Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO REVISÃO PARA A PROVA DE 2,0 PONTOS LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES: 1. Essa atividade vale até 0,5 para aqueles que responderem todas as questões de maneira correta. 2. Em caso de plágio o trabalho será desconsiderado. 3. O objetivo dessa atividade é de fazer revisão para a prova. 4. Permite-se que a atividade seja feita individualmente ou em dupla. 5. Responda nesse próprio arquivo, mantendo as configurações de letra e tamanho da letra. 6. Se utilizar doutrina/jurisprudência, indicar as referências de maneira adequada. QUESTÕES 1 – A conciliação é algo muito desejado pelo processo do trabalho. Indique em quais momentos podem ocorrer a tentativa de conciliação e se há alguma situação em que a tentativa conciliação é obrigatória. Explique todas as situações possíveis. Fundamente as respostas. R.: No Direito do Trabalho é obrigatório ter a audiência de conciliação, mesmo se as partes não aceitarem. Ela poderá ser realizada a qualquer momento antes da proclamação da sentença, conforme o art. 764 CLT, mas será obrigatória em dois momentos, primeiro na abertura da audiência de instrução e julgamento, conforme o art. 846 CLT, e após o término da instrução e apresentadas as razões finais das partes, conforme o art. 850 CLT. A ausência da primeira tentativa não gera nulidade caso seja suprida pela segunda. A conciliação é algo desejável em qualquer fase do processo. Todavia, existem dois momentos em que é obrigatória a realização de tentativa por parte do juízo, qual seja no início da audiência e após o encerramento da instrução e da apresentação das alegações finais (arts. 846 e 850, CLT). 2 – Vige no sistema processual trabalhista o princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias. Explique o que é esse princípio e explique qual o procedimento para impugnar uma decisão interlocutória? Existem exceções a esse princípio? Justifique as respostas. R.: Decisões interlocutórias são aquelas pelas quais o juiz se posiciona no processo decidindo algum incidente antes de analisar o mérito, não cabendo recurso imediato contra elas. Elas são definidas no art. 203, §2º CPC como todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre na sentença que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como naquela que extingue a execução; e são disciplinadas no art. 893 CLT como sendo passíveis de apreciação somente em recursos da decisão definitiva, ou seja, depois das decisões de mérito. Cada uma das decisões interlocutórias tem uma provocação específica e particularidades: nas tutelas de urgência não é necessário esperar a sentença, cabendo o mandado de segurança, sendo pedido uma liminar para que o tribunal reverta a decisão do juiz, conforme a Lei 12.016/09; nas audiências cabe protesto antipreclusivo para que conste na ata e seja recorrido posteriormente; e nas decisões comuns não precisa fazer nada. Existem exceções para esse princípio, conforme a súmula nº 214 TST, que são nas hipóteses de decisão de TRT contrária à súmula ou orientação jurisprudencial do TST, decisão suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo tribunal, e decisão que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, §2º, CLT. Esse princípio preconiza que não é possível realizar o recurso de decisão interlocutória de maneira imediata, devendo-se esperar a decisão de mérito par tal expediente (Art. 893, § 1º, CLT). As decisões interlocutórias consideradas urgentes poderão ser impugnadas por ação própria, ou seja, mandado de segurança, perante o TRT. As decisões em audiência devem ser impugnadas imediatamente, por meio do protesto antipreclusivo, para que constem na ata da audiência. 3 – Num caso concreto o juízo encerra a instrução de um processo. Porém, quando vai proferir a sentença fica em dúvida com relação a oitiva de uma testemunha que foi dispensada pela Reclamada. Pretende, por isso, antes de dar a sentença, ouvir a testemunha. Pergunta-se: diante dos princípios estudados, a conduta do juiz está correta? Hipoteticamente, se esse mesmo processo já estivesse em fase recursal e os Desembargadores do TRT entendessem pela necessidade de realização de uma nova perícia, seria possível? Explique e fundamente, indicando o nome do(s) princípio(s) envolvido(s). R.: A conduta judicial foi correta. Conforme o princípio da busca da verdade real, presente no art. 765 CLT, o juiz tem ampla liberdade na direção do processo podendo determinar qualquer diligência necessária para o esclarecimento da lide, independentemente de requerimento das partes, como ouvir outras testemunhas. Ainda, se esse mesmo processo já estivesse em fase recursal e os Desembargadores do TRT entendessem pela necessidade de realização de uma nova perícia, também seria possível. Conforme o mesmo princípio citado anteriormente, o juiz poderá nomear um perito para buscar a verdade real ao sentenciar e, conforme o princípio da instrumentalidade, o juiz deve dar máxima eficiência aos atos do processo e esperar a análise dos documentos antes de dar a sentença, sendo necessário, na hipótese apresentada, analisar as provas que seriam obtidas na nova perícia. Em prol do princípio da busca da verdade real, artigo 765 da CLT, o juiz e o desembargador têm ampla liberdade na busca das provas para atingir a verdade real dos autos. Assim, é possível a realização da prova determinada, seja em primeira ou em segunda instância. 4 – No processo nº 01236-12.2018.5.15.1234 o juiz proferiu sentença condenando a Reclamada a pagar R$ 100.000,00 para o Reclamante, baseado em perícia médica de incapacidade para o trabalho em decorrência de acidente do trabalho. Porém, o advogado da Reclamada não foi intimado da realização da perícia e nem do laudo pericial. Com base nos princípios estudados, indique se a conduta judicial foi correta? Indique eventuais princípios violados. Na sua resposta diga quais são as funções dos princípios. R.: A conduta judicial não foi correta, porque o advogado da reclamada deveria ter sido intimado da realização da perícia e do laudo pericial. Foram violados o princípio do contraditório e da ampla defesa, porque a parte da reclamada tem o direito de saber o que a outra parte fez na sentença para rebater e de se defender da imputação, conforme o art. 5º, LV, CF. Com base nos princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo legal a conduta judicial foi absolutamente equivocada. 5 – Um dos princípios do processo do trabalho é o "Jus Postulandi". Explique do que se trata o referido princípio, a sua aplicação e eventuais exceções. Fundamente e justifique as respostas. R.: O Jus Postulandi é um princípio do processo do trabalho que permite que o empregado e empregador atuem no processo nem a necessidade de um advogado, no dissídio individual e no coletivo, perante a Vara do Trabalho e TRT, conforme o art. 791 CLT. No entanto, tal princípio não possui exceções, sendo obrigatória a presença de advogado na homologação de acordo extrajudicial, conforme o art. 855-B CLT, e nas ações rescisórias, ações cautelares, mandado de segurança e nos recursos de competência do TST, conforme a súmula 425 TST. O jus postulandi permite que empregado e empregador, em primeira e segunda instâncias, atuem sem a presença de advogado (art. 791, CLT). As exceções ficam por conta da Súmula 425, TST. SÚMULA Nº 425 - JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE. O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.Res. 165/2010, DEJT divulgado em 30.04.2010 e 03 e 04.05.2010. 6 – Discorra de 5 a 10 linhas sobre a organização da Justiça do Trabalho. R.: A Justiça do Trabalho faz parte da Justiça Federal e se espalha por todo o território nacional em 24 Tribunais Regionais do Trabalho e diversas Varas do Trabalho. Na 1ª instância das Justiça do Trabalho todas as Varas julgam as mesmas matérias, porque a Justiça do Trabalho é especializada. Os TRT compõem-se de, no mínimo (o máximo varia de acordo com a demanda judicial e com a população, conforme o art. 93, XIII, CF) 7 juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros, com mais de 30 e menos de 65 anos, conforme o art. 115 CF. Dentre os componentes do TRT, 1/5 devem ser advogados e membros do MP do Trabalho. O TST é único e composto por 27 ministros, conforme o art. 111-A CF. 7 – Encontre um julgado relacionado a algum princípio estudado em aula, citando-o de maneira correta (só serão aceitos de TRTs e/ou TST). R.: O julgado da ementa abaixo está relacionado ao princípio da igualdade ou da isonomia, que promove tratar os iguais desigualmente e os desiguais na exata medida de suas desigualdades. O recurso revista buscou a aplicação de tal princípio à requerente, apresentando que a condenação imposta pelas instâncias ordinárias à reclamante de pagamento de honorários sucumbenciais distanciou-se do princípio da isonomia, pois igualou os desiguais. Tal recurso foi posteriormente conhecido e provido. "RECURSO DE REVISTA - HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS - RECLAMANTE BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA - INDEVIDA A CONDENAÇÃO - OFENSA AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA ISONOMIA (ART. 5º, CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL) - RECLAMAÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar a ADI 5766/DF e afastar do ordenamento jurídico a previsão legal de cobrança de honorários sucumbenciais dos beneficiários da justiça gratuita, declarando a inconstitucionalidade dos arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da CLT, assegurou o cumprimento do princípio constitucional da isonomia, conferindo tratamento diferenciado aos trabalhadores que se encontram em estado de insuficiência financeira para arcar com o próprio sustento, na forma do inciso LXXIV do art. 5º da Magna Carta. 2. Assim, a condenação imposta pelas instâncias ordinárias à reclamante de pagamento de honorários sucumbenciais distanciou-se do princípio da isonomia, pois igualou os desiguais, maculando a literalidade do art. 5º, caput, da Constituição Federal. 3. Cumpre notar que a decisão proferida em sede de controle concentrado de constitucionalidade tem eficácia contra todos e efeito vinculante, nos termos do § 2º do art. 102 da Constituição Federal, devendo ser observada em sede administrativa e judicial. Recurso de revista conhecido e provido" (RR-1906- 31.2017.5.17.0131, 2ª Turma, Relatora Desembargadora Convocada Margareth Rodrigues Costa, DEJT 08/04/2022).
Compartilhar