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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 100ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SALVADOR/BA
Processo de origem nº do 0000001-00.2021.5.05.0100
Pão de Ló Ltda., doravante recorrente, já qualificada nos autos do processo em referência, patrocinado pelo seu advogado regularmente constituído com procuração anexa e ao final signatário, inconformado com a vossa respeitável sentença às fls XXX, vem interpor o presente
RECURSO ORDINÁRIO
amparado no art. 895, inciso I da CLT, visando à revisão da decisão, a partir dos fatos e dos direitos a seguir expostos.
Termos em que pede deferimento.
Salvador, 18 de novembro de 2021.
ADVOGADO
OAB/ nº
XXX
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO
Processo nº: 0010001-10.2017.518.0002
Recorrente: Pão de Ló Ltda.
Recorrido: Raíssa Pinheiro
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho,
Colenda Turma,
Senhores Desembargadores,
I DOS FATOS
A reclamante foi contratada pela empresa em 07/01/2019 para exercer as funções de balconista, auferindo mensalmente a quantia bruta de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais). Em 15/07/2021 foi dispensada por justa causa, ao fundamento de que se recusou a ser vacinada.
Aduz que na forma da Medida Provisória n. 1.045 teve seu contrato de trabalho suspenso por 30 (trinta) dias, período pelo qual lhe foi exigida prestação de serviço, que perdurou entre 04/05/2021 e 02/06/2021.
Em contestação a empresa alegou que a dispensa por justa causa ante a recusa em se vacinar foi injustificada e precedida de orientação e advertência. Negou ter exigido labor durante o período de suspensão contratual e requereu total improcedência dos pedidos.
Em sentença prolatada em 08/11/2021, o Excelentíssimo Juiz da Vara Trabalhista entendeu que houve abuso na dispensa da trabalhadora por justa causa julgando procedente o pedido de reversão e deferindo o pagamento aviso prévio de 36 dias, 7/12 de férias proporcionais + 1/3, 8/12 de décimo terceiro salário proporcional e a multa de 40% sobre o saldo do FGTS. Além disso, condenou a reclamada na obrigação de entregar as guias para saque do FGTS e para recebimento do seguro desemprego, no prazo de 10 (dez) dias.
Quanto à suspenção do contrato de trabalho, entendeu o juízo a quo, que ante a presença sendo o tópico controverso e de prova dividida, nos termos do art. 818, da CLT, procedente o pedido da recorrida ao pagamento dos salários do período de 04/05/2021 a 02/06/2021, com a devida incidência dos encargos legais. 
Por fim, fixou em 10% do valor apurado em liquidação de sentença para pagamento de honorários advocatício sem prol do advogado da recorrida.
Tentativas de conciliação frustradas.
II DO CABIMENTO DE RECURSO ORDINÁRIO
A decisão proferida na 100ª Vara do Trabalho trata-se de uma sentença, dessa forma encerrando a atividade jurisdicional do Douto Juízo de primeira instância. Neste contexto, o reexame da decisão supra citada só poderá ser feita através de Recurso Ordinário, conforme preceitua o artigo 895, inciso I da CLT.
Cumpre ressaltar que segue cópia das custas e depósito recursal devidamente recolhidas, além do presente recurso ter sido interposto tempestivamente.
Dessa forma, preenchidos os pressupostos de admissibilidade, requer seja o presente recurso processado e o seu mérito apreciado.
III DO DIREITO
III.I ASPECTOS PROCESSUAIS
A sentença impugnada condenou a recorrente ao pagamento de remuneração do período de suspensão contratual ao fundamento de que os depoimentos das testemunhas foram divergentes, o que levou à decisão a dirimir a controvérsia utilizando as regras que envolvem o ônus de prova.
O art. 818, da CLT, possui a seguinte redação:
Art. 818. O ônus da prova incumbe 
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do reclamante. 
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
§ 2º A decisão referida no § 1º deste artigo deverá ser proferida antes da abertura da instrução e, a requerimento da parte, implicará o adiamento da audiência e possibilitará provar os fatos por qualquer meio em direito admitido 
§3º A decisão referida no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
Conforme jurisprudência pátria, tendo as testemunhas prestado depoimentos divergentes a respeito da matéria suscitada, a decisão deve ser em desfavor de quem detinha o ônus de prova, no caso, o reclamante. O juízo a quo definiu que o ônus da prova no caso em tela seria da reclamada por força do referido artigo. Esse entendimento não merece prosperar, tendo em vista que cabia ao reclamante o ônus da prova.
Cumpre salientar que a recorrente foi condenada ao pagamento de honorários advocatícios no importe de 10% do valor a ser apurado em liquidação de sentença. Questiona-se, entretanto, a constitucionalidade da disposição do art. 791-A, da CLT. Dipositivo esse combatido em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade de nº 5766, em trâmite no Supremo Tribunal Federal.
III.II ASPECTOS MATERIAIS
A sentença julgou procedente o pedido de reversão de justa causa, ao fundamento de que a recusa à vacinação é um direito do cidadão, independentemente de justificativa.
Contudo, conforme se apura de decisões do STF nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) 6586 e 6587, que tratam unicamente de vacinação contra a Covid-19, e do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 1267879, em que se discute o direito à recusa à imunização por convicções filosóficas ou religiosas, o Estado pode determinar aos cidadãos que se submetam, compulsoriamente, à vacinação contra a Covid-19.
Ainda, conforme GUIA TÉCNICO INTERNO DO MPT SOBRE VACINAÇÃO DA COVID – 19” editado pelo MPT, abstrai-se o seguinte:
Diante desse cenário legal e jurisprudencial, é de se concluir que a vacinação, conquanto seja um direito subjetivo dos cidadãos, é também um dever, tendo em vista o caráter transindividual desse direito e as interrelações que os cidadãos desenvolvem na vida em sociedade. Neste sentido, o direito à vacinação também pode constituir um dever nas hipóteses em que envolve questões de saúde pública, como nos casos de epidemias e pandemias. Por isso, o direito-dever à vacinação, como uma das prestações compreendidas no direito à saúde, tem, do mesmo modo, eficácias vertical e horizontal, obrigando, a um só tempo, tanto o Poder Público a realizar as ações para efetivá-lo, quanto os particulares a realizarem medidas para a sua concretização, e, ainda, submeterem-se ao comando compulsório de vacinação.
IV – DO PEDIDO
a) Reque-se o provimento do Recurso Ordinário.
Termos em que pede deferimento.
Cidade, XX de XXXXXX de XXXX.
Assinatura do Advogado
OAB/XX XXXX
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