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Falencia e Recuperacao de Empresas - Anotacoes Rodolfo

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Caderno: 8º SEMESTRE
Criada em: 11/02/2019 19:28 Atualizada … 18/05/2019 12:30
Autor: Rodolfo Barbosa
URL: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11101.htm
Falência e Recuperação de Empresas
Profº Manoel Justino Bezerra
 
manoeljustino@hotmail.com
 
P1: 01/04 - c/ consulta
P2: 20/05 - c/ consulta
 
Legislação-base: Lei de Recuperação e Falência (11.101/2005)
 
Bibliografia: Manoel Justino Bezerra Filho / Fábio Ulhoa Coelho / Paulo Toledo
 
13/02/2019
 
INTRODUÇÃO E CONTEXTO HISTÓRICO DO DIREITO DE FALÊNCIA E
RECUPERAÇÃO.
 
Direito: direito é a ciência da convivência. Somente existirá o direito se houver sociedade
(ubi societas, ibi ius).
 
Troca de excedentes: tratava-se de uma primeira modalidade de atividade empresarial,
onde pessoas trocavam o que sobra de sua produção para consumo por algo que lhes
faltava. O direito se preocupa com essa relação de débito e crédito que se estabelece.
 
Código de Hamurabi: o código de Hamurabi tentava restabelecer o equilíbrio por meio de
um conjunto de normas.
 
Lei das XII Tábuas: a tábua 3ª tratava dos direitos de crédito e débito, como exemplo,
se o devedor tivesse mais de um credor e não adimplisse suas obrigações, poderia ser
levado à feira para ser vendido como escravo, caso não houvesse comprador, o devedor
seria cortado em tantas partes quanto fossem os credores.
 
Lex poetelia papiria: a partir dessa lei, a dívida não poderia mais ser cobrada pelo corpo
do devedor, mas somente pelo seu patrimônio, isto é, aboliu o nexum, lei pela qual o corpo
do devedor respondia 
por suas dívida.
 
Feudalismo: após a queda do Império Romano, um caos se instalou na Europa ocidental,
neste período começam a aparecer os feudos que, de algum modo, restabeleceram uma
ordem. O feudalismo foi um modo de organização social e político baseado nas relações
servo-contratuais. As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado,
economia baseada na agricultura de subsistência, trabalho servil e economia amonetária e
sem comércio, onde predomina a troca (escambo).
 
Lex Mercatoria: tratava-se de um conjunto de postulados jurídicos que valia para os
mercadores. Com esses postulados surgem os primeiros institutos do direito comercial,
tais como a letra de câmbio, nota promissória, cheque, etc.
 
Banca rota: trata-se da primeira manifestação organizada de direito em relação a
falência. A origem desta palavra é bastante curiosa já que provém da expressão italiana
“banca rotta”, um conceito surgido no século XVI devido ao costume dos banqueiros em
quebrar o banco simbolizando a falência e a saída da ação do negócio.
 
mailto:manoeljustino@hotmail.com
Código Comercial de 1850: primeiro código comercial brasileiro foi criado durante o
reinado do imperador Dom Pedro II, tendo sido criada pela lei n° 556, de 25 de junho de
1850 depois de 15 anos tramitando na Assembleia Geral. Ele foi baseado nos Códigos de
Comércio de Portugal, da França e da Espanha.
 
Código Civil de 2002: revogou o código comercial de 1850 e o Código Civil de 1916
unificando as legislações.
 
Lei 11.101/2005: Lei de Recuperação e Falência revogou o Decreto-Lei 7661/45 é a atual
legislação que rege os institutos da falência, recuperação judicial e extrajudicial.
 
18/02/2019
 
Patamares de Pensamento da falência 
1) Falência como crime: um primeiro patamar de pensamento estabelecia que a
falência, na revolução industrial, era tratada como um crime infamante, não merecia
perdão, pois o falido se aproveitou da confiança nele depositada.
Falitti sunt fraudatores
 
2) Falência como um risco da atividade empresarial: um segundo patamar de
pensamento sobre a falência era de que esse instituto seria um risco inerente a
atividade empresarial, não mais como um crime, mas sim como um risco assumido
pelo empresário que explora a atividade.
Falência como um remédio jurídico: a falência passa a ser entendida como
um remédio jurídico que visa retirar do meio empresarial a sociedade
empresarial em estado de falência para evitar a contaminação do mercado. A
falência não mais era vista como um crime, contudo, algumas situações
poderiam ensejar a caracterização de um ato criminoso. O decreto-lei 7661/45
estabelecia que o juiz deveria decretar a falência da sociedade empresarial para
evitar que os credores ficassem desguarnecidos, ou seja, a prioridade era
preservar o direito dos credores.
 
4) Falência na Lei 11.101/2005: com a promulgação da Lei 11.101/2005, um
terceiro patamar de pensamento nasce, baseando-se na ideia advinda da alteração
"chapter eleven" do U.S Code de 1934, estabelecendo que é muito mais interessante
para o pais a preservação da empresa e não o seu encerramento, isto é, a
preservação da empresa e de sua atividade passa a ser a prioridade do sistema
jurídico, preservando, por consequência, os empregos, mantém a produção e
resguarda os credores da sociedade empresária.
 
 
LEI 11.101/2005 - LEI DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIAS
 
Estrutura da Lei 11.101/2005
Capítulo I - Disposições Preliminares;
Capítulo II - Disposições Comuns na Recuperação Judicial e Falência;
Capítulo III - Da Recuperação Judicial;
Capítulo IV - Da Convolação (transformação) da Recuperação Judicial em Falência;
Capítulo V - Da Falência
Capítulo VI - Da Recuperação Extrajudicial
Capítulo VII - Das disposições Penais.
Capítulo VIII - Disposições Finais e Transitórias.
 
20/02/2019
 
FALÊNCIA
 
Conceito de Falência: é uma modalidade de execução concursal que objetiva a
expropriação do patrimônio de alguém que exerce a atividade empresarial, empresário
individual e a sociedade para a satisfação dos credores. A falência pode ser requerida pelo
próprio devedor, embora não seja muito comum, e é denominada autofalência, e também
pode ser requerida por outra parte, está é a hipótese mais comum quando o credor pede a
falência do devedor. Está sujeito à falência todo e qualquer exercente de atividade
empresarial, sendo empresário aquele que exerce atividade econômica organizada para a
circulação ou produção de bens ou serviços, segundo artigo 966 do Código Civil (CC).
Alguns exemplos são: supermercados, hotéis, fábricas de calçados etc.
 
Processo de falência: o processo de falência é um processo extramente complexo, se
inicia e termina em juízo. O processo de falência de a finalidade de arrecadar os bens do
devedor e aliená-los judicialmente para satisfazer o crédito dos credores.
 
Processo de falência:
Requerimento : A primeira fase do processo de falência é a fase postulatória, que,
na maioria das vezes, é requerida pelos credores. A falência ajuizada pelo próprio
devedor, chamada de autofalência, costuma ser muito rara. O credor apresentará um
crédito vencido e protestado contra o devedor. Trata-se de uma fase de conhecimento
– o juiz receberá a petição inicial, mandará citar a empresa devedora, que deverá
fazer apresentar contestação. Se a ação for julgada improcedente em sentença, ela
será extinta, e o devedor poderá ter de pagar uma indenização ao credor; se
procedente, será decretada a falência do devedor.
 
Execução: 
 
Habilitação: o procedimento de habilitação se destina a formar o Quadro Geral de
Credores.
 
Ordem de recebimento:
1) Trabalhista (até 150 salários mínimos e acidentes de trabalho sem limite de
valor)
2) Credores com garantia real (geralmente bancos)
3) Estado (fisco).
 
Apuração de crime falimentar: concomitante ao processo de falência e o
procedimento das habilitações, poderá haver um procedimento para apuração de
crime falimentar.
 
Rios do processo de falências: 
1) Rio principal da falência
2) Rio das habilitações
3) Rio da apuração de crimes falimentares
 
 
25/02/2019
 
 
PROCESSAMENTO DA FALÊNCIA COM HABILITAÇÕES E PARTE CRIMINAL
 
Início do processo de falência (art. 94): o processo inicia-se com a petição inicial
(requerimento de falência). O processo de falência se inicia e termina em juízo. a Lei de
falência e recuperação judicial contém disposições de direito material e de direito
processual, o Código de Processo Civil poderá ser aplicado subsidiariamente,isto é, na
omissão da Lei 11.101.
 
Exame do juiz e citação para defesa (art.98): o juiz analisará o requerimento de
falência e citará o devedor para apresentar defesa acerca do requerimento de falência no
prazo de 10 dias.
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.
 
Processo pré-falimentar: é a fase inicia-se com o requerimento da falência e vai até o
decreto de falência ou a sentença de improcedência do pedido.
 
Decreto de falência (art. 99): se a defesa for afastada,o juiz decreta a falência (decreto
de falência).
Massa falida: massa falida é uma universalidade de bens sob responsabilidade
temporária do administrador judicial. Com o decreto de falência a sociedade fica com
sua personalidade jurídica suspensa, passando assim a ser uma massa falida, sendo
administrada por um administrador judicial nomeado pelo juiz. Até o trânsito em
julgado existirá apenas a massa falida que tem um certo tipo de personalidade
jurídica temporária, a despeito de muitos autores afirmarem que trata-se de ente
despersonalizado.
 
Processo falimentar: Com o decreto de falência inicia-se a fase falimentar.
 
Prazo para habilitações (art. 99, IV): após o decreto de falência, abre-se o prazo de 15
dias para os credores se habilitarem na falência e em seguida o prazo para impugnações.
O processo de habilitações é necessário para a formação do Quadro Geral de Credores.
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
IV – explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no
§ 1o do art. 7o desta Lei;
 
"Rio das Habilitações": é um procedimento que tramita simultaneamente com o
"rio principal da falência".
Habilitação: os credores que desejarem ter seu crédito satisfeito devem se
habilitar no processo de falência.
 
Impugnação (art. 8º): findo o prazo para habilitação, o juiz abre o prazo para
as impugnações dos credores e dos créditos. Terá legitimidade para impugnar o
MP, o administrador judicial, o falido e os demais credores.
Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação
referida no art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor
ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz
impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de
qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou
classificação de crédito relacionado.
 
Habilitação retardatária (art. 9º): trata-se da habilitação realizada em
momento posterior ao prazo inicial para habilitações.
Art. 9o A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos do art. 7o,
§ 1o, desta Lei deverá conter:
 
Processo das habilitações (art. 13 e 15): é um procedimento onde os
impugnados e os habilitados de forma retardatária tentam novamente uma
habilitação. O juiz julgará os pedidos e, após transito em julgado, a decisão é
incluída nos autos principais para formação do quadro geral de credores.
 
Quadro geral de credores (art. 18): o quadro de credores é formado por
todos aqueles que foram habilitados pelo juiz, os não impugnados, os
habilitadores retardatários e os que se habilitaram novamente após a
impugnação.
Art. 18. O administrador judicial será responsável pela consolidação do
quadro-geral de credores, a ser homologado pelo juiz, com base na relação
dos credores a que se refere o art. 7o, § 2o, desta Lei e nas decisões
proferidas nas impugnações oferecida
 
Relatório (art. 22, III, "e"): o administrador, no prazo de 40 dias, deve
apresentar relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de
falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos.
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê,
além de outros deveres que esta Lei lhe impõe:
III – na falência:
e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do
termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as
causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual
apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o
disposto no art. 186 desta Lei;
 
Arrecadação/Avaliação dos bens (art. 108): o juiz determinará a arrecadação e
avaliação dos bens do devedor. Essa etapa ocorre no rio principal.
Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador
judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens,
separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para
esses fins, as medidas necessárias
 
Incidentes: os incidentes podem ocorrer ou não no processo de falência:
Restituições (art. 85)
Solução de contratos (art. 117)
Compensações (art. 122)
Ação revocatória (art. 129): serve para anular uma venda fraudulenta para
desviar um bem e frustar o processo de falência. A ação revocatória assemelha-se a
ação pauliana (utilizada no âmbito civil), muitas vezes sendo chamada de ação
pauliana da falência.
 
Venda dos bens (art. 142, §1º): os bens arrecadados são vendidos e transformados em
dinheiro.
Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê,
se houver, ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes
modalidades:
§ 1o A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata este
artigo será antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla circulação,
com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com
30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a
divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da
venda.
 
Juntada do quadro geral de credores:
 
Pagamento aos credores (art. 149 a 153): o valor arrecadado com a venda judicial
dos bens do falido é repassado aos credores de acordo com a ordem estabelecida em lei.
 
Prestação de contas em autos apartados (art. 154): durante todo o andamento da
falência, a administração fica a cargo do administrador judicial nomeado pelo juiz. Ao final
do procedimento, o administrador, no prazo de 30 dias, deve apresentar os autos de
prestação de contas em apartado. Neste relatório deve conter todos os valores
arrecadados e desembolsados. O Juiz abre vistas do relatório a quem interessar para
manifestação.
Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os
credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30
(trinta) dias.
 
Relatório final (art. 155): o administrador judicial, no prazo de 10 dias, apresentará o
relatório final que deve conter todos os detalhes do andamento do processo de falência. O
juiz abre vistas e prazo para manifestação sobre o relatório final.
Art. 155. Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório
final da falência no prazo de 10 (dez) dias, indicando o valor do ativo e o do produto
de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, e
especificará justificadamente as responsabilidades com que continuará o falido.
 
Sentença de encerramento (art. 156): a sentença de encerramento é uma sentença de
natureza processual e serve para abrir outros cinco caminhos processuais, previstos no art.
158 e 160, após o seu trânsito em julgado. Qualquer um desse caminhos levará a
sentença de extinção das obrigações. A sentença de encerramento prevê que o devedor
permanece com a responsabilidade de seus débitos.
Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença.
Parágrafo único. A sentença de encerramento será publicada por edital e dela
caberá apelação.
 
Sentença de extinção das obrigações (art. 159): após o transito em julgado da
sentença de extinção das obrigações o processo de falência estará terminado e não haverá
mais como cobrar nada do devedor, pois a dívida estará extinta. Ainda que algum bem
venha a ser encontrado, não haverá mais interesse processual para ingressar com ação em
juízo.
Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falidopoderá
requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por
sentença.
 
Transito em julgado (art. 159, §6º): após o transito em julgado da sentença de
extinção das obrigações não haverá mais interesse processual caso algum credor ou bem
surgir após o trânsito em julgado da sentença de extinção. O trânsito em julgado extingue
a obrigação.
 
Final do processo de falência (art. 159, §6º): o processo finda com o trânsito em
julgado da sentença de extinção de obrigações
Art. 159 § 6o Após o trânsito em julgado, os autos serão apensados aos da falência.
 
27/02/2019
 
"Rio Penal" : o rio penal é independente e corre simultaneamente com o "rio das
habilitações" e o "rio principal".
Oferecimento de denúncia (art. 187): quando o juiz decreta a falência, é
remetido cópia dos autos ao Ministério Público para que ofereça denúncia, caso seja
constatado crime falimentar.
Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou concede a recuperação
judicial, o Ministério Público, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto
nesta Lei, promoverá imediatamente a competente ação penal ou, se entender
necessário, requisitará a abertura de inquérito policial.
 
Inquérito policial: se não houver condições de oferecer a denúncia, o MP
requisitará a instauração de inquérito policial para coleta de informações sobre a
ocorrência ou não do crime falimentar.
 
Arquivamento (art. 28 CPP): se ficar demonstrado no inquérito que não houve
crime falimentar, o MP irá requerer o arquivamento e os autos serão apensados aos
autos principais.
 
Recebimento da denúncia (art. 185): a partir do momento em que o juiz da
falência recebe a denúncia, os autos de inquérito são transformados em autos de
processo-crime e são remetidos ao juiz criminal da circunscrição e seguirá o rito dos
arts. 531 a 540 do CPP.
Art. 185. Recebida a denúncia ou a queixa, observar-se-á o rito previsto nos
arts. 531 a 540 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de
Processo Penal.
 
Competência para julgamento do crime falimentar (art. 183): em regra, o juiz
da falência, quando da presença de um crime, encaminha para que um juiz criminal o
julgue, todavia, no Estado de SP, o próprio juiz falimentar é competente para julgar o
crime falimentar.
Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a
falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de
recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta
Lei.
 
Competência para julgamento do crime falimentar em SP é do juiz da
falência: Lei Estadual/SP 3947/83 (Código Judiciário do Estado) - o Art. 15
determina que quem terá a competência de julgar o processo-crime falimentar
será o próprio juiz da falência. A princípio arguiu-se a inconstitucionalidade do
dispositivo, pois Lei Estadual estaria adentrando na competência legislativa
privativa da União por recair sobre matéria processual. Essa hipótese foi
afastada pelo STF, pois o Código Judiciário não estaria alterando competência,
mas apenas incumbindo mais uma competência para uma que ele próprio já
havia criado.
Artigo 15 - As ações por crime falimentar e as que lhes sejam conexas
passam para a competência do respectivo juizo universal da falência.
 
Sentença: ao final sentença criminal é informada e anexada aos autos principais. A
sentença absolutória ou condenatória criminal tem reflexos na sentença de extinção
de obrigações do processo principal de falência.
 
 
11/03/2019
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL COMUM
 
Recuperação judicial: a recuperação visa superar uma crise econômico-financeira,
preservando a empresa, empregos, o direito de credores e a atividade econômica, ou seja,
busca preservar a sua função social. A diferença fundamental entre a falência e a
recuperação baseia-se na sua origem, enquanto naquela a crise financeira é insuperável,
nesta a crise é superável.
Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de
crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte
produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores,
promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à
atividade econômica.
 
Processamento da recuperação judicial
 
Stay period: O deferimento do processamento da Recuperação Judicial suspende a
tramitação de outras ações e execuções movidas contra o devedor, inclusive pedidos de
falências, pelo prazo de 180 dias. Esse período é denominada stay period.
Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz
deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato:
III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor,
na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde
se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o
desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art.
49 desta Lei;
 
Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação
judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do
devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
§ 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em
hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias
contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se,
após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas
ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.
 
Deferimento do pedido: O deferimento do pedido de recuperação judicial não enseja em
sua concessão, desse modo, se após o prazo de suspensão (180 dias) não ocorrer a
concessão da recuperação judicial pelo magistrado, as ações de e execução e pedidos de
falência antes suspensas voltam a tramitar. Embora a lei estabeleça que a o prazo de
suspensão é improrrogável, na prática, as cortes do país têm o prorrogado.
 
Trava Bancária e Fiscal: Os débitos fiscais e bancários, conforme previsto
respectivamente nos parágrafos 7º do art. 6º e no 3º do art. 49, não podem ser incluídos
e não se sujeitam à Recuperação Judicial. Dessa maneira, esses credores têm poderes de
findar a recuperação judicial prejudicando os demais credores. Assim, a jurisprudência tem
aplicado com certo cuidado essas "travas" para não inviabilizar a recuperação judicial.
Trava Fiscal
Art. 6o - § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo
deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento
nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica.
 
Trava Bancária
Art. 49 - § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário
de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou
promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula
de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias,
ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito
não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos
de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação
respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se
refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do
devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial.
 
Apresentação do Plano de recuperação judicial: Após o deferimento do
processamento da recuperação judicial, o devedor tem o prazo de 60 dias para apresentar
o Plano de recuperação judicial em juízo, o plano será submetido aos credores que podem
aprová-lo ou não.
Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo
improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o
processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e
deverá conter:
 
Concessão, Modificação do Plano de recuperação,Objeções e Decretação de
Falência: Posteriormente à apresentação do Plano, abre-se prazo para objeção, se não
houver, o juiz pula o processamento e concede a recuperação judicial. Caso haja objeções,
será convocada a Assembleia Geral dos Credores que poderá modificar o Plano com
anuência do devedor, se os credores decidirem que o Plano não lhes interessa e não há
modificações que possam fazê-lo viável, o juiz decretará a falência.
 
13/03/2019
 
 
Ajuizamento (quadro 1): a petição inicial deve, instruída com os devidos documentos
fiscais e contábeis, deve ser endereçada ao juiz competente, o qual, após sua análise,
decidirá sobre o pedido. O devedor deve comprovar que preenche os requisitos do art. 48
e 51 para pleitar o benefício da recuperação judicial.
Art. 48 e Art. 51
 
Deferimento do processamento (quadro 2): deferir o processamento da recuperação é
dar início ao processo que irá analisar a concessão do pedido de recuperação. O juiz irá
analisar o pedido do devedor, verificando se as condições estão atendidas. A concessão da
recuperação é um momento distinto, realizado ao final do processo.
Art. 52
 
Suspensão de ações e execuções: uma das primeiras consequências do
deferimento do pedido de falência é a suspensão das ações e processos de execução
em andamento contra o devedor pelo prazo de 180 dias (stay period). 
 
Nomeação do administrador judicial: na recuperação judicial, o magistrado irá
nomear um administrador judicial que irá fiscalizar o andamento do processo, será o
longa manus do juiz.
 
Edital: após o deferimento do processamento do pedido de recuperação, será
expedido edital para que todos tenham conhecimento do pedido.
 
Desistência do pedido (quadro 3): antes do deferimento do pedido pelo magistrado, se
o devedor desistir do pedido, poderá fazê-lo por simples petição ao juízo, todavia, se o
pedido de recuperação já foi deferido pelo juiz, o devedor pode desistir do pedido se
houver convocação e aprovação da desistência pela assembleia geral de credores, tendo
em vista o prejuízo que acarretou aos credores, o direito de crédito desses credores sofreu
algum tipo de limitação quando as ações de cobrança e execução foram suspensas por 180
dias.
Art. 52 §4º
 
Indeferimento do processamento (quadro 4): ao receber a inicial, o juiz fará um juízo
de admissibilidade (ou de delibação) da recuperação judicial, caso não estejam presentes
os requisitos e condições, concederá prazo para aditar a petição e, na hipótese de não
aditamento, o juiz indeferirá a petição inicial e não mais decretará falência como ocorria na
vigência da lei anterior.
 
Apresentação do Plano de recuperação (quadro 6): após o deferimento do pedido
judicial, abre-se prazo de 60 dias para que o devedor apresente o plano de recuperação
para as diferentes classes de credores. Uma proposta é feita para as diferentes classes de
credores, caso os credores aceitem o plano o juiz irá deferir a recuperação judicial, caso
rejeitem, o juiz decretará a falência do devedor. O juiz, ao receber o plano, deve, em sua
análise, se ater nos critérios legais (infração ao direito) para aceitar o plano e não deve
adentrar as questões econômicas constantes do plano apresentado, pois estas são
questões que devem ser discutidas entre os credores e o devedor.
Classes de credores
1ª classe - credores trabalhistas (até 150 salários mínimos e acidentes de
trabalho sem limite de valor)
2ª classe - credores com garantias reais
3ª classe - credores quirografários
 
18/03/2019
 
Não apresentação do plano de recuperação (quadro 7): se o devedor não apresenta
o plano de recuperação no prazo de 60 dias o juiz decretará a falência do devedor. Na
ocorrência desta hipótese, a falência correrá nos autos que anteriormente eram da
recuperação judicial.
Art. 73, II
 
Edital para objeção ou impugnação (quadro 8): apresentado o plano pelo devedor, o
juiz abre prazo de 30 dias para contestação ao plano de recuperação judicial proposto. O
prazo é contado da publicação da relação de credores. Se nenhum credor se manifestar no
prazo estipulado, subentende-se que todos estão de acordo com o plano apresentado.
Art. 53, parágrafo único
 
Não houver objeções: na remota hipótese de não haver objeções ao edital publicado, o
juiz concederá a recuperação judicial (vai para o quadro 14)
 
Assembleia Geral de Credores (quadro 9): se houver objeções por parte de algum
credor, o juiz irá convocar a Assembleia Geral de Credores (AGC). A assembleia será
presidida pelo administrador judicial e, em princípio, irá deliberar pela aceitação
ou rejeição do plano de recuperação apresentado pelo devedor. Ao final uma ata será
confeccionada onde constará a decisão da assembleia e encaminhada ao juiz para sua
decisão.
Art. 55 e Art. 56.
 
Estabilização do quórum de votantes: somente poderá votar quem compareceu
na assembleia de instalação (1ª reunião). O número de votantes é estabilizado de
acordo com o número de credores que se apresentam na primeira AGC. Sendo que
somente os presentes na primeira AGC que terão direito a voto, não tendo os
ausentes no primeiro encontro jamais direito de voto. Nas próximas deliberações
somente votarão quem compareceu na 1ª convocação.
 
Decisões da AGC: A AGC poderá deliberar por:
1) AGC Rejeita plano de recuperação judicial (quadro 10): no caso de
rejeição do plano de recuperação judicial, o juiz decretará a falência
Art. 73, III e Art. 56 §4º
 
2) AGC Delibera pela falência (quadro 11): no caso da AGC deliberar pela
falência, o juiz decretará a falência.
Art. 73, I, Art. 42 e Art. 35, I, "a"
 
3) AGC aprova ou modifica plano com concordância do devedor (quadro
13): a AGC poderá aprovar ou modificar o plano de recuperação apresentado,
fazendo constar da ata a elaboração de novo plano, com anuência do devedor.
Neste caso o juiz irá conceder a recuperação judicial ao devedor.
Art. 35, I e Art. 58
 
Concessão da recuperação judicial mesmo contra decisão da AGC (quadro
12): trata-se de possibilidade do juiz conceder a recuperação judicial mesmo contra a
deliberação da AGC, nos casos em que a margem de votação a favor da falência for
pequena. Esse ato é conhecido como cram down.
Art. 58 §1º
 
Cram down: Trata-se de fenômeno jurídico viabilizador da aprovação do plano
de recuperação, mesmo que este sendo recusado pela assembléia geral de
credores. Assim, caracteriza-se pela permissão dada ao juiz de
aprovar/conceder a recuperação mesmo sendo o plano desaprovado. Fruto da
legislação americana, o "cram down", é o mecanismo pelo qual, mediante a
deliberação da maioria dos credores, em nome dos princípios da manutenção
das empresas, impõe aos outros credores o procedimento de recuperação da
empresa.
 
Concessão da recuperação judicial (quadro 14): se nenhum credor fizer objeções, se
a AGC aprovou o planos na integra ou com modificações com anuência do devedor, ou
mesmo quando juiz conceder a recuperação judicial mesmo contra a deliberação da AGC,
nos casos em que a margem de votação a favor da falência for pequena (cram down),
apresentado a certidão negativa de tributos (Art. 57), o juiz concederá a recuperação
judicial.
 Art. 58
 
Não aplicação do Art. 57: os juízes, em geral, concedem a recuperação
independente da apresentação de certidão negativa de tributos. O não cumprimento
do art. 57 não obsta a concessão da recuperação judicial, segundo entendimento do
STJ.
 
Cumprimento do plano apresentado (quadro 15): concedia a recuperação, o processo
fica sob fiscalização do juiz pelo prazo de 2 anos. Se cumpridas todas as obrigações neste
prazo, o juiz decretará, por sentença, o encerramento da recuperação judicial. 
Art. 61
 
Prazo de recuperação: 2 anos.
 
Título executivo judicial: A concessão da recuperação transforma o crédito em
título executivo judicial, exaurido o prazo de 2 anos, se devedor descumprir a
obrigação, poderá o credor executar o título ou pedir a falência do devedor.
 
Descumprimento do plano apresentado (quadro 16): na hipótese de descumprimento
do plano no prazo de 2 anos que está sob fiscalização o juizdecretará a falência do
devedor, observando prazo para o devedor se justificar.
 
20/03/2019
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
 
Recuperação extrajudicial (quadro 1): a recuperação extrajudicial necessariamente se
inicia fora de juízo, poderá terminar ainda fora de juízo ou ser judicializada. O pedido de
homologação judicial não é obrigatório, quem opta pela homologação é o devedor.
Art. 161. O devedor que preencher os requisitos do art. 48 desta Lei poderá propor e
negociar com credores plano de recuperação extrajudicial.
 
Créditos excluídos: na recuperação extrajudicial não se incluem os créditos fiscais,
bancários e trabalhistas, dos credores restantes, o devedor poderá propor um plano de
recuperação extrajudicial para um grupo de credores ou qualquer um deles isoladamente.
Ressalta-se que os credores aos quais o devedor não propôs plano algum nada podem
fazer.
Art. 161 - § 1o Não se aplica o disposto neste Capítulo a titulares de créditos de
natureza tributária, derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente
de trabalho, assim como àqueles previstos nos arts. 49, § 3o, e 86, inciso II do
caput, desta Lei.
 
Estão excluídos da recuperação extrajudicial:
Créditos fiscais
Créditos bancários
Créditos trabalhistas
 
Homologação em juízo (quadro 3): na hipótese do devedor propor um plano de
recuperação extrajudicial, poderá , preenchidos os requisitos legais, levar o plano para
homologação do planos de recuperação extrajudicial em juízo. A sentença que homologa o
acordo é título executivo judicial. A homologação judicial poderá ser requerida apenas em
relação aqueles que aderiram a proposta e não atinge o direito dos demais credores.
Art. 162. O devedor poderá requerer a homologação em juízo do plano de
recuperação extrajudicial, juntando sua justificativa e o documento que contenha
seus termos e condições, com as assinaturas dos credores que a ele aderiram.
 
Art. 161 - § 6o A sentença de homologação do plano de recuperação extrajudicial
constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III do caput, da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
 
Cram down (quadro 4): Se credores que representam mais de 3/5 do total dos créditos
concordarem com o plano de recuperação judicial e, cumulativamente, houver
homologação da recuperação extrajudicial, os outros 2/5 dos credores estão igualmente
obrigados aos termos do plano. 
Art. 163. O devedor poderá, também, requerer a homologação de plano de
recuperação extrajudicial que obriga a todos os credores por ele abrangidos, desde
que assinado por credores que representem mais de 3/5 (três quintos) de todos os
créditos de cada espécie por ele abrangidos.
 
Não aplicação do cram down: Os credores que não concordaram não poderão
sofrer tratamento desfavorável em relação aos credores aceitantes, caso ocorra tal
tratamento, não estarão submetidos ao plano. Todavia, tais credores poderão ter
tratamento mais favorável em relação aos aceitantes.
 
Requisitos Cumulativos para aplicação do cram down na recuperação
extrajudicial:
1) Credores que representam mais de 3/5 do total dos créditos
concordarem com o plano de recuperação judicial.
 
2) Homologação da recuperação extrajudicial
 
3) Os credores que não concordaram não poderão sofrer tratamento
desfavorável em relação aos credores aceitantes.
Art. 161 - § 2o O plano não poderá contemplar o pagamento antecipado de
dívidas nem tratamento desfavorável aos credores que a ele não estejam
sujeitos.
 
Edital (quadro 5): ao receber o pedido de homologação do pedido de recuperação
extrajudicial, determinará a publicação de editais com prazo de 30 dias para a impugnação
de credores.
 
Impugnação: qualquer credor poderá impugnar o plano de recuperação extrajudicial
levado a homologação.
 
Indeferimento da homologação (quadro 6): o indeferimento do pedido de
homologação de recuperação extrajudicial não acarreta em qualquer possibilidade do juiz
decretar a falência do devedor.
 
Sentença de homologação e recurso cabível (quadro 7 e 8): o juiz homologará a
recuperação extrajudicial por sentença. Da sentença que homologar pedido de
homologação de recuperação extrajudicial cabe recurso de apelação, contudo, sem efeito
suspensivo.
 
 
 
 
25/03/2019
 
LEI 11.101/05 - Quadros 4 a 6.
 
DESTINATÁRIOS: a Lei 11.101/05 dispõe sobre os institutos da falência, recuperação
judicial e extrajudicial e ainda define quem poderá se valer destes institutos.
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a
falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente
como devedor.
 
a) Empresário: é pessoa natural, não pessoa jurídica, mas deve ser registrado na Junta
Comercial. Seu patrimônio não se separa do patrimônio empresarial. Nos casos de falência
seus bens são arrecadados para fins de satisfazer os créditos.
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares
ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de
empresa.
 
b) Sociedade empresária: sociedade entre suas ou mais pessoas, com personalidade
jurídica própria, distinta de seus sócios. Em caso de falência, em regra, os bens
arrecadados serão os bens da pessoa jurídica.
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam
a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a
partilha, entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais
negócios determinados.
 
c) Eireli: a empresa individual de responsabilidade limitada que exerce atividade
empresaria poderá se utilizar dos institutos da Lei 11.101.
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por
uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado,
que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. 
 
EXCLUSÕES ESPECÍFICAS: o art. 2º da Lei 11101 define quem não será abrangido por
seus institutos. Por interpretação contrario sensu, qualquer pessoa que não esteja
elencada no art. 1º da Lei não poderá se utilizar dos institutos nela previstos.
Art. 2o Esta Lei não se aplica a:
 
a) Empresa pública e sociedade de economia mista
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
 
b) Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito,
consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de
plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio,
entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de
assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras
entidades legalmente equiparadas às anteriores.
Ex. Bancos não podem requerer recuperação judicial e extrajudicial,
contudo, podem se utilizar do instituto da falência, porém, em outros
termos em relação aos demais, deve-se, primeiramente, analisar a lei que
disciplina os bancos.
 
 
COMPETÊNCIA: ao ajuizar uma ação o devedor ou credor deve verificar de quem é a
competência.
 
a) Juízo Local do principal estabelecimento: será competente para decidir sobre
recuperação judicial, recuperação extrajudicial e falência o juízo do principal
estabelecimento
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
 
Principal estabelecimento: por principal estabelecimento entende-se aquele que o
comerciante exerce maior atividade mercantil, isto é, tem o comérciomais expressivo
em termos patrimoniais. Caso haja impossibilidade de verificar o estabelecimento
com mais volume comercial, o juízo será o da matriz da sociedade.
 
b) Juízo Universal da Falência: o juízo de falências é indivisível, isto é, é o único
competente para processar e julgar as ações sobre bens e interesses da massa falida.
Sendo assim, depois de determinada a competência de um juízo para processar e julgar a
falência, ele se torna indivisível e, sua competência, é absorvente e atrativa.
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações
sobre bens, interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais
e aquelas não reguladas nesta Lei em que o falido figurar como autor ou litisconsorte
ativo.
Exceções: o juiz da falência não é competente para julgar algumas causas,
portanto tais causas continuarão tramitando no juízo onde foram propostas
Causas trabalhistas: juiz não é competente para ações trabalhistas. A
ação trabalhista é de quantia ilíquida., portanto, tramitará no juízo
trabalhista até o momento que a quantia tornar-se ilíquida, após esse
momento suspende-se a ação.
Art. 6º § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se
processando a ação que demandar quantia ilíquida.
 
Causas fiscais: Assim diz o código 187 do CTN: A cobrança judicial do
crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em
falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
Desse modo, o fisco não se sujeita à falência. Todavia, quando o bem
penhorado for vendido em hasta pública, o valor deverá ser entregue ao
juízo da falência pois primeiramente paga-se os credores trabalhistas,
depois os com garantia real e, por último, o fisco.
 
Ações não reguladas na lei em que o falido figurar como autor ou
litisconsorte ativo: o juízo da falência não será competente pois o falido
figura como autor da ação, se for réu, a competência será do juízo da
falência.
 
Exceção à suspensão: em regra, o ajuizamento de ação de falência determina a
suspensão de todas as ações de execução nos termos do art. 6º. Contudo, há uma
exceção no próprio dispositivo em seu §1º, que diz que continuarão tramitando as
ações que demandar em quantia ilíquida até o momento que ela se torne líquida.
 
Ações passam para a massa falida: todas as ações que continuam (trabalhistas,
fiscais e as que o falido é autor) terão prosseguimento com o administrador judicial,
com a massa falida figurando no polo em que estava o falido, devendo haver
intimação da massa falida, sob pena de nulidade do processo.
Art. 76 - Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput
deste artigo, terão prosseguimento com o administrador judicial, que deverá ser
intimado para representar a massa falida, sob pena de nulidade do processo.
 
Prevenção do juízo: a partir do momento em que receber o pedido de falência ou
recuperação judicial, este juízo se tornará prevento para qualquer outro pedido de
falência ou recuperação judicial relativo ao mesmo devedor. A prevenção somente
existe se não houver sentença transitada em julgada.
Art. 6 - § 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial
previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de
falência, relativo ao mesmo devedor.
 
c) Suspensão da prescrição, ações e execuções: em regra, o ajuizamento de ação de
falência determina a suspensão de todas as ações de execução nos termos do art. 6º.
Contudo, há uma exceção no próprio dispositivo em seu §1º, que diz que continuarão
tramitando as ações que demandar em quantia ilíquida até o momento que ela se torne
líquida.
Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação
judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do
devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
§ 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que
demandar quantia ilíquida.
 
27/03/2019
 
Quadro 7
 
Desjudicialização: trata-se de tirar o conflito do judiciário, a análise dos créditos será
feita pelo administrador judicial e não pelo juiz
Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base
nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos
que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de
profissionais ou empresas especializadas.
 
1ª Lista: quando decretada a falência o juiz dá ao falido prazo para apresentar a lista de
credores, denominada 1ª lista, após isso os credores terão prazo de 15 dias para
apresentar suas habilitações e divergências ao administrador judicial
Prazo: os credores terão prazo de 15 dias para apresentar suas habilitações e
divergências ao administrador judicial, esgotado o prazo, o administrador judicial
 
Ações do credor: no prazo de 15 dias após o edital, o credor que não estiver na lista
apresentada pelo devedor ou aquele que já conste, porém, com o alguma diferença
poderá se habilitar ou apresentar divergência.
Art. 7º § 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único
do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para
apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências
quanto aos créditos relacionados.
 
Habilitações: o credor que não estiver na lista apresentada pelo devedor pode
apresentar requerimento para entrar na lista.
 
Divergências: apresentar impugnação ao valor constante da lista
 
2ª Lista: o administrador irá adicionar a lista os que não estavam e se habilitaram e sanar
as divergências
Prazo: 45 dias para apresentar a 2ª lista.
§ 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos
na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação
de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do
§ 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as
pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que
fundamentaram a elaboração dessa relação.
 
Prazo de impugnação da 2ª lista: 10 dias
Art. 8o No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação da relação referida no
art. 7o, § 2o, desta Lei, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou
o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação contra a relação de
credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra
a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.
 
Impugnações
Habilitação retardatária: aqueles que deixaram de se habilitar no prazo de 15
dias (1ª lista) poderão se habilitar mediante impugnação da 2ª lista, será assim
denominada habilitação retardatária.
Art. 10. Não observado o prazo estipulado no art. 7o, § 1o, desta Lei, as
habilitações de crédito serão recebidas como retardatárias.
 
Impugnação: a lista poderá ser impugnada pelos credores.
 
Procedimento de julgamento das impugnações
Petição
Art. 13. A impugnação será dirigida ao juiz por meio de petição, instruída
com os documentos que tiver o impugnante, o qual indicará as provas
consideradas necessárias.
 
Recurso: será agravo.
Art. 17. Da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo.
 
Quadro geral de credores (QGC): a 2ª lista caso não haja impugnação será
considerada o QGC
 
Procedimento da Habilitação retardatária: a lei cria obstáculos aos que se habilitam
retardatariamente de modo a promover a desjudicialização que ocorre na habilitação para
a 1ª lista.
Perda do direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores.
Art. 10 - § 1o Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários,
excetuados os titulares de créditos derivados da relação de trabalho, não terão
direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de credores.
 
Perda do direito a rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao
pagamento de custas
Art. 10 - § 3o Na falência, os créditos retardatários perderão o direito arateios
eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao pagamento de custas, não se
computando os acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data do
pedido de habilitação.
 
Prazo da habilitação retardatária: a habilitação retardatária poderá ser realizada
até a homologação do QGC, todavia, após a homologação, poderá o retardatário
ingressar com uma ação ordinária de alteração do QGD.
Art. 10 - § 6o Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que
não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento
ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou
da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo
crédito.
 
Ação ordinária para alteração do QGC após sua homologação: homologado o QGC, o
credor que desejar se habilitar deve ingressar com ação ordinária para alteração do QGC.
Para incluir aquele que não tinha sido habilitado no prazo.
Art. 10 - § 6o Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não
habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário
previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação
judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito.
 
08/04/2019
 
Ação ordinária para retificar credor que agiu com dolo, simulação ou fraude
Art. 19. O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do
Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência,
observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo
Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos
casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda,
documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-
geral de credores.
 
Juiz competente: em regra, a ação deve ser proposto perante o juízo da falência ou
recuperação.
§ 1o A ação prevista neste artigo será proposta exclusivamente perante o juízo
da recuperação judicial ou da falência ou, nas hipóteses previstas no art. 6o, §§
1o e 2o, desta Lei, perante o juízo que tenha originariamente reconhecido o
crédito.
umy 
Competência
Regra: Juízo da falência: 
 
Se o crédito foi incluído por juízo diferente: a ação deve ser
promovida no juízo que determinou a inclusão do crédito viciado com dolo,
simulação ou fraude
 
Quadros 8 a 12
 
ÓRGÃOS AUXILIARES DA ADMINISTRAÇÃO DA FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO
JUDICIAL
 
Administrador judicial (arts. 21 a 25 e arts. 30 a 34): trata-se de órgão unitário,
vinculado diretamente a lei e ao juiz, sendo auxiliar direto do juízo.
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente
advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica
especializada.
Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica,
declarar-se-á, no termo de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional
responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial,
que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.
 
Remuneração: o juiz fixará a sua remuneração do Administrador judicial.
Art. 24. O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do
administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o
grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o
desempenho de atividades semelhantes.
Na recuperação: quem realiza o pagamento é o recuperando.
Na falência: quem paga é a massa falida por meio da arrecadação dos
bens.
 
Limite da remuneração: não poderá fixar mais de 5% do valor devido aos
credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na
falência, porém deve ser observando o caso concreto.
§ 1o Em qualquer hipótese, o total pago ao administrador judicial não
excederá 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à
recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência.
 
Nomeação: a nomeação do administrador judicial é realizada pelo juiz,
preferencialmente, entre advogado, economista, administrador de empresas ou
contador, ou pessoa jurídica especializada.
 
Atribuições: tem função de fiscalizar a falência ou recuperação e zelar pela aplicação
da lei com imparcialidade.
Art. 22
 
Desobediência: o administrador deve apresentar as contas e relatórios, sob pena de
desobediência.
Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido,
suas contas ou qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado
pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência
 
Responsabilidade do administrador pelos prejuízos causados por dolo ou
culpa
Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos
prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou
culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua
discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.
 
Comitê de credores (arts. 26 a 29 e arts. 30 a 34): trata-se de órgão colegiado, o
comitê está vinculado a classe de credores que lhe indicou. 
Nomeação: a indicação do membro do comitê é facultativa para a classe de
credores. Atualmente, o comitê de credores caiu em desuso. Somente haverá
nomeação se o comitê indicar membro, não há nomeação de ofício do juiz.
 
Remuneração: se houver indicação, a classe de credores representados deve arcar
com a remuneração do membro indicado.
 
Atribuições: fiscalizar os interesses da classe de credores que lhe indicou.
Art. 27
 
Responsabilidade do membro do comitê pelos prejuízos causados por dolo
ou culpa
Art. 32. O administrador judicial e os membros do Comitê responderão pelos
prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou
culpa, devendo o dissidente em deliberação do Comitê consignar sua
discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.
 
Dissidente: o dissidente em deliberação do Comitê deve consignar sua
discordância em ata para eximir-se da responsabilidade.
 
Assembleia Geral de Credores (AGC) (arts. 35 a 46): trata-se de órgão colegiado,
não está vinculada a nada senão seu próprio interesse. Na pratica, a AGC ocorre mais
frequentemente na recuperação judicial, na falência, normalmente, não existe. Entretanto,
é bom salientar que em ambos os casos a AGC não é obrigatória
Remuneração: não há remuneração para os credores da AGC.
 
Atribuição: a grande atribuição da AGC é aprovar, rejeitar ou alterar o plano de
recuperação.
Art. 35
 
Convocação: A AGC será convocada pelo juiz, quando ocorrer fato determinado pela
Lei
 
Presidência da AGC: será presidida pelo administrador judicial
Art. 37
 
Unicidade: a AGC é una, contudo, poderá ser suspensa e continuada em outro
momento
 
Quórum: o quorum será determinado pela quantidade de presentes na primeira
convocação
Art. 39
 
Ata: qualquer evento ocorrido na AGC será reduzido a termo, em ata que será
homologado pelo administrador judicial que encaminhará ao juiz para sua
deliberação.
 
Homologação: poderá o juiz homologar o plano de recuperação.
 
 
10/04/2019
 
VOTAÇÃO NA ASSEMBLEIA GERAL DE CREDORES
 
Voto proporcional: o voto do credor será proporcional ao valor do seu crédito
Art. 38. O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas
deliberações sobre o plano de recuperação judicial, o disposto no § 2o do art. 45
desta Lei. 
 
Votantes:
Art. 39. Terão direito a voto na assembléia-geral as pessoas arroladas no quadro-
geral de credores ou, na sua falta, na relação de credores apresentada pelo
administrador judicial na forma do art. 7o, § 2o, desta Lei, ou, ainda, na falta desta,
na relação apresentada pelo próprio devedor nos termos dos arts. 51, incisos III e IV
do caput, 99, inciso III do caput, ou 105, inciso II do caput, desta Lei, acrescidas, em
qualquer caso, das que estejam habilitadas na data da realização da assembléia ou
que tenham créditos admitidos ou alterados por decisãojudicial, inclusive as que
tenham obtido reserva de importâncias, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art.
10 desta Lei.
 
Ordem dos votantes:
1º) QGC
2ª) Componentes da 2ª lista, falta de QGC (art. 7º § 2o)
3ª) Componentes 1ª lista apresentada na petição inicial, não existindo ainda
a 2ª lista
 
Classe de credores: art. 41
Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores:
I – titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de
acidentes de trabalho;
II – titulares de créditos com garantia real;
III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio
geral ou subordinados.
IV - titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de
pequeno porte. 
 
I) Trabalhista
II) Com garantia real (bancos)
III) Resto
IV) EPP e ME
 
Aprovação de propostas: a AGC delibera sobre várias questões, não somente sobre a
proposta do plano de recuperação, esta é a mais importante, mas não a única propostas a
ser analisada.
1) Regra geral:
Qualquer proposta para ser aprovada deve ser aprovado por mais da
metade do valor total dos créditos presentes AGC (50% +1)
Art. 42. Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis
de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos
presentes à assembléia-geral, exceto nas deliberações sobre o plano de
recuperação judicial nos termos da alínea a do inciso I do caput do art. 35
desta Lei, a composição do Comitê de Credores ou forma alternativa de
realização do ativo nos termos do art. 145 desta Lei.
 
2) Exceções:
a) Aprovação do Plano de Recuperação (art. 45): 
1) Aprovação em todas as classes: a aprovação do plano de
recuperação deve ocorrer em cada uma das classes.
Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas
as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar
a proposta.
I) Trabalhista
II) Com garantia real (bancos)
III) Resto
IV) EPP e ME
 
2) Bancos e resto: na classe dos bancos e resto, aprovação deve ser por
dupla maioria, isto é, mais da metade do valor dos créditos e
cumulativamente mais da metade dos presentes. O legislador optou por
essa forma de aprovação para evitar abuso do poder econômico, haja visto
o poderio das classes envolvidas.
Art. 45 - § 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III
do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores
que representem mais da metade do valor total dos créditos
presentes à assembléia e, cumulativamente, pela maioria simples dos
credores presentes.
 
Classes: II) Com garantia real (bancos) e III) Resto
 
Critério de dupla maioria: mais da metade do valor dos créditos
presentes (1) e cumulativamente mais da metade dos presentes (2).
 
3) Trabalhistas, EPP e ME: a proposta deve ser aprovada pela maioria
simples dos credores presentes, independente do valor de seus créditos.
Visa estimular a participação na AGC.
Art. 45 - § 2o Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41
desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos
credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.
 
Classes: I) Trabalhista e IV) EPP e ME
 
Critério: maioria simples dos credores presentes
 
b) Composição do Comitê de credores (art. 44): na escolha do membro
que representará a classe no comitê de credores, somente votará a classe a
qual representará. Nesta eleição, o voto será proporcional ao valor do crédito.
Art. 44. Na escolha dos representantes de cada classe no Comitê de
Credores, somente os respectivos membros poderão votar.
 
Critério: o voto será proporcional ao valor do crédito, nos termos do regra
geral.
 
c) Forma alternativa de realização de ativo (art. 46): dependerá do voto
favorável de credores que representem 2/3 dos créditos presentes.
Art. 46. A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na
falência, prevista no art. 145 desta Lei, dependerá do voto favorável de
credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à
assembléia.
 
Critério: voto favorável de credores que representem 2/3 dos créditos
presentes
 
 
15/04/2019
 
 
FALÊNCIA (Quadros 13 a 30)
 
Quadros 13 a 20
 
Falência: o decreto de falência é a "morte" da sociedade empresária.
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a
preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos,
inclusive os intangíveis, da empresa.
 
Afastamento: com o decreto de falência ocorre o afastamento de seus
administradores e sócios.
 
Preservação: na falência o que se tenta preservar é a atividade da empresa, de
modo a alienar os bens a uma sociedade que possa dar continuidade a atividade com
os bens e recursos antes pertencentes ao falido.
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades,
visa a preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos
produtivos, inclusive os intangíveis, da empresa.
 
Alienação com porteira fechada: venda de todos os bens a um só comprador.
(art. 141). Se pretende alienar como um todo para tentar preservar a
continuidade de atividade.
 
Legitimidade ativa e passiva (art. 1º)
Passiva: quem pode ter a falência decretada
Empresário, sociedade empresária e Eireli
Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária,
doravante referidos simplesmente como devedor.
 
Ativa: quem pode requerer a falência do devedor
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
 
Próprio devedor requer a falência é a chamada auto falência
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
 
Cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o
inventariante: casos em que empresário individual que morre com dívidas, os
seus bens respondem pelas dívidas, neste caso, o cônjuge sobrevivente,
qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante podem requerer a falência.
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o
inventariante;
 
Cotista ou o acionista do devedor: exemplo é quando cotista ou acionista
percebe que o sócio está praticando atos que possam ensejar a desconsideração
da personalidade jurídica da empresa e atingir seu patrimônio e pede a falência
da sociedade.
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato
constitutivo da sociedade;
 
Credores: em regra, são os credores que requerem a falência do devedor.
IV – qualquer credor.
 
Regra de transição: 
Art. 192 - § 4o Esta Lei aplica-se às falências decretadas em sua vigência resultantes
de convolação de concordatas ou de pedidos de falência anteriores, às quais se
aplica, até a decretação, o Decreto-Lei no7.661, de 21 de junho de 1945, observado,
na decisão que decretar a falência, o disposto no art. 99 desta Lei.
Falências já decretadas antes da Lei 11.101: correrá até o final sob égide
da lei antiga
 
Falências em curso no advento da Lei 11.101: seguirá a lei antiga até o
decreto de falência. A partir do decreto de falência observará a Lei 11.101.
 
SP
1ª Vara: cuida da falência e recuperação que tramitam pela nova lei.
2ª Vara: cuida da falência e recuperação que tramitam pela nova lei.
3ª Vara: cuida das falências e concordatas que tramitam sob a égide
do Decreto-Lei nº 7.661
 
Juiz competente para decretar a falência: é o juízo do local do principal
estabelecimento
Art. 3o É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a
recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil.
 
Prevenção: a distribuição do pedido de falência previne a jurisdição para qualquer
outro pedido de falência relativo ao mesmo devedor
Art. 6º § 8o A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial
previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de
falência, relativo ao mesmo devedor.
 
Distribuição por dependência
Art. 78. Os pedidos defalência estão sujeitos a distribuição obrigatória,
respeitada a ordem de apresentação.
 
Celeridade e economia processual
Art. 75 - Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da
celeridade e da economia processual.
 
Prioridade dos processos de falência sobre os demais
Art. 79. Os processos de falência e os seus incidentes preferem a todos os outros na
ordem dos feitos, em qualquer instância.
 
Fundamentos do requerimento e/ou decreto e petição inicial: ao ingressar com o
requerimento de falência, aquele que pleiteia deve fundamentar o pedido, deve observar
na peça inicial o disposto no art. 94.
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
 
1) Requerimento de falência com fundamento em título líquido, certo e
exigível: 
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
 
Relevante razão: a falência será decretada quando não houver relevante razão
de direito para o inadimplemento, se houver, o juiz não decretará a falência.
Ex. Falsidade do cheque, falsidade na assinatura do título.
 
Título executivo protestado: o título executivo deve estar protestado, se
houver mais de um título, todos devem estar protestados. 
Títulos executivos mais comuns:
Cheque
Duplicata
Letra de câmbio
Debênture
 
Valor do(s) títulos deve ser superior ao valor de 40 salários mínimos: O
valor do título ou a soma destes deve ser superior a 40 salários mínimos do dia
do ajuizamento do requerimento de falência. Deve ser considerado o valor de
face dos títulos, não contabilizando eventuais juros e multas.
 
Litisconsórcio ativo de credores para atingir o valor maior de 40 salários
mínimos: os credores podem reunir-se em litisconsórcio para atingir o valor
maior de 40 salários mínimos
Art. 94 - § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer
o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput
deste artigo.
 
Defesa quanto a um ou mais títulos: Se houver defesa quanto a um dos
título de modo a conservar montante maior que 40 salário mínimo o juiz
decretará a falência, caso o valor remanescente seja menor, o pedido será
julgado improcedente.
Art. 96 - § 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo
não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não
atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele
dispositivo.
 
Decretação: Ex. 3 títulos de R$30 mil, totalizando R$90 mil e um deles é
impugnado de declarado falso, restando 2 título de R$30 mil, totalizando
R$60 mil. Neste caso a falência será ainda decretada. 
 
Não Decretação: Ex. 3 títulos de R$20 mil, totalizando R$60 mil e um
deles é impugnado de declarado falso, restando 2 título de R$20 mil,
totalizando R$40 mil. Neste caso a falência não será decretada, pois o
valor não ultrapassa os 40 salários mínimos.
 
Prova pré-constituída: o título protestado é prova pré-constituída.
 
2) Requerimento de falência com fundamento em execução frustrada
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não
nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
 
Execução frustada: na fase de execução, o executado não paga, não deposita
e não nomeia bens à penhora. Neste caso, o exequente suspenderá a execução,
toma certidão para fundamentar o pedido de falência com fundamento no Art.
94 II.
 
Não necessita protesto: a execução já é prova judicial do não pagamento por
parte do devedor.
 
Não há limite de valor: com fundamento no inciso II do art. 94 o credor não
precisa observar valor mínimo.
 
Prova pré-constituída: a execução já é prova judicial do não pagamento por
parte do devedor.
 
3) Requerimento de falência com fundamento em atos de falência: o credor
deve fazer prova dos atos de falência.
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de
recuperação judicial:
 
Procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio
ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos: 
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio
ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos;
 
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar
pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da
totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não;
 
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de
todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
 
d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de
burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor;
 
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar
com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
 
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes
para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu
domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento;
 
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de
recuperação judicial.
 
Pedido de recuperação judicial pelo devedor dentro do prazo de contestação: ao
ser citado, o devedor ,dentro do prazo de 10 dias para apresentar contestação ao
requerimento da falência, poderá pleitear a sua recuperação judicial, demonstrado que de
fato não pagou o valor, contudo, está em uma crise financeira superável.
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação
judicial.
 
Prazo de contestação: 10 dias 
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez)
dias.
 
Recuperação judicial: o pedido de recuperação tramitará nos mesmo autos, ficando
o pedido de falência do credor suspenso. O juiz, ao julgar a recuperação judicial
pleiteada poderá conceder a recuperação ou decretar a falência do devedor. Na
hipótese de concedê-la, o crédito objeto do pedido de falência do credor está incluído
no plano de recuperação judicial.
 
Limitação: Embora não esteja limitado ao inciso I e II, doutrina e jurisprudência,
limita o pedido de recuperação judicial no bojo do pedido de falência a estes incisos
do art. 94.
Requerimento de falência com fundamento em título líquido, certo e
exigível: 
Art. 94 - I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento,
obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados
cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na
data do pedido de falência;
 
Requerimento de falência com fundamento em execução frustrada
Art. 94 - II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal;
 
17/04/2019
 
A falência não será decretada se o requerido provar em sua defesa: o rol do art. 96
é exemplificativo, poderá ser arguido como defesa qualquer outro fato que extinga ou
suspensa a obrigação
Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não
será decretada se o requerido provar:
I – falsidade de título;
II – prescrição;
III – nulidade de obrigação ou de título;
IV – pagamento da dívida;
V – qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a
cobrança de título;
VI – vício em protesto ou em seu instrumento;
VII – apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação,
observados os requisitos do art. 51 desta Lei;
 
1) Falsidade de título
2) Prescrição
3) Nulidade de obrigação ou título
4) Pagamento da dívida
4) Qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança
de título
5) Vício em protesto ou em seu instrumento
apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação
 
Cessação das atividades empresariais mais de 2 anos antes do pedido de
falência, comprovada por documento hábil: se o requerido provar que cessouas
atividade e efetuou a devida baixa na Junta 
VIII – cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do
pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de
Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato
registrado.
 
Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e
partilhado seu ativo após 1 ano
 § 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e
partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor.
 
Prazo de 10 dias para contestação do pedido de falência: após citado, o requerido
terá 10 dias para apresentar a sua contestação.,
Art. 98. Citado, o devedor poderá apresentar contestação no prazo de 10 (dez) dias.
 
Depósito elisivo: o devedor, no prazo da contestação, poderá se dirigir ao cartório
solicitar o valor atualizado do crédito e realizar o depósito dessa quantia em juízo, é a
garantia de que não será decretado a falência do devedor. O depósito elisivo não é
obrigatório, contudo, se efetuar o depósito e não fazer a defesa e provar motivo que
extinga ou suspensa a obrigação, a falência será decretada. Tanto o depósito quanto a
defesa devem ser feitas no prazo de 10 dias, podendo ser realizados em momentos
distintos, porém, dentro desses 10 dias. Se a defesa do devedor for aceita, o valor do
depósito será devolvido.
Cabimento do depósito elisivo: somente é cabível nas hipóteses do Art. 94 incisos
I e II. 
Art. 98 - Parágrafo único. Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do
art. 94 desta Lei, o devedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor
correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e
honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso
julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do
valor pelo autor.
Requerimento de falência com fundamento em título líquido, certo
e exigível: 
Art. 94 - I – sem relevante razão de direito, não paga, no
vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos
executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40
(quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
 
Requerimento de falência com fundamento em execução frustrada
Art. 94 - II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo
legal;
 
Sentença de falência: poderá ser de improcedência ou procedência do requerimento de
falência. A sentença que decreta a falência deve conter as determinações do art. 99
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
Conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos
que forem a esse tempo seus administradores
I – conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos
que forem a esse tempo seus administradores;
 
Fixará o termo legal da falência
II – fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90
(noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação
judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se,
para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
 
Continuação provisória das atividades do falido: o administrador pede ao
juiz a continuação provisória da atividade
XI – pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades
do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos,
observado o disposto no art. 109 desta Lei;
 
Recursos para impugnar sentença
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a
improcedência do pedido cabe apelação.
Agravo: cabível quando a sentença decreta a falência
 
Apelação: cabível quando a sentença for pela improcedência do pedido de
falência
 
Requerimento de falência doloso: se alguém requereu a falência de outro dolosamente,
ainda que não haja pedido nesse sentido, será condenado na sentença a indenizar em
perdas e danos.
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença
que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e
danos em liquidação de sentença.
 
 
22/04/2019
 
Quadro 22 e Quadro 23
 
Efeitos da Decretação da Falência sobre as Obrigações do Devedor: o juiz, ao
decretar a falência, deve resolver todas questões que incidem sobre os contratos que o
falido possuía.
 
Juízo universal da falência: o artigo 115 reitera artigo 76
Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão
exercer os seus direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente
responsável na forma que esta Lei prescrever.
 
Suspensão: 
Art. 116. A decretação da falência suspende:
 
O exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os
quais deverão ser entregues ao administrador judicial;
 
O exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas
ou ações: em condições normais, o sócio é credor da sociedade, contudo, decretada
a falência fica suspenso o direito de recebimento do sócio, priorizando o direito de
crédito dos credores.
II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas
ou ações, por parte dos sócios da sociedade falida.
 
Resolução dos contratos: quando da decretação da falência, na maioria das vezes, não
interessa a massa falida cumprir os contratos, entretanto, se os contratos trazem algum
tipo de benefício a massa falida podem ser cumpridos pelo administrador judicial.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser
cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento
do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus
ativos, mediante autorização do Comitê.
 
Regras das relações contratuais específicas: a lei prevê algumas regras para
determinados tipos de contratos específicos nos casos de falência, não se aplicando a regra
do art. 117. 
Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes
regras:
I – o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e
ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver
revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte,
entregues ou remetidos pelo vendedor;
II – se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver
não continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à disposição da
massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos;
III – não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que
vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não
executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe
própria;
IV – o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel
comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não
continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do
contrato, dos valores pagos;
V – tratando-se de coisas vendidas a termo, que tenham cotação em bolsa ou
mercado, e não se executando o contrato pela efetiva entrega daquelas e
pagamento do preço, prestar-se-á a diferença entre a cotação do dia do
contrato e a da época da liquidação em bolsa ou mercado;
VI – na promessa de compra e venda de imóveis, aplicar-se-á a legislação
respectiva;
VII – a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do
locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o
contrato;
VIII – caso haja acordo para compensação e liquidação de obrigações no âmbito
do sistema financeiro nacional, nos termos da legislação vigente, a parte não
falida poderá considerar o contrato vencido antecipadamente, hipótese em que
será liquidado na forma estabelecida em regulamento, admitindo-se a
compensação de eventual crédito que venha a ser apurado

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