínicos de “segunda geração”, mais recentes, chamados de “não clássicos” ou “não sedantes ANTAGONISTAS: clorfeniramina (alquilaminas); prometazina (fenotiazinas) 1º GERAÇÃO Clássicos ou Sedativos; tem prejuízo cognitivo; aumenta o apetite * difenidramina; prometazina; clorfeniramina USOS TERAPEUTICOS - reações alérgicas como rinite,e urticaria; cinetose; sedativo AÇÃO ANTICOLINERGICAS DOS BLOQUEADORES H1 Elevada: prometazina; difenidramina; feniramina Baixa: clorfeniramina; hidroxizina; ciclizina Mínima/Ausente: loratadina; cetirizina; astemizol AÇÃO SEDATIVA: Altamente: difenidramina (benadryl); prometazina (phernergan) Moderamente: cinarizina (vertigon); feniramina (avil) Levemente: clorfeniramina (polaramine); ciclizina (marezine) EFEITOS ADVERSOS: - baixa especificidade; sono; náusea; cefaleia 2º GERAÇÃO Não Sedativos (menos capaz de atravessar a BHE); muito seletivos para receptor H1 (não tem efeito anticolinérgico) * loratadina; desloratadina; fexofenadina USOS TERAPEUTICOS: - gastrites; ulceras pépticas ANTAGONISTAS: loratadina; fexofenadina EFEITOS ADVERSOS: - cefaleia; vertigem; sono EXEMPLO: Ellen, sofre de rinite alérgica. No início da primavera, ela vem apresentando rinorréia, prurido dos olhos e espirros. Para aliviar esses sintomas, ela vem fazendo o uso de um anti-histamínico de venda livre, a difenidramina. Toda vez que toma esse anti-histamínico, Ellen sente-se sonolenta e com boca seca. Decide então marcar uma consulta com o médico, que, após realizar testes para alergia, aconselha a tomar loratadina. Com essa nova medicação antialérgica, seus sintomas são aliviados, e ela não apresenta mais sonolência nem outros efeitos adversos. PORQUE A DIFENIDRAMINA ALIVIA OS SINTOMAS? Na primavera a existência de pólen em suspensão é muito maior. O pólen funciona como um antígeno para o organismo. Então, para comabater isso, o indivíduo produz anticorpos que irão sensibilizar os mastócitos (tecido) e os basófilos (sangue). O mastócito e o basófilo são células granulares, ou seja, possuem grânulos com mediadores químicos em seu interior, entre eles, a histamina. A partir da reação entre antígeno-anticorpo, ocorre a degranulação, liberando por exocitose a histamina. Os mediadores são formados nesse momento (leucotrienos, prostaglandinas) e irão causar os efeitos conhecidos de uma reação alérgica como: pruridos, coceira, lacrimejamento e edema de glote dependendo da quantidade liberada Então, a difenidramina ajuda a aliviar esses sintomas, pois bloqueia a ação da histamina (principal mediador) nos diversos tecidos. Uma vez bloqueada, não causará os sintomas de reação alérgica. PORQUE A DIFENIDRAMINA PROVOCA SONO E BOCA SECA? A droga é um bloqueador H1 de primeira geração. Assim, possui como característica a lipossolubilidade, podendo atravessar a barreira hematoencefálica de maneira fácil bloquear a ação da histamina no SNC. Então, o bloqueio do centro da vigília causa a sedação, enquanto o bloqueio dos receptores muscarínicos causa a boca seca PORQUE A LORATADINA NÃO CAUSOU SONO? Loratadina é um anti-histamínico bloqueador H1 de segunda geração. Os anti-histamínicos de 2° geraçãosão menos lipossolúveis, por isso não provocam sedação, ou provocam minimamente FARMACODINAMICA: Os anti-histamínicos podem ser classificados como drogas antagonistas competitivos ou como agonistas inversos. Possuem afinidade pelo receptor H1 envolvido nos processos alérgicos, mas não geramatividade intrínseca. Ao mesmo tempo, não impedem a ligação da histamina, mas ligam-se em um local diferente do receptor, mantendo-o inativado. A diferença entre os dois termos é que o agonista se liga ao receptor, muda a conformação do receptor, mas não ativa os mecanismos intrínsecos para gerar uma resposta. Dessa forma, podemos usar os dois termos: - Antagonistas competitivos - Agonistas inversos (mais atualizado e aceito) TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DE TUBERCULOSE ESQUEMA TERAPEUTICO - O esquema de tratamento da tuberculose é padronizado, deve ser realizado de acordo com as recomendações do MS e compreende duas fases: a fase intensiva (ou de ataque), e a fase de manutenção - Indicado para todos os casos novos de todas as formas de TB pulmonar e extrapulmonar (exceto meningoencefalite), bem como para todos os casos de recidiva e retorno após abandono (≥ 10 anos) - é um tratamento diretamente observado (TODO ou DOTs), ou seja, é supervisionado pelos profissionais de saúde na tomada de todas as doses dos fármacos. FASE DE ATAQUE: - Tem o objetivo de reduzir rapidamente a população bacilar e a eliminação dos bacilos com resistência natural a algum medicamento. Para tal, são associados medicamentos com alto poder bactericida. - Na fase invasiva usamos Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamina e Etambutol, por 2 meses. FASE DE MANUTENÇÃO - tem o objetivo de eliminar os bacilos latentes ou persistentes e a redução da possibilidade de recidiva da doença. - são associados dois medicamentos com maior poder bactericida e esterilizante, ou seja, com boa atuação em todas as populações bacilares. - Na fase de manutenção utilizamos apenas a Rifampicina e a Isoniazida por mais 4 meses. FARMACOTERAPIA DA TUBERCULOSE * Fármacos com maior atividade bactericida precoce: isoniazida e rifampicina. * Fármacos com maior poder esterilizante (cavidades pulmonares, no interior das lesões caseosas ou no interior dos macrófagos): rifampicina e pirazinamida. * O Etambutol é bacteriostático e estrategicamente associado aos medicamentos maispotentes para prevenir a emergência de bacilos resistentes. Três grandes objetivos: 1) ter atividade bactericida precoce 2) ter atividade esterilizante 3) ser capaz de prevenir a emergência de bacilos resistentes TRATAMENTO DA TUBERCULOSE ESQUEMA BÁSICO para TB SENSÍVEL: * Idade ≥ 10 anos: 2RHZE/4RH (6 meses) * Idade < 10 anos: 2RHZ/4RH (6 meses) * Gestantes: Esquema básico + Piridoxina (vitamina B6) (50mg/dia) * Meningoencefalite: Esquema para a idade estendido para 9 meses, com fase de manutenção de 7 meses (7RH) + corticoterapia + fisioterapia motora * Imunossuprimidos: Esquema de 9 meses * deve haver a baciloscopia de controle, mensalmente. TUBERCULOSE + HIV Mesmos esquemas padronizados para o tratamento da TB na população em geral Rifampicina X Antiretrovirais Ex.: Rifabutina + Inibidores de Protease Momento de inicio de TARV após o diagnostico de TB: Depende dos sinais de imunodeficiência MECANISMOS DE AÇÃO ISONIAZIDA A atividade antibacteriana da Isoniazida está limitada às micobactérias. Ela interrompe o crescimento dos microrganismos em repouso, mas pode eliminar as bactérias que se dividem. A Isoniazida é um pró-fármaco que deve ser ativado pelas enzimas bacterianas antes de poder exercer sua atividade inibitória na síntese dos ácidos micólicos, constituintes importantes da parede celular específica das micobactérias. EFEITOS ADVERSOS: - efeitos neurotoxicos periféricos e centrais; hepatotoxicidade RIFAMPICINA: A Rifampicina atua através da ligação e da inibição de RNA polimerase DNA-dependente nas células procarióticas, mas não nas eucarióticas. Penetra nas células fagocitárias e pode, desse modo, eliminar microrganismos intracelulares, incluindo o bacilo da tuberculose. A resistência pode se desenvolver rapido num processo único em que uma mutação cromossômica modifica o alvo na RNA polimerase DNA-dependente. EFEITOS ADVEROS: - hepatotoxicidade; erupção cutanea ETAMBUTOL Afeta apenas as micobactérias. É captado por estas e exerce efeito bacteriostático 24 horas após, provavelmente pela inibição da síntese micobacteriana da parede celular. A resistência surge rapidamente se for utilizado de forma isolada. EFEITO ADVERSO: - neurite ótica retrobulbar PIRAZINAMIDA: A Pirazinamida é inativa em pH neutro, mas turbeculostática em pH ácido. É eficaz contra os microrganismos intracelulares nos macrófagos porque, após a fagocitose, os microrganismos ficam contidos em fagolisossomos, onde o pH é baixo. O fármaco provavelmente inibe a síntese de ácidos graxos. EFEITO ADVERSO: - danos hepáticos; disfunção hepática sintomática; insuficiência hepática fatal EFEITOS ADVERSOS GERAIS: Suor/Urina cor avermelhada: - responsável é a Rifampicina e a conduta é orientar o paciente Neurite Óptica: - responsável é o etambutol e a conduta é visita ao oftalmologista Neuropatia Periferica: - responsáveis são o etambutol (incomum) e isoniazida (comum) e a conduta é medicar com piridoxina (vitamina b6) na dosagem de 50mg/dia e avaliar a evolução. Hepatotoxicidade: responsáveis são isoniazida, pirazinamida, rifampicina e a conduta é avaliar a função hepática TGO, TGP (3 ou 5 vezes) Indução enzimática: - responsável é a rifampicina e a conduta é orientar o paciente Inibição enzimática: Responsavel é a isoniazida e a conduta é orientar ABANDONO DO TRAMENTO O tratamento da tuberculose é um tratamento muito longo e que provoca muitos efeitos colaterais. Por isso é muito comum o abandono do tratamento logo após a melhora dos sintomas. A falta de informação sobre a doença, o uso de drogas, baixo nível socioeconômico, longo tempo e grande quantidade de medicamentos são algumas causas do abandono. Mas, a principal causa, é a melhora de sintomas após inicio do tratamento. ANTICOAGULANTES No caso integrador, paciente começa tratamento com anticoagulantes: enoxaparina SC 40mg/dia e varfarina VO 5mg/dia. Após confirmação de anticoagulação satisfatória estabelecida, por exames laboratoriais (TP e INR), a enoxaparina foi suspensa e o paciente seguiu o tratamento com a varfarina, recebendo orientações precisas sobre as cautelas do uso de outros medicamentos, alimentos ou suplementos concomitantemente com este fármaco ENOXAPARINA - é um anticoagulante - é por via parental (subcutânea) - é heparina de baixo peso molecular (HBPM) - ligada a antitrombina, potencializando a antitrombina e inibindo o fator Xa (fator 10) - só exerce função quando ligada a antitrombina MECANISMO DE AÇÃO: Se liga e potencializa a ação da antitrombina, uma proteína sintetizada no fígado que inibe alguns fatores da cascata de coagulação (fator Xa). Isso inibe conversão do fibrinogênio em fibrina, reduzindo formação de trombos. OBS: o fator Xa (fator 10) ajuda na conversão da protrombina em trombina → fator 2 fica ativado → trombina converte o fibinogenio em fibrina (que é o coagulo). OBS: após se unir à antitrombina e promover a formação de complexos antitrombina + proteases-alvo, a enoxaparina se dissocia do complexo e então catalisa outras moléculas antitrombinas FARMACOCINETICA: Não é absorvido pela mucosa GI, por isso deve ser administrado via parenteral. Depuração quase exclusivamente renal (doses devem ser ajustadas em pacientes com comprometimento renal). INR (international normalized ratio) Padronização entre kits de laboratório. É o tempo de protrombina padronizado Valor de referencia: 0,8 – 1,2) TP aumentado = hemorragia TP diminuído = trombose. EFEITOS ADVERSOS Principal efeito é a hemorragia (risco é pequeno, por isso não precisa de monitoramento) CONTRAINDICAÇÃO Gravidas podem usar esse fármaco. Apenas quando houver o parto, deve ser interrompido 24 hrs antes VARFARINA - antagonista da vitamina K - antes do início da terapia, são realizados exames laboratoriais para detectar defeitos hemostáticos capazes de aumentar o risco associado ao uso de varfarina (ex. deficiência congênita de fatores de coagulação, etc - via oral - dosagem: 1-10 mg/dia MECANISMO DE AÇÃO Inibição da VKOR, enzima que catalisaa reação de regeneração da vitamina K. A vitamina K ativa os fatores II, VII, IX e X por meio da carboxilação. Nesse sentido, a varfarina inibe a ativação desses fatores, bloqueando a via extrínseca, a intrínseca e a comum, reduzindo a formação da rede de fibrina Então: A varfarina inbe a formação de vitamina K e demora para fazer efeito. EFEITOS ADVERSOS - sangramentos; hemorragia fetal ou neonatal ou morte intrauterina, etc - gravidas NÃO podem usar INR Valor de referencia: 2-3 Menor que 2: trombose Maior que 3: hemorragia ASSOCIAÇÃO DOS ANTICOAGULANTES ACIMA É necessária a associação de 2 anticoagulantes no tratamento inicial da TVP (enoxaparina + varfarina) porque, após a alta hospitalar, o paciente deve manter a terapia anticoagulante, e essa é feita por meio de anticoagulante oral (varfarina). Além disso, devido ao tempo de meia vida longo de alguns dos fatores de coagulação (ex. fator II), o efeito anticoagulante da varfarina só é alcançado após 2-3 dias. Por isso, a varfarina precisa ser sobreposta a um anticoagulante parenteral de ação rápida (ex. enoxaparina) para o tratamento de TVP agudo ACOMPANHAMENTO LABORATORIAL O acompanhamento laboratorial dos pacientes em tratamento de TVP é necessário devido às medicações utilizadas apresentarem alto risco para ocorrência de eventos adversos. O tratamento com varfarina requer monitorização laboratorial periódica (porque há alto risco de sangramento). Essa monitorização é realizada pela relação normalizada internacional (RNI ou INR), analisada a partir do exame TP (tempo de protrombina), que avalia a via extrínseca de coagulação. A terapia por enoxaparina não precisa ser monitorada porque, pelo fato de potencializar a inibição da antitrombina apenas do fator Xa, não traz muito risco de sangramento QUESTOES ANTIGAS 1. é necerrário que o médico prescreva um antimicrobiano adequado. Cite as bases para uma terapia antimicrobiana de sucesso. Identificação e caracterização do patógeno; Seleção da droga baseada nos locais de infecção e nas lesões; CIM; Selecção de dosagem, frequência, vias de administração e tempo de tratamento adequados; Uso de terapias de suporte; Não utilizar antibióticos contraindicados em pacientes com problemas específicos 2. Citar 3 situações em que se faz a associação de antibióticos. Infecção mista; Infecção grave que ainda não se sabe o diagnóstico; Efeito farmacológico sinérgico; Evitar aparecimento de resistência bacteriana 3. abe-se que muitas vezes há falhas na terapia antimicrobiana, citar 6 das principais causas dessa falha. Diagnóstico incorreto; Escolha da droga incorreta; Resistência antimicrobiana; Esquema terapêutico falho; Efeitos colaterais; Interação medicamentosa 4. há 3 meses descobriu que vive com AIDS, na última semana vem apresentando lesões na pele e tosse com espectoração. Ao realizar o antibiograma na ESF de seu bairro foi constatado que esse tem uma infecção pela Nocardia spp. Dado o diagnóstico, citar o antibiótico prescrito e explicar a ação desse. Sulfametoxazol + Trimetoprima Sulfametoxazol: inibe a síntese de ácido fólico a partir da inibição da enz. diidropteroato sintase Trimetoprima: inibe a síntese de ácido fólico a partir da inibição da enz. diidrofolato redutase 5. A cerca de 4 dias ele tem apresentado dificuldade ao urinar, com suspeita de ITU procurou a ESF do seu bairro e lá foi prescrito para ele o uso de Norfloxacina (quinolona). Explicar os riscos dessa associação medicamentosa É arriscado pois as quinolonas podem provocar o prolongamento do intervalo QT 6. clínico geral presente na unidade prescreveu ao mesmo o uso de Levofloxacina (quinolona) por 5 dias e foi recomendado de que se não houvesse melhora dentro de 2 dias deveria voltar à unidade. Explicar os mecanismos de ação das quinolonas e o mecanismo de resistência antibacteriano no caso As quinolonas agem essencialmente inibindo a síntese de DNA bacteriano, isso acontece em função da inibição das enzimas DNA girase (topoisomerase II) e Topoisomerase IV. DNA girase: ação contra Gram’s - Topoisomerase IV: ação contra Gram’s + A EHEC é um bacilo gram negativo, nesse sentido, provavelmente ocorreu uma mutação na enzima topoisomerase II (DNA girase), fazendo com que a bactéria se tornasse resistente 7. medico receitou ciprofloxacina para criança. Explicar os riscos dessa prescrição A criança pode desenvolver artropatia 8. Nas infecções de comunidade é comum o uso de antibióticos beta lactâmicos. Tendo isso em mente, cite os 4 mecanismos de resistência das bactérias a esse tipo de medicamento. Explique também o mecanismo de ação dessas drogas e classifique-as quanto a sua ação. Inativação enzimática (beta lactamases) Perda de porinas Bombas de efluxo Alteração do alvo (PLP = proteínas ligadoras de penicilina) As beta lactamases agem inibindo a síntese da parede celular bacteriana, isso ocorre devido a inibição da ligação cruzada das cadeias do peptídioglicano, provocando a morte bacteriana, assim, essas drogas tem ação bactericida 9. Nesse sentido, dada paciente que apresentava faringite foi prescrito ceftriaxona (cefalosporina 3* geração), entretanto, essa medicação não surtiu efeito, explique a possível causa. A cepa MRSA não respondeu ao tratamento com ceftriaxona pois adquiriu uma PLP adicional de alto peso molecular que a droga em questão não consegue se liga
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