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Direito Administrativo Resumo atos administrativos ATOS = manifestação de vontade da Administração Pública ATO ADMINISTRATIVO É UMA ESPÉCIE DE ATO JURÍDICO CONCEITO: · Unilateral (declaração unilateral) ESTADO PARTICULAR - direito/obrigação · Realizado pelo Estado/representante Ex.: concessionária (presta serviço público- representa o Estado) · Manifestada em função administrativa Pode ser efetuado pelo Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. · Inferior à lei Ato administrativo é ato SECUNDÁRIO · Sujeito a Controle Judicial (de legalidade) Tanto o ato discricionário quanto o vinculado estão sujeitos ao controle judicial. a) FATOS ADMINISTRATIVOS: Ato MATERIAL/EXECUÇÃO: praticado por um órgão da administração, mas sem conteúdo de ato administrativo. ACONTECIMENTO: efeitos FATO DA ADMINISTRAÇÃO: acontecimento que não produz efeitos, sem repercussão ou consequência. b) SILÊNCIO ADMINISTRATIVO: não é ato administrativo, e sim FATO. Podendo ser considerado ATO quando a lei dispuser expressamente! Obs.: Quanto ao ato discricionário – se ocorrer o silêncio sem que a lei apresente consequência, não é possível ao Poder Judiciário determinar o ato a ser praticado, pois a análise dos critérios de conveniência e oportunidade deve ser restrita à Administração – a atuação do judiciário será estabelecer um PRAZO para o administrador se pronunciar sobre o pedido do particular. Em se tratando de ato vinculado, se poderá conferir o que foi solicitado, na medida em que a decisão do agente público e o exame feito pelo Judiciário não poderiam ter soluções diversas. elementos/requisitos CO Competência Quem? FI Finalidade Pra quê? FO Forma Como? MO Motivo Por quê? OB Objeto O que? Faltando um desses requisitos, o ato é considerado ILEGAL! competência Sujeito COMPETENTE Poder que a lei atribui ao agente público para a prática dos seus atos. · Características: a) Irrenunciável (SALVO, casos de delegação e avocação) b) Inderrogável – não se transfere pela simples vontade do agente. c) Improrrogável d) Imprescritível · Vícios na Competência: a) Excesso de Poder: quando uma autoridade vai além das suas atribuições legais. b) Função de Fato: quando uma autoridade é investida de forma irregular e pratica atos da função. (agente putativo) · A Teoria da Aparência mantém a validade de um ato realizado por um agente de fato para TERCEIROS DE BOA-FÉ. c) Usurpação de Competência: ocorre quando alguém se apropria de uma função pública, praticando atos próprios daquela função. · NÃO SE APLICA A TEORIA DA APARÊNCIA. ATOS SÃO CONSIDERADOS INEXISTENTES. FINALIDADE Objetivo de interesse público buscado com o ato administrativo. OBJETO MEDIATO DO ATO Obs.: SEMPRE indicada pela lei!! Cabe frisar que a doutrina e a jurisprudência entendem que existe uma hipótese em que pode ocorrer a contrariedade à finalidade específica do ato, sem que se declare sua invalidade, desde que seja observado o interesse público primário (coletividade). Trata-se da desapropriação, em que, depois de realizada a transferência da propriedade para o domínio público, altera-se a destinação inicial específica do ato, denominada tredestinação lícita. FORMA Regra: ESCRITO. Existem atos praticados por meio de gestos, sons, mecânicos/eletrônicos, placas. · Formalidades do ato administrativo: requisitos necessários indispensáveis para a ocorrência do ato administrativo AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO = VÍCIO motivo Situação de FATO ou de DIREITO que autoriza a prática do ato. MOTIVAÇÃO · Motivação (intenção) é diferente de MOTIVO – a intenção é irrelevante se tratando de um ato vinculado. objeto Efeitos produzidos pelo ato administrativo – resultado IMEDIATO. discricionariedade e vinculação dos atos administrativos COMPETÊNCIA FINALIDADE VINCULADOS (SEMPRE) FORMA MOTIVO VINCULADOS OU DISCRICIONÁRIOS OBJETO (a lei vai dispor sobre) · Num ato vinculado, TODOS os elementos são vinculados; · Num ato discricionário, nem todos os elementos serão discricionários · Alguns autores entendem que o elemento FORMA pode ser discricionário atributos/características do ato administrativo · Hely Lopes Meirelles: a) Presunção: de legitimidade = LEI de veracidade – fatos verdadeiros Obs.: Todos os atos nascem com essa presunção!! Obs.: Presunção RELATIVA (juris tantum) – incumbe ao particular provar a ilegalidade. b) Imperatividade/coercibilidade: imposição do ato ao particular, independentemente de sua concordância. Obs.: atos negociais ou enunciativos não possuem imperatividade c) Auto-executoriedade: capacidade de execução direta de suas atribuições sem a necessidade de concordância por parte do judiciário. Obs.: não retira o controle judicial Obs.: nem todos os atos nascem com essa característica. Ex.: cobrança de multa, tributos, desapropriação quando o particular não concordar, servidão administrativa · Celso Antônio Bandeira de Melo: a) Presunção de Legitimidade e Veracidade b) Imperatividade c) Exigibilidade: quando a administração tem meios indiretos de coerção, que garanta o cumprimento pelo particular. d) Executoriedade: coerção direta sobre o particular e seus bens. · Maria Silva di Pietro: a) Presunção de Legitimidade e Veracidade b) Imperatividade c) Auto-executoriedade d) Tipicidade: necessidade do ato atender apenas o seu fim LEGAL. Obs.: a doutrina entende, atualmente, que os atos administrativos só serão autoexecutórios nos casos previstos em lei ou em situações emergenciais. Informativo nº 694 STF: Deferida a naturalização, seu desfazimento só pode ocorrer mediante processo judicial. Por conseguinte, declarou-se a nulidade da Portaria 361/2008, do Ministro de Estado da Justiça, de modo a restabelecer-se a situação do recorrente como brasileiro naturalizado em todos os órgãos públicos, sem prejuízo de que a condição de naturalizado fosse analisada judicialmente, nos termos do art. 12, § 4º, I, da CF. Assentou-se, ainda, a não recepção do art. 112, §§ 2º e 3º, da Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) pela atual Constituição. RMS 27840/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 7.2.2013. classificação dos atos quanto aos destinatários a) ATOS GERAIS: não possuem destinatário determinado, alcançam todos que estão em idêntica situação. Ex.: estabelecimento de velocidade de uma via; placa que fixa locais de estacionamento. b) ATOS INDIVIDUAIS/ESPECIAIS: possuem destinatários certos e determinados. Ex.: regularização de terreno irregular. Obs.: podem atingir mais de uma pessoa, desde que sejam individualizados (especificados). quanto ao alcance a) ATOS INTERNOS: destinados a produzir efeitos, como regra, dento da própria administração, incidindo sobre os órgãos e agentes. Ex.: portaria que determina que os servidores devem usar crachá b) ATOS EXTERNOS: destinados a produzir efeitos, como regra, fora da administração. Todos aqueles que alcançam os administrados. quanto ao objeto/prerrogativas a) ATOS DE IMPÉRIO: a administração pratica utilizando de sua supremacia sobre o administrado ou o servidor e lhes impõe obrigatório atendimento. Ex.: multa, interdição, desapropriação. Obs.: DI PIETRO – Atos de direito PÚBLICO b) ATOS DE GESTÃO: praticados sem a utilização de sua supremacia sobre os administrados. Geram direitos subjetivos e permanecem imodificáveis, salvo quando precários por sua própria natureza. Ex.: autorização e licença. Obs.: DI PIETRO – Atos de direito PRIVADO c) ATOS DE EXPEDIENTE (Hely): atos de rotina, andamento aos processos e documentos públicos. Ex.: despachos sem conteúdo decisório. quanto ao regramento ou vinculação ou grau de liberdade a) ATOS VINCULADOS: são aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização. Ex.:aposentadoria compulsória aos 75 anos b) ATOS DISCRICIONÁRIOS: são aqueles em que a lei permite ao agente público realizar um juízo de conveniência e oportunidade (mérito) para decidir a solução mais adequada ao caso concreto. quanto à formação a) ATOS SIMPLES: é o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou colegiado, ou apenas de um agente público.1 órgão EFEITOS ATO b) ATO COMPOSTO: é o que resulta da vontade única de um órgão ou agente, mas depende da aprovação, ratificação ou confirmação por parte de outro para produzir efeitos. Órgão 2 ATO Órgão 1 Secundário EFEITOS Ex.: nomeação do Procurador-geral da República (Di Pietro) c) ATO COMPLEXO: se forma pela conjugação de vontades de mais de um órgão. ATO Órgão 2 Órgão 1 EFEITOS Ex.: investidura de ministro do STF (José dos Santos Carvalho Filho) Obs.: registrar aposentadoria em Tribunal de Contas é exemplo de ATO COMPLEXO – STF! quanto à eficácia/validade a) VÁLIDO: é o ato que está em conformidade com a lei b) NULO: é o ato com vício insanável (finalidade, motivo e objeto). Não admite a convalidação, pois apresenta defeito tão grave que não é possível a correção. c) INEXISTENTE: é o que apenas tem a aparência de manifestação regular da administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo. Ex.: Usurpação da função pública e atos impossíveis (nomeação de pessoa morta) d) ANULÁVEL: vício sanável (competência e forma) quanto à elaboração/exequibilidade a) PERFEITO: já completou seu ciclo necessário de formação, já percorreu todas as fases necessárias para a sua produção. Ex.: investidura de ministro do STJ. b) IMPERFEITO: está em processo de formação. Não existe ainda c) PENDENTE: aquele que, embora perfeito, não produz efeitos, por não ter sido verificado o termo ou condição de que depende sua produção de efeitos. d) CONSUMADO/EXAURIDO: ato que já se extinguiu, já formado e consumado. Ex.: fériasválido perfeito ATO eficaz quanto aos efeitos a) CONSTITUTIVO: por meio do qual a administração cria, modifica ou extingue um direito ou situação do administrado. b) DECLARATÓRIO: a administração apenas reconhece um direito preexistente. Ex.: licença para dirigir. c) ENUNCIATIVO: a administração certifica, atesta uma situação ou profere opinião quando for consultada. Ex.: parecer, atestado. extinção dos atos administrativos · CADUCIDADE: decorre de uma nova lei ou norma jurídica. · CASSAÇÃO: em razão de algum descumprimento por parte do próprio particular. · CONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA: decorre de um novo ato que é contraposto ao ato anterior. Ex.: nomeação e exoneração · REVOGAÇÃO E ANULAÇÃO REVOGAÇÃO ANULAÇÃO/ INVALIDAÇÃO ATOS Legais Ilegais ANÁLISE Conveniência/ Oportunidade Legalidade/ Legitimidade COMPETÊNCIA Administração Adm ou judiciário PRAZO Não há prazo 5 anos, salvo má-fé EFEITOS Ex nunc Ex tunc Obs.: o judiciário só pode revogar seus próprios atos! atos que não admitem revogação a) Atos VINCULADOS: pois não há juízo de conveniência e oportunidade. Exceção: licença para construir desde que a obra não tenha sido iniciada Licença para construir. Revogação. Obra não iniciada. Legislação estadual posterior. I. Competência do estado federado para legislar sobre áreas e locais de interesse turístico, visando a proteção do patrimônio paisagística (CF, art. 180). Inocorrência de ofensa ao art. 15 da Constituição Federal; II. Antes de iniciada a obra, a licença para construir pode ser revogada por conveniência da Administração Pública, sem que valha o argumento do direito adquirido. Precedentes do supremo tribunal. Recurso extraordinário não conhecido (RE 105634, Relator: Min. Francisco Rezek, Segunda Turma, julgado em 20.09.1985, DJ 08.11.1985, PP-20107, Ementa Vol-01399-02, PP-00399). b) Atos EXAURIDOS OU CONSUMADOS: já produziram efeitos. Ex.: férias gozadas c) Atos que gerem DIREITO ADQUIRIDO: nomeação gera direito à posse em cargo público. d) Atos INTEGRATIVOS de um procedimento administrativo: se opera a preclusão do ato anterior pela prática do ato sucessivo. Ex.: licitação. e) Meros atos administrativos/enunciativos repristinação de atos administrativos ATO A ATO B ATO C REVOGA REVOGA · Celso Antônio entende que ocorre a repristinação (ato A volta a valer), sendo esse efeito automático e implícito. · Carvalho Filho entende que não ocorre a repristinação ATENÇÃO!! O CESPE ACEITA A REPRISTINAÇÃO convalidação ou sanatória Ocorre quando se corrige um vício presente no ato com efeitos retroativos. Obs.: RATIFICAÇÃO – convalidação de vício de competência. · Em regra, realizada pela própria administração, mas o Legislativo pode editar lei que convalide ato da administração. · JUDICIÁRIO não pode convalidar · Convalidação restaura a legalidade · Efeito ex tunc · Não pode causar prejuízos a terceiros, não causar lesão ao interesse público e ser um vício sanável (competência e forma) Obs.: Carvalho Filho – objeto plúrimo admite convalidação (mais de um efeito) conversão Praticado um novo ato para aproveitar os efeitos do ato anterior. Ex.: Permissão de uso sem licitação, nesse caso edita um novo ato de autorização para aproveitar os efeitos da permissão. espécies de atos administrativos HELY LOPES MEIRELLES N NORMATIVOS O ORDINATÓRIOS N NEGOCIAIS E ENUNCIATIVOS P PUNITIVOS · Normativos: são aqueles que contêm um comando geral, visando à correta aplicação da lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal a ser observada pela administração. Ex.: decretos, instrução normativa, resoluções, regimentos... · Ordinatórios: são atos que visam a disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se endereçam aos servidores públicos, a fim de orientá-los no desempenho de suas funções. Ex.: instruções, circulares, portarias... · Negociais: são atos praticados contendo uma declaração de vontade do Poder Público, coincidente com a pretensão particular. Ex.: Licença, autorização e permissão · Enunciativos: são todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou a atestar fato, ou emitir uma opinião sobre determinado assunto, sem se vincular ao seu enunciado. Ex.: certidões, pareceres. · Punitivos: constituem uma sanção imposta pela administração em relação àquele que infringe as disposições legais. Visam a punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular de seus servidores ou dos particulares, perante a administração. Ex: multa, interdição, demolição e etc. Obs.: a permissão para prestar serviços públicos tem natureza de CONTRATOS ADMINISTRATIVOS; para USAR bem público continua sendo ato administrativo. controle dos atos administrativos “Conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exercem o poder de fiscalização e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poderes” (Carvalho Filho) Pode ocorrer: · Pela administração: ANULAR atos ilegais E REVOGAR atos inconvenientes e inoportunos. · Pelo judiciário: somente ANULAR atos ilegais Súmula 473, STF: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los por motivos e conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvadas em todos os casos, a apreciação judicial