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Diabetes Mellitus Gestacional (DMG)

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1 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ O Diabetes Mellitus Gestacional é o principal fator de risco para o 
desenvolvimento de Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) e Síndrome 
Metabólica 
➢ O DMG é a segunda comorbidade mais comum em gestantes, 
ficando apenas atrás da Hipertensão 
➢ O diagnóstico de DMG deve ser considerado uma prioridade 
mundial na saúde, objetivando diminuir a prevalência desses 
distúrbios metabólicos 
➢ O DMG é um relevante problema da atualidade, levando a maior 
risco de desfechos perinatais desfavoráveis, desenvolvimento de 
doenças futuras e aumento do número de obesos 
➢ Insulina (criada em 1922) → é o melhor tratamento para o 
Diabetes 
• Após o advento da insulina, houve uma melhora do 
prognóstico do DMG e uma redução das taxas de mortalidade 
materna 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ O DMG é um dos problemas mais comuns na gestação 
➢ Prevalência do DMG → 3 a 25% 
➢ 58% dos casos de Diabetes Mellitus prévio no Brasil ocorrem 
devido à má alimentação e aos modos de comer e viver da 
atualidade (obesidade) 
➢ Má alimentação e hábitos de vida incorretos: 
• 8 a 10% das pacientes com esses hábitos desenvolvem 
Diabetes Mellitus Gestacional: 
▪ Prevalência no mundo → 1 a 37,7% 
▪ Prevalência no Brasil → 18% 
➢ Filhos de pacientes com DMG → apresentam um risco maior de 
desenvolver obesidade, síndrome metabólica e diabetes na vida 
futura 
➢ O Diabetes Mellitus Gestacional é responsável por índices 
elevados de mortalidade perinatal: 
• Natimortalidade → bebê nasce morto 
• Ou o bebê pode nascer vivo e depois, devido aos 
descontroles metabólicos, acabar indo ao óbito 
➢ 1 em cada 6 nascimentos ocorrem em mulheres com alguma 
forma de hiperglicemia durante a gestação → desse valor, cerca 
de 84% ocorrem em mulheres com DMG 
DEFINIÇÕES 
➢ DIABETES MELLITUS (DM): 
• É o conjunto de distúrbios endócrinos caracterizados por 
hiperglicemia consequente à deficiência insulínica → tem 
como causa um ou mais dos seguintes fatores: 
▪ Produção pancreática reduzida de insulina 
▪ Liberação inadequada da insulina 
▪ Resistência periférica à insulina 
➢ DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG): 
• Tem-se dois conceitos: 
▪ Segundo o Ministério da Saúde (MS) → o DMG 
corresponde a uma mulher com hiperglicemia 
detectada pela primeira vez durante a gravidez, com 
níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem os 
critérios diagnósticos para Diabetes Mellitus (DM) 
▪ Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) → o 
DMG corresponde à intolerância dos carboidratos 
diagnosticada pela primeira vez durante a gestação e 
que pode ou não persistir após o parto 
➢ DIABETES MELLITUS DIAGNOSTICADO NA GESTAÇÃO (OVERT 
DIABETES): 
• Mulher sem diagnóstico prévio de DM, com hiperglicemia 
detectada na gravidez e com níveis glicêmicos sanguíneos 
que tingem os critérios da OMS para o DM na ausência de 
gestação 
• Ou seja, é quando a mulher é diagnosticada com um DM 
prévio durante a gestação 
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DO DIABETES MELLITUS (2016) 
➢ DIABETES MELLITUS TIPO 1 (DM1): 
• Decorre da destruição das células Beta, que, usualmente, 
leva à deficiência completa de insulina 
• Divide-se em: 
▪ DM1 Autoimune 
▪ DM1 Idiopático 
➢ DIABETES MELLITUS TIPO 2 (DM2): 
• Tem como causa graus variados de diminuição de secreção 
e resistência à insulina 
➢ DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) 
➢ OUTROS TIPOS ESPECÍFICOS: 
• Defeitos genéticos da função da célula beta 
• Defeitos genéticos da ação da insulina 
• Endocrinopatias 
• Indução por drogas ou produtos químicos 
• Infecções 
• Formas incomuns de diabetes imunomediado 
FATORES DE RISCO PARA O DIABETES GESTACIONAL 
➢ Antecedentes pessoais de alterações metabólicas: 
• Hemoglobina Glicada (HbA1c) ≥ 5,7% 
• Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) 
• Hipertrigliceridemia 
• Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) Crônica 
• Acantose Nigricans 
• Doença Cardiovascular Aterosclerótica 
• Uso de medicamentos hiperglicemiantes → principalmente 
o Corticoide 
➢ Idade ≥ 35 anos: 
• Há um aumento progressivo do risco com o avançar da idade 
➢ Sobrepeso/Obesidade (IMC ≥ 25 Kg/m2) ou ganho excessivo de 
peso na gestação atual 
➢ Deposição central excessiva de gordura corporal 
➢ História familiar de diabetes (em parentes de primeiro grau) 
➢ Polidrâmnio → geralmente, quando a mãe tem polidrâmnio é 
porque ela apresenta um provável diabetes gestacional 
descompensado ou alguma malformação 
 
 
2 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) 
Gizelle Felinto 
• Assim, quando se está diante de uma gestante com 
Polidrâmnio deve-se sempre investigar Diabetes gestacional 
➢ Crescimento fetal excessivo → Ex: bebê que cresce muito no 
intervalo entre uma consulta e outra 
➢ Hipertensão ou Pré-Eclâmpsia na gravidez atual 
➢ Antecedentes Obstétricos de: 
• Abortamento de repetição (≥ 2 perdas) 
• Malformações 
• Morte fetal ou neonatal sem causa determinada 
• Macrossomia fetal (bebês grandes) 
• Diabetes Mellitus Gestacional 
FISIOPATOLOGIA 
➢ Em uma gestação normal (sem risco de DMG): 
• Normalmente, a gestante apresenta um aumento da 
resistência à insulina, devido ao fato de que a placenta 
produz e secreta hormônios diabetogênicos, como: 
▪ Hormônio Lactogênico Placentário (hPL) → é o 
principal hormônio envolvido com o surgimento do 
Diabetes 
✓ É produzido pela placenta de forma crescente 
durante toda a gestação, exercendo forte 
antagonismo à ação da insulina (compete com a 
insulina endógena) 
✓ Porém, quando chega no final da gestação (final 
do terceiro trimestre), que é quando a placenta 
começa a diminuir seu papel, há uma diminuição 
da produção do hormônio lactogênico placentário 
▪ São produzidos pela placenta, sendo sintetizados em 
quantidades ascendentes, apresentando ação 
hiperglicemiante: 
▪ Estrogênio 
▪ Progesterona 
▪ Prolactina 
▪ Cortisol 
▪ Hormônio do crescimento 
➢ Até 12 semanas de gestação: 
• Quando a placenta vai produzindo os hormônios 
diabetogênicos e a gestante já apresenta diabetes prévio → 
ocorre uma hiperglicemia materna que exerce ação 
teratogênica sobre o feto, sendo fundamental o controle 
metabólico materno para que não ocorram malformações 
congênitas 
• As malformações decorrentes do diabetes ocorrem 
principalmente nas gestantes que têm diabetes prévio 
➢ Após 20 semanas de gestação: 
• É o período em que o bebê já está todo formado, sendo a 
partir desse período que ele vai apresentar o ganho de peso 
e o crescimento somático 
• Nesse período, ocorre uma aceleração do crescimento 
somático fetal. Assim, se há hiperglicemia materna, há 
hiperglicemia fetal 
➢ Quando já se tem uma hiperglicemia, ocorrerá uma hiperplasia 
das células beta do pâncreas fetal, levando a uma 
hiperinsulinemia. Assim, tanto o bebê recebe glicose (que passa 
para o bebê por difusão facilitada) quanto produz muita insulina. 
Dessa forma, isso leva a um aumento no anabolismo e, devido a 
isso, o pâncreas fetal, mesmo produzindo alta carga de insulina, 
não consegue suprir a quantidade de glicose que chega para o 
bebê, fazendo com que: 
• O bebê cresça muito (macrossomia) 
• Urine muito → por isso que ocorre o Polidrâmnio 
• A gestante tenha um diabetes descompensado 
➢ COMPORTAMENTO DO DIABETES NA GESTAÇÃO: 
• Primeiro Trimestre: 
▪ Mesmo a gestante tendo uma alta carga de glicose, 
devido à hiperplasia das células beta do pâncreas e à 
produção dos hormônios placentários essa gestante 
pode apresentar Hipoglicemia. Assim, há uma 
diminuição da necessidade de insulina 
▪ Devido ao fato de no primeiro trimestre da gestação 
ocorrer essa hipoglicemia, muitas vezes, o diagnóstico 
de Diabetes Mellitus Gestacional não ocorre no 
primeiro trimestre, só se essa gestante já for diabética 
prévia 
• Segundo Trimestre: 
▪ Devido ao fato de os hormônios placentários 
(diabetogênicos) levarem a um estado hiperglicêmico, 
ocorre umarápida elevação das necessidades de 
insulina que, se não for compensada, haverá uma 
tendência à Cetose e à Cetoacidose 
• Terceiro Trimestre: 
▪ No terceiro trimestre a placenta começa a envelhecer 
▪ No início do 3º trimestre → há o aumento nas 
necessidades de insulina e uma maior prevalência de 
cetose e cetoacidose 
▪ Próximo ao termo (ao parto) → os hormônios 
diabetogênicos diminuem sua produção. Assim, tem-se 
uma tendência à estabilização do diabetes e até mesmo 
à hipoglicemia, devido a esse envelhecimento da 
placenta 
• Puerpério: 
▪ Ocorre uma queda brusca das necessidades de 
insulina, pois há a retirada da placenta, deixando-se de 
produzir os hormônios diabetogênicos, fazendo com 
que o pâncreas se estabilize e haja uma necessidade 
menor da produção de insulina 
• Resumindo → toda essa fisiopatologia do Diabetes Mellitus 
Gestacional ocorre devido à placenta. Assim, a placenta 
começa a crescer e a produzir os hormônios diabetogênicos 
e o pâncreas, por sua vez, começa a produzir insulina. 
Porém, muitas vezes, um desequilíbrio ocorre devido ao fato 
de que a quantidade de hormônios produzidos pela placenta 
é maior do que a quantidade de insulina produzida pelo 
pâncreas, fazendo com que haja a necessidade de haver a 
produção ou o fornecimento de insulina exógeno para tentar 
equilibrar esse quadro. Caso não se tente equilibrar essas 
alterações, a glicose produzida em decorrência dos 
hormônios diabetogênicos da placenta junto à glicose 
 
 
3 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) 
Gizelle Felinto 
produzida pela mãe passam, por difusão facilitada, para o 
feto, que não tem pâncreas suficiente para produzir insulina. 
Assim, o bebê pode crescer bastante e aumentar sua 
diurese, tendo como consequências, respectivamente, a 
macrossomia e o polidrâmnio 
COMPLICAÇÕES DO DIABETES GESTACIONAL 
➢ Macrossomia Fetal: 
• O bebê é grande e apresenta ombros largos 
• Assim, caso nasça de parto normal, esses bebês podem ter 
distocia de ombro (quando sai a cabeça pelo canal e o ombro 
fica), sendo necessário fazer algumas manobras para que 
esse ombro passe pelo canal 
• Muitas vezes, esses bebês nascem com sequelas, 
principalmente hipóxia 
➢ Morte fetal de causa desconhecida: 
• Exemplo: quando o bebê estava bem, mas, de um dia para o 
outro, a gestante chega afirmando que o bebê não está se 
mexendo. Assim, quando o médico verifica, realmente 
ocorreu o óbito fetal 
• Isso ocorre porque há uma cetoacidose e, 
consequentemente, uma hipoglicemia e deixa-se de passar 
oxigênio para o feto, causando essa morte fetal 
➢ Parto prematuro: 
• Ocorre principalmente devido à Sobredistensão Uterina 
(que é o Polidrâmnio) e também pela macrossomia fetal, 
pois, muitas vezes, o útero não suporta mais essa carga, 
não havendo espaço para que ele distenda, fazendo com que 
essa gestante entre em trabalho de parto e o bebê nasça 
prematuro 
• Esse polidrâmnio ocorre devido à hipoglicemia e, 
consequentemente, uma das queixas do diabetes 
descompensado é a poliuria e a polidipsia 
➢ Hipoglicemia neonatal: 
• Quando o bebê nasce, não há mais a placenta para lhe dar 
suporte. Assim, quando se corta o cordão umbilical, o bebê 
tem altas taxas de insulina (hiperinsulinemia), pois o seu 
pâncreas já está acostumado com essa grande produção, e 
a glicose que ele recebia da mãe não será mais recebida. 
Devido a isso, esse bebê apresentará hipoglicemia 
➢ Síndrome da Angústia Respiratória (SAR): 
• Ocorre devido ao fato de os bebês de mães diabéticas terem 
uma diminuição da produção de Sulfactante no 3º trimestre, 
fazendo com que eles tenham a Síndrome da Angústia 
Respiratória 
➢ Hipocalcemia 
➢ Hipomagnesemia 
➢ Hiperbilirrubinemia 
➢ Obesidade e Diabetes tipo 2 para crianças a médio e longo prazo: 
• Além disso, as mães com diabetes gestacional também 
podem desenvolver Diabetes Mellitus tipo 2 
➢ Malformação fetal (cardíaca, anencefalia, espinha bífida, agenesia 
sacral, artrogripose): 
• Principalmente em gestantes com diabetes prévio 
• Malformações Cardíacas → Ex: Comunicação Interatrial 
(CIA), Comunicação Interventricular (CIV), Coarctação de 
Aorta... 
• Anencefalia → pode ocorrer devido ao diabetes ou à 
deficiência de ácido fólico 
• Agenesia Sacral → também chamada de Síndrome de 
Regressão do Tubo Caudal (esses bebês não têm os 
membros inferiores) 
DIAGNÓSTICO 
➢ CONSIDERAÇÕES GERAIS: 
• “A investigação de DMG deve ser realizada em todas as 
gestantes sem diagnóstico prévio de Diabetes Mellitus” 
• “A utilização de fatores de risco como forma de 
rastreamento apresenta baixa sensibilidade” 
• Muitas vezes, as gestantes diabéticas não querem fazer o 
tratamento, pois um dos princípios do tratamento é a 
mudança alimentar (menor ingestão de açúcares), e as 
gestantes acreditam que fazer dieta e diminuir essa ingesta 
de açúcar faz com que os bebês nasçam desnutridos, por 
exemplo 
• Antigamente, cada Estado tinha um protocolo diferente em 
relação ao diagnóstico do DMG, fazendo com que, muitas 
vezes, uma gestante de um Estado fosse diagnosticada com 
diabetes, mas, quando utilizado o protocolo de outro Estado, 
ela não apresentava diabetes gestacional. Devido a essas 
disparidades, viu-se a necessidade de realizar um protocolo 
para todo o país, que tivesse testes com melhor 
sensibilidade e especificidade, além de uma boa viabilidade 
financeira e disponibilidade técnica 
• Assim, foi criando um protocolo para todo o Brasil em 2017 
→ Protocolo Febrasgo, Ministério da Saúde, Organização 
Pan-Americana da Saúde e Sociedade Brasileira de Diabetes 
➢ PROTOCOLO 2017: 
• Glicemia de Jejum (GJ): 
▪ Toda gestante até 20 semanas de gestação deve 
realizar. Assim, a glicemia de jejum deve ser solicitada 
já na primeira consulta pré-natal 
▪ GJ < 92 mg/dL → realizar Teste Oral de Tolerância à 
Glicose (TOTG) com 75g de glicose anidra (o ideal é que 
seja feito entre a 24ª e a 28ª semana de gestação) 
 
Macrossomia Fetal 
 
Anencefalia 
 
Artrogripose 
 
Regressão do tubo caudal 
 
 
4 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) 
Gizelle Felinto 
▪ GJ ≥ 92 mg/dL e < 126 mg/dL → Diabetes Mellitus 
Gestacional (DMG) 
▪ GJ ≥ 126 mg/dL → Diabetes Mellitus prévio 
• Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG): 
▪ Com Glicose Anidra ou Dextrosol: 
✓ É preferível o uso da glicose anidra, pois tem 
melhor absorção e a gestante vomita menos 
▪ Deve-se solicitar quando a Glicemia de jejum for menor 
que 92 mg/dL 
▪ O ideal é que seja solicitado entre a 24ª e a 28ª semana 
de gestação 
✓ Porém, isso não significa dizer que o TOTG não 
pode ser solicitado após a 28ª semana, por 
exemplo 
✓ Pode-se solicitar em qualquer momento, mas o 
ideal é entre 24 e 28 semanas 
▪ Se o início do pré-natal for tardio (acima de 20 
semanas) e a gestante não fez Glicemia de Jejum → 
aguarda-se até que ela chegue às 24 semanas para 
que se realize o TOTG 
▪ Como é feito → colhe-se a glicemia da paciente 3 
vezes 
1. Em jejum → o valor para o diagnóstico de DMG é 
entre 92 e 126 mg/dL 
2. 1 hora após a glicose anidra → o valor para o 
diagnóstico de DMG é ≥ 180 mg/dL 
3. 2 horas após a glicose anidra → o valor para o 
diagnóstico de DMG deve ser ≥ 153 e ≤ 199 mg/dL 
▪ Para o diagnóstico: 
✓ 1 valor de glicemia alterado → Diabetes Mellitus 
Gestacional 
✓ Glicemia de Jejum ≥ 126 mg/dL ou 2ª hora com 
valor de glicemia alterado (≥ 200 mg/dL) → 
Diabetes Mellitus prévio 
SEGUIMENTO APÓS O DIAGNÓSTICO DE DIABETES 
➢ ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL: 
• Encaminhar para o: 
▪ Serviço de referência 
▪ Nutricionista → orientar a dieta 
▪ Endocrinologista → acompanhamento do Diabetes 
• Antes de encaminhar para os serviços de referência, o 
médico da UBS já pode fazer algumas orientações para a 
paciente: 
▪ Diminuição do consumo de carboidratos e açúcares 
• Orientar, até 12 semanas de gestação, o uso de: 
 ÁCIDO FÓLICO → pois algumas malformaçõesque 
ocorrem pela deficiência de ácido fólico também 
ocorrem em decorrência do diabetes descompensado 
• O pré-natal deve ser compartilhado → tanto no de alto 
risco quanto no de risco habitual 
• Número de consultas: 
▪ Consultas quinzenais → até a 32ª semana 
▪ Consultas semanais → da 32ª semana até o parto 
 
• Primeiro Trimestre → solicitar: 
▪ Ultrassonografia (com 12 semanas de gestação): 
✓ Avalia a Transluscência Nucal (TN) e as 
malformações fetais 
• Segundo Trimestre → solicitar: 
▪ Ultrassonografia Morfológica (entre 20 e 24 semanas) 
▪ Doppler Fetal (na 26ª semana): 
✓ Pois se a paciente for Diabética prévia, ela pode 
ter vasculopatias. Por isso que também se 
solicita o doppler fetal 
▪ Ecocardiograma fetal (entre a 24ª e a 28ª semana): 
✓ Não se esquecer de solicitar o ECO fetal, 
principalmente se a paciente for diabética prévia 
✓ Avalia se existe ou não uma malformação 
cardíaca 
✓ Não é disponibilizado para todas as gestantes 
diabéticas pelo SUS! → assim, solicita-se apenas 
para a gestantes que são diabéticas prévias. E, 
mesmo assim, é necessário internar essas 
pacientes para que se possa realizar esse ECO 
fetal, pois ambulatorialmente o SUS não cobre 
• Terceiro Trimestre → solicitar: 
▪ Ultrassonografia: 
✓ Deve ser realizada mensalmente até o parto 
✓ Principalmente para avaliar a quantidade de 
líquido amniótico e o peso fetal 
▪ Mobilograma (a partir de 28 semanas) → registra os 
movimentos fetais 
• MONITORIZAÇÃO GLICÊMICA (padrão-ouro): 
▪ É o método padrão-ouro para o seguimento da gestante 
diabética 
▪ Essa monitorização é feita por meio da Glicemia Capilar 
(HGT), fazendo-se o Mapa Glicêmico 
▪ Faz-se uma solicitação para que a gestante consiga 
pegar o glicosimetro pelo SUS. Porém, a depender da 
cidade, ela tem que comprar as agulhas e fitas (esse é 
o grande problema, pois as fitas são caras) 
▪ Glicemia Capilar (HGT) → Mapa Glicêmico 
✓ Deve ser feita 30 minutos antes do 
café/almoço/jantar e 1 hora ou 2 horas após o 
café/almoço/jantar 
o Porém, se a gestante não tiver condições de 
medir essas 6 vezes → pede-se para que ela 
faça a medição 2 vezes (uma em jejum e uma 
1 horas após a refeição) 
✓ Valores esperados para o controle glicêmico: 
o Antes das refeições → até 95 mg/dL 
o 1 hora após as refeições → até 140 mg/dL 
o 2 horas após as refeições → até 120 mg/dL 
• UROCULTURA → Deve ser realizada nos três trimestres da 
gestação (no 1º, 2º e 3º trimestre) 
➢ INTERNAÇÃO HOSPITALAR: 
• Indicação → quando não houver controle glicêmico 
adequado (mapa glicêmico com mais de 30% dos valores 
alterados) 
 
 
5 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) 
Gizelle Felinto 
• Deve ser internada na enfermaria, para que seja feito esse 
controle glicêmico 
TRATAMENTO 
➢ O tratamento baseia-se no seguinte: 
1. Dieta + Exercícios Físicos + Mapa Glicêmico → após 2 
semanas, deve-se a avaliar se houve controle glicêmico 
2. Tratamento Medicamentoso → deve ser iniciado quando, 
após 2 semanas de dieta e exercícios físicos, não houver 
controle da glicemia 
➢ DIETA: 
• A gestante deve ingerir apenas: 
▪ 40 a 45% de carboidratos 
▪ 15 a 20% de proteínas 
▪ 30 a 40% de gorduras 
• Ganho de peso adequado → 300 a 400 g/semana 
• Deve haver um bom controle metabólico 
• Índice de Massa Corpórea (IMC) da gestante e o ideal de peso 
que ela deve ganhar durante a gestação: 
▪ IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m2 → 11,5 a 16 kg 
▪ IMC ≥ 30 kg/m2 → 5 a 9kg 
• Adoçantes artificiais → é preferível que não faça uso, mas 
em gestantes que insistem no uso do açúcar, pode-se 
substituí-lo por adoçantes como: 
▪ Aspartame, Acessulfame-K ou Sucralose (Classe B) 
▪ Sacarina ou Ciclamato (Classe C) → são mais baratos, 
mas é melhor que ela faça uso dos classe B 
➢ EXERCÍCIOS FÍSICOS: 
• Deve-se estimular a prática de exercícios físicos 
• O ideal é que sejam feitos durante 30 minutos diários (ou 3 
vezes por semana), após as refeições principais 
• Porém, deve-se respeitar as contraindicações obstétricas: 
▪ Exemplo: paciente diabética com gestação gemelar que 
deseja andar de bicicleta → ela não pode realizar esse 
tipo de exercício 
▪ Exemplo: gestante diabética com insuficiência 
istmocervical → ela não pode fazer exercícios físicos, 
pois o esforço pode fazer com que ela entre em 
trabalho de parto prematuro 
▪ Exemplo: gestante que fazia crossfit → ela pode 
continuar fazendo, desde que não sejam exercícios de 
forte impacto. Assim, deve-se substituir esses 
exercícios mais pesados por alguns mais leves 
➢ MONITORAMENTO DA GLICEMIA CAPILAR: 
• O ideal é que seja feito 4 a 7 vezes ao dia pré e pós prandiais, 
principalmente nas gestantes que usam insulina 
• Se, após 2 semanas de dieta e exercícios físicos, não houver 
bom controle glicêmico (mapa glicêmico mais de 30% dos 
valores alterados) → iniciar o tratamento farmacológico 
➢ TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: 
 INSULINA: 
▪ É a principal droga de escolha 
▪ Dose inicial: 
✓ 0,3 a 0,5 UI/Kg/dia 
▪ Tipos que podem ser utilizados: 
✓ Insulina NPH: 
o É a principal a ser utilizada 
✓ Insulina de ação Rápida (NovoRapid®): 
o Pode ser utilizada como alternativa à 
insulina NPH 
✓ Análogos da insulina: 
o Asparte 
o Lispro 
o Detemir 
✓ Insulina Regular → seu uso é reservado para os 
picos hiperglicêmicos 
 METFORMINA: 
▪ Não é a droga de primeira escolha, mas pode sim ser 
utilizada 
▪ Estudos não mostram que a metformina tem efeitos 
deletérios 
▪ Indicações: 
✓ Quando a gestante é diabética prévia e já faz uso 
de Metformina 
✓ Quando a gestante não deseja usar a insulina 
✓ Quando a gestante não sabe aplicar e não tem 
quem aplique a insulina 
✓ Nos casos em que a gestante não tem acesso à 
insulina 
 GLIBENCLAMIDA: 
▪ Seu uso ainda não foi autorizado pelo Ministério da 
Saúde 
▪ Pode causar: 
✓ Hipoglicemia neonatal 
✓ Maior ganho de peso materno 
✓ Maior ganho de peso neonatal 
✓ Macrossomia 
PARTO 
➢ CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
• 80 a 90% dos casos de Diabetes Mellitus Gestacional podem 
ser tratados apenas com a dieta, conseguindo-se chegar até 
o termo com essa gestação 
• Quando se tem uma gestante diabética em tratamento, não 
se deve esperar que ela entre em trabalho de parto 
espontaneamente. Assim, não é possível levar essa gestação 
até 41 a 42 semanas, por exemplo, pois, com o 
envelhecimento da placenta, ocorre uma diminuição dos 
hormônios diabetogênicos (principalmente do hormônio 
lactogênico placentário), havendo, assim, uma probabilidade 
de ocorrer uma diminuição da produção da glicose. Porém, 
o organismo está acostumado a uma grande produção de 
insulina (hiperinsulinemia). Dessa forma, nessas últimas 
semanas do terceiro trimestre o bebê começa a apresentar 
hipoglicemia e, consequentemente, pode vir a óbito. É por 
isso tudo que existe uma idade gestacional determinada para 
que a mulher venha a ter o seu bebê 
➢ Atenção → NÃO se indica cesariana para toda Gestante Diabética. 
A via de parto é uma decisão obstétrica! 
 
 
6 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL (DMG) 
Gizelle Felinto 
➢ IDADE GESTACIONAL DETERMINADA PARA O PARTO DE ACORDO COM 
O QUADRO CLÍNICO DE CADA GESTANTE: 
• 37 semanas de gestação: 
▪ Diabetes Mellitus Prévio Descompensado (Ex: com 
polidrâmnio e macrossomia) 
▪ Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) descompensado 
(Ex: com polidrâmnio e macrossomia) 
• 38 semanas: 
▪ Diabetes Mellitus Prévio 
▪ Diabetes Mellitus Gestacional em uso de Insulina 
• 39 a 40 semanas: 
▪ Diabetes Mellitus apenas com dieta 
➢ PARTO DE INÍCIO ESPONTÂNEO → quando a gestante diabética 
chega ao hospital com trabalho de parto espontâneo, deve-se 
realizar as seguintes condutas: 
• Manter acesso venoso com infusão contínua de glicose 
• Monitorar a glicemia a cada hora: 
▪ Os níveis devem permanecer entre 70 e 140 mg/dL 
➢ CESARIANA: 
• Indicações de cesariana em mães diabéticas: 
▪ Bebê macrossômico (devidoao risco de distocia de 
ombro) 
▪ Diabetes descompensado ao ponto de causar uma 
macrossomia ou um parto pélvico, por exemplo 
▪ Gestante diabética que apresenta outra comorbidade 
que necessita da realização de uma cesárea 
• Cesárea programada: 
▪ Deve-se suspender a insulina NPH 
▪ Deixar a paciente em jejum 
▪ Infundir solução de Glicose a 5 ou 10% endovenosa 
▪ Monitorar a glicemia capilar a cada hora → deve ficar 
entre 70 e 140 mg/dL 
PÓS-PARTO 
➢ Características gerais: 
• Mesmo após o parto ainda se deve ter cuidados com essa 
paciente, principalmente se ela for diabética prévia 
➢ DIABETES MELLITUS GESTACIONAL → em gestantes que tiveram 
apenas a diabetes gestacional (não eram diabéticas prévias), 
pode-se: 
• Liberar a dieta para diabético já no primeiro dia pós-parto. 
Porém, essa dieta tem que ser saudável 
✓ Iniciar primeiramente o consumo de alimentos mais 
leves (Ex: não se alimentar logo no primeiro dia com um 
pote de doce de leite) 
✓ Introduzir o açúcar aos poucos 
• Monitorizar a Glicemia Capilar ainda nas primeiras 24h do 
pós-parto 
• Estimular o aleitamento materno por mais de 3 meses 
• Realizar Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) 6 
semanas após o parto: 
▪ TOTG alterado → tratar paciente como diabética 
prévia 
▪ TOTG normal → realizar Glicemia de Jejum anualmente 
• Orientar as pacientes com DMG de que elas podem 
desenvolver Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) futuramente 
▪ 15 a 50% das mulheres com Diabetes Mellitus 
Gestacional desenvolvem diabetes ou intolerância à 
glicose após a gestação 
▪ Assim, para evitar o DM2, mulheres com DMG devem ser 
orientadas a: 
✓ Reduzir o peso corporal 
✓ Manter atividades físicas regulares 
✓ Evitar contraceptivos a base de progesterona 
• Em pacientes que continuarem apresentando intolerância à 
glicose está indicado o uso de METFORMINA

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