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POLISSACARÍDEOS BIBLIOGRAFIA BÁSICA 1. PHILIPS, G.O. & de WILLIAMS, P.A. Handbook of hydrocolloids CRC Press; 2000. 2. SOLOMONS, T.W.G. Química Orgânica, Vol 1, 9ª Ed., LTC Editora, 2009. 3. CHANG, R. Físico-Química Para as Ciências Químicas e Biológicas, Vol. 2, 3ª Ed., McGraw-Hill Ed., 2010. 4. LEHNINGER, A.L. Princípios da Bioquímica, 4ª Ed., São Paulo: Sarvier, 2006. Curso de Graduação em Farmácia I- DEFINIÇÕES GERAIS • Polissacarídeos São macromoléculas orgânicas produzidas por quase todos os organismos vivos onde exercem várias funções, muitas das quais ainda não estão bem esclarecidas. O termo sacarídeo é derivado do grego sakcharon que significa açúcar. Estes polímeros, formados pela condensação de monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas, são moléculas de alta massa molecular, o que proporciona diferentes propriedades físico-químicas. Os polissacarídeos podem ser encontrados como cadeias lineares ou ramificadas, com diferentes espécies de monossacarídeos, formando diferentes configurações, entretanto, raramente são encontrados sob forma de cadeias cíclicas. (Fonte: Bikales & Menges, Bobio & Bobio, 1995) • Hidrocolóides Esse termo refere-se a uma faixa de polissacarídeos e proteínas que são largamente usados em vários segmentos industriais com diferentes funções ou desempenhos tais como: espessante, gelificante, estabilizante, emulsificante, dispersante, inibidores da formação de cristal (gelo e açúcar), controle na liberação de ‘flavour’ ou drogas, entre outros. (Fonte: Philips & Williams, 2000) • Goma Esse termo é originário do grego kúmmi e do latim gummi, a palavra tem sua origem no Egito, onde começou a ser usada para denominar originalmente os exsudatos vegetais, que são produzidos por qualquer tipo de corte ou ferimento no tecido vegetal com a finalidade de proteger a planta do ataque direto de insetos ou microorganismos. Há quatro mil anos, os egípcios denominaram kammi, a goma arábica que era utilizada como estabilizante de pigmentos minerais em tintas. • Biopolímeros Incluem todas moléculas poliméricas que ocorrem naturalmente, como por exemplo: polipeptídeos e proteínas, ácidos nucleicos ou polinucleotídeos e polissacarídeos. Biopolímeros industriais são obtidos através da polimerização por condensação. O termo biopolímero também é aplicado a polímeros sintéticos preparados com o mesmo monômero ou um monômero similar ao usado nos polímeros naturais. I- CARBOIDRATOS Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais abundantes da natureza. Constituem ¾ da massa seca de todas as plantas (grãos, verduras, hortaliças). São produzidos pelas plantas verdes na fotossíntese a partir da H2O, CO2 e luz solar. A energia é armazenada nas suas ligações químicas. Os carboidratos obtidos na natureza são normalmente a celulose e a sacarose, e com maior frequência o amido. Dos quais por hidrólise são obtidas a glicose e a frutose. As moléculas dos carboidratos são constituídas por C, H e O, na seguinte fórmula geral: Cn(H2O)m. São classificados em monossacarídeos, oligossacarídeos (dissacarídeos) e polissacarídeos. • Monossacarídeos São carboidratos simples, possuem cadeia não ramificada, e não podem ser hidrolisados. A fórmula geral dos monossacarídeos: Cn(H2O)m (onde n=m). São chamados de polihidroxialdeídos (aldoses), ou polihidroxicetonas (cetoses) conforme o grupo funcional que apresentam (aldeído: O=C-H, cetona: C=O) e são classificados de acordo com o número de átomos de carbono que contém. Os monossacarídeos presentes nos alimentos apresentam normalmente 6 carbonos. Na realidade, a carbonila dos monossacarídeos não é encontrada livre como mostrado nas figuras anteriores (estruturas abertas), mas sim combinada com uma das hidroxilas da mesma molécula em uma ligação hemiacetálica, formando os anéis representados por estruturas cíclicas. Portanto, a ligação hemiacetálica é uma ligação intramolecular que ocorre entre o carbono da carbonila (carbono anomérico) com uma das hidroxilas nos monossacarídeos, formando uma estrutura cíclica (principais: anel furanosídico e anel piranosídico). • Dissacarídeos São dois monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. Ex: sacarose (glicose + frutose), maltose (glicose + glicose), lactose (glicose + galactose). A Ligação glicosídica é formada entre o grupo hidroxila (anomérico ou redutor) de um átomo de carbono anomérico com um grupo hidroxila de outra molécula, com eliminação de uma molécula de água (H2O). As ligações glicosídicas são, portanto, ligações intermoleculares (ocorre entre duas moléculas diferentes). O produto resultante da ligação glicosídica é um glicosídeo. Quando o glicosídeo é formado por 2 monossacarídeos temos os dissacarídeos. • Oligossacarídeos São glicosídeos que contêm de 3 a 10 unidades de monossacarídeos, unidos por ligações glicosídicas (alguns autores consideram os dissacarídeos como oligossacarídeos). Os oligossacarídeos são considerados alimentos prebióticos, ou seja, são alimentos não digeríveis, como as fibras, que beneficiam o estímulo seletivo, crescimento e a atividade das bactérias do cólon intestinal. A ingestão de prebióticos estimula o aumento (crescimento) das bifidobactérias presentes no organismo. Exemplos de oligossacarídeos: frutoligossacarídeos e inulina. • Polissacarídeos Os polissacarídeos (ou glicanos) são formados por longas cadeias de unidades de monossacarídeos unidas entre si por ligações glicosídicas. São, portanto, substâncias de alto peso molecular que podem chegar (em alguns casos) a milhões. Podem ser de cadeia linear ou ramificada, raramente cíclica. Polissacarídeos podem ser hidrolizados parcial ou totalmente por ácidos ou enzimas, resultando em oligossacarídeos e monossacarídeos. A análise desses resíduos formados na hidrólise proporciona informações sobre a sequência e posição dos monossacarídeos, bem como, o tipo de ligações entre eles. Polissacarídeos de menor peso molecular são na sua maioria solúveis em água, e a solubilidade diminui com o aumento do peso molecular e com a maior ou menor facilidade com que as moléculas desses compostos se associam à outras. A maior solubilidade se deve a maior facilidade de hidratação. Os polissacarídeos mais insolúveis são aqueles encontrados nas paredes celulares e que desempenham função estrutural. Os polissacarídeos se encontram amplamente distribuídos na natureza e possuem grande importância por desempenharem funções como: • Materiais estruturais (nos vegetais: celulose, hemicelulose e pectina; nos animais: quitina) • Substâncias de reserva (nos vegetais: principalmente o amido; nos animais: glicogênio) • Substâncias capazes de reter água (nos vegetais: ágar, pectinas e alginatos) Os polissacarídeos são classificados como: • Homopolissacarídeos (homoglicanos): contêm apenas um tipo de monossacarídeo. Ex: amido, celulose e glicogênio. • Heteropolissacarídeos (heteroglicanos): formados por dois ou mais tipos de diferentes de monossacarídeos. Ex: ácido hialurônico, heparina. AMIDO O amido é a fonte de reserva mais importante nos vegetais e pode ser encontrado em raízes, sementes e tubérculos. São fontes de amido: milho, arroz, batata, mandioca, feijão, trigo e outras. Os diferentes amidos apresentam diferentes funções e são utilizados na indústria de alimentos com diferentes propósitos, como: nutricional, tecnológico, funcional, sensorial e estético. O amido é um homopolissacrídeo depositado nos cloroplastos das células. O amido ocorre na forma de grânulos, de formato arredondado e irregular, variando bastante em tamanho (2 a 100m). A forma e o tamanho dos grânulos são característicos de cada espécie de planta e são úteis para identificar a origem de um amido ou de uma farinha. O amido é constituído por uma mistura de dois polissacarídeos, a amilose e a amilopectina, em proporções que variam com a espécie e o grau de maturação. No grânulo de amido, a mistura de moléculas lineares (amilose) e ramificadas (amilopectina) estão associadas emparalelo, ou seja, as cadeias lineares e ramificadas são mantidas juntas por ligações de hidrogênio, resultando em regiões cristalinas e amorfas (micelas). CELULOSE É a substância orgânica mais abundante na natureza, e assim como os outros materiais fibrosos, é resistente às enzimas digestivas humanas, não sendo digerida. Um de seus papéis é ajudar no bom funcionamento do intestino, formando o bolo fecal. É encontrada exclusivamente nas plantas e compreende a parte estrutural das folhas, caules, raízes, sementes e cascas de frutas. DIFERENÇA ENTRE AMIDO E CELULOSE FONTES DE POLISSACARÍDEOS CLASSIFICAÇÃO DOS POLISSACARÍDEOS NUCLEOTÍDEOS/POLINUCLEOTÍDEOS Ácidos nucleicos são polinucleotídeos, ou seja, polímeros de condensação de monômeros nucleotídeos. O nucleotídeo é formado por um sistema de três componentes, isto é, uma combinação de açúcar, fosfato e base nitrogenada. Um exemplo de nucleotídeo de alta importância biológica é o ATP (Trifosfato de adenina), pois é o portador primário de energia da célula. Esta molécula tem um papel chave no metabolismo da energia, pois a maioria das reações metabólicas que requerem energia está acoplada a hidrólise desse nucleotídeo. Muitos polinucleotídeos são sintetizados de maneira microbiológica ou enzimática, porem a síntese química também é possível. São exemplos de polinucleotídeos: RNA e DNA. PROPRIEDADES FUNCIONAIS DOS AÇÚCARES EM ALIMENTOS 1) Ligação com água É uma das principais propriedades dos carboidratos e ocorre pelo fato destes possuírem grande quantidade de hidroxilas capazes de formar pontes de hidrogênio com a água. A capacidade dos açúcares se ligarem com a água varia em função da estrutura do carboidrato. Monossacarídeos possuem maior capacidade de ligar com água. 2) Higroscopicidade Os carboidratos (em especial os monossacarídeos) são higroscópicos, ou seja, em função do fato de serem capazes de ligar com a água através de suas hidroxilas, absorvem água do ar atmosférico. A frutose é o monossacarídeo mais higroscópico. O fato da frutose absorver mais água do ambiente do que a glicose, apesar de ambos possuírem o mesmo número de hidroxilas, é atribuído à maior disponibilidade das hidroxilas da frutose. A higroscopicidade da frutose é responsável pela característica de pegajosidade em alimentos ricos nesse açúcar. 3) Umectância Como os carboidratos se ligam com a água do alimento, eles são capazes de controlar a atividade de água (aw) do mesmo. A habilidade de ligar água no alimento é denominada umectância. Dependo do produto alimentício, pode ser desejável limitar a entrada e/ou saída de água do alimento, como no caso das geleias e doces. O uso de altas concentrações de açúcar nestes produtos reduz a atividade de água e aumenta a vida de prateleira. 4) Texturização Os carboidratos também apresentam a propriedade de alterar a textura dos alimentos e por isso, são considerados texturizantes. Essa propriedade decorre da elevada solubilidade dos açúcares em água. Os efeitos estruturais dos açúcares nos alimentos dependem do seu estado físico, de suas interações com a água, bem como, da concentração de açúcar empregada. Os açúcares quando adicionados em altas concentrações podem conferir aos alimentos consistência de sólido e transparência ou podem cristalizar. 5) Doçura – Poder edulcorante A doçura de alguns monossacarídeos e dissacarídeos é uma de suas propriedades funcionais mais reconhecidas, mais agradáveis e de grande importância nos alimentos. A intensidade de sabor doce de um alimento varia com os açúcares presentes, assim como, com suas concentrações. A doçura dos carboidratos é conhecida como poder edulcorante. O açúcar considerado como padrão de doçura é a sacarose, ao qual se atribui o valor de doçura relativo a 100. MERCADO BRASILEIRO O incremento de 2003 para 2007 foi de 45% para a exportação, contra 69% da importação. O preço médio do produto importado em 2007 foi 4,1 US$/kg e do exportado 2,3 US$/kg. Em 2008, as importações de polissacarídeos cresceram e chegaram a 142 mi US$, mas as exportações diminuíram (68 mi US$). O país importa cada vez mais polissacarídeos do que exporta e a um custo médio superior. A quantidade de amido importada foi de 13 mil ton/5 anos, maior do que a quantidade de todos os outros polissacarídeos, exceto metil-, etil-, propil- celulose, e CMC e seus sais. O relativo baixo preço do amido é responsável por esse comportamento. Comportamento semelhante é o da goma guar, embora em menor proporção. No sentido inverso estão a pectina e os polissacarídeos de algas, cujo preço deve ser superior ao da média dos demais. Os polissacarídeos foram agrupados por origem para facilitar a análise da evolução no período, e escolhidos aqueles com maior contribuição para a pauta de importação do segmento. Os grupos foram os seguintes: grupo de algas (ácido algínico, carragenana e ágar), grupo de gomas de sementes e exsudadas (alfarroba, guar, goma arábica e outros vegetais), grupo de origem microbiológica (dextrana e xantana) e de CMC e seus sais. Heparina - por ser a única de origem animal, e o metil-, etil-, propil- celulose - pela sua grande contribuição, foram tratados individualmente. A exportação de pectina destaca-se de 2001 a 2008, tendo sido a que mais cresceu de 2007 a 2008. As exportações de celulose e de CMC, que vinham em tendência crescente, ficaram mantidas em 2008. A exportação de polissacarídeos de algas é irrisória ao longo do período. Amido e, especialmente, metil-, etil-, propil- celulose, foram menos exportados em 2008, tendo sido responsáveis pelo maior déficit do segmento em 2008. Heparina, que não vinha apresentando grandes variações ao longo da década, foi mais exportada no último ano. MERCADO MUNDIAL Os preços dos produtos exportados são diferentes dos praticados na importação. O destaque é para a heparina, cujo preço de exportação, tanto em 2007 como em 2008, foi muito superior ao de importação. Na mesma tendência estão os polissacarídeos de algas e CMC. O preço do amido depende da origem. O Brasil exporta, fundamentalmente, amido de milho e importa tanto amido de milho, como de trigo. FENOMENOS FISICO-QUÍMICOS 1. GELATINIZAÇÃO As suspensões de amido, quando são aquecidas na sua faixa de temperatura de gelatinização, ou acima desta, perdem a orientação da molécula devido à quebra da estrutura cristalina do grânulo, esse fenômeno é denominado gelatinização. Durante o fenômeno de gelatinização, o grânulo de amido se rompe, liberando as cadeias curtas de amilose, gerando espaços vazios dentro do grânulo que passam a ser ocupados pela água, resultando em um sistema formado por uma fase rica em amilose (dispersa na solução) e grânulos inchados e parcialmente desintegrados de amido, constituídos principalmente de cadeias de amilopectina. A gelatinização pode ser caracterizada por um evento endotérmica obtida através de Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), pela perda da birrefringência, observada usando-se microscopia de luz polarizada (perda da cruz de malta) e pelo desaparecimento da cristalinidade evidenciada pela difração de raio X. A temperatura de gelatinização depende do cereal de origem do amido e pode ser influenciada por diversos fatores: teor de agua presente no meio (↑quantidade de água, ↓temperatura); pH do meio (na faixa de 5-7, sem alterações significativas); presença de sais (dependente da concentração) e de ácidos graxos (reprimem o inchaço do granulo) 2. GELIFICAÇÃO A gelificação tem origem na formação de uma rede cristalina tridimensional (crosslink – reticulação), isto é, na criação de uma estrutura sólida contínua num meio solvente, onde as macromoléculas são interligadas por zonas limitadas, chamadas zonas de junção. A solidez das zonas de junção e também o seu numero são responsáveis pela rigidez do gel e determinam o seu caráter reversível ou não. Em geral, a transição do estado sol agel é encarada como resultante da associação de segmentos da cadeia polimérica em regiões de junção, formando uma rede tridimensional, dentro da qual estão as moléculas do solvente, usualmente em grande excesso, em torno de 95%. 3. RETROGRADAÇÃO A retrogradação do amido é um fenómeno que deve ser minimizado por se tratar da reconstrução de uma estrutura mais rígida devido às cadeias de amilose ficarem mais disponíveis para se rearranjarem, resultando em maior perda de água do sistema e endurecimento do produto final. Com o arrefecimento, algumas moléculas de amido começam a reassociar-se, formando um precipitado ou gel aumentando a opacidade da pasta, retrogradação. Se a dispersão de amido for diluída, a retrogradação resulta na formação de um precipitado branco insolúvel, enquanto se a dispersão de amido for suficientemente concentrada resulta na formação de uma matriz tridimensional e num gel elástico. Existem vantagens e desvantagens associadas ao fenómeno de retrogradação. A vantagem mais óbvia da retrogradação é a formação de um gel. Alguns exemplos de desvantagens associados à retrogradação são: o desenvolvimento de opacidade, o desenvolvimento de uma “capa” presente nas pastas aquecidas e a separação de água. Os géis de amido resultantes da retrogradação são usados, por exemplo, na indústria da confeitaria para fornecerem estrutura a pães, bolos e pudins devido as suas características únicas. PROCESSOS DE OBTENÇÃO DOS POLISSACARÍDEOS APLICAÇÕES DOS POLISSACARÍDEOS Polissacarídeos possuem uma ampla gama de aplicações, es- pecialmente nas áreas de alimentos, biomédicas, farmacêutica e de cosméticos. Na indústria alimentícia, eles são empregados em grandes quantidades. A grande maioria é utilizada como estabilizante e espessante. Os polissacarídeos de algas são empregados, também, como agentes geleificantes. Gomas de sementes e de exsudatos, além de carboximetilcelulose (CMC) e metilcelulose, são utilizadas como retentor de umidade. Goma arábica serve, também, para encapsular aromas na indústria alimentícia. Na área biológica eles são aplicados em engenharia de tecidos, imobilização de enzimas, biossensores, como veículo de liberação de fármaco etc. Rinaudo publicou recentemente uma revisão sobre as principais propriedades e aplicações de polissacarídeos em biomateriais. Além dessas propriedades podem-se destacar outros usos importantes de alguns polissacarídeos. Dextrana é muito utilizada em sistemas de separação e purificação de substâncias na forma de resina e como substituto do plasma no sangue. Xantana além das aplicações alimentícias e de fronteiras também é utilizada na indústria petrolífera como lubrificante de sondas de perfuração e na preparação de produtos oftálmicos. Várias revisões bibliográficas estão disponíveis relatando o grande potencial de quitina e quitosana na preparação de novos materiais na área biomédica e farmacêuticas. Quitina e quitosana também possuem grande afinidade por pigmentos, íons metálicos, moléculas quirais e biomacromoléculas e são utilizadas como materiais adsorventes dessas substanciais. Atividades biológicas como: antivirais, antitumorais, antio- xidantes, anticoagulantes e antitrombóticas também vêm sendo investigadas para polissacarídeos extraídos de diversas fontes. Os polissacarídeos presentes nos cogumelos têm sido reportados como estimuladores do sistema imunológico, atuando como antivirais, antioxidantes, e antitumorais. Heparina é um conhecido e muito utilizado anticoagulante. Polissacarídeos sulfatados de algas e animais invertebrados têm sido investigados como agentes anticoagulantes e antitrombóticos, devido à similaridade estrutural com a heparina. Leucócitos são grupos de carboidratos da superfície, chamados de ácidos sialila de Lewis. Quando ocorre um ferimento, as células no sítio do trauma apresentam proteínas chamadas seletinas, que indicam o sítio da ferida e ligam aos ácidos sialila de Lewis. As ligações entre seletinas e os ácidos sialila de Lewis nos leucócitos provocam a adesão dos leucócitos à área afetada. Reconhecimento do Carboidrato na Cura e na Doença O recrutamento dos leucócitos, deste modo, é um passo importante na sequencia inflamatória. Tanto é um parte necessária no processo de cura, como na defesa natural contra a infecção. 1) No entanto, algumas doenças que resultam de um superativo recrutamento de leucócitos. A artrite reumatóide, derrames e ferimentos relacionados à perfuração durante cirurgia e transplante de órgãos são alguns exemplos. 2) Nessas condições, o corpo percebe que certas células estão sob pressão, e reage de acordo para iniciar a cascata inflamatória. Infelizmente, sob essas circunstâncias, na realidade a cascata inflamatória causa mais dano do que bem. 3) Solução: Bloqueio dos sítios de ligação da seletina com os ácidos sialila de Lewis. Químicos sintetizaram espécies poliméricas que ocupam múltiplos sítios ligantes do ácido sialila de Lewis. Esforços para gerar agentes moleculares bem afinados são típicos da pesquisa na descoberta e projeção de novas drogas. Adoçantes Artificiais 1) O adoçante artificial mais bem sucedido e mais amplamente usado é o aspartame, um éster metílico de uma dipeptida (resultante da fenilalanina e do ácido aspártico). 2) O aspartame é cerca de 100 vezes mais doce que a sacarose. Entretanto, em solução, ele sofre hidrólise lenta, o que limita sua vida útil em produtos como as bebidas não-alcoólicas. Nem pode ser usado para assar em forno pois se decompõe com o calor. E nem usado em pessoas portadoras da condição genética conhecida como fenilcetonúria podem usar aspartame pois seu metabolismo acumula ácido fenilpirúvico (derivado do aspartame) e o acúmulo desse ácido é nocivo à crianças. 3) O alitame é um composto relacionado ao aspartame, mas com propriedades melhoradas. Ele é mais estável do que o aspartame e cerca de 2000 vezes mais doce que a sacarose. 4) O ciclamato e a sacarina (usado com seus sais de sódio ou cálcio) já foram adoçantes populares há algum tempo. Uma formulação comum envolvia uma mistura de 10:1 do ciclamato e da sacarina (a mistura é mais doce que um desses compostos individualmente). 5) Testes mostraram, contudo, que esta mistura produzia tumores em animais, tendo sida banida pela FDA. Entretanto, certas exceções à regulamentação permitem a continuação do uso da sacarina em alguns produtos. ciclamato sacarina 6) Grande parte da pesquisa dos adoçantes é a sondagem da estrutura dos sítios receptores da doçura. Um modelo proposto para o receptor de doçura incorpora oito interações interligadas que envolvem a ligação do hidrogênio, assim como as forças de van der Waals. O ácido sacrônico é um composto sintético desenhado na base desse modelo. Diz-se que o ácido sacrônico é 200.000 vezes mais doce que a sacarose. “Cobaias Ambulantes” Artigo escrito pela Dra Mancy Marckle sobre Aspartame (USA) 1) Aspartame conhecido como Nutrasweet, Equal, Zerocal, Finn e Spoonful, quando a temperatura do aspartame excede a 30ºC, o álcool contido nele se converte em formaldeído e daí para ácido fórmico que provoca acidose metabólica, a toxicidade do metanol imita a Esclerose Múltipla. 2) No caso do Lúpus Sistêmico é quase tão grave quanto a Esclerose Múltipla, especialmente em usuários de Diet Coke e Diet Pepsi por razão da toxicidade do metanol (as vítimas geralmente bebem de 3 a 4 latas desses refrigerantes por dia, ou mais). 3) Sistomas como fibromialgia, espasmos, dores, formigamento nas pernas, câimbras, vertigem, tontura, dor de cabeça, zumbido no ouvido, dores articulares, depressão, ataques de ansiedade, visão borrada ou perda de memória – você é provavelmente tem a Doença do Aspartame. 4) Dr. Russel Blavlock, neurocirurgião, diz o ácido aspártico e a fenilalanina causam deterioração nos neurônios. Carboidratos Antibióticos 1) Uma das descobertas importantes na química do carboidrato foi o isolamento (em 1994) do carboidrato chamado estreptomicina.A estreptomicina é constituída de três subunidades. 2) Todos os três componentes são incomuns: o aminoaçúcar é baseado na L-glicose; a estreptose é um monossacarídeo com cadeia ramificada e a estreptidina nem é um açúcar, mas um derivado de cicloexano chamado aminociclitol. 3) Outros membros dessa família são os antibióticos chamados canamicinas, neomicinas e gentamicinas (aminoglicosídeos). Todas baseadas em um aminociclitol ligado a um ou mais aminoaçúcares. A ligação glicosídica é quase sempre alfa. Esses antibióticos ao especialmente úteis contra bactérias que são resistentes à penicilina. Vacinas Polissacarídicas 1) As vacinas de polissacarídeos bacterianos mais conhecidos são: Haemophulus influenzae tibo b, Neisseria meningococci pertencentes aos sorogrupos A, C e Y e uma vacina multivalente de Streptococcus pneumoniae. Essas bactérias são as principais causadoras de doenças em bebês. Porém, há um problema relacionado ao uso de tais vacinas, visto que é pouco eficiente em crianças com menos de 2 anos. 2) Vacinas mais eficazes podem ser obtidas quando os polissacarídeos são acoplados à proteínas. Outras modificações químicas estão sendo realizadas para aperfeiçoar a antigenicidade do polissacarídeo. 3) A produção de vacinas é compreendida por distintos processos, como o cultivo do microrganismos em biorreatores, denominado de produção e posterior inativação do mesmo; seguido de purificação. No caso particular das vacinas conjugadas, a etapa final corresponde ao processo de conjugação acompanhado de segunda purificação. 2) O método tradicional de purificação de polissacarídeo é caracterizado por várias etapas de precipitação com etanol e etapas de centrifugação/ultracentrifugação. Fenol foi substituído por tratamentos enzimáticos (endonuclease e proteases) e final adiciona-se detergente DOC e EDTA, responsáveis por quebrar as regiões hidrofóbicas dos lipopolissacarídeos, auxiliando na sua remoção. (Fluxograma reduzido)
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