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Sucessão Legítima A Sucessão Legítima é aquela em que o de cujus faleceu sem testamento (ou ab intestato) ou ele seja parcial, e caso o testamento deixado caducou, ou é ineficaz (art. 1788). Há uma relação preferencial das pessoas que são chamadas a suceder o finado. Os Herdeiros legítimos são definidos por lei e acompanham a vocação hereditária. I - aos descendentes, em concorrencia com o conjuge sobrevivente II - aos ascendentes, em concorrencia com o conjuge III - ao conjuge/companheiro sobrevivente IV - aos colaterais, ate 4º grau Uma classe só será chamada quando faltarem herdeiros da classe precedente. Exemplo: os ascendentes só serão chamados na sucessão se não houver descendentes. Descendentes: mais próximos excluem mais remotos. Exemplo: o de cujus deixou um filho e este possui dois filhos (que são netos do de cujus); a herança irá somente para o filho, excluindo, neste caso, os netos. Os de mesmo grau sucedem nos mesmos direitos, todos os filhos herdam em igualdade de condições, tanto faz seja ele proveniente de um casamento ou de uma relação extraconjugal: é filho do mesmo jeito e terá direito à herança. Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Legitimidade para suceder é diferente de capacidade. O art. 1798 afirma que os legítimos para suceder são aqueles nascidos ou já concebidos no momento da abertura da sucessão. Nascituro Irmão bilateral – mesmo pai e mesma mãe- x Irmão unilateral – filhos do mesmo pai ou da mesma mãe. Irmãos bilaterais herdam mais: os unilaterais herdam metade do que os bilaterais herdariam. for casado com o falecido no regime da comunhão universal, casado na separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); 3. o regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares (caso tenha, se torna meeira e herdeira). Observar prazo do art. 1830. Ascendentes: mais próximos excluem remotos. Não há distinção entre linha materna e paterna (art 1836, § 2º), o que interessa é o grau. Não há direito de representação para ascendentes (art 1852). Colaterais: mais próximos excluem mais remotos, exceção: direito de representação para filho de irmão pré-morto. Tio e sobrinho são colaterais de 3º grau, na falta de outros herdeiros, a herança deveria ser dividida entre eles, porém o direito sucessório estabelece que sobrinho exclui tio da sucessão, pois, devido ao direito de representação, o sobrinho entra no lugar do irmão pré-morto, que é um colateral de 2º grau, enquanto o tio, por ser ascendente, não possui direito de representação, se mantendo no 3º grau, como mais próximos afastam mais remotos, logo, sobrinho exclui tio (arts 1840, 1843 caput e 1851 ss). Lembre-se: o Poder Publico somente tera direito a heranca na falta de herdeiros da classe dos colaterais e, desde que, ja constatada a ausencia de pessoas integrantes das categorias preferenciais precedentes. Art. 1844. a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivesse (art. 1.851 ). Só tem aplicação na sucessão legítima. Somente se verifica o direito de representação na linha reta descendente (operando-se ad infinitum), nunca na ascendente (art. 1.852). Na linha colateral, só ocorrerá em favor dos filhos de irmãos do falecido (sobrinhos), quando com irmão deste concorrerem. Os filhos herdam por cabeça ou por direito próprio. Já os netos herdam por estirpe ou por direito de representação. Art. 1832 Além disso, fala-se em sucessão legítima quando houver ruptura do testamento, isto é, ele transcendeu a parte indisponível da herança: 50% do patrimônio, se houver herdeiros necessários. Ressalta-se que o testamento é um negócio jurídico unilateral, sendo pautado na autonomia da vontade, embora é limitado pela força do art. 1846. A legítima opera sobre o valor dos bens no momento da abertura da sucessão, abatida as dívidas e despesas com o funeral e acrescentando o valor dos bens sujeitos a colação. O cônjuge sobrevivente casado sob o regime de comunhão parcial de bens concorrerá com os descendentes do cônjuge falecido apenas quanto aos bens particulares eventualmente constantes do acervo hereditário. Em relação aos bens adquiridos antes do casamento – particulares – o cônjuge sobrevivente terá participação como herdeiro, juntamente com os descendentes. Por outro lado, em relação àqueles bens adquiridos após o casamento, a regra será exatamente a mesma aplicada à comunhão universal, explicada acima, de modo que o viúvo (a) permanecerá com 50% deles, a título de meeiro – e não herdeiro. Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. É o ato pelo qual o herdeiro informa, no inventário, o recebimento de bens em vida, antecipado pelo autor da herança. Os herdeiros necessários restituem à herança as doações feitas em vida pelo ascendente comum. Se o falecido foi casado no regime de comunhão universal, todos os seus bens e de seu cônjuge pertencem aos dois, indistintamente. Para fins de herança, o viúvo terá direito a 50% do patrimônio deixado pelo falecido, mas não a título de herança, e sim como sua meação. A separação obrigatória é o regime imposto pela lei, de acordo com algumas situações no momento do casamento. A mais comum é quando um dos noivos tem mais de 70 anos. Se o falecido era casado em regime de separação obrigatória, em regra, o viúvo (a) terá direito à meação, isto é, terá 50% do patrimônio adquirido após o casamento, e, consequentemente, não participará do restante, como herdeiro. Inclusive, dissemos “em regra”, porque é necessária a prova do esforço, presumido, comum na aquisição do patrimônio, pois aceita-se não apenas a ajuda financeira, mas também moral e psicológica. : A separação total é o regime em que o casal, de livre vontade, opta pela separação de bens. Neste caso o viúvo é herdeiro e dividirá a herança juntamente com os descendentes. Sucessão Testamentária O Testamento é um ato personalíssimo, unilateral, solene e revogável pelo qual alguém dispõe no todo ou em parte de seu patrimônio. Permite a instituição de herdeiro (sucessor a título universal) ou legatário (sucessor a título singular). Tem certas limitações, pois deve respeitar a legítima (que é a parte que cabe aos herdeiros necessários). Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade Capacidade testamentária ativa é a capacidade para fazer o testamento. O Surdo-Mudo, em tese é incapaz de testar, mas a legislação possibilita que ele faça o Testamento Cerrado. Ele deve escrever, próprio punho ou por processo mecânico. Caso seja escrito a punho, deve ser lido e assinado por quem o escreveu três testemunhas, que deverão subscrevê-lo. O Cego só é permitido o Testamento Público. Deve ser lido, em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal, e a outra por uma das testemunhas, designada pelo testador (art. 1867). Assim, podem testar o cego, o analfabeto, o pródigo, o falido, etc. Os maiores de 16 anos, mas menores de 18 anos, apesar de serem relativamente incapazes podem testar, mesmo sem a assistência de seu representante legal. A incapacidade posterior a elaboracao do testamento nao o invalida. A capacidade para testar deve existir no momento em que o testamento é feito, pois a incapacidade superveniente não invalida o testamento eficaz. O testamento do incapaz não pode ser convalidado com a superveniência da capacidade. Capacidade testamentária passiva é a capacidade para adquirir por testamento. A regra genérica de que são capazes todas as pessoas, físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, maiores ou menores, existentes ao tempo da mortedo testador. INCAPAZES de testar (art. 1.860): os menores de dezesseis anos, Os desprovidos de discernimento (que não puderem manifestar a sua vontade) à época do testamento. Pessoa jurídica. + Ainda há algumas proibições no testamento O testador não pode dispor de mais da metade dos bens, caso exista herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge sobrevivente), exceto se os mesmos forem deserdados. As disposições que excederem à metade disponível será reduzida ao limite dela. São deduzidas também as doações feitas em vida, que atingiram a legítima dos herdeiros necessários (são chamadas doações inoficiosas). Um testamento pode ser revogado por outro (de qualquer espécie), total ou parcialmente. Não há uma hierarquia entre os testamentos. Os indivíduos não concebidos (exceto nascituro) até a morte do testador, salvo se a disposição deste se referir à prole eventual de pessoas por ele designadas e existentes ao abrir-se a sucessão. As pessoas jurídicas de direito público externo no que tange a imóveis situados no Brasil. A pessoa que, a rogo, escreveu o testamento, seu cônjuge, seus ascendentes, descendentes e irmãos. proibe que nomeiem herdeiros ou legatarios As testemunhas do testamento. O concubinário (amante) do testador casado, salvo se este, sem culpa sua, estiver separado de fato do cônjuge há mais de 05 anos. O tabelião, civil ou militar, o comandante, ou escrivão, perante o qual se fizer, assim como o que fizer, ou aprovar o testamento. Para adquirir por testamento Ocorre no momento em que vários herdeiros, pela mesma cláusula testamentária, em partes não determinadas, ficam com a parte que caberia a outro co-herdeiro pelo fato deste não puder ou não quiser aceitá-la. (ex.: pré-morte, indignidade, renúncia, etc.). Exemplo: Se o testador João nomeou José e Marcos como herdeiros da metade do seu acervo, e, com a abertura da sucessão José não quer aceitar a herança, Marcos ficará com essa parte além da sua. Isto se João (testador) não tiver determinado um substituto (direito de substituição) para José, pois a substituição exclui o acréscimo. Mesmo que José tenha filhos estes não receberão os bens por representação, por ser um testamento (art. 1851). Obs. Não haverá direito de acrescer se a cédula testamentária caducar ou for declarada nula ou anulada, caso em que subsistirá a sucessão legítima (art. 1.788 CC). Requisitos • Nomeação de co-herdeiro ou co-legatário, na mesma disposição testamentária. • Deixa dos mesmos bens ou da mesma porção de bens. • Ausência de cotas hereditárias. Quem é o Legatário? É a pessoa a qual o testamento foi destinado. O legatário não é obrigado a aceitar o legado, podendo renunciar tácita ou expressamente. Os legados podem caducar (ex.: anulação do testamento; alienação, modificação ou perecimento da coisa; falecimento do legatário antes do testador.). Enquanto a herança consiste na totalidade ou de uma fração ideal dos bens do de cujus, como uma universalidade de bens, sendo considerada um único bem imóvel, o legado é a sucessão que incide sobre uma coisa certa e determinada. A herança é indefinida e o legado é definido . Quando o legado é deixado para um herdeiro legítimo, que passa a acumular os papéis de herdeiro e legatário. O legado, quanto ao objeto, pode ser de coisas corpóreas ou incorpóreas, inclusive alimentos podem ser transmitidos por legado
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