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APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 1 APG 17 – Todo dia ele faz tudo sempre igual 1) ENTEDER COMO OCORRE O FEEDBACK → Os ajustes nas intensidades de secreção podem ser produzidos por meio de mecanismos neurais ou por mecanismos de retroalimentação, dentre os quais a retroalimentação é o mecanismo mais frequente. → A retroalimentação pode ser negativa ou positiva, sendo a negativa + frequente. ❖ FEEDBACK NEGATIVO = impedir a hipersecreção ou a hiperatividade no tecido alvo, atuando como um mecanismo de regulação → As alças de retroalimentação negativa garantem estabilidade por manter um parâmetro fisiológico dentro de uma ESCALA NORMAL. Nos sistemas endócrinos, retroalimentação negativa significa que alguma característica da ação do hormônio, direta ou indiretamente, INIBE A SECREÇÃO ADICIONAL DO HORMÔNIO. → O feedback negativo pode ser classificado em: ✓ RETROALIMENTAÇÃO DE ALÇA LONGA: o hormônio volta a agir por todo o caminho até o eixo hipotálamo- hipófise. ✓ RETROALIMENTAÇÃO DE ALÇA CURTA: o hormônio da adenohipófise volta a agir sobre o hipotálamo, inibindo a secreção do hormônio liberador hipotalâmico. ✓ RETROALIMENTAÇÃO DE ALÇA ULTRACURTA: o hormônio hipotalâmico inibe sua própria secreção. → Existem duas configurações básicas de alças de feedback negativo no sistema endócrino: uma alça de feedback fisiológico controlada pela resposta (chamada simplesmente de alça de feedback controlada pela resposta) e uma alça de feedback controlada pelo eixo endócrino. ✓ A alça de feedback controlada pela resposta é observada nas glândulas endócrinas que controlam os níveis de glicose no sangue (células das ilhotas pancreáticas), os níveis de Ca++ e P no sangue (glândulas paratireoides, rins), a osmolaridade e o volume sanguíneos (hipotálamo/neuro‑hipófise), e os níveis séricos de Na+, K+ e H+ (zona glomerulosa do córtex adrenal e células atriais). ✓ Na configuração controlada pela resposta, a secreção de um hormônio é estimulada ou inibida por uma alteração no nível de um parâmetro extracelular específico (p. ex., um aumento no nível de glicose no sangue estimula a secreção de insulina). → Grande parte do sistema endócrino é organizada em eixos endócrinos, cada eixo consistindo em hipotálamo, hipófise e glândulas endócrinas periféricas. Desta forma, a alça de retroalimentação direcionada do eixo endócrino envolve uma configuração nos três níveis. → A primeira camada é constituída por neurônios neuroendócrinos hipotalâmicos que secretam hormônios liberadores. A secreção de hormônios liberadores estimula (ou, em alguns casos, inibe) a produção e a secreção de hormônios tróficos da hipófise (segundo nível). Os hormônios tróficos estimulam a produção e a secreção de hormônios das glândulas endócrinas periféricas (terceiro nível). ✓ No feedback controlado pelo eixo endócrino, a alça de feedback primária envolve a inibição do feedback dos hormônios tróficos da hipófise e dos hormônios liberadores do hipotálamo pelo hormônio produzido perifericamente. ✓ Em contrapartida com o feedback controlado pela resposta, as respostas fisiológicas ao hormônio produzido perifericamente desempenham um papel apenas secundário na regulação do feedback nas alças de feedback controladas pelo eixo endócrino. ❖ FEEDBACK POSITIVO → A retroalimentação positiva é pouco comum e nela alguma característica da ação do hormônio provoca mais secreção do hormônio. → Surtos de secreção hormonal (LH) podem ocorrer com Feedback Positivo. Em alguns casos, ocorre feedback positivo quando a ação biológica do hormônio causa sua secreção adicional. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 2 2) COMPREENDER O EIXO HIPOTÁLAMO, HIPÓFISE E GLÂNDULAS PERIFÉRICAS → Primeiramente, é importante relembrar que a hipófise também é conhecida como glândula pituitária, está na base do prosencéfalo, sendo protegida pela sela turca. → A hipófise é regulada pelo hipotálamo e retroalimentação. → Fixa-se ao hipotálamo por um pedículo, o INFUNDÍBULO, e apresenta duas partes anatômica e funcionalmente separadas: a ADENOHIPÓFISE (lobo anterior) e a NEUROHIPÓFISE (lobo posterior). → A adenohipófise possui tecido epitelial, possui células endócrinas ≠ da neurohipófise que possui um tecido neural. ✓ A NEUROHIPÓFISE como já visto é composta de tecido nervoso e derivada do divertículo neuro-hipofisário. ▪ É contínua pelo hipotálamo por uma estrutura chamada infundíbulo, ou seja, é considerada como uma projeção do tecido hipotalâmico. ▪ Ela é formada então pela eminência mediana, infundíbulo e lobo neural ou parte posterior ou pars nervosa. ▪ A neurohipófise não contem células secretoras, e é formada basicamente por AXÔNIOS HIPOTALÂMICOS AMIELÍNICOS e células gliais, OS PITUÍCITOS. ▪ Essa parte na hipófise NÃO produz hormônios, apenas ARMAZENA e SECRETA os hormônios produzidos pelos neurônios hipotalâmicos do tipo magnocelulares. ▪ Os axônios formam o trato hipotálamo- hipofisal, que começa no hipotálamo e termina perto dos capilares sanguíneos da neurohipófise. ▪ Esses neurônios produtores de hormônios tem os seus corpos celulares localizados nos núcleos do hipotálamo. ▪ Os corpos celulares dos neurônios secretores de Ocitocina (núcleo paraventricular) e vasopressina ou ADH (núcleo supra-ótico) estão situados no hipotálamo. Estas neurosecreções são armazenadas em grânulos conhecidas como Corpos de Hering. ❖ SÍNTESE DE ADH E OCITOCINA → O ADH e a ocitocina são sintetizados como pré-pró-hormônios. → Cada pró-hormônio contém a estrutura da ocitocina ou do ADH + um peptídeo: a neurofisina I (associada à ocitocina) ou a neurofisina II (associada ao ADH) + glicoproteína C. Esses pré-pró-hormônios são denominados pré-pró-pressofisina e pré-pró-oxifisina. → O peptídio sinal N-terminal é clivado enquanto é transportado para o retículo endoplasmático. A clivagem da molécula de sinalização é o que diferencia o pré-pró-hormônio do pró- hormônio. → No interior do retículo endoplasmático e do aparelho de Golgi, o pró-hormônio é armazenado em grânulos secretores ligados a membranas situados nos corpos celulares dos núcleos hipotalâmicos. → Os grânulos secretores são conduzidos pelo interior dos axônios da haste infundibular por meio de um mecanismo de transporte “rápido” dependente de ATP até as terminações axônicas da pars nervosa. Durante o trânsito dos grânulos secretores, os pró-hormônios são clivados proteoliticamente produzindo quantidades equimolares de hormônio e neurofisina. Os grânulos secretores contendo peptídios totalmente processados são armazenados nas terminações axônicas – corpos de Herring. ▪ Ocitocina: contração do útero no trabalho de parto e contração das glândulas mamárias para ejeção do leite materno. ▪ ADH ou vasopressina: aumenta a reabsorção de água pelos tubos coletores diminuindo assim a produção urina e diurese. ✓ A ADENOHIPÓFISE representa cerca de 75% do peso total da glândula e como já dito tem origem ectodérmica e é composta por tecido epitelial glandular. ▪ É responsável pela síntese de 6 hormônios: TSH, FSH, LH, GH, ACTH E prolactina. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 3 ▪ A relação hipotálamo-hipófise anterior é neurovascular ≠ da relação hipotálamo-hipófise posterior que é neural. ▪ Os neurônios aqui são chamados de parvicelulares, e o corpos estão nos núcleos hipotalâmicos e os axônios vão até a eminência média, onde justamente ocorre a confluência do axônio com o leito capilar, e há a estimulação ou inibição da liberação dos hormônios da hipófise anterior. ❖ EIXO ENDÓCRINO → Na relação adenohipófise comhipotálamo tem-se eixos endócrinos: 1) Neurônios hipotalâmicos: liberam o hormônio XRH 2) Depois o XRH estimula as células da pituitária anterior: liberam o hormônio XTH; 3) E o XTH estimula as glândulas endócrinas periféricas que liberam o hormônio X, fazendo a alça de retroalimentação, que geralmente, é negativa, ou seja, inibe o hipotálamo e hipófise. = ALÇA DE RETROALIMENTAÇÂO NEGATIVA → RESUMINDO: é diferente quando se fala da relação hipotálamo-hipófise anterior e posterior. No posterior, com a neurohipófise, tem-se um neurônio que sai do hipotálamo e desce, sendo o axônio desse neurônio a neurohipófise, e o hormônio é liberado para a corrente sanguínea. Na anterior, temos um eixo! Tem-se o neurônio, que libera um hormônio que cai nos vasos porta, chegando na adenohipófise que sintetiza outro hormônio, que vai para a corrente sanguínea sistêmica, chega no tecido alvo que vai estimular um outro hormônio, tendo a alça completa. ❖ CORTICOTROFOS = ACTH → O ACTH vai vir de um pró-hormônio, que se chama propiomelanocortina (POMC). → O ACTH está sob controle estimulatório do hipotálamo através do hormônio liberador de corticotropina (CRH). O CRH (hipotalâmico) estimula agudamente a secreção de ACTH (hipofisário). → A ação do ACTH vai ser justamente na glândula adrenal, através de receptores que são chamados de MC2R (receptor de melanocortina-2). APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 4 → Após interagir com o receptor, o ACTH vai estimular o cortisol, que por sua vez vai inibir a ação da hipófise (ACTH) e do hipotálamo (CRH). → A secreção de ACTH tem um padrão diurno pronunciado, com um pico no início da manhã e o vale no fim da tarde. → Além disso, a secreção de CRH – e consequentemente a secreção de ACTH – é pulsátil. Muitos tipos de estresse, tanto neurogênicos (medo) quanto sistêmicos (infecção), estimulam ACTH. Os efeitos do estresse são mediados por CRH e ADH por meio do SNC. A resposta a muitas formas de estresse intenso pode persistir apesar da retroalimentação negativa pelos altos níveis de cortisol. Isso significa que o hipotálamo tem a capacidade de alterar o ponto de ajuste do eixo HPA em resposta ao estresse. A depressão crônica grave pode redefinir o eixo HPA como resultado da hipersecreção de CRH e constitui um fator para o desenvolvimento do hipercortisolismo terciário. → O cortisol exerce retroalimentação negativa sobre a hipófise, onde suprime a secreção de ACTH, e sobre o hipotálamo, onde diminui a liberação de CRH. Uma vez que cortisol tem efeitos profundos sobre o sistema imunológico, o eixo HPA e o sistema imunológico estão intimamente ligados. ❖ TIREOTROFOS = TSH → O TSH regula a função da tireoide secretando o hormônio TSH (tireotrofina ou hormônio estimulante da tireoide) como parte do eixo hipotálamo hipófise tireoide. → TSH é um dos três hormônios glicoproteicos hipofisários. → TSH liga se ao receptor nas células de folículo da tireoide. → TSH também tem um efeito trófico potente e estimula a hipertrofia, hiperplasia e sobrevida das células epiteliais da tireoide. Em regiões geográficas onde a disponibilidade de iodo é limitada, os níveis de TSH estão elevados devido a uma redução da retroalimentação negativa. Níveis elevados de TSH podem produzir um crescimento notável da tireoide, produzindo um aumento expressivo do tamanho da glândula, que se torna visível no pescoço, o denominado bócio. → O tireotrofo hipofisário é estimulado pelo hormônio liberador de tireotrofina (TRH), produzido por um subgrupo de neurônios hipotalâmicos parvocelulares. Os neurônios de TRH são regulados por vários estímulos mediados no SNC e o TRH é liberado de acordo com um ritmo diurno (mais alto durante as horas da noite para o dia e mais baixo por volta do horário do jantar). → A secreção de TRH também é regulada pelo estresse, o estresse inibe a secreção de TRH. Isso inclui estresse físico, inanição e infecção. A triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4) efetuam uma retroalimentação negativa tanto nos tireotrofos hipofisários quanto nos neurônios produtores de TRH. ❖ GONADOTROFOS = FSH E LH → O gonadotrofo secreta FSH e LH (coletivamente chamados de gonadotrofinas) e regula a função gonadal nos dois sexos. → Eles têm a função de secretar os esteroides sexuais = progesterona, estrógeno e testosterona. → São regulados pelo hormônio hipotalâmico GnRH (pró-hormônio), e vai ser liberado em pulsos. APG – SOI II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período 5 → GnRH é liberado de modo pulsátil e tanto a secreção pulsátil quanto a frequência de pulsos têm efeitos importantes sobre o gonadotrofo. Com uma frequência de um pulso por hora, GnRH aumenta preferencialmente a secreção de LH. Com uma frequência mais lenta de um pulso a cada três horas, GnRH aumenta preferencialmente a secreção de FSH. → Em homens, a testosterona e os estrogênios apresentam retroalimentação negativa na hipófise e no hipotálamo. A progesterona exógena também inibe a função da gonadotrofina em homens e foi considerada como um possível componente de uma pílula contraceptiva masculina. → Além disso, a inibina efetua uma retroalimentação negativa e seletiva sobre a secreção de FSH em homens e mulheres. → Nas mulheres, a progesterona e a testosterona realizam a retroalimentação negativa sobre a função gonadotrófica no hipotálamo e na hipófise. → Em baixas doses, o estrogênio também exerce retroalimentação negativa sobre a secreção de FSH e LH. Contudo, altos níveis de estrogênios mantidos por três dias causam um pico de LH e, em menor grau, secreção de FSH. → No hipotálamo, a amplitude e a frequência de pulsos de GnRH aumentam. Na hipófise, os altos níveis de estrogênios aumentam muito a sensibilidade do gonadotrofo ao GnRH, tanto por um aumento dos níveis do receptor de GnRH quanto por uma otimização sinalização pós receptor. ❖ SOMATOTROFOS = GH → É formado por 191 aminoacidos + 2 pontes de dissulfeto. → Tem uma estrutura similar a da prolactina, que tem 198 aminoacidos + 3 pontes de dissulfeto. → As ações do GH são: ▪ Efeito diabetogênico, já que aumenta a resistência insulina, fica mais difícil do músculo captar a glicose sérica. ▪ Aumento da síntese de proteínas ▪ Crescimento de órgãos ▪ Crescimento linear → O GH tem duas vias: ✓ ESTIMULANTE: o GnRH estimula a liberação de GH ✓ INIBITÓRIA: a somatostatina inibe o GH → Terá três alças de retroalimentação ✓ IGF inibe GH ✓ GH e IGF estimulam a secreção de somatostatina ✓ GnRH inibe a sua própria secreção ❖ LACTOTROFOS = PROLACTINA → Tem como ação o desenvolvimento das mamas, a lactogênese e a inibição da ovulação. → A prolactina é inibida pelo hipotálamo (tratos dopaminérgicos), por isso não há produção de leite sempre. → Além disso, a prolactina consegue fazer uma auto inibição, através da dopamina. → O TRH é estimulante! REFERÊNCIAS • BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. (Ed.). Fisiologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. • HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
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