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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____ JOÃO CHALÉ Ltda- EPP, pessoa jurídica de direito privado inscrito no CNPJ sob o nº _______, com sede na _____, endereço eletrônico, representada por seu Representante legal FABRICIANO MURTA, nacionalidade, portador da carteira de identidade nº _____, inscrito no CPF sob nº _____, residente e domiciliado na _____, por intermédio de seu advogado que esta assina, procuração em anexo, com endereço profissional estabilidade na rua, bairro, nº ___, cidade, estado, com fulcro nos artigos 700 e seguintes do Código de Processo Civil, e nos termos da Convenção de Genebra – Decreto 57.663/66, vem propor a presente: AÇÃO MONIÓTIA Em face de PEÇANHA, nacionalidade, profissão, portador da carteira de identidade nº ____, inscrito no CPF sob o nº _____, residente e domiciliado na rua X, casa Y, nº 1, na cidade de São Lourenço – MG, endereço eletrônico desconhecido, pelas razões de fato e direito a seguir expostas. I - DOS FATOS Conforme se verifica por meio da Nota Promissória em anexo, datada de 31 de outubro de 2012, o Réu se obrigou a realizar o adimplemento do valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) à Autora, cujo vencimento ocorreu em 25 de janeiro de 2013, sendo certo, contudo, que inexistiu o pagamento da dívida. Em que pese as tentativas de solucionar o litígio extrajudicialmente, a Autora não obteve êxito, o que justifica a propositura da presente demanda com o fito de obter o cumprimento integral da obrigação, a qual perfaz o valor atualizado de R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais), conforme se comprova por meio da planilha de cálculo em anexo. Apesar do entendimento consolidado de nossos Tribunais, especialmente o STJ, no sentido de que é dispensável a menção do negócio jurídico que fundamentou a emissão da cártula em ação monitória (Enunciado 531, Súmula STJ, por analogia), informa a Autora que o débito do Réu é oriundo da aquisição, em 31 de outubro de 2012, de diversos eletrodomésticos, conforme se corrobora por meio das Notas Fiscais anexadas. Desta forma, o conjunto probatório demonstra a existência de dívida certa, líquida e exigível, havendo, assim, meio hábil para obter a satisfação do crédito por meio de Ação Monitória. II – DO DIREITO DO CABIMENTO DA AÇÃO MONITÓTIA Conforme artigo 700 do Código de Processo Civil, é cabível ação monitória nas seguintes hipóteses: Art. 700 CPC/15. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I - O pagamento de quantia em dinheiro; II - A entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; III - O adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer Consequentemente, sempre que houver o preenchimento de tais requisitos (especialmente a existência de prova escrita sem eficácia de título executivo) poderá o credor optar entre a ação cognitiva, sob o rito comum, ou a ação monitória, que tramita sob o rito especial. No presente caso, observa-se que apesar da existência de uma Nota Promissória, a qual encontra-se elencada no rol dos títulos executivos extrajudiciais (artigo 784, inciso I, do Código de Processo Civil), o que, em tese afastaria a possibilidade da propositura da presente ação, certo é houve o decurso do prazo prescricional de execução de três anos, afastando a executoriedade do documento. Como se sabe, no Brasil a Legislação que estabelece as regras relativas as letras de câmbios e as notas promissórias é a Convenção de Genebra (ou Lei Uniforme de Genebra), a qual fora inserida em nosso ordenamento jurídico, com algumas reservas, por meio do Decreto 57.663/66, com o fito de uniformizar, entre trinta e um Estados, os títulos de créditos. Assim, o artigo 70 da Convenção de Genebra estabelece que: DA PRESCRIÇÃO Art. 70. Todas as ações contra o aceitante relativas a letras prescrevem em 3 (três) anos a contar do seu vencimento (...) Na sequência estipula o artigo 77 da mencionada Convenção: Art. 77. São aplicáveis às notas promissórias, na parte em que não sejam contrárias à natureza deste título, as disposições relativas às letras e concernentes: (…) Em relação ao prazo prescricional para o ajuizamento da ação monitória, este é de 5 anos, com base no artigo 206, parágrafo 5º, inciso I do Código Civil: Art. 206 CC/02. Prescreve: § 5º Em cinco anos: I - A pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular; Eis o teor do Enunciado n.º 504 da Súmula do Superior Tribunal de Justiça: “O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao vencimento do título” Conforme mencionado, o vencimento da cártula ocorreu em 25 de janeiro de 2013, havendo o decurso de prazo superior a 4 anos até a presente data, sendo patente a prescrição da pretensão à execução da Nota Promissória, o que acarreta a perda de sua executoriedade, transformando-se em simples documento escrito a ensejar o manejo da presente ação. Reforça-se, na oportunidade, que não houve a prescrição relativa ao ajuizamento da ação monitória, posto não haver o decurso do prazo de 5 anos, conforme legislação civil supramencionada. III. DOS PEDIDOS Em razão do exposto, requer: a) A expedição de mandado monitório no valor de R$ 294.000,00 (duzentos e noventa e quatro mil reais), no qual já se encontram inclusos os honorários advocatícios, com a citação do Réu para efetuar o pagamento no prazo máximo de 15 dias, na forma do artigo 701, caput, do Código de Processo Civil de 2016; b) Havendo inércia do Réu ou na eventual hipótese de seus Embargos serem rejeitados, requer a conversão do mandado monitório em título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, com a condenação do réu ao pagamento de custas processuais, com fulcro no artigo 701, § 1º, do CPC/15; IV. DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos pelo Direito, especialmente as de natureza documental, esclarecendo, desde já, que instrui a inicial com prova escrita sem eficácia de título executivo, qual seja, nota promissória, bem como com a memória de cálculo que demonstra a importância devida. Valor da causa: R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais). Nesses termos, pede deferimento. Fortaleza 20 de abril de 2022 Advogado/OAB
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