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Embargos à execução

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AO JUÍZO DA 1º VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL/RJ .
Distribuição por dependência aos autos da execução nº 0000-0000XXXX
Carla, nacionalidade, inscrita no CPF nº …, portadora da Identidade/RG nº ...., residente e domiciliada na rua ...., nº ...., bairro........, Porto Alegre, RS, vem a presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado in fine assinado, com procuração em anexo onde é qualificado, com fulcro no art. 914 ao 920 do Código de Processo Civil e demais dispositivos aplicáveis à espécie, apresentar os presentes: 
 
EMBARGOS À EXECUÇÃO C/C EFEITO SUSPENSIVO
 
em face do BANCO SÓ DESCONTOS S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ nº …, com sede na rua …, nº ...., bairro ..., Rio de Janeiro, RJ, CEP …, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas:
Da gratuidade de justiça:
Prefacialmente, requer a V. Excelência, seja concedido o benefício da gratuidade de justiça, tendo em vista não possuir o embargante recursos suficientes para arcar com possíveis custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo de seu sustento, bem como de seus familiares, nos precisos e exatos termos do artigo 1.060/50, alterada pela Lei 7510/86, com fulcro no Art. 5º - LXXIV da carta magna. Dito isto, requer ainda que seja anexada a cópia do seu contra cheque, visto que faz prova do direito requerido.
Das intimações
Requer-se que todas as intimações sejam feitas em nome do patrono xxx, OAB/UF nº xxx, que possui endereço profissional na , bairro xxx, cidade xxx/UF, CEP xxx, endereço eletrônico: xxx, sob pena de nulidade dos atos processuais. 
I. DOS FATOS
firmou, em sua cidade, com o Banco Só Descontos S/A, sediado no Rio de Janeiro,
um contrato de empréstimo, de adesão, subscrito por duas testemunhas, com cláusula de eleição de foro também
no Rio de Janeiro, por meio do qual obteve R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para pagar seus estudos na faculdade.
O vencimento das parcelas do empréstimo ocorreria em 05/01/2018, 05/05/2018 e 05/09/2018.
No primeiro vencimento, tudo correu conforme o programado, e Carla pagou o valor devido ao Banco Só Descontos
S/A. Não obstante, na segunda data de vencimento, devido a dificuldades financeiras, Carla não conseguiu realizar o
pagamento. O Banco Só Descontos S/A, então, notificou Carla, em junho de 2018, sobre o vencimento antecipado da
dívida. Indicou, na referida notificação, que, considerando os encargos remuneratórios e moratórios e outras tarifas,
o valor da dívida totalizava R$ 250.000,00, já descontada a parcela paga por Carla. Esta, assustada com o valor e sem
condições financeiras, não realizou o pagamento da dívida.
Em novembro de 2018, o Banco Só Descontos S/A ajuizou ação de execução em face da Embargante, na ação em epígrafe, pelo valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais), e indicou à penhora o único imóvel de Carla, no qual reside com seu marido, José.
 A Embargante fora citada e o mandado cumprido foi juntado aos autos em 01/08/2019, uma quinta-feira.
 embora reconheça a existência do contrato de empréstimo, não concorda com o valor indicado pelo Banco Só Descontos S/A, que incluiu no cálculo diversas tarifas não previstas no contrato, além de não terem aplicado na atualização monetária os parâmetros contratados, e sim taxas mais elevadas e abusivas, o que estaria claro na planilha de débito.
Após consultar um contador, Carla constatou que a dívida seria equivalente a R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais), valor muito inferior ao indicado pelo Banco Só Descontos S/A, e que seria comprovado mediante dilação probatória. 
II. DOS FUNDAMENTOS
Utilizando do artigo 917 incisos I, III e VI e artigo 337 do CPC passa a fundamentar:
Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar:
I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. 
Neste mesmo ínterim, o réu garantido a dívida junto ao credor como avalista torna-se parte ilegítima na presente execução, vide artigo 337 do CPC:
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; da suspensão uma vez que o embargante garantido junto ao credor a totalidade da dívida e figura como parte ilegítima da presente execução. 
Por fim, verifica-se os pressupostos do artigo 919 do CPC ao qual o juiz atribuirá o efeito suspensivo a requerimento do embargante:
Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
§ 3º Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
- Sobre a flagrante violação ao direito de propriedade insculpido na Carta Magna 
O direito de propriedade é direito fundamental do ser humano, protegido constitucionalmente, encontrando-se cristalizado no art. 5º, inciso XXII, da Constituição Federal de 1988, que reza, in verbis, que “é garantido o direito de propriedade”. 
Outrossim, a Lei 8.009/90 em seu artigo 1º é bem clara no veto à penhora do imóvel familiar, vide:
Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
É mister ressaltar que a Lei nº 6.015/73 reforça o impedimento à execução dos bens de família, contudo, a decisão que determinou a indisponibilidade do bem imóvel da Embargante violou frontalmente o direito da mesma, visto ser esta proprietária do dito bem, vide artigo 216:
“Art. 261. A instituição do bem de família far-se-á por escritura pública, declarando o instituidor que determinado prédio se destina a domicílio de sua família e ficará isento de execução por dívida.”
Desta forma, tendo em vista que os presentes embargos encontram assentamento na legislação brasileira supra, requer a embargante que sejam estes recebido, reconhecido e provido pelas razões de fato e direito explanadas.
III. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
O Embargante opta pela não realização de audiência de conciliação/mediação.
IV. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) a) Os presentes embargos sejam recebidos, autuados e processados, com o apensamento à mencionado processo;
b) Nos termos do art. 920, que seja intimado o embargado para se manifestar no prazo de 15 (quinze) dias.
c) Seja deferida LIMINARMENTE O CANCELAMENTO DA PENHORA do imóvel sito à Rua ..., nº ..., bairro ..., Porto Alegre/RS, CEP: ...;
d) Seja determinada a SUSPENSÃO IMEDIATA DO PROCESSO EM EPÍGRAFE, até decisão final de mérito do presente embargo como determina o artigo 919 § 1º do CPC;
e) Que seja condenado o Embargado ao pagamento do ônus de sucumbência de até 20% sobre o valor da causa.
V. DAS PROVAS 
Protesta-se provar os fatos alegados especialmente através de provas documentais, e também os demais meios previstos no art. 369 do CPC.
VI. DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 350.000,00 (trezentos e cinquenta mil reais).
Nestes termos, pede-se deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB/UF

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