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Mulher Desigualdade e Violência

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
CURSO DE PSICOLOGIA – GRADUAÇÃO
DISCIPLINA: PSICOLOGIA E PROFISSÃO
SUELI DE FATIMA OURIQUE DE AVILA
MULHER:
DESIGUALDADE, VIOLÊNCIA E SUPERAÇÃO
AUTORES:
FILIPE MARQUES - 20212103842
JULIANA RAINHO - 20212100235
LARISSA CARDOSO – 20151104800
LILIAN DIEPES DE ALMEIDA
LUCIANE BERNARDES - 20212100253
MARCIA GALARDO - 20212102886
RIO DE JANEIRO
2021.2
SUMÁRIO
1. Introdução 3
2. Linha do Tempo 4 
3. Violência Contra Mulher e Seus Tipos 6
4. Dados Atuais da Violência 8
5. Conhecendo As Leis 9
 5.1. Lei Maria da Penha 10
 5.2. Crime de Violência Psicológica 13
 6. Mulher, Você não está sozinha! 15
 7. Referências Bibliográficas 19
Assunto abordado:
“A desigualdade de gênero, focado na violência feminina, com o objetivo de passar informações uteis à sociedade.”.
1 – Introdução: 
 A violência contra a mulher ocorre desde os primórdios da humanidade. Com o desenvolvimento das sociedades patriarcais, já se vinha sendo criada uma hierarquia entre homens e mulheres; estas sofrendo diversas repressões de direito, como a exclusão na participação efetiva nos espaços públicos, o que já, claramente, nos mostra a desigualdade de gênero.
 Para falarmos da opressão sofrida pelo gênero feminino, importante trazer o significado de “gênero”. Assim, gênero é tudo aquilo que foi definido ao longo do tempo e que a nossa sociedade entende como o papel, função ou comportamento esperado de alguém, com base em seu sexo biológico.
 Essa desigualdade é arrastada até os dias de hoje, e se faz presente em diversos âmbitos – desde a privação do prazer no sexo, até mesmo ao direito a mesma remuneração salarial, quando exercem a mesma função, com a mesma carga horária. Sem falar na desigualdade de gênero no que diz respeito as responsabilidades familiares e cuidado com o lar.
 Muitas vezes o tema é tratado como se fosse um problema muito distante, e não fizesse parte das preocupações das pessoas de bem: um fruto das desigualdades econômicas, algo que ocorre com as pessoas pobres, que moram longe e que vivem alcoolizadas e drogadas. Não há dúvida de que quando se vive em condições precárias tudo se torna mais difícil. Até mesmo a violência contra as mulheres. Mas a ideia de que são os pobres ou alcoolizados que espancam suas mulheres é relativamente falsa. Em qualquer classe social há violência contra a mulher. O fenômeno pode acontecer com qualquer mulher, com qualquer casal.
 Falaremos, ainda, sobre algumas conquistas marcantes das mulheres, pois é de suma importância mostrar que, apesar das inúmeras dificuldades, elas estão conseguindo superar e conquistar um espaço que é delas por direito.
2 - Algumas conquistas das mulheres, através de evolução do tempo e da percepção dos seus direitos:
· 1827 – Meninas são liberadas para frequentarem a escola
 Somente em 1827, a partir da Lei Geral – promulgada em 15 de outubro – é que mulheres foram autorizadas a ingressar nos colégios para que estudassem além da escola primária. 
· 1852: Primeiro jornal feminino 
 Editado por mulheres e direcionado para mulheres, surgiu o Jornal das Senhoras, que afirmava que as pessoas do sexo feminino não deveriam executar afazeres do lar. Depois disso, outros jornais foram lançados, como o Bello Sexo, em 1862 e O Sexo Feminino, em 1873. 
· 1879 – Mulheres conquistam o direito ao acesso às faculdades
 O acesso à educação é um dos principais recursos para a emancipação das mulheres, antes resumidas à esfera doméstica. Somente em 1879 elas têm acesso às universidades, mas hoje elas são maioria na educação superior brasileira, segundo o Censo da Educação Superior 2018, realizado e divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
· 1910 – O primeiro partido político feminino é criado
 O Partido Republicano Feminino reivindicava o direito ao voto e à emancipação feminina. 
· 1932 – Mulheres conquistam o direito ao voto
 O sufrágio feminino foi garantido pelo primeiro Código Eleitoral brasileiro em 1932. Uma conquista que aconteceu graças à organização de movimentos feministas no início do século XX, que tiveram grande influência da luta por direitos políticos das mulheres nos EUA e na Europa.
· 1962 – Criação do Estatuto da Mulher Casada
 Somente em 27 de agosto, com a promulgação da Lei nº 4.212/1962, foi permitido que mulheres casadas não precisassem mais da autorização do marido para trabalhar. A partir de então, elas também passariam a ter direito à herança e a chance de pedir a guarda dos filhos em casos de separação. 
· 1977 – É aprovada a Lei do Divórcio 
 Somente a partir da Lei nº 6.515/1977, promulgada em 26 de dezembro de 1977, é que o divórcio se tornou uma opção legal no Brasil.
· 1979 – Direito à prática do futebol
 Um decreto da Era Vargas estabelecia que as mulheres não podiam praticar esportes determinados como incompatíveis com as “condições de sua natureza”.
· 1988: Primeiro encontro nacional de mulheres negras
 Aproximadamente 450 mulheres negras promoveram diversos eventos em diferentes estados do Brasil para debater questões do feminismo negro 
· 2006 – Lei Maria da Penha
 A Lei nº 11.340/2002 foi sancionada para combater a violência contra a mulher e ganhou o nome de Maria da Penha em alusão a farmacêutica que lutou por quase 20 anos para que seu marido fosse preso após tentar matá-la por duas vezes.
· 2015 – É sancionada a Lei do Feminicídio
 A Constituição Federal reconhece a partir da Lei nº 13.104 o feminicídio como um crime de homicídio.
· 2018 – A importunação sexual feminina passou a ser considerada crime
 A partir da Lei nº 13.718/2018 o assédio passa a ser considerado crime no Brasil
· 2021 – É sancionada Lei que inclui no Código Penal o crime de violência psicológica contra a mulher.
3 – Violência Contra a Mulher e sua Pluralidade
Tipos de violência contra mulheres:
- Violência Física 
 Entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher.
Ex.: Espancamento, atirar objetos, sacudir e apertar os braços, estrangulamento ou sufocamento, lesões com objetos cortantes ou perfurantes, ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo e tortura.
- Violência Psicológica
 É considerada qualquer conduta que: cause danos emocionais e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Ex.: Ameaças, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento (proibir de estudar e viajar ou de falar com amigos e parentes), vigilância constante, perseguição, insultos, chantagem, exploração, limitação do direito de ir e vir, ridicularização, tirar a liberdade de crença, distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade (gaslighting).
- Violência Moral
 É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Ex.: Acusar a mulher de traição, emitir juízos morais sobre a conduta, emitir juízos morais sobre a conduta, fazer críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir.
- Violência Sexual
 Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. Ex.: Estupro, obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa, impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar, forçar matrimônio, gravidez ou prostituição por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação, limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher.
- Violência Patrimonial
 Entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. Ex.: Controlar o dinheiro, deixar de pagar pensão alimentícia, destruição de documentos pessoais, furto, extorsão ou dano, estelionato, privar de bens, valores ou recursos econômicos, causar danos propositais a objetos da mulher ou dos quais ela goste.
 Importante frisar que as agressões não ocorrem de forma isoladas umas das outras, bem como, geralmente, não causam apenas um tipo de trauma e/ou prejuízo, e seus danos, por vezes podem ser irreparáveis – veremos isso mais a fundo no decorrer do assunto.
4 – DADOS ATUAIS DA VIOLENCIA 
· Dados da violência contra a mulher;
· Crescimento da violência contra a mulher em tempos da COVID-19.
5 – Conhecendo as Leis: 
 O acesso à informação, a uma rede a apoio especializada (Serviço de Psicologia, Serviço de Assistente Social, Serviço de Assessoria Jurídica) entre outros, possibilita a mulher não só a perspectiva de sair do quadro onde ela se encontra, mas também o que podemos chamar de “virada de chave”, que é o empoderamento Feminino. Momento em que a mulher resgata seu próprio eu, sua própria identidade, por vezes mascarada através da submissão, e percebe-se novamente, pertencente ao meio. Por isso, é de extrema importância garantir à mulher o direito a toda e qualquer informação. 
5.1 – Lei Maria da Penha: 
 Maria da Penha Maia Fernandes, mais conhecida apenas como Maria da Penha, é uma farmacêutica bioquímica que faz parte das estatísticas de violência contra a mulher. Por sorte, ela está viva para poder nos contar sua história.
 Autora do livro “Sobrevivi... posso contar” (1994) e fundadora do Instituto Maria da Penha, a cearense, ao casar-se com o colombiano Marco Antônio Heredia Viveros, não poderia prever o que estava por vir. 
 Marco Antônio era muito amável, educado e solidário com todos à sua volta - como ela mesma conta. O casamento aconteceu em 1976, 02 anos depois do início do namoro. Após o nascimento da primeira filha e da finalização do seu mestrado, eles decidem se mudar para Fortaleza, onde tiveram duas crianças. Foi a partir desse momento que essa história mudou.
 Quando Marco Antônio conseguiu sua cidadania brasileira, e se estabilizou profissional e economicamente, as agressões começaram. Fosse com a esposa ou com as suas filhas, Marco sempre agia de maneira intolerante. Explodia e exaltava-se com facilidade. A partir dali, começava o tormento que quase levou à morte de Maria da Penha.
 Com um homem instável em casa, era inevitável que a tensão diária e o constante medo pairassem. Com atitudes violentas se tornando cada vez mais presentes. E então, seu marido, que era tão dócil, se mostrava outra pessoa.
 Apesar disso, Marco Antônio fazia o que hoje conhecemos como “ciclo da violência”: aumento da tensão, ato de violência, arrependimento e comportamento carinhoso.
 Como Maria da Penha não conseguia, como tantas outras mulheres, enxergar a manipulação do seu agressor, tentou mais uma vez. Ao sair em “Lua de mel”, na tentativa e esperança de uma mudança por parte do marido, e, assim, não ter que dissolver sua família, eles tiveram sua terceira filha.
 Não adiantou. E infelizmente, o pior estava chegando.
 Em 1983, Maria da Penha foi vítima de DUAS tentativas de feminicídio, por parte do, então, marido. Enquanto ela dormia, Marco Antônio lhe deu um tiro pelas costas. Esse único tiro foi o suficiente para mudar a sua vida para sempre: Maria da Penha havia ficado paraplégica. 
 Mas claro que Marco Antonio não contou aos policiais o que, de fato, havia acontecido. Ele alegou que eles sofreram uma tentativa de assalto, versão que foi, posteriormente, desmentida pela perícia.
 Quando Maria da Penha retorna à sua residência, 04 meses após o crime, depois de enfrentar duas cirurgias, internações e tratamentos, ele a manteve em cárcere privado durante 15 dias e tentou eletrocutá-la durante o banho. Marco Antônio havia se desprendido por completo da imagem de marido que Maria da Penha tinha. Agora, ele só a queria vê-la morta.
 O caso Maria da Penha se tornou tão grande por alguns motivos: a morosidade do Judiciário em solucionar o caso, o crime, por si só, que deixou sequelas, não só físicas, como também emocionais, psicológicas, e sabe-se lá quantas mais. Para o agressor conseguir chegar nesse estágio, é porque ele já está dizimando todas as suas forças possíveis há tempos. 
 Voltando ao caso: ao conectar as peças de um quebra-cabeça perverso montado pelo agressor, Maria da Penha compreendeu os diversos movimentos feitos pelo ex-marido: “ele insistiu para que a investigação sobre o suposto assalto não fosse levada adiante, fez com que ela assinasse uma procuração que o autorizava a agir em seu nome, inventou uma história trágica sobre a perda do automóvel do casal, tinha várias cópias de documentos autenticados de Maria da Penha e ainda foi descoberta a existência de uma amante.” 
 Quando a família soube da terrível situação em que Maria da Penha se encontrava, fizeram uma rede de apoio, inclusive jurídico, para que ela saísse de casa, sem que isso configura-se “abandono de lar”. Tal respaldo garantiria a guarda das filhas com a mãe.
 Mas a violência que a Maria da Penha tinha sofrido não parou por aí. A violência seguinte foi judiciária. Foram 15 longos anos, e muitos recursos necessários, para concluir o caso e, inclusive, ganhar a notoriedade que merecia. 
 Com a morosidade do Judiciário Brasileiro para tomar as devidas providências a fim de responsabilizar o autor da violência, somente em 1998, com a ajuda do Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL) e o Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM), ela conseguiu que seu caso fosse analisado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).
 Na petição, dentre outros, foi alegado “haver tolerância à violência contra mulher no Brasil, uma vez que esse não adotou as medidas necessárias para processar e punir o agressor”. E em 2002, quatro anos após, o caso foi analisado com a seriedade que deveria. A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Estado brasileiro por omissão e negligência, e fez diversas recomendações, incluindo “adotar (...) medidas necessárias para que o Brasil assegure à vítima uma reparação simbólica e material pelas violações”.
 Atendendo tal recomendação, em 2006 o Estado brasileiro, visando fazer a reparação simbólica da violência sofrida pelo Estado, criou a Lei 11.340/06, que legisla intentando “coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres”. Por isso, passou a se chamar “Lei Maria da Penha”. E em 2008, o Estado fez a reparação material, ressarcindo Maria da Penha no montante de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Na época, Maria da Penha afirmou que "dinheiro nenhum pode pagar a dor e a humilhação das últimas duas décadas de luta por justiça". 
 Há que se evidenciar que a Lei Maria da Penha foi fruto do movimento feminista no Brasil, que desde os anos 1970 denunciava as violências que ocorriam contra as mulheres, sendo elas domésticas, negras, prisioneiras políticas, transgêneros, travestis etc., e que aumentaram de mobilização quando, em 1980, homens haviam sido absolvidos do crime de assassinato de suas esposas, alegando “legitima defesa da honra”.
 Sobre a Lei, importante saber o que ela prevê. Listaremos o que importa, num primeiro momento. A Lei atua em favor de todas as mulheres, sem distinção alguma, inclusive de identidade de gênero. Logo, por óbvio e não podendo ser diferente, engloba mulheres trans e travestis.
 E configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. 
A pena mínima é de 03 meses de reclusão no caso de lesão corporal, variando de caso a caso.
POLÊMICA
 Por mais que a Lei preveja expressamente que os crimes previstos em tal dispositivo são voltados para violênciacontra a mulher, há uma jurisprudência – decisão dos Tribunais que criam como uma “Lei” entre os juízes, podendo utilizar de tal jurisprudência ou não – que pode ser aplicada à homens por analogia. A intenção é respeitar alguns princípios legais, como da igualdade. 
 Mas, apesar disso, não se deixem abalar. A Lei foi pensada, criada e inspirada num caso de violência contra a mulher, e o enfoque é e sempre será para as mulheres. A Lei foi criada fruto de um histórico de opressão feminina, que é desde sempre, e visando dar voz e acolhimento para as mulheres. Portanto, homens que precisem aplicar dessa analogia são exceção, e só enquanto não estudam se há a necessidade de um dispositivo legal específico para o caso deles, ou não. É como uma pessoa que quer dar entrada num processo de adoção, mas já fez 18 anos. Por falta de Lei, utilizam-se do ECA, mas são adultos e não adolescentes. E o Judiciário reconhece isso.
5.2 – Crime de violência psicológica contra a mulher incluída no código penal
 O histórico de violência contra a mulher no Brasil é longo e, por isso, ao passar dos anos foram sendo tomadas medidas que auxiliassem no combate ou, pelo menos, na redução do número de casos de agressão ou até mesmo de mortes de mulheres vítimas de violência doméstica.
 Essas medidas estão presentes em diversas áreas da sociedade, e na área jurídica não é diferente.
 Com o início da pandemia pelo COVID-19, esse índice cresceu consideravelmente e, por isso, foi necessário estabelecer medidas mais rigorosas para que essas mulheres consigam encontrar suporte jurídico e proteção.
 Em 2020, foi criada uma campanha chamada de “Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica”, e pode-se dizer que essa medida é considerada como emergencial, visto que o seu intuito é fazer com que mulheres que sofram violência doméstica, através de um “X” de cor vermelha sinalizado em suas mãos, possam pedir ajuda, de maneira discreta, em qualquer lugar, como farmácias e mercados, por exemplo, e nesse momento, o atendente se disponibilizará a coletar os dados da vítima (também de maneira discreta para que o agressor não perceba) e acionará a Polícia Militar, que deverá comparecer ao local o mais breve possível.
 Agora, em 2021, a Lei 14.188/21 não só definiu o Programa de Cooperação Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica e Familiar, como também inseriu no Código Penal o crime de violência psicológica contra a mulher.
 O crime será atribuído a quem “causar dano emocional que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões”, estabelecendo pena de reclusão, que pode variar de 6 meses a 2 anos, acrescentada de multa.
 Além disso, essa nova Lei também incluiu à Lei Maria da Penha que, em casos em que se verifique a possibilidade de risco à integridade psicológica da mulher, a autoridade responsável pode determinar, de imediato, o afastamento do agressor ao local de convivência com a vítima.
6 – Mulher, Você não está sozinha! Onde buscar ajuda? 
· O Ligue 180 - funciona diariamente durante 24h, incluindo sábados, domingos e feriados. O serviço manteve e ainda matem os atendimentos durante a pandemia da Covid-19. Em todas as plataformas, as denúncias são gratuitas, anônimas e recebem um número de protocolo para que o denunciante possa acompanhar o andamento.
· Só é possível buscar o serviço no Brasil?
É possível fazer a ligação de qualquer lugar do Brasil e de mais de 50 países no exterior. 
Telefones em outros países:
Passo 1: Digite o número do país em que você estiver 
Passo 2: Escolha o idioma. Tecle 1 para português ou 2 para inglês
Passo3: Aperte 1 novamente
Passo 4: Ligue para o número 61 3535-8333
· O X vermelho desenhado na palma da mão faz parte de uma campanha mundial para amparar mulheres em situação de violência doméstica. Essa foi uma maneira discreta, rápida e simples para que mulheres possam pedir socorro em farmácias ou repartições públicas. Com isso, a vítima deve receber acolhimento e assistência das equipes especializadas do município.
Centros de Atendimento à Mulher
· Conselho Estadual dos Direitos da Mulher/RJ
Tel.: 3885-4486 Site: http://www.cedim.rj.gov.br/servicos.asp
· CIAM Maria Lyra (Rio e Região Metropolitana) (das 10h às 17h)
Contatos: 2332-8249/ 9-9401-4950/ ciammarcialyra@gmail.com
· CIAM Baixada (Nova Iguaçu) (das 10h às 17h)
Contatos: 2698-6008/ 9-9394-3787/ ciambaixada@yahoo.com.br
· CEAM Queimados (das 10h às 17h)
Contatos: 2665-2508/ 9-9422-3889/ ceamqueimados.rj@gmail.com
· CEAM Itaguaí (das 10h às 17h)
Contatos: 3782-9000 ramal 2514/ ceam.smas@itaguai.rj.gov.br
· CEAM Natividade (das 9h às 17h)
Contatos: (22) 3841-2212/ ceamnatividade@gmail.com
· http://www.riosolidario.org/programas/mulheres/ 
· IMPORTANCIA DO APOIO TERAPEUTICO PROFISSIONAL
” Conforme explica Laura Frade, professora do curso de psicologia do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), o resultado da violência doméstica, na mente da vítima, pode se assemelhar ao que é gerado em campos de guerra. Por essa razão, a instrução é que o terapeuta identifique em que grau desse quadro a paciente se encontra.
"A pessoa que passa pelo processo de violência doméstica, quanto mais prolongado ele é, mais tem respostas ao que seria um estresse pós-traumático. Retirar alguém dessa situação significa que ela precisa conhecer o que é a resposta que ela apresenta. [O psicólogo] precisa ter conhecimento do grau de profundidade, saber se foi estresse agudo, crônico, e ela [vítima] vai precisar ser retirada desse contexto, criar uma rede de apoio, coisa que é cortada, pois ela se sente sozinha, abandonada, já que essa é uma das estratégias do agressor, e construir memórias que podem ser agradáveis", diz Laura, também formada em direito e doutora em sociologia pela Universidade de Brasília (UnB)”. (Fonte Site Agencia Brasil)
· APOIO FAMILIAR/AMIGOS/VIZINHOS
Como conversar com alguma amiga, familiar ou conhecida que sofre violência doméstica?
Nem sempre esta abordagem poderá ser direta, na grande maioria das vezes, ela nem o deverá ser, pois na grande maioria das vezes, a própria vitima, desconhece o fato de estar sendo violentada. Não incomum, que muitas mulheres passem por este processo em forma de negação ou até mesmo de puro desconhecimento, por crenças e valores antigos ainda muito arraigados e por estarem envolvidas emocionalmente de forma a não conseguirem se perceber fora daquele relacionamento abusivo.
O que podemos fazer nesses casos, quando ainda não está muito aparente e não há riscos de algo mais grave ocorrer, é começar a conversar com essa mulher sobre relacionamento abusivo ou levar outras histórias ou fatos que a façam identificar “similaridades” com seu dia a dia, e que a desperte a atenção.
Outro ponto essencial a ser considerado ao falar com as vítimas é não julgar em hipótese alguma, porque ninguém sabe o que se passa dentro de cada relacionamento, além disso, nenhuma vítima precisa de julgamento e sim se acolhimento. 
Além disso, é preciso ter atenção redobrada a qualquer indício de que algo mais grave pode acontecer. “Se a gente percebe que está na iminência de uma violência física ou de um feminicídio, a gente pode e deve denunciar. Não é preciso em nenhuma circunstância de risco de vida e de violência física de autorização da vítima, para que você faça uma denúncia. E, não importa, qual será a decisão final da vitima com relação ao seu parceiro, vitimas de violência, nem sempre conseguem na primeira vez, se libertar das amarras mentais que as aprisionam, mas a sua atitude, poderá salvá-las da morte naquele momento. Então, escolha sempre apoiar e acolher!
7 - Referências Bibliográficas
- BUENO, Samira; MARTINS Juliana; PIMENTAL Amanda; LAGRECA Amanda; BARROS, Betina; LIMA, Renato Sérgio de. Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil - 3ª edição – 2021. 
- Violência doméstica e familiar contra a mulher. Governo Federal, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/denuncie/violencia-contra-a-mulher/violencia-contra-a-mulher.Acesso em: 10 de setembro de 2021.
- TELES, M. A. A.; MELO, M. O que é violência contra a mulher. 2017. Editora brasiliense.
- QUEM É MARIA DA PENHA, site Instituto Maria da Penha, 2018. Disponível em https://www.institutomariadapenha.org.br/quem-e-maria-da-penha.html. Acesso em: 15/10/2021.
- CALAZANS, Myllena; CORTES, Iáris. O processo de criação, aprovação e implementação da Lei Maria da Penha. In: CAMPOS, C. H. (Org.). Lei Maria da Penha comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
- COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS/ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Relatório n. 54/01, Caso 12.051, Maria da Penha Maia Fernandes, 4 abr. 2001, Brasil. Disponível em: http://www.sbdp.org.br/arquivos/material/299_Relat%20n.pdf. Acesso em: 15 out. 2021.
- HISTÓRIA DA LEI MARIA DA PENHA, site Ministério Público do Estado de São Paulo. Disponível em http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Violencia_Domestica/Lei_Maria_da_Penha/vd-lmp-mais/Historia_da_lei. Acesso em 15/10/2021.
- COMISSÃO APROVA PROJETO QUE ELEVA PENA MÍNIMA PARA LESÃO CORPORAL DECORRENTE DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, site Câmara dos Deputados, 2021. Disponível em https://www.camara.leg.br/noticias/775127-comissao-aprova-projeto-que-eleva-pena-minima-para-lesao-corporal-decorrente-de-violencia-domestica/. Acesso em 15/10/2021.
- A LEI MARIA DA PENHA E SEU USO POR ANALOGIA FRENTE À VULNERABILIDADE DA VÍTIMA INDEPENDENTEMENTE DO GÊNERO, site Direito Net, 2020. Disponível em https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11751/A-Lei-Maria-da-Penha-e-seu-uso-por-analogia-frente-a-vulnerabilidade-da-vitima-independentemente-do-genero. Acesso em 15/10/2021.
- BRAZÃO, A.; OLIVEIRA, G. C. (orgs.). Violência contra as mulheres: uma história contada em décadas de luta. Brasília: CFEMEA, 2010.
- MATOS, M.; CORTES, L. O processo de criação, aprovação e implementação 
da Lei Maria da Penha. In: CAMPOS, Carmen Hein de (Org.). Lei Maria da Penha 
comentada em uma perspectiva jurídico-feminista. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011.
- Tipos de violência. Instituto Maria da Penha, 2006. Disponível em: https://www.institutomariadapenha.org.br . Acesso em: 15 de outubro de 2021.
https://www.futura.org.br/as-conquistas-das-mulheres-ao-longo-da-historia/
Acesso em 16 de outubro de 2021
https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2019-05/vitimas-de-violencia-devem-buscar-na-psicologia-resgate-da - Acesso em 16 de outubro de 2021
http://www.riosolidario.org/programas/mulheres/ - acesso em 16 de outubro de 2021
https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/denuncie-violencia-contra-a-mulher/violencia-contra-a-mulher#quais-os-horarios-de-atendimento-da-central-de-atendimento-a-mulher-ligue-180 – acesso em 16 de outubro de 2021
- Dossiê Mulher 2021(ano base 2020) – Instituto de segurança Pública – Disponível em www.isp.rj.gov.br . Acesso em 22 de outubro de 2021
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