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Apostila de Ensino de creche e Ed

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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DE ENSINO DE CRECHES E EDUCAÇÃO 
INFANTIL
INFÂNCIA: CONCEITO SOCIAL
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Olá!
Ao fim desta aula, você será capaz de:
1- explicar o conceito de infância como construção histórico-social;
2- comparar a infância atual com a infância nas idades média, moderna e atual;
3- contrastar a forma como consideramos a infância na nossa cultura e em diferentes sociedades, tais como:
indígena, africana, zona urbana e zona rural;
4- criticar as inadequações que são oferecidas atualmente para as crianças nos grandes centros urbanos e que
atrapalham o desenvolvimento de uma infância saudável.
Normalmente, associa-se a infância a imagens de crianças saudáveis e felizes, brincando descontraídas, sem
preocupações, envolvidas em tarefas que pertençam somente a atividade lúdica em que estão concentradas no
momento, geralmente, acompanhadas de um olhar atento de um adulto que as observa e procura suprir as suas
necessidades.
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Infelizmente nem sempre é assim...
O fato de ser criança nem sempre garantirá uma .infância feliz
Infelizmente, é possível afirmar que em diferentes momentos históricos e em realidades diversas, sempre
existiram e existem ainda muitas crianças que possuem suas infâncias roubadas.
O que está sendo considerado como infância feliz é o oferecimento de aspectos sociais que atendam às
necessidades especificas de uma criança.
Atualmente, algumas (como a pedagogia, a sociologia, a psicologia e a antropologia, entre outras) nosciências 
permitem obter conhecimentos específicos a respeito de ser criança e de ter infância.
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Uma criança considerando a idade que possua apresenta necessidades especificas relativas a esse período da
vida, e a condição histórico-social da criança irá possibilitar o modelo de infância que ela terá.
Fatores econômicos, políticos, culturais e afetivos orientarão a forma como a criança será olhada, cuidada e
educada.
Infância: É um período de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e do peso
da criança - especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a puberdade. Mais do que isto, é um
período em que o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no
comportamento da pessoa e na aquisição das bases de sua personalidade.
Aries (1975) em seu livro História Social da Infância e da Família desenvolveu um rico estudo a respeito da lenta
transformação da criança e da família na Europa Ocidental.
O autor descreve em detalhes informações que reúnem a forma como a criança era tratada durante a 
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O autor descreve em detalhes informações que reúnem a forma como a criança era tratada durante a 
passagem da idade média à idade moderna.
Na idade média, no inicio dos tempos modernos, e por muito tempo ainda nas classes populares, as crianças
misturavam-se com os adultos assim que eram consideradas capazes de dispensar a ajuda das mães ou das amas,
poucos anos depois de um desmame tardio – ou seja, aproximadamente, aos sete anos de idade... A partir desse
momento ingressavam imediatamente na grande comunidade dos homens, participando com seus amigos jovens
ou velhos dos trabalhos e dos jogos de todos os dias. ARIES (1975, P 275).
Adultos: É possível perceber por meio de inúmeros estudos que durante muito tempo a criança era tratada
como miniadulto e que seu lugar na sociedade não tinha nenhum valor. Antes de se tornarem miniadultos eram
tratadas como animais, com poucas condições de sobrevivência.
Existem registros históricos que demonstram essa afirmativa, como quando ao nascer uma menina ou um
menino, era usada a seguinte frase: “nasceu mais um macho ou mais uma fêmea”. Termos semelhantes ao que se
usa por ocasião do nascimento de outros animais.
Você sabia que durante muito tempo o lugar da criança esteve atrelado ao papel da mulher na sociedade?
ARROYO (1994) ressalta que com a entrada da mulher no mercado de trabalho, a configuração da família
mudou recebendo novas formas de organização.
O autor afirma que:
dependendo do papel da mulher na sociedade, vamos encontrar um papel diferente para a infância. E
este é um fenômeno muito sério na sociedade brasileira. Na medida em que os setores populares não
dão conta de produzir sua assistência, que bnha como centro o trabalho masculino, a mulher, que
está em casa trabalhando e reproduzindo, sai de casa para buscar trabalho. Também palpe ela deseja
entrar na sociedade e não só ficar em casa. APROVO (1994), P. 89
Este aspecto modificou a maneira de educar a que atualmente entra em um bemcriança mundo social amplo
mais cedo, em comparação com as crianças de outros períodos históricos.
Segundo ARROIO (1994, P 89). “o trabalho feminino seja por necessidade, seja por opção, traz como consequência
a necessidade de tornar coletivo o cuidado e a educação da criança pequena”.
É importante enfatizar que as mudanças políticas, históricas e sociais interferem ativamente na organização do
desenvolvimento infantil, pois ao colocar a criança em um ambiente social mais amplo, como creches e pré-
escolas, o cuidado com ela deixa de ser exclusivamente do âmbito familiar privado e passa a ser também
responsabilidade do Estado. Hoje, além da família, toda a sociedade tem que cuidar da infância.
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Até aqui destacamos principalmente um modelo Europeu de construção de infância, porém estudando
especificamente, a organização da sociedade brasileira é importante destacar o momento da consolidação do 
 (Esse momento se constituiu da mistura de três etnias e, consequentemente, três diferentesBrasil colonial
culturas que se estruturaram a partir de um processo de miscigenação).
1 O tratamento a criança na cultura indígena
Estudos descrevem que os na época do Brasil Colonial (época em que muitas tribospais das crianças indígenas
foram dizimadas) eram atenciosos, amorosos e costumavam participar da vida de seus filhos desde o
nascimento. Poderiam oferecer qualquer coisa àqueles que dessem atenção as suas crianças.
Del Priore (1999 - P13) relata que:
o pai ajudava no parto, comprimindo a barriga de sua mulher para apressar o nascimento da criança.
Se o bebê fosse do sexo masculino, ele cortava o cordão umbilical com os próprios dentes ou uma
faca afiada; caso fosse do sexo feminino, era a mãe quem proporcionava os primeiros cuidados. Os
recém-nascidos eram banhados no rio e depois pintados com óleo de urucum e jenipapo. Estavam,
então, preparados para o itamongavu, uma cerimônia de bom presságio, cuja intenção era abrir os
caminhos para futuros guerreiros e índias fortes e saudáveis.
Os adultos tratavam as crianças com respeito. Não existiam castigos ou agressões físicas e todos os membros da
tribo se sentiam responsáveis pela criança.
Alguns estudos indicam que ainda hoje a criança indígena é bem tratada pelos membros de sua tribo, como é o
caso da tribo dos .Yanomami
Segundo Emeri (2002 - P.19):
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até dois ou três anos, a criança Yanomami toma leite materno e vive grudada na mãe; isso determina
seu equilíbrio afetivo. O respeito pela personalidade da criança é tão forte que seu
desenvolvimentismo se dá livremente e sem que sejam criadas dependências. A repressão, o castigo,
ou o bater nas crianças não existem entre os Yanomami. Se acontecer de a mãe perder a paciência
com sua criança, ela será duramente repreendida pelo marido e pela comunidade.
É possível perceber que a cultura indígena em geral respeita a criança e procura acompanhá-la, oferecendo as
condições necessárias para que se constitua um ser humano capaz de assumir o seu lugar na sociedade, a partir
de uma infância livre e amorosa.
2 As amas de leite – a influência dos negros
Ao chegarem ao Brasil, os negros não trouxeram crianças, pois o trabalho escravo era destinado aos adultos do
sexo masculino.
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As na época do Brasil colonial nasceram em nosso país, e ao chegarem ao mundo já eramcrianças negras
consideradas escravas, sem direito a liberdade e a poucos cuidadosmaternos, uma vez que suas mães
amamentavam os filhos das mulheres brancas que não cuidavam de suas próprias crias.
Pesquisas históricas relatam que as crianças negras até os sete anos de idade conviviam com as crianças brancas
na casa grande, sendo mimadas e bem tratadas, brincavam com as outras crianças. Porém, muitas vezes serviam
como animais de estimação para as sinhazinhas que costumavam jogar pedaços de comida às crianças na hora do
jantar, ou os sinhozinhos que montavam nas costas das crianças negras como se fossem cavalos ou animais do
tipo. Após completarem sete anos iam para as senzalas e sofriam todas as formas de infortúnios e agressividades
que eram destinadas aos escravos naquele período. Entravam no mundo do trabalho recebendo muitas
chibatadas e humilhações.
Segundo Gilberto Freire, as “mães negras” inundaram a imaginação infantil com um folclore riquíssimo de
assombrações e criaturas estranhas, como o boitatá e o “mão de cabelo”, que tiravam o sono dos meninos
malcriados, perambulando pelas casas grandes e senzalas.
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É possível afirmar que as crianças negras e escravas tiveram pouco tempo e espaço para ser criança durante a
infância. Viveram em um período em que era permitida a exploração de seu corpo que nem mesmo lhe pertencia.
3 A infância em diferentes locais
Atualmente, ao ilustrar as diferentes infâncias, considerando as variadas culturas, podemos afirmar que viver na
zona rural ou na zona urbana também é um fator que interfere ativamente na maneira como uma criança irá
viver a infância.
O campo, apesar de oferecer mais espaço e liberdade para as crianças, muitas vezes as obriga a entrar no mundo
do trabalho precocemente, uma vez que o filho pode acompanhar o pai na plantação ou na criação de animais.
Este aspecto acaba diminuindo a infância, reduzindo-a a um período mais curto e de menor valor.
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A vida na cidade grande muitas vezes deixa claro “ ”. Quer dizer,o que é de criança e o que é de adulto
considerando a classe econômica a qual a criança pertença, quem trabalha é o adulto, enquanto a criança deve
apenas estudar.
Contudo, nas cidades grandes muitas vezes é oferecido a adultos e crianças as mesmas informações. A mídia tem
proporcionado à criança a oportunidade de se vestir como adulto, consumir como adulto e de ter acesso as
mesmas informações que um adulto tem.
É preciso estar atento a esses aspectos, pois em uma sociedade em que adultos e crianças tem papeis que se
confundem, o lugar da infância corre o risco de deixar de existir, cedendo à pressa do mundo do consumo e do
trabalho.
É importante registrar que uma vez que infância é um conceito construído socialmente, atualmente, existem
vários riscos que ameaçam a existência da qualidade desse período da vida, principalmente, em uma sociedade
marcada por adultos, em que consumir muitas vezes se sobrepõe a existência humana.
É preciso ter claro que as crianças precisam de cuidados e de uma que valorize oeducação de qualidade
respeito às necessidades de sua infância.
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Uma vez que o espaço e o tempo da infância dependem do olhar da sociedade, é necessário estar atento a todos
os aspectos que possam valorizar esse tempo da vida como uma vivência que tem um fim em si mesma, e que
consequentemente, irá construir a base estrutural que estará por vir.
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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DE ENSINO DE CRECHES E EDUCAÇÃO 
INFANTIL
POLÍTICAS PÚBLICAS NACIONAIS PARA 
EDUCAÇÃO INFANTIL
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Olá!
Ao fim desta aula, você será capaz de:
1- conhecer a história do surgimento das primeiras creches no Brasil e as formas como foram dados os primeiros
passos da educação infantil em nosso pais;
2- estudar algumas leis que mudaram gradativamente a forma como a educação infantil foi e é construída em
nosso país;
3- analisar criticamente a situação atual da educação infantil no Brasil.
Aqui você conhecerá de forma resumida a história das políticas públicas voltadas à infância brasileira, desde o
surgimento das primeiras creches até o parecer de 2009, que obriga toda criança a partir de quatro anos a
frequentar espaços de educação infantil.
Apesar de ainda ser necessário estar fortemente implicado na luta sobre o direito da criança brasileira, é preciso
reconhecer que nas últimas décadas do século XX houve um grande avanço na garantia dos direitos da criança.
Vale ressaltar, que as conquistas nessa área são reflexos em sua maioria da organização de setores da sociedade
civil que lutaram pela garantia das crianças no Brasil para que fossem vistas como cidadãs de direitos.
Vamos conhecer um pouco sobre como as creches foram sendo instaladas em nosso país.
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1 O surgimento das creches no Brasil
As primeiras creches no Brasil surgiram em 1870. Eram designadas às mulheres que precisavam trabalhar para
ajudar no sustento da família.
Assim, como as creches surgiram como um depósito normatizador do comportamento das crianças pobres,
liberando a mão de obra feminina, como afirma .Pardal
Pardal (2005 - p. 64) ressalta que:
para as crianças bem nascidas valia a regra de ouro: serem amamentadas e cuidadas por sua própria
mãe, a quem a sociedade fechava as possibilidades de estudo e trabalho. A imprescindibilidade da
função materna era um dos argumentos usados para justificar o afastamento feminino do mundo do
trabalho. A questão do conflito, portanto, fruto da possibilidade de opção, inexistia. As regras
estavam socialmente bem definidas: às mulheres das classes abastadas, destinava-se a maternidade;
às pobres, o trabalho.
É possível imaginar a dor e a culpa que estavam associadas às que precisavam trabalhar e semães pobres
afastar de seus filhos.
Vale ressaltar, que entre o Brasil Colônia e o Brasil República houve uma mudança na forma como a maternidade
era concebida e a maneira como as crianças eram tratadas como mostra Pardal em (2005 – p. 69-70):
No Brasil Colônia, a criança e a maternidade tinham pouca importância. A mulher branca entregava
sem maiores conflitos, seus filhos às amas. A escrava incorporava o filho ao trabalho cotidiano ou
colocava-o na Roda, por opção ou coação.
Em qualquer desses casos, a mortalidade infantil, apesar de numerosa, não era vivida pelas mães
com muito sofrimento. Tampouco a função materna possuía destaque especial. A partir da
independência, mas, sobretudo, no Segundo Império, essa situação começa a modificar-se.
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Além desse aspecto, havia o estigma associado às crianças que frequentavam como creches, que eram vistas
como coitadas e dependentes da assistência de pessoas caridosas, uma vez que a manutenção desses espaços
não era ainda responsabilidade exclusiva do Estado.
Você já fala no Código de 1927?
O código de 1927, primeiro conjunto de leis voltado especificamente para crianças, na verdade foi o marco da
infância brasileira desigual, em que o foco verdadeiro era defensor de uma sociedade do “menor infrator” ou da
“criança abandonada”.
Esse código refletiu um período especificado marcado por instituições como a Funabem, que durante muito
tempo representou o confinamento e a violência como marca do tratamento destinado à infância brasileira.
É no contexto social e político da emergência do projeto industrial brasileiro, nos anos 1930, que a
criança se torna um campo de intervenção social, a partir da articulação de um conjunto de práticas
que tanto ofereciam assistência social quando propunham medidas de controle jurídico sobre a
infância dos mais pobres. Este conjunto de práticas foi ordenado no código de menores de 1927,
quando a criança pobre começa a ser identificada como menor.
Esse período foi marcado pelo autoritarismo de uma política centralizadora caracterizada pela exclusão total ou
parcial e a inexistência da cidadania infantil.
Na conjuntura política autoritária dos anos 1960, a questão do “menor” ficou identificada como
sendo uma questão de segurança nacional e passa a ser tratada, diretamente, a partir da forte
presença do Estado no enfrentamento dasquestões sociais. Numa tendência centralizadora, o
atendimento à infância passou a ser articulado em torno da política nacional de bem estar do menor,
executada pela Funabem (Fundação Nacional do Bem Estar do Menor), que coordenava as Febem
(Fundações Estaduais de Bem-Estar do Menor), num novo arcabouço institucional.
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A partir dos a entrada da pesquisa e análise científica na área da infância, principalmente voltadas paraanos 70
o abandono e a pobreza das crianças, permite trazer novos significados à .infância brasileira
• A partir desseperíodo várias iniciativas surgem mudando o panorama da criança 
pobre noBrasil:
• 1976 – criação da Comissão Parlamentar de inquérito para um diagnóstico sobre a realidade do menor;
• 1978 – criação da Pastoral do Menor ampliando e modernizando a presença da igreja católica;
• 1979 – em São Paulo a criação do movimento em defesa do menor se concentra nas denuncias de maus
tratos praticados na Febem.
O atendimento oferecido principalmente às crianças pobres de nosso país começou a mudar a partir da década
de 70, que ofereceu as bases para uma reformulação política. São elas:
• Constituição federal de 1988;
• ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) – 1990;
• Política Nacional de Educação Infantil – 1994;
• LDB - Lei de diretrizes e bases da educação nacional aprovada em 1996;
• Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil – 1998;
• As diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil – 1998.
Vamos saber mais sobre as bases da reformulação política do atendimento oferecido às crianças pobres de nosso
país.
A constituição Federal de 1988
A CF de 1988 destaca que a educação é direito de todos e coloca a educação infantil como um dever do Estado.
Sendo assim, a ela passa pela primeira vez no Brasil a ser um direito da criança e uma opção da família.
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Essa Constituição representou um grande avanço na luta pelos direitos do cidadão brasileiro e,
consequentemente, na luta pelo direito da criança, possibilitando avanços posteriores que vieram em outras leis
(como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por exemplo).
Veja alguns artigos da Constituição Federal de 1988 a respeito desse assunto.
Art. 208 - O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: IV atendimento em creches e
pré-escolas às crianças de 0 a 6 anos de idade. Art. 227 - É dever da família, da sociedade, do Estado assegurar à
criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de
colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
O é um grande divisor de águas na luta pelo , pois, apesar daECA direito da criança e do jovem brasileiro
grande dificuldade que o conselheiro tutelar tem tido ao realizar o seu trabalho, o Estatuto representa um
grande avanço, já que propõe no lugar das tradicionais medidas de repressão.medidas protetoras 
Todas as instancias devem ser controladas pela , tanto quanto através do Conselho Municipal desociedade civil
Direitos da Criança e Adolescente quanto pelos Conselhos Tutelares.
O ECA nasce numa perspectiva de reordenamento do atendimento à criança e ao adolescente assentada em uma
ampla política de garantias de direitos, fundada numa articulação entre políticas setoriais da saúde, educação,
moradia e trabalho. Seus principais avanços estão no esforço da atividade da atividade jurídica, tanto em termos
da aplicação das medidas judiciais quanto em termos de controle sobre as instituições que hoje prestam
assistência e / ou atuam no âmbito da aplicação das medidas definidas aos que estão em conflito com um lei.
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Vamos registrar o título VII, do Estatuto que se dedica aos crimes e infrações administrativas e que diz respeito
mais especificamente aos educadores da infância de nosso país:
Submeter a criança sob sua autoridade a vexame ou constrangimentos (detenção de seis meses a
dois anos); submeter a criança à tortura (aqui são previstos os casos de lesão corporal leve, grave ou
gravíssima que podem levar à morte, com diferentes penalidades); deixar o educador ou o dirigente
de ensino pré-escolar de comunicar à autoridade competente os casos que tenha conhecimento de
suspeita ou confirmação de maus tratos (multa de 3 a 20 salários de referencia aplicando-se o dobro
nos casos de reincidência).
O ECA propõe que o confinamento e a punição sejam substituídos pela prestação de serviço à comunidade, sendo
para toda e qualquer criança e jovem, não só marcado pela pobreza de nosso país.
Em último caso, deve haver internação em instituição educacional, pois a liberdade assistida e a semiliberdade
são prioritárias.
É preciso que recursos sociais e políticas públicas disponíveis para que como podem cumprir tais
medidas, e nelas aparecem a inclusão em programas específicos ou oficiais de auxilio a família, à
criança e ao adolescente, entre os quais podemos destacar o atendimento em creches e pré-escolas.
Pela primeira vez na história do Brasil as proposições desse documento não foram oferecidas exclusivamente
por juristas e advogados, mas tiveram a participação importante de setores civis da sociedade. Pais e
profissionais especializados na área da educação e dos direitos humanos colaboraram e brigaram ativamente
pela efetivação do Estatuto.
Política Nacional de Educação Infantil
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Como resultado da Constituição Federal e da elaboração do ECA, o Ministério da Educação e Desporto (MEC)
propõem uma política Nacional de Educação Infantil, assumindo finalmente a importância de seu papel na
garantia dos direitos das crianças a uma educação de qualidade.
O MEC institui na primeira metade da década de 1990, uma (CNEI),Comissão Nacional de Educação Infantil
que participa da elaboração dessa política em todo o país.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
Em 20 de dezembro de 1996 é aprovada a (9.394/96), a LDB,Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
apresentando que tratam da educação infantil. Apesar de não parecer muito, ainda assim é possíveltrês artigos
considerar o avanço que ela representa, principalmente por reafirmar que a educação para as crianças com
menos de 6 anos é a primeira etapa da educação básica.
Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil
O não tem valor legal, constitui-se apenas de um conjunto de sugestões para os professores de creches eRCNEI 
pré-escolas. Este documento representou um retrocesso no processo que vinha se dando no Brasil de o governo
com a participação da sociedade civil, construir uma política de educação para as crianças pequenas.
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Conforme esclarece FILHO, em 1998, estranhamente sem articulação com os documentos que haviam sido
produzidos pelo COEDI/MEC, nos últimos cinco anos, o MEC publica o Referencial Nacional para a Educação
Infantil (RCNEI). Trata-se de três volumes que de certa forma, dão continuidade a uma política do governo
brasileiro – traçar parâmetros curriculares nacionais para os diferentes níveis de ensino no Brasil.
Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil
Em 17 de dezembro de 1998, a conselheira do Conselho Nacional de Educação (CNE – Câmara de Educação
Básica), relata e aprova o parecer 022/98 sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
.
As referidas diretrizes constituem-se na doutrina sobre princípios, fundamentos e procedimentos da educação
básica, definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que orientará as
instituições de educação infantil dos Sistemas Brasileiros de Ensino, na organização, articulação,
desenvolvimento e avaliação de suas propostas pedagógicas.
• Alguns pontos importantes contidosnesse documento:
• as políticas de educação infantil ainda não estão totalmentedefinidas;
• as crianças são consideradas sujeitos de direitos e alvo de preferência de políticas públicas;
• é indispensável que os educadores ao elaborarem suas propostas pedagógicas para a educação infantil,
se norteiem por este documento.
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Parecer CNE/CEB n20/2009 (homologado por despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação)
Em 11 de novembro de 2009, a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação aprova as novas
.Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil
Duas mudanças significativas surgem em função das medidas estabelecidas nas diretrizes curriculares. A
primeira é a ampliação do Ensino Fundamental com a integração do CA como primeiro ano, para nove anos e não
oito como anteriormente. A segunda medida diz respeito a da família em matricular a obrigatoriedade criança
de 4 anos na pré-escola.
O artigo a seguir muda o início da obrigatoriedade da criança nas creches, veja.
Art.5 - A educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas, as quais se
caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais
públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada
integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a
controle social. § 2° É obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos até o
dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula.
Vale ressaltar que a atividade principal da infância é brincar e que a criança de 4 a 6 anos precisa de tempo e
liberdade para escolher fazer o que quiser, mesmo que seja não fazer nada. A infância não pode ser percebida
como treino para o futuro. E por esse motivo a criança precisa de uma proposta curricular que atenda a suas
características, potencialidades e necessidades específicas.
Este breve histórico tentou apresentar uma realidade de conquistas e lutas de crianças oprimidas por uma
sociedade adultizada.
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As leis principais que favorecem às crianças e jovens brasileiros foram resultados da organização de setores
 que lutaram por um olhar mais humano e pela efetivação das leis.civis da sociedade
A informação e a mobilização parecem critérios fundamentais na construção de uma educação infantil de
.qualidade
É impossível conceber uma educação infantil de qualidade sem relacioná-la a fatores políticos, históricos,
econômicos e culturais. temos que nos considerar da construção desse processo.Todos representantes 
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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DE ENSINO DE CRECHES E EDUCAÇÃO 
INFANTIL
O CUIDAR E O EDUCAR: CRIANÇAS DE 0 A 
5 ANOS
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Olá!
Ao fim desta aula, você aprenderá sobre:
1- os cuidados com o corpo, envolvendo a higiene, o sono e a alimentação como parte fundamental do processo
educativo das crianças;
2- a educação das emoções e do afeto como parte tão importante quanto a construção de conhecimentos;
3- a organização da rotina e do ambiente como aspectos fundamentais para estimular e favorecer o
desenvolvimento e a aprendizagem, a autonomia e a criatividade das crianças;
4- a construção de um planejamento para que as brincadeiras ocorram de forma diversificada como parte
essencial de um trabalho de qualidade.
Tradicionalmente o trabalho nas creches e pré-escolas se constituiu por meio de uma equivocada divisão que
refletiu (e ainda hoje, infelizmente, reflete em alguns estabelecimentos de educação infantil) práticas
fragmentadas e excludentes, marca da divisão social de classes: o cuidar e o educar.
• Cuidar
Atividade ligada meramente ao corpo e destinada às crianças pobres.
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• Educar
Como experiência de promoção intelectual reservada aos filhos dos grupos socialmente privilegiados.
Atualmente, pesquisadores e especialistas da área buscam em seus discursos e textos deixar explícitas como
ações de educar e cuidar como fundamentais e , na construção cotidiana de uma propostaindissociáveis
pedagógica de qualidade.
Segundo Parecer homologado em Ministério da Educação:
Educar de modo indissociado do cuidar é dar condições para as crianças explorarem o ambiente de
diferentes maneiras (manipulando materiais da natureza ou objetos, observando, nomeando objetos,
pessoas ou situações, fazendo perguntas etc) e construirem sentidos pessoais e significados
coletivos, a medida que vão se constituindo como sujeitos e se apropriando de um modo singular de
formas culturais de agir, sentir e pensar. Isso requer do professor ter sensibilidade e delicadeza no
trato de cada criança, e assegurar atenção especial conforme as necessidades que identifica nas
crianças. PIO (MEC, 2009)
•
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O (Preocupado com as ações na organização do trabalho pedagógico de instituições de educação infantil),MEC 
ao publicar os (documento para consulta pública) para o exame nacional de ingresso na carreiraReferenciais 
docente, além de registrar a garantia de bons professores para a educação infantil, reconhece a importância do
brincar e do cuidar para esse público.
Após esses pontos iniciais, vale ressaltar que no cotidiano das instituições de educação infantil serão promovidas
as ações que irão consolidar a união do cuidar e do educar como práticas inseparáveis.
É no espaço do dia a dia, no ritmo e ao longo de cada jornada que acontecem saltos qualitativos no
desenvolvimento da criança. Respeitando-se sua singularidade, movimento e necessidade, a criança fará
descobertas vivendo experiências a partir de tudo que será oferecido a sua volta.
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O professor ao fazer o planejamento do que irá acontecer durante a rotina diária, precisará valorizar alguns 
.aspectos fundamentais
• Alguns aspectos são importantes nacondução desse trabalho, tais como:
• reconhecer os cuidados com o corpo, envolvendo a higiene, o sono e a alimentação como parte
fundamental do processo educativo das crianças;
• valorizar a educação das emoções e do afeto como parte tão importante quanto a construção de
conhecimentos;
• identificar a organização da rotina e do ambiente como aspectos fundamentais para estimular e
favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem, a autonomia e a criatividade das crianças;
• perceber a construção de um planejamento para que as brincadeiras ocorram de forma diversificada,
como parte essencial de um trabalho de qualidade.
É preciso ressaltar a importância de um planejamento flexível que permita a participação ativa da criança, deve
ser evitada uma rotina que favoreça a convivência mecânica, pois esta forma irá desmotivar a criança,
atrapalhando seu processo de desenvolvimento.
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É muito importante brincar e estudar, mas isso não é tudo!
O uso do banheiro, por exemplo, deve ser planejado pensando na altura da pia, a disponibilidade de sabonetes e
toalhas de rosto, a quantidade de vasos sanitários e chuveiros, entre outros aspectos, pois a não adequação de
um desses itens impedirá a construção de hábitos de saúde e higiene que contribuam na formação integral da
criança como ser humano saudável e responsável pelo seu bem estar.
1 A educação das emoções e do afeto
Outro aspecto importante relacionado ao cuidar e ao educar é a valorização da educação das emoções e do
 como parte que deve ser considerada tão importante quanto à construção de conhecimentos.afeto
No processo educativo, uma das metas a alcançar é a do equilíbrio e do controle emocional. As
experiências relativas à vida emocional da criança nas primeiras etapas de sua existência têm uma
importância fundamental para ela.
Um clima familiar sereno, tranquilo, de aceitação incondicional, com afeto sentido e manifestado de
maneira adequada, constitui o marco apropriado para o desenvolvimento de uma personalidade
saudável e equilibrada.
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O educador deve estar atento às várias manifestações das crianças percebendo sua frequência e em que
condições ela ocorre. É importante considerar as variações individuais, pois as criançassão diferentes entre si e
apresentam formas de manifestar suas emoções que acentuam essas diferenças.
O educador deve prestar atenção nos comportamentos infantis; deve respeitar a individualidade de cada uma e
buscar formas afetuosas de intervir durante momentos emotivos, pois a criança poderá viver situações difíceis
que irão refletir em seus comportamentos, e o educador deverá amenizar essas situações respeitando os
sentimentos das crianças.
2 Rotina e ambiente escolar
A organização da rotina e do ambiente são aspectos fundamentais para favorecer o desenvolvimento e a
aprendizagem, a autonomia e a criatividade das crianças.
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A altura dos murais e das estantes, o tamanho dos móveis e a disposição deles nas salas, o oferecimento de
ambientes externos e internos são alguns dos aspectos fundamentais para ajudar a organizar uma proposta
pedagógica de qualidade.
A expressa a ideia de criança e da educação que será oferecida a elaorganização da rotina e do ambiente
dentro da instituição.
pensar o espaço como gerador da experiência representa o sinal de uma atenção de escuta das
necessidades das crianças que antecipa – e, no entanto, apoia – o cuidado da relação e da interação
do adulto com as crianças dentro do contexto educacional.
Portanto, esse aspecto deve ser pensado a partir da valorização da autonomia e da liberdade de escolha das
crianças, devendo possibilitar variadas opções.
3 Brincadeira de criança: como é bom!
Perceber a construção de um planejamento para que as brincadeiras ocorram de forma diversificada também faz
parte essencial de um trabalho de qualidade.
A brincadeira é uma das atividades essenciais para o desenvolvimento de uma infância saudável, e uma
instituição de educação infantil, que é responsável pela formação integral da criança, deve planejar formas
diferenciadas que permitam a expressão do lúdico de diferentes maneiras (Um dos aspectos fundamentais que
deve nortear essa organização é a consideração das diferentes faixas etárias: O a 3 anos e 4 a 5 anos).
À medida que a criança adquire mais , com a aquisição do andar e do falar, asautonomia motora e linguística
atividades lúdicas devem ser planejadas envolvendo outros aspectos, tais como: peso, tamanho, material que
constituirão os brinquedos, bem como a disponibilidade em que serão oferecidos às crianças.
A partir daí será necessário o planejamento de atividades livres e dirigidas. As livres favorecerão as descobertas,
formas de expressão e interesses de cada criança, enquanto as dirigidas devem ser planejadas com objetivos
preestabelecidos, respeitando o desenvolvimento cognitivo e psicossocial de cada criança.
- -9
A partir dos 4 a 5 anos, é esperado que as crianças já tenham adquirido alguns hábitos de independência e
autonomia. Portanto, expressam curiosidades e interesses por vários aspectos, como sexualidade e língua
escrita, testando os limites estabelecidos, e possuem laços de amizades, entre outras conquistas alcançadas.
Nesse ponto o educador deve oferecer atividades que:
• incentivem a alfabetização e o letramento de forma lúdica e significativa;
• ajudem as crianças a refletir sobre as consequências de suas ações;
• esclareçam as curiosidades ligadas à descoberta do corpo e a diferença entre os gêneros;
• relacionadas à matemática, ciências, artes e à leitura e escrita.
Vale destacar que e como crianças de forma integrada exige a cumplicidade de adultos e crianças,cuidar educar
em todo momento.
Os adultos devem proporcionar espaços de ação e compartilhamento em que todos podem interagir trocando
experiências relevantes, em que "corpo" e "cabeça" não sejam percebidos, mas com o mesmo valor.
As crianças devem ter acesso à saúde e higiene, tanto quanto aos conhecimentos do mundo e de sua cultura. Os
profissionais de creches e instituições de educação infantil devem buscar planejar o cotidiano procurando como
procurar individualidades, bem como como necessidades específicas de cada faixa-etária.
Ao longo da Educação Básica - na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio -, os alunos
devem desenvolver como competências gerais da Educação Básica, que o visto garantido, como resultado do seu
processo de aprendizagem e desenvolvimento, uma formação humana integral que vise à construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.
Na primeira etapa da Educação Básica, e de acordo com os eixos estruturantes da Educação Infantil (interações e 
brincadeira), devem ser assegurados seis direitos de
aprendizagem e desenvolvimento:
• Conviver
• Brincar
• Participar
• Explorar
• Expressar
Veja os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, um BNCC comum cinco campos de experiências, nos quais
as crianças podem aprender e se desenvolver.
• O eu, o outro e nós
• Corpo, gestos e movimentos
• Traços, filhos, núcleos e formas
• Escuta, fala, pensamento e imaginação
• Espaços, andamentos, quantidades, relações e transformações.
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Afetividade e compreensão devem ser requisitos básicos na constituição de qualquer profissional que tenha o
desejo de trabalhar com crianças.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• conheceu a história do surgimento das primeiras creches no Brasil que eram destinadas 
prioritariamente às famílias pobres, servindo como um depósito normatizador do comportamento dessas 
crianças pobres para liberar a mão de obra feminina;
• tomou conhecimento do código de 1927, um marco na linha política e ideológica do país.
• aprendeu sobre as políticas voltadas à educação infantil;
• analisou os principais pontos da consolidação da história da educação infantil no Brasil.
•
•
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- -1
CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DE ENSINO DE CRECHES E EDUCAÇÃO 
INFANTIL
O PERFIL DOS EDUCADORES QUE 
TRABALHAM NA CRECHE
- -2
Olá!
Ao fim desta aula, você será capaz de:
1- reconhecer como características fundamentais para os educadores de crianças:
2- o respeito e o fortalecimento da identidade das crianças e de suas famílias;
3- a educação e o cuidado da criança, como ser total, completo e indivisível;
4- a articulação e a integração de conhecimentos, de forma prazerosa;
5- a avaliação da evolução das crianças e o registro de seus progressos.
Ao discutirmos o perfil desejável dos educadores que trabalham em creches é necessário ressaltar dois aspectos
fundamentais que servirão como base para a discussão que será proposta nessa aula.
O primeiro aspecto é quanto ao perfil, pois, considerando que as pessoas possuem características individuais que
refletem sua cultura, sua história de vida e as relações afetivas que tiveram ao longo da vida, não devemos
pensar em um controle rígido que incentive um padrão, pois cada um terá uma forma diferente de desenvolver o
trabalho com crianças a partir de suas características individuais. É preciso esclarecer que a intenção é traçar
critérios que valorizem o papel desse profissional, baseando-se nas Diretrizes Nacionais da Educação Infantil.
O segundo aspecto é quanto a questão de gênero, pois tradicionalmente a profissão de professor de educação
infantil tem sido ocupada exclusivamente pelo universo feminino, refletindo uma concepção de trabalho
doméstico e maternagem. Cabe aqui fazer uma pergunta: é possível a inserção de educadores (gênero
) no desenvolvimento de trabalhos pedagógicos que envolvam o cuidar e o educar para crianças namasculino
faixa etária de 0 a 5 anos?
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Com relação a esse aspecto CERISARA (2002, p.30) ressalta:
Insistir sobre o caráter social das relações de gênero significa considerar que, além de uma categoria
biológica, o gênero também é uma categoria histórica. Ou seja, o fazer-se homem ou mulher não é um
dado resolvido no nascimento, pelas características biológicas de cada um, mas construído por meio
de práticas sociais masculinizantes ou feminilizantes, de acordo com as diferentes concepções
presentes em cada sociedade.
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1 Perfil dos profissionais de educação infantil
• Contexto sociocultural
Ao traçaro perfil profissional de professores de Educação Infantil devemos considerá-los em seu contexto
sociocultural; o que significa incluir além das questões de gênero, questões de raça, idade e classe social.
É importante considerar que este assunto é bastante complexo e existem poucos parâmetros para defini-lo de
forma absoluta.
• Humor e disposição
Para esse profissional que estamos delineando a partir das considerações das diretrizes postuladas pelo governo
e considerando as diferenças dos aspectos socioculturais, alguns pontos são importantes. Entre eles o fato de
procurar estar com bom humor e bem disposto, pois as crianças são ativas e rápidas, por isso necessitam de
educadores com essas características.
• Emoções infantis
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Outro ponto importante é procurar atuar como mediador entre a criança, as suas emoções e o seu ambiente, isso
significa ser capaz de interpretar e compreender o que uma criança está sentindo, por isso envolve o
conhecimento de muitas emoções.
Compreender as próprias emoções é essencial para saber lidar com os sentimentos das crianças.
Em primeiro lugar, é necessário que os adultos compreendam e aceitem suas próprias emoções, principalmente,
quando essas não são consideradas socialmente positivas, como: raiva, inveja, ciúme entre outras.
Geralmente, ao ouvir “Não”, as crianças manifestam irritabilidades ou choros, por isso, saber lidar bem com essas
situações é muito importante. Facilita bastante o fato de um adulto saber lidar de forma equilibrada com seus
próprios sentimentos.
- -6
Ter equilíbrio emocional facilitará o oferecimento de uma sólida base de afeto – sorrir e falar carinhosamente
com as crianças é importante para que elas não se sintam ameaçadas ou pressionadas a fazer coisas que
impeçam seu desenvolvimento.
Veja outros pontos muito importantes no trabalho com a Educação Infantil!
• É importante saber organizar o espaço e o tempo de modo a favorecer a aprendizagem e o 
desenvolvimento das crianças. Com relação a esse aspecto é essencial organizar detalhes do ambiente, 
procurando criar uma atmosfera de segurança, como exemplo: sala bem ventilada, limpa, bonita, com 
objetos, imagens e cores que estimulem a imaginação.
• Importante também é distribuir o tempo de modo adequado entre as diferentes atividades do dia, para 
não cansar as crianças e nem deixá-las sem atividades.
• Desde pequenas as crianças já demonstram uma grande capacidade de ajuda mútua. É importante que o 
professor possa em que as crianças ajam umas com as outras, de maneira que organizar possibilidades
vivam a multiplicidade de experiências e superem desafios.
Pensando nesse aspecto é necessário planejar e organizar as brincadeiras infantis, as atividades pedagógicas e as
atividades de cuidados com a saúde, avaliando constantemente o desenvolvimento das crianças.
2 Construindo regras coletivas...
A criança também tem o direito de falar!
É importante levar as crianças a participarem do e a fazer uso frequente daprocesso de tomada de decisão
palavra e ideias articulares de maneira lógica e clara. Isso irá ajudá-las a descentrar e coordenar diferentes
pontos de vista, permitindo que possa ser mais autônomas.
Como no mundo tudo é regulado por regras, é preciso ter clareza sobre quais são os limites para que
a criança possa experimentar essas regras, às vezes com a tutela, outras vezes com a supervisão dos
adultos, e outras tantas sozinha, buscando construir com autonomia sua identidade, suas
possibilidades de interação com o meio em que está inserida.
Tradicionalmente, as regras eram oferecidas para a criança de forma autoritária, em uma relação em que só o
adulto poderia afirmar impositivamente como as coisas seriam organizadas, e muitas vezes nem mesmo
procurando ser justo com a criança.
Atualmente, pesquisas demonstram que é fundamental possibilitar às crianças o direito de escolher e de
argumentar no sentido de negociar e renegociar as normas, avaliando se são justas e, caso não sejam, que
possam rediscuti-las de forma continuada e contando com a participação ativa de todos, adultos e crianças.
•
•
•
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Um aspecto facilitador é o fato de poder procurando saber o que acontece em casa,dialogar com a família 
fazendo relações com o que acontece nos espaços educativos.
O professor deve procurar conversar com a pessoa que vem trazer e buscar a criança; procurar saber o que houve
em casa, enviar recados e avisos pela agenda etc.; essas são ações que integram a parceria família-escola e
complementam o trabalho desse profissional.
Reconhecer as especificidades de cada contexto educacional é ponto chave, pois as condições de trabalho desse
profissional não podem ser analisadas separadamente de seu perfil. O lugar disponível para a realização do
trabalho pedagógico deverá ser o grande aliado desse profissional.
Para favorecer a realização de um trabalho de qualidade é necessário pensar na quantidade de crianças para
cada educador. Recomenda-se que quanto menor a faixa etária, menos deverá ser a quantidade de criança por
adulto.
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Outros aspectos também importantes estão relacionados à . É necessáriodistribuição do tempo e do espaço
garantir que as crianças possam escolher que e com quem deve trabalhar, podendo expressar seus reais talentos
e interesses.
Portanto, se faz necessário:
• uma atenção especial do professor, que gera confiança;
• um processo de ensino-aprendizagem baseado na manipulação de materiais adequados e diversos;
• a descoberta, utilização e o domínio de certos recursos didáticos fundamentais para sua formação integral.
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Podemos resumir que entre algumas características fundamentais para os educadores de crianças estão:
Para finalizar é importante destacar uma característica que não deverá faltar em nenhuma hipótese à capacidade
do adulto de “entrar no jogo da criança”, ou seja, despir-se de suas características de adulto e tentar entrar no
mundo do faz de conta que a criança está inserida.
O educador para conseguir tal êxito deverá entrar em contato com sua criatividade artística e com o seu humor.
O que permitirá elevar-se a sentidos sem aparentes significados imediatos ou fins previamente estabelecidos.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• identificou o perfil de educadores que trabalham na creche ou em centros de educação infantil 
valorizando a presença dos seguintes aspectos:
•
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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DE ENSINO DE CRECHES E EDUCAÇÃO 
INFANTIL
O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
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Olá!
Nesta aula você aprenderá sobre:
1- as características fundamentais para os educadores de crianças:
2- o respeito e o fortalecimento da identidade das crianças e de suas famílias;
3- a educação e o cuidado da criança, como ser total, completo e indivisível;
4- a articulação e a integração de conhecimentos, de forma prazerosa;
5- a avaliação da evolução das crianças e o registro de seus progressos.
1 O brincar na Educação Infantil
O brincar tem sido apontado por vários autores como um dos comportamentos principais da infância. As
crianças quando brincam desenvolvem habilidades motoras, cognitivas, sociais e afetivas. Por isso, na educação
infantil a brincadeira precisa estar presente como uma atividade importante em si mesma.
A brincadeira permite à criança transitar entre mundos opostos que delimitam a realidade e a fantasia. O real e o
imaginário se misturam abrindo a possibilidade de criação que instiga a viver com mais energia e alegria,
encarando as dificuldades com mais leveza.
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A partir dos estudos de Vygostsky (2010) podemos afirmar que a brincadeira contém todas as tendências do
desenvolvimento de forma condensada, sendo uma grande fonte de desenvolvimento.
É possível pressupor que a criança da educação infantil brinca em um mundo ilusório e imaginário onde os
desejos não realizáveis ​​podem ser realizados.
Portanto, é necessário garantir espaço e tempo para as crianças brincarem sem que necessariamente tenham
que atingir algum objetivoantes, durante ou depois da atividade.
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Atualmente existem no Brasil leis como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - 1990) que garantem a
legalidade do brincar à criança brasileira.
Veja os artigos que garantem esse direito:
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais
garantidos na Constituição e nas leis.
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de
recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a
juventude.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,
espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
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Desde a Constituição de 1988 a criança brasileira passou a ser cidadã de direito e como tal, um de seus direitos é
o brincar. Portanto, um educador de creches e pré-escolas não pode utilizar o brincar como prêmio ou punição e,
em hipótese alguma, escolher um grupo de crianças para uma atividade lúdica e deixar o restante
impossibilitado de participar.
Várias pesquisas na área da psicologia do desenvolvimento têm apontado sobre a necessidade de brincar na
infância.
A deve ser favorecida de diversas formas e os espaços de educação infantil devem ser planejadosbrincadeira
considerando o tempo para a brincadeira livre e dirigida.
Para que o brincar seja garantido e valorizado existem alguns aspectos fundamentais que devem ser garantidos,
como:
• reconhecer o brincar como atividade essencial na infância;
• identificar as diferenças das atividades lúdicas para crianças de 0 a 3 anos e 4 a 5 anos;
- -6
• articular e integrar conhecimentos, por meio de atividades lúdicas;
• reconhecer as diferenças entre as brincadeiras de faz de conta e o jogo com regras;
• criar condições no planejamento da rotina da creche para que o brincar ocorra;
• valorizar a brinquedoteca como espaço essencial nas creches e escolas de educação infantil.
Alguns autores, como Piaget e Vygotsky, consideram o brincar como fundamental nesse período. Apesar de esses
estudiosos apresentarem divergências, é fundamental compreender a contribuição que ambos trouxeram para a
análise do brincar na infância.
2 Piaget - Jogo de Exercício, Brincadeiras de Faz de Conta e 
Jogos com Regras
Segundo Piaget, o nascimento do jogo se dá nas fases iniciais do desenvolvimento, quando “quase todos os
comportamentos (...) são suscetíveis de se converter em jogo, uma vez que se repitam por assimilação pura, isto
é, por simples prazer funcional”. (Piaget, A formação do símbolo na criança, p.117)
• Caracteriza a fase do desenvolvimento pré-verbal (fase que vai desde o nascimento até o aparecimento 
da linguagem).
• Tem como finalidade o próprio prazer do funcionamento; por exemplo, quando a criança empurra uma 
bola, vai atrás dela, volta e recomeça, ela o faz por mero divertimento.
•
•
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• Caracteriza a fase que surge com o aparecimento da linguagem.
• O símbolo implica a representação de um objeto ausente (comparação entre um elemento dado e outro 
imaginado).
FRIEDMANN (1996, p.29) destaca que “o jogo simbólico ainda não está emancipado, enquanto instrumento do
próprio pensamento. É a conduta ou o esquema sensório-motor que faz a vez de símbolo, e não tal objeto
habitual”.
Aos poucos o jogo simbólico vai se transformando e ganhando outras conotações. À medida que a criança vai
organizando melhor suas ideias, o jogo vai ficando mais próximo a uma imitação do real e mais social do que
individual como era no inicio.
• A regra substitui o símbolo e enquadra o exercício quando certas regras sociais se constituem.
• As regras podem ser (repassadas de geração a geração) ou (de natureza transmitidas espontâneas
contratual e momentânea).
•
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3 Vygotsky – o papel do brinquedo no desenvolvimento
O brinquedo não pode ser definido simplesmente como atividade que dá prazer, mas é preciso tomar cuidado
para não ignorar a importância dele no preenchimento das necessidades infantis.
Segundo Vygotsky(1998, p. 122),
Frequentemente descrevemos o desenvolvimento da criança como o de suas funções intelectuais;
toda criança se apresenta para nós como um teórico, caracterizado pelo nível de desenvolvimento
intelectual superior ou inferior, que se desloca de um estágio para o outro. Porém, se ignoramos as
necessidades da criança e os incentivos que são eficazes para colocá-la em ação, nunca seremos
capazes de entender seu avanço de um estágio de desenvolvimento para outro, porque todo avanço
está conectado com uma mudança acentuada nas motivações, tendências e incentivos. Aquilo que é
de grande interesse para um bebê deixa de interessar uma criança um pouco maior.
As atividades lúdicas vão se transformando com o tempo e a criança adquire novas formas de expressá-la.
Portanto, é necessário considerar as diferenças entre as atividades lúdicas das crianças para diferentes faixas
etárias.
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Para crianças de 0 a 3 anos as atividades devem concentrar-se em brincadeiras corporais – tocar e ouvir –
engatinhar e andar, atirar, botar, balançar e empurrar objetos, fazer percursos, contornar obstáculos.
Enquanto que para crianças de as brincadeiras corporais podem ser de correr, pular, subir, jogar.4 a 5 anos
O educador deve planejar atividades variadas que favoreçam ao lúdico de diferentes formas, oferecendo
contação de histórias (dramatização), música (bandinha musical, construção de instrumentos), arte (pintura,
desenho, modelagem, colagem).
Nessa faixa etária maior também surgem brincadeiras de faz de conta como imitar, fantasia, casinha, carrinhos, e
ainda os jogo com regras – toca do coelho, dominó, memória, bola.
4 As brincadeiras na Educação Infantil!
É necessário criar condições para a brincadeira no planejamento da rotina da creche. Isso envolve o
planejamento do espaço, como possuir um parquinho, ter brinquedos variados e acessíveis na sala de aula e
apresentar um lugar com uma para a brincadeira livre e dirigida.brinquedoteca
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Destaca-se aqui a brinquedoteca como espaço essencial nas creches e escolas de educação infantil. Este local
representa para a criança um laboratório de experiências culturais, e para o adulto um laboratório de
observação de acompanhamento infantil.
Toda brinquedoteca deve possuir brinquedos e jogos variados, classificados e organizados, sem que com isso a
criança corra o risco de perder a liberdade de escolher o que quer fazer e com o que quer brincar.
Finalmente, é importante valorizar o papel do professor como um mediador brincante: um adulto que brinca e
constrói vínculos seguros e estáveis com a criança, alguém que reconhece a necessidade de observá-la e
aprender com ela. Alguém que acredita na essência lúdica da humanidade, mas sabe que é na cultura e através
de espaços e profissionais de qualidade que o brincar se constrói.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• identificou o brincar como atividade essencial na infância;
• percebeu as diferenças das atividades lúdicas para crianças de 0 a 3 anos e 4 a 5 anos;
•
•
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• percebeu as diferenças das atividades lúdicas para crianças de 0 a 3 anos e 4 a 5 anos;
• compreendeu a importância de articular e integrar conhecimentos, por meio de atividades lúdicas;
• percebeu as diferenças entre as brincadeiras de faz de conta e o jogo com regras;
• identificou maneiras de criar condições no planejamento da rotina da creche para que o brincar ocorra;
• compreendeu a necessidade de valorização da brinquedoteca como espaço essencial nas creches e 
escolas de educação infantil.
•
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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DE ENSINO DE CRECHES E EDUCAÇÃO 
INFANTIL
A PROPOSTA PEDAGÓGICA E AS 
MÚLTIPLAS LINGUAGENS
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Olá!
Ao fim desta aula, vocêserá capaz de:
1- reconhecer como características fundamentais para os educadores de crianças:
2- o respeito e o fortalecimento da identidade das crianças e de suas famílias;
3- a educação e o cuidado da criança, como ser total, completo e indivisível;
4- a articulação e a integração de conhecimentos, de forma prazerosa;
5- a avaliação da evolução das crianças e o registro de seus progressos.
1 Os caminhos para a elaboração de uma proposta 
pedagógica e as múltiplas linguagens
OS PROJETOS PEDAGÓGICOS
Uma das mais recentes maneiras de oferecer à criança a oportunidade de expressar múltiplas linguagens tem
sido o trabalho com projetos pedagógicos.
Os projetos são planejados para serem desenvolvidos por meio de atividades com significado, que permitam a
construção diária de novos conhecimentos, bem como a aquisição de novas habilidades.
- -3
A pedagogia de projetos está presente em muitas realidades de educação infantil e apresenta propostas bastante
diferentes das escolas do ensino fundamental. Entre elas está oferecer um conhecimento de mundo que tenha
significado e que permita a participação ativa da criança.
2 O corpo como forma de expressão
Geralmente, as crianças ficam pouco tempo concentradas em uma mesma atividade em que fiquem paradas, sem
sair do lugar. Elas necessitam correr, pular, subir e etc., expressando suas emoções pelo movimento.
A motricidade deve ser valorizada, permitindo com que a criança faça vários deslocamentos de lugar dentro da
instituição. As atividades devem ser planejadas em locais variados.
É importante considerar o uso da língua oral e escrita!
Com relação à linguagem escrita é necessário ressaltar a necessidade de respeitar o período adequado para
iniciar a criança ao uso da linguagem escrita, pois, geralmente, os adultos preocupados e ansiosos tentam
oferecer atividades que não apresentam nenhum significado para a criança.
A apresentada antes do momento correto não poderá ser considerada como uma ferramenta útil para aescrita
criança se expressar.
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É fundamental que a criança apresente a necessidade de adquiri-la, sem imposições externas. Com relação a esse
aspecto CASTRO (2004, p.196) afirma:
é preciso entender que ler é uma forma a mais de comunicação, como falar ou ouvir. Deve ser
integrada à sala de aula como outro aspecto da vida, e não margem dela. Por isso é preciso oferecer
experiências estimulantes em um ambiente afetivamente positivo que favoreçam a participação,
surgiram hipóteses e interpretações e motivem o desejo de tirar competências do que se leu.
Vários autores destacam a como um instrumento importante que nos ajuda a tomar decisões, anteciparlíngua
ações e organizar as ideias, facilitando o planejamento.
A linguagem oral produzirá saltos importantes na estrutura cognitiva da criança, por esse motivo o contexto
social é fundamental. Ao trabalhar com projetos o educador deve oferecer oportunidade para as crianças
expressarem suas hipóteses.
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Nesse sentido, é importante destacar que:
para que a linguagem se desenvolva, deve produzir-se a conversa, que necessita, no mínimo, de duas
pessoas com vontade de falar algo. Nessa circunstância, o locutor perfeito é o adulto que tem o papel
de companheiro de discussão. É quem deve ser capaz de negociar com a criança para que o objetivo
da conversa (da proto-conversa, na etapa pré-linguística) se cumpra. Isto é, esclarecer o significado
geral do tema discutido, desfazer equívocos e ampliar sua cultura.
As crianças devem fazer relações com as novas ideias que o educador está trazendo e as ideias que elas têm
previamente sobre o mundo. É importante o incentivo à participação do grupo de crianças respeitando o tempo
e o ritmo de cada uma para falar.
Outra linguagem que deve ter seu espaço garantindo na educação infantil é a linguagem plástica.
As crianças desde pequenas adoram mexer com tintas, lápis de cor, massinhas e outros materiais pedagógicos
que lhes possibilitam expressar livremente sua ideias e maneiras de ver o mundo.
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Alguns objetivos que devem ser observados para as atividades diversificadas acerca da expressão da criança por
meio da linguagem plástica:
1. convencer o aluno de que desenhar um elemento não é unicamente a reprodução de sua forma aparente, mas
que esse elemento tem uma estrutura interna a partir da qual se gera forma exterior;
2. descartar o critério de obter um resultado bonito pelo mero fato da destreza manual e da riqueza do material
empregado;
3. o aspecto mais importante é trazer à luz seu potencial criativo e imaginativo, fazer descobrir que simplesmente
pensando, observando, analisando, vão surgindo ideias quanto as técnicas, processos de acoplamento.
O cotidiano da educação infantil, geralmente, é repleto de atividades musicais.
Os educadores costumam apresentar para entrar na sala, ir lanchar, hora de escovar os dentes, hora demúsicas
sair e muitos outros momentos.
Sobre esse aspecto é importante afirmar que a música não deve ser usada para facilitar comandos do adulto, pois
quando apresentada dessa forma limitada servirá apenas como adestramento.
Saiba mais
Com relação a essa linguagem, vale lembrar as creches de Reggio Emília; essa experiência é
desenvolvida em um município da Itália e tem sido reconhecida pelo mundo inteiro pelo seu
sucesso.
- -7
A é ao mesmo tempo rítmica e corporal, por esse motivo é importante manter um tempo,linguagem musical
sentir a cadência rítmica, o caráter dos diferentes acentos musicais, realizar os valores de duração, a associação
entre os gestos e os sons e a respiração das frases, entre outros aspectos. É importante considerar o manuseio de
objetos sonoros que devem estar disponíveis para as crianças. Elas precisam ter experiências concretas com
objetos que emitem sons, instrumentos musicais e formar um vocabulário específico para se referir a eventos
sonoros.
MAFFIOLETTI (2001, p.127), destaca que:
as crianças também precisam de silêncio para povoá-lo com seus próprios sons. Além dos sons da
natureza, existe um enorme repertório de sons aprendidos através da televisão, que estão
incorporados nas ações e nos brinquedos infantis. Sons de helicóptero, lancha, sirenes, explosões...
gritos, inflexões vocais de medo, raiva e dor.
Há ainda como formas de expressão a e a .dramatização contação de história
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Portanto, disponibilizar livros infantis, fantasias, adereços e outros utensílios são fundamentais para garantir
que essas linguagens também possam ser manifestadas pelas crianças.
Essas expressões são muito apreciadas pelas crianças, sendo mediadas pelo adulto ou não.
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CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• estudou a respeito da construção de projetos pedagógicos para crianças de 0 a 5 anos, como: adequação 
do tópico a ser investigado em profundidade; construção de um conhecimento de base; integração do 
conteúdo e do currículo; incorporação provocações e conversas instrutivas; compromisso com o trabalho 
com projetos.
•
- -1
CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DE ENSINO DE CRECHES E EDUCAÇÃO 
INFANTIL
ORGANIZAÇÃO DE TEMPO E ESPAÇO NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL
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Olá!
Ao fim desta aula, você será capaz de:
1- perceber que a sala deve ser uma ambiente especialmente criado para proporcionar experiências variadas e
que o mobiliário deve ser adequado às necessidades das crianças, criando possibilidades de independência e
autonomia, responsabilidade e uso do bem comum;
2- compreender que fatores como: número de crianças, faixa etária e características do grupo são pontos
fundamentais de atenção na organização do espaço;
3- garantir a elaboração de um planejamento com atividades livres e dirigidas, valorizando o uso dos espaços
interno e externo das creches e dos centros de educação infantil.
Pensar a organização do espaço e do tempo na educação infantil não é tarefa simples. Representa pensar em
detalhes que irão refletir o projeto pedagógico da instituição.
Com relação a esse assunto podemos afirmar que:
organizaro cotidiano das crianças na Escola Infantil pressupõe pensar que o estabelecimento de
uma sequencia básica de atividades diárias é antes de mais nada, o resultado da leitura que fazemos
do nosso grupo de crianças, a partir, principalmente, de suas necessidades. É importante que o
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educador observe que as crianças brincam, como estas brincadeiras se desenvolvem, o que mais
gostam de fazer, em que espaços preferem ficar, o que lhes chama mais atenção, em que momentos
do dia estão mais tranquilas ou mais agitadas. Este conhecimento é fundamental para que a
estruturação espaço-tempo tenha significado.
O cotidiano de uma escola de educação infantil não deve parecer monótono e desinteressante para as crianças.
Na verdade, esse cotidiano deve se transformar em um aspecto necessário para elas. As crianças devem sentir
falta de estar na escola e se sentirem dispostas a criar e inventar participando das atividades propostas durante
o dia.
Um ponto importante é que certamente as para as crianças menores não serãoatividades oferecidas
permitidas às maiores. Os desafios se modificam e novos elementos. Inclusiva a não podeorganização das salas
ser a mesma.
É importante que também exista um espaço comum para as crianças maiores e menores interagirem, trocando
informações. Segundo Vygotsky, uma experiência do mais experiente irá interferir nos processos que não estão
consolidados nos menos experientes.
Em relação ao planejamento da sala, é importante destacar que alguns cantos alternativos que podem existir nas
salas. Veja-os a seguir.
• Canto da música com instrumentos musicais comprados ou confeccionados, rádio, toca-fitas.
• Canto do supermercado, com embalagens vazias de diferentes produtos, sacos para empacotar, caixa
registradora, dinheiro de papel e moedas, cartazes com nomes de produtos, prateleiras.
• Canto do cabeleireiro com espelho, maquiagens, rolos, escovas, grampos, secador de cabelos, bancada, cadeira,
bacia para lavar cabeça, embalagem de xampu, cremes.
• Canto do museu com objetos colecionados pelas crianças em passeios, viagens.
• Canto da luz e da sombra com projetor de slides, lanternas, retro-projetor, filmes feitos pelas crianças, lençóis.
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Fortunati destaca que pensar o espaço também como gerador da experiência representa o sinal de uma atenção
de escuta das necessidades das crianças que (e, no entanto, apoia) o cuidado da relação e da interaçãoantecipa
do adulto com as crianças dentro do contexto educacional.
O autor afirma que:
Pensar como o espaço da experiência das crianças ajuda o adulto a amadurecer as expectativas de
protagonismo nas ações que as crianças expressam em seu interior, utilizando as oportunidades
presentes, e também pode ajudar o adulto a suavizar a intromissão sobre a criança por parte das
instancias educacionais quando a necessidade dos resultados prevalece sobre a sensibilidade da
escuta.
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1 E o PPP, entra nessa história?
É importante destacar que o planejamento, o desenho do espaço e, posteriormente, a intervenção que o
educador e toda a equipe farão sobre o ambiente, devem responder a critérios que estão na base dos objetivos
do da instituição.projeto político pedagógico
A instituição, ao construir esse documento, deve considerar que as crianças precisam de auxílio para
compreender o mundo que as cerca; é importante definir bem os espaços. A organização externa contribuirá na
organização interna das crianças.
O que evita esse tipo de situação?? Planejamento!
É fundamental o planejamento dos horários e das atividades que garantam o cuidar e o educar, lembrando que o
lúdico deve sempre estar presente. Sem aprisionar as pessoas em horários rígidos e atividades repetitivas.
Com relação ao tempo é importante garantir que a rotina não vire uma repetição monótona que gera
desmotivação e desinteresse nas crianças. É necessário evitar que o dia a dia se torne uma corrida contra o
tempo em prol de deixar as crianças limpas, arrumadas e alimentadas.
Para evitar que esse fato ocorra, o é essencial: organizar os espaços, definindo como e quandoplanejamento
será utilizado pelos diferentes grupos de pessoas, ajuda as crianças a se orientarem.
Além desses aspectos, é importante lembrar ao se planejar a organização do tempo, que a deve serrotina
garantida para ajudar a criança a apresentar uma estabilidade comportamental.
JAUME (2004, p.367) destaca:
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Rotinas conferem à criança um ponto de referência indispensável para seu desenvolvimento. Essa
maneira de sentir e entender a sucessão temporal é reforçada associando-se cada um dos espaços ou
cenários da escola a um determinado momento do dia. Assim por exemplo, a criança entende que é o
momento da refeição, porque nos dirigimos ao refeitório ou que é o momento dos jogos porque
vamos para o pátio.
A refletirá a maneira como a escola percebe a criança e como ela acredita que deveorganização dos espaços
ser educação infantil. Ideologias, valores e cultura estarão expressos no ambiente.
Conheça algumas necessidades exigidas em relação ao planejamento e à organização do espaço em geral,
pensando em todos os envolvidos na construção de um trabalho de educação infantil de qualidade:
• necessidade afetiva;
• necessidade de duração;
• necessidade de movimentos;
• necessidade de socialização;
• necessidade fisiológicas;
• necessidade de descoberta, exploração e conhecimento;
• necessidade dos adultos.
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Na criação do ambiente é importante buscar espaços que estimulem o movimento e as destrezas motoras,
lugares livres e amplos para correr e deslocar-se livremente, assim como, garantir espaços mais calmos para
atividades de leitura ou que possibilitem assistir a um filme.
A criação de espaços harmônicos, que expressem sensibilidade e a busca pela beleza, favorecerá o bem-estar de
todos, estimulando laços de amizades e trocas afetivas.
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Finalmente, é imprescindível lembrar-se de transformar cada jornada de trabalho em algo prazeroso e cheio de
descobertas. Onde o lúdico esteja sempre presente e cada dia represente uma nova aventura cheia de desafios.
O cotidiano de instituições de educação infantil deve sempre inspirar afeto e alegria, refletindo uma dimensão
humana em que a criança seja valorizada como sujeito que merece respeito às suas necessidades especificas.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• estudou a respeito da importância da organização da rotina e das atividades propostas para as crianças, 
considerando dois aspectos fundamentais: o tempo e a organização do espaço. E para alcançar tal 
objetivo foi necessário:
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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA 
DE ENSINO DE CRECHES E EDUCAÇÃO 
INFANTIL
ASPECTOS PEDAGÓGICOS FUNDAMENTAIS
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Olá!
Ao fim desta aula, você será capaz de:
1- compreender a principal diferença entre alfabetizar e letrar;
2- identificar formas lúdicas e criativas de oferecer a leitura e a escrita;
3- conhecer o conteúdo da lei 9394/96, artigo 31, que apresenta a forma como deve ser feita a avaliação na
educação infantil.
Preste atenção ao diálogo abaixo.
Esta é uma situação comum entre responsáveis de crianças que estão frequentando escolas de educação infantil.
Pais alfabetizados pelo método tradicional não compreendem as propostas sociointeracionistas de escolas que
trabalham o aprendizado através do construtivismo. Além disso, ainda existem escolas que reproduzem métodos
antigos, como a escola representada no diálogo acima.
Mas, afinal, qual a função de um centro de educação infantil (creche e pré-escola)?
Devemos pensar em aproveitar a infância das crianças para treiná-las para o futuro, preparando-as para serem
integradas no ensino fundamental?
Como fazer para que as crianças sejam cidadãs criativas e reflexivas dominando a língua escrita e capazes de
compreender os códigos e instrumentos de nossa cultura?
De acordo com Magda Soares (1998), existem diferenças entre .alfabetização e letramento
SOARES (1998, p.47) define:
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alfabetizar e letrarsão duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria
alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e a escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da
escrita.
• Alfabetização
Corresponde ao processo pelo qual se adquire uma tecnologia – a escrita alfabética e as habilidades de
utilizá-la para ler e escrever. Para adquirir tal tecnologia é importante compreender o funcionamento do
alfabeto, memorizar as convenções letra-som e dominar o seu traçado, usando instrumentos como lápis,
papel ou outros que os substituam.
• Letramento
É o exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita nas situações em que precisamos ler e
produzir textos reais.
Portanto, a aquisição dos dois processos não deve ser feita adequada, eis aqui o grande dilema que diferenciar as
diferenças entre os métodos utilizados em diferentes escolas. Escolas que apresentam uma proposta baseada em
concepções sociointeracionistas procuram desenvolver um processo em que a aquisição da língua escrita não se
resuma apenas à escrita de letras.
Vygotsky destaca linhas para que a escrita se torne um instrumento de expressão e conhecimento do mundo
para uma criança leitora e produtora de textos:
• Que o ensino da escrita se apresente de modo que a criança sinta necessidade dela.
• Que a escrita seja apresentada não como um ato motor, mas como uma atividade cultural complexa.
• Que a necessidade de aprender e escrever seja natural, da mesma forma como a necessidade de falar.
• Que ensinemos à criança a linguagem escrita e não as letras.
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Obrigar as crianças a copiar letras sem oferecê-las o significado, além de ser uma atividade sem sentido,
representa, em muitas ocasiões, adestramento. Com esse tipo de atitude ela aprende que o mais importante é
aprender a obedecer, não importa para que hardware. Atitudes como essa, além de não trazerem nenhum
benefício, reforçam a ideia de uma criança heterônoma, aquela que aprende a obedecer pelo medo.
Esse ponto contradiz um dos objetivos importantes da educação infantil: a construção da autonomia, que
significa criar possibilidades para que as crianças pensem sobre suas atitudes e tenham liberdade de escolher
suas ações com responsabilidade, sem precisar de punições autoritárias para que isso aconteça.
Outro ponto importante é a respeito de quando iniciar o processo de aquisição da escrita. Vygotsky defenderia o
letramento para as crianças até 6 anos, e para as crianças entre 6 e 10 anos a alfabetização com letramento. Mas,
surgem novas angústias:
Será que meu filho estará preparado para o ensino fundamental frequentando uma escola que favorece o brincar
como atividade principal?
O brincar é uma atividade humana que por si mesma representa experiências associadas a nossa cultura, pois os
brinquedos são objetos que imitam criações do homem na produção de instrumentos cotidianos como: ferro de
passar, telefone, panela, fogão, carro, boneca e tantos outros.
Brincando as crianças podem representar papeis sociais e ações que na vida real não poderiam fazer, como fazer
comida ou dirigir um carro. Esses são exemplos de atividades imaginárias baseadas em experiências reais que
ajudam a criança a realizar pequenos ensaios sobre a realidade.
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O letramento deve ser pensado corno uma atividade que exige que a criança seja inserida em um processo
cultural, em que ela domine símbolos e instrumentos de nossa sociedade. Nesse sentido, não precisamos temer
atrasos hipotéticos em crianças que tenham brincado bastante durante o processo de aquisição da escrita, pois
possivelmente são crianças que tiveram a oportunidade de pensar e participar ativamente desse processo, de ter
suas ideias respeitadas e valorizadas e que acreditam em si mesmas como produtoras de conhecimento.
De acordo com Borba (In Borba, 2006, p. 34), é importante que façamos algumas perguntas para nós mesmos:
• Como podemos compreender a criança nas suas formas próprias de ser, pensar e agir?
• Como vê-la como alguém que inquieta o nosso olhar, desloca nossos saberes e nos ajuda a enxergar o 
mundo e a nós mesmos?
• Como podemos ajudar a criança a se constituir como sujeito no mundo?
• De que forma a compreensão sobre o significado do brincar na vida e na constituição dos sujeitos situa o 
papel dos adultos e da escola na relação com as crianças e os adolescentes?
ARROYO (1994, p. 91) afirma que:
Há uma superalfabetização e matematização de nossas crianças. Nossa escola superestima o domínio
da linguagem escrita porque esquece outras linguagens. Esquece outras dimensões. O teatro não é
valido só enquanto ajuda a decorar textos ou coisas parecidas. O teatro faz parte da história da
humanidade. Faz parte de nossa construção tanto quanto pela leitura para um dia ler e inserir-nos na
sociedade.
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É importante destacar que pesquisas realizadas em diversos países demonstram que meninos e meninas que
desde cedo escutam histórias lidas e/ou contadas por adultos, ou que brincam de ler e escrever (quando ainda
não dominam o sistema de escrita alfabetizada), adquirem um conhecimento sobre a linguagem escrita e sobre
os usos dos diferentes gêneros textuais, antes mesmo de estarem alfabetizadas.
Você entenderá agora como deve ser conduzido o processo de avaliação na educação infantil.
Este deverá representar um reflexo da forma como todos os conteúdos são construídos com as crianças de forma
descontraída e prazerosa, garantindo o interesse da criança a todos os assuntos que lhes são oferecidos.
A avaliação não tem o objetivo de aprovar ou reprovar a criança. Ela representa um momento de trabalhar a
auto-estima e valorizar os avanços.
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Uma criança precisa aprender sobre si mesma que ela é capaz, tem boas ideias, faz bons desenhos, conta boas
histórias e pode contribuir com o mundo adulto oferecendo seu conhecimento já conquistado. Essa base segura
favorecerá o movimento da criança na busca do conhecimento, que é fundamental que seja assimilado por ela
sempre como uma aventura cheia de prazer e novas possibilidades, inclusive em outros períodos da vida.
Segundo a LDB (Lei 9394/96, artigo 31):
Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro de seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
Outro aspecto importante é que um processo avaliativo deve representar uma avaliação que não fique restrita
apenas as crianças, mas que envolva todos os personagens ativos na tarefa de auxiliar a educação delas.
Portanto, significa incluir a família e os educadores.
A inclusão desses personagens é fundamental, pois considerando que uma criança é um ser em
desenvolvimento, sozinha ela não conseguirá conquistar com qualidade novas etapas. Será necessário que ela
esteja “acompanhada”, ou seja, “estar em companhia” significa ter um olhar atento de um adulto que auxilia e
observa os progressos conquistados pela criança, seja na creche ou em casa.
Para que tal tarefa seja realizada, é necessário verificar as relações diárias da criança com o mundo e perceber
suas conquistas, oferecendo desafios que apresentem sentido aos seus questionamentos e hipóteses a partir de
seus interesses. Portanto, a parceria da família com a instituição é fundamental.
Por esse motivo a avaliação não poderá se restringir apenas a criança, mas também exigirá uma reflexão da
participação dos envolvidos durante esse processo.
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Uma instituição infantil de qualidade deverá deixar claro para a família aspectos fundamentais relacionados a
construção de sua proposta pedagógica:
É oportuno reafirmar que a educação infantil tem um fim em si mesma e não deve representar preparação para o
ensino fundamental. Atualmente, vivemos em uma sociedade cada vez mais adultizada em que o tempo da 
 corre o risco de deixar de existir.infância
Considerada aqui como um conceito social necessário para criar possibilidades para que a criança possa vivenciar
as necessidades específicas desse

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