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1 Clinica Medica l ASMA ASMA-EPIDEMIOLOGIA GERAL -Asma e DPOC são doenças respiratórias obstrutivas e constituem um dos principais problemas de saúde pública em mortalidade e morbidade nos países de baixa e média renda. -WHO PACKAGE OF ESSENTIAL NONCOMMUNICABLE (PEN) DISEASE INTERVENTIONS FOR PRIMARY HEALTH CARE ASMA- HISTÓRIA ofegante ou dificuldade na respiração -usada pela primeira vez nos Ilíadas, Homero, narra guerra entre gregos e troianos Grécia antiga- 762 AC -2600 AC- descrita no primeiro livro de medicina interna- ASMA CONCEITOS A asma é uma doença heterogênea, geralmente, associada a inflamação crônica das vias aéreas . Asma é caracterizada por sintomas respiratórios variáveis- sibilos, dispneia, opressão torácica, tosse- e limitação variável do fluxo aéreo expiratório. A doença varia em intensidade- com agravamento dos sintomas e da obstrução das vias aéreas- Exacerbações que podem ser fatais. Deflagradores como: exercício, exposição a alérgenos ou irritantes, infecções virais, mudanças de tempo, tabagismo. A mortalidade e morbidade podem ser evitáveis com uso principalmente de corticosteroides. ASMA - EPIDEMIOLOGIA -doença crônica não comunicável mais comum, acomete 260 milhões pessoas no mundo (GINA, 2021). Idade: mais comum na infância 2x > que adultos, (Pico aos 03 anos). Sexo: infância 2x mais comum no sexo masculino, mas igual nos adultos. Adultos asmáticos: raramente tornam-se assintomáticos ASMA- EPIDEMIOLOGIA BRASIL -12,3% asmáticos estão com asma bem controlada -prevalência de 20% entre adolescentes (uma das maiores do mundo -A mortalidade e as hospitalizações 72% 2005-2020 em paralelo aumento do acesso medicamentoso (CI) ASMA- FISIOPATOLOGIA A inflamação crônica tipo 2 na mucosa desde traqueia até bronquíolos terminais (+brônquios cartilaginosos) com liberação de citoquinas, IL-4, IL-5 e IL-13. Hiper-responsividade brônquica: aumento na facilidade e grau de estreitamento das vias aéreas em resposta a estímulos broncoconstritores in vivo. ALEXANDRE PRIMON 2 ASMA- ALÉRGICA INFLAMAÇÃO -Aumento de eosinófilos e IgE (Th 2) ASMA- FISIOPATOLOGIA -Redução da luz brônquica -Edema de mucosa -Hipersecreção mucosa -Contração do músculo liso brônquico ASMA- LONGA DURAÇÃO-FISIOPATOLOGIA A inflamação crônica desencadeia ciclo contínuo de agressão e reparação, levando alterações estruturais irreversíveis e obstrução irreversível brônquica: remodelamento das vias aéreas ASMA FATORES DE RISCO ASMA- APRESENTAÇÕES CLÍNICAS (FENÓTIPOS) 1-Asma alérgica: é o mais comum, iniciado na infância estando associado à passado ou história familiar de alergias a medicamentos, alimentos, eczemas, rinite alérgica. • Escarro induzido: inflamação eosinofílica ( eos e de IgE ). Boa resposta Corticoide inalatório (CI) • Deflagradores: Antígenos domiciliares comuns: ácaros, baratas, fungos, pelo de animais domésticos (cães e gatos) e pólen. 2-Asma não-alérgica: não tem associação com alergia. Escarro pode conter eosinófilos, neutrófilos e poucas células infamatórias. Má resposta ao CI. Deflagradores -infecções virais, bacterianas e fúngicas; -exposição ao ozônio; - ́micos 3 3-Asma início tardio- vida adulta: alguns adultos, geral. mulheres, má resposta ao CI (necessitam altas doses). (Exclui-se asma ocupacional). 4-Asma com limitação persistente ao fluxo aéreo: alguns pacientes de longa evolução de doença desenvolvem limitação parcialmente ou persistentemente irreversível ao fluxo aéreo (remodelamento brônquico). 5-Asma e obesidade: alguns obesos com asma tem severos sintomas respiratórios e pouca inflamação eosinofílica nas vias aéreas. ASMA- SITUAÇÕES ESPECIAIS Asma Ocupacional: 16% casos em adultos -Causada por sensibilizantes (IgE- tardia) ou irritantes (aguda- não mediada por IgE) ou condições próprias do ambiente de trabalho -Asma iniciada ou agravada adultos deve-se investigar causa ocupacional. -Sintomas melhoraram nos dias sem exposição- fim de semana, férias. -A conduta ideal é o afastamento precoce da exposição. Atividades: pintura, limpeza, marcenaria, carpintaria, salões de beleza, serviços de saúde e indústria de alimentação (exposição a farinhas, proteínas animais e condimentos) ASMA OCUPACIONAL IRRITANTES ASMA SITUAÇÕES ESPECIAIS -Bronco-constrição induzida pelo exercício- aumento da resistência das vias aéreas. -Doença respiratória exacerbada por Aspirina 7% - adultos asmáticos e 15% dos casos de asma severa. Alguns minutos ou 1-2h após a ingestão de aspirina ou outra DANES surgem sintomas- acompanhado de: rinorreia, irritação conjuntival, obstrução nasal, rubor na cabeça e pescoço. Broncoespasmo pode ser severo. Asma na gestação: 1/3- pioram, 1/3 melhoram e 1/3 inalterado. ASMA- DIAGNÓSTICO O diagnóstico é clínico: 1- sintomas respiratórios e 2- limitação reversível do fluxo aéreo ASMA: EXAME FÍSICO O exame físico pode ser normal em muitos casos. As alterações do exame físico intermitentes, ocorrem mais nas exacerbações e se sintomáticos. Sintomas podem piorar a noite e nas primeiras horas da manhã Inspeção: padrão respiratório- esforço respiratório (musculatura acessória), tosse, escarro (muco espesso), cianose (hipoxemia grave em insuficiência respiratória nas exacerbações). Ausculta: os sibilos expiratórios é a manifestação clínica mais encontrada. Roncos difusos em todo tórax. Em casos de obstrução grave- acentuada do MV 4 ASMA ESPIROMETRIA Espirometria - (spirare = respirar + metrum = medida). É a medida do ar que entra e sai dos pulmões. É um teste respiratório que mensura os volumes e fluxos contidos na Capacidade vital forçada (CVF). O principal parâmetro espirométrico para obstrução de vias aéreas é: Volume expiratório forçado no 1 segundo- VEF1 CURVAS: Volume/tempo e fluxo/volume 1-Distúrbio Ventilatório Obstrutivo: Redução VEF1/CVF por VEF1 2- confirmação da reversibilidade obstrução: 1- VEF1 aumenta 12% e 200ml (adultos) após BD 2- VEF1 aumenta 12% e 200ml após 4 semanas de terapia anti-inflamatória. 3- PFE variabilidade diurna: -10% -adultos e 13% em crianças ASMA-PICO DE FLUXO EXPIRATÓRIO PFE -Parâmetro expiratório esforço-dependente que reflete o calibre das vias aéreas proximais. -medida da força expiratória e capacidade de tossir. Aparelhos: espirometria ou medidor portátil (peak flow) Diagnóstico- limitação reversível do fluxo aéreo e variabilidade - variabilidade 2xd por 2 semanas - Tem correlação com VEF1 Monitoramento: crises agudas ASMA- CLASSIFICAÇÃO- CONTROLE Baseada na avaliação de: 1-sintomas diurnos 2-limitação atividade física, 3-uso medicação de alívio 4- despertares noturnos ASMA CLASSIFICAÇÃO GRAVIDADE -Asma leve- controlada com baixa intensidade de tratamento (Etapas 1 e 2) -Asma moderada- controlada com média intensidade de tratamento (Etapa 3) -Asma severa- necessita de alta intensidade de tratamento (Etapas 4 e 5) -É baseada na intensidade do uso de medicamentos para controle. -A classificação da Asma só deve ser feita após 2-3(6) meses de tratamento medicamentoso. 5 ASMA- CO-MORBIDADES Rinite e Sinusite e pólipos nasais -A maioria (+80%) dos asmáticos tem rinite alérgica (RA). -10-40% pacientes com RA têm asma. -Tratar a RA com corticoide nasal reduz a hospitalização por asma. Obesidade: maior prevalência na asma adultos, na infância maior no sexo feminino. Controle medicamentoso difícil.Refluxo Gastroesofágico: tem maior prevalência na asma, pode contribuir para tosse na asma e deve ser tratado. Ansiedade e Depressão: tem prevalência aumentada na Asma. Menor controle e aderência tratamento medicamentoso, maior hospitalização. Outras: DPOC*, Apneia do sono, Aspergilose Broncopulmonar alérgica. ASMA TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Objetivos: controle dos sintomas e prevenção de riscos futuros (exacerbação, perda função pulmonar e efeitos adversos dos medicamentos). Medicações de controle: corticoide inalatório isolado ou com LABA (B2 de longa ação) - formoterol+budesonida. Medicações de alívio: formoterol+ budesonida (baixa dose (6/200mcg) ou SABA (B2 curta ação). Medicações adicionais na asma severa:Azitromicina, tiotrópio (LAMA), omalizumabe (anti-IgE), benralizumabe (anti-IgG1-kappa), Mepolizumabe (anti- IL5), dupilumabe (anti-IL4). ASMA- TRATAMENTO/ MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS -Cessação do tabagismo -Evitar ambientes com fumaça de cigarro -Atividade física- praticar -Evitar exposição ocupacional (Asma ocupacional) -Evitar medicações que possam agravar a asma: B- bloqueadores (orais ou oftálmicos), Aspirina e DANES -Dietas ricas em vegetais e frutas -Evitar alérgenos domésticos -Redução de peso se obesidade -Controle do estresse emocional ASMA- TRATAMENTO MEDICAMENTOSO -Corticoesteroides Inalatório → Principal medicamento na Asma ASMA MEDICAMENTOS ASMA- CORTICOESTEROIDE INALATÓRIO -Redução dos sintomas respiratórios -Redução da necessidade de medicação de resgate (B2 de curta ação). -Redução do número de hospitalizações -Melhora na função pulmonar -Diminuição da responsividade das vias aéreas ASMA- B2- AGONISTAS Formoterol- B2- agonista de longa ação- (LABA) FM- início de ação em 2m 6 ASMA Tratamento inicial ASMA- FALHAS DO TRATAMENTO 1- médicas: -Diagnóstico impreciso -Indicação inadequada escolha do dispositivo; -Falta de conhecimento dos consensos e diretrizes 2- paciente: -Uso incorreto medicações -Não aderência TTO -Resistência ASMA- DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 12-39 Anos: -Obstrução laríngea -Síndrome da Tosse crônica -Fibrose cística -Bronquiectasias -Doença cardíaca congênita -Inalação de corpo estranho -Deficiência de 1 anti-tripsina Acima de 40 anos: -Bronquiectasias -Insuficiência Cardíaca Congestiva -DPOC * -Tosse relacionada a medicamentos (IECA) -Trombo-embolia pulmonar -Obstrução das vias aéreas centrais -Doenças do parênquima pulmonar -Tuberculose pulmonar em todas as idades CORPO ESTRANHO DEFICIÊNCIA DE 1 ANTI-TRIPSINA SINDROME EOSINOFILICA DOENÇA DE CHURG STRAUSS ICC 7 ASMA E COVID Tratamento medicamentoso: -deve ver mantido: CI e LABA. -Se necessário corticoterapia oral em exacerbações. Riscos de disseminação da infecção: -Não usar nebulizador, e uso de SABA deve ser em dispositivo inalador dose pressurizado com espaçador e máscara facial de proteção. A espirometria (PFR) e o peak Flow estão contra-indicados. A PFR- deve ser feita assim que a Covid esteja controlada. ASMA- CASO CLÍNICO Uma paciente do sexo feminino, 43 anos, branca, procurou atendimento ambulatorial devido a dispneia recorrente associada à sibilância, opressão no peito e tosse iniciados há seis meses. Os sintomas surgiram após um quadro de infecção respiratória e foram agravados por mudanças do clima, atividade física e exposição a mofo domiciliar. Os sintomas aliviavam espontaneamente e, em duas ocasiões, melhoraram após uso de nebulização com salbutamol durante atendimento na emergência. No último mês, os sintomas passaram a ser diários, limitando as atividades da paciente. Ela nega tabagismo e co-morbidades. Exame físico: bom estado geral, hidratada, corada, eupneica, sem cianose. Sinais Vitais: PA:120/80mmHg, FC:80bpm FR: 18irpm ACV: RCR, 2T, BNF, sem sopros. Aparelho respiratório: murmúrio vesicular presente em ambos os campos pulmonares, alguns sibilos expiratórios em bases bilaterais. Abdome e MMI: sem alterações. Exames complementares: Radiografia de toráx- normal. Espirometria- a seguir. ESPIROMETRIA DA PCT ID: adulta, 43 anos, sexo feminino HDA: Sintomas: dispneia recorrente, sibilância, opressão no peito e tosse há 6 meses. Incialmente era pouco frequente e menos intenso e houve agravamento neste período. Fatores agravantes: infecção respiratória, mudanças do clima, atividade física e exposição à mofo domiciliar. Fatores de melhora: espontaneamente, uso de broncodilatador- salbutamol. Crises de exacerbação até piora progressiva em 6 meses. Espirometria- limitação fluxo aéreo reversível- (IT: VEF1/CVF=76,9%) Prova Broncodilatora positiva: VEF1- 1,50l pré-BD e 2,38l pós-BD- 880ml e 58%. FIBROSE CISTICA, BRONQUIECTASIA. 8
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