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CAROLINA ELMAUER BORGES UNINOVE MAUÁ nono semestre, internato, 2022. Doença Arterial Coronariana Aterosclerose: Acúmulo de LDL no subendotélio, �ue é oxidado e atrai monócitos e linfócitos T para a camada íntima das artérias, onde interagem com as células musculares lisas vasculares (CMLV), �ue perde a função de contração e passa a atuar como células secretoras, �ue causam a formação do ateroma com centro lipídico e cápsula �brosa. Causas de diminuição da oferta de O2: Anemia, hipoxemia, pneumonia, asma, DPOC, hipertensão pulmonar, �brose pulmonar intersticial, apneia obstrutiva do sono, doença falciforme, toxicidade adrenérgica (uso de cocaína), hiperviscosidade, policitemia, leucemia, trombocitose, hipergamaglobulinemia, cardiomiopatía hipertró�ca e estenose aórtica. Ateroma ● Placa estável: Centro lipídico menor e capa ou cápsula �brótica mais grossa. ● Placa instável (vulnerável): Centro lipídico grande e capa mais �na - tendo mais facilidade em romper e vulnerabilidade trombótica. *Não tem relação direta com o grau de obstrução. Demanda: �uanto maior a necessidade de O2, maior a demanda, causando aumento de FC e PA, além da tensão e contratilidade. Oferta de O2: Pode variar de acordo com o diâmetro e tônus da coronária, pressão de perfu.são, FC e �uxo colateral. Is�uemia miocárdica é caracterizada pelo desbalanço entre oferta e demanda de oxA aigênio (> demanda e < oferta). Reserva de �uxo coronariano: Reduz com o aumento da obstrução. Conse�uências da is�uemia: Alterações metabólicas -> Alterações de perfusão -> Disfunção diastólica -> Disfunção sistólica -> Alterações elétricas -> Angina ou e�uivalentes Angina e Mecanismos Dor relacionada à is�uemia, causada por: ● Obstrução das artérias epicárdicas - aterosclerose ● Disfunção microvascular ● Vasoespasmo - Dor sem relação com o esforço ● Aumento da demanda - aumento da pré e pós carga (HAS, hipertro�a ventricular, anemia ou febre, hipertireoidismo ou aumento da atividade adrenérgica (exercício �ísico e ansiedade) A angina resulta em aumento da FC, PA ou ambos e na incapacidade das artérias coronárias epicárdicas estreitadas aumentarem o �uxo anterógrado ou a oferta em resposta a este aumento no consumo. *A angina microvascular também pode ser desencadeada pelo esforço, no entanto, não há melhora com o uso de nitrato. *A angina vasoespástica pura (angina variante ou de Prinzmetal) é caracterizada por angina em repouso com preservada tolerância ao esforço. Responde bem a nitratos. Manifestações clínicas: ● Dor torácica, retroesternal ou precordial, em aperto ● Fatores de melhora ou piora: ○ Piora: Estresse ou esforço ○ Melhora: Repouso ou nitrato (vasodilatador coronariano) ● Irradiação e Sintomas Associados: ○ Para cima (pescoço, mandíbula, MMSS ○ Sintomas associados: Sudorese, palidez e vômitos - mais comum na DCA Classi�cação: ● Se 3 características: Angina típica ● Se 2 características: Angina atípica ● Se 1 característica ou nenhuma: Dor não anginosa E�uivalente anginoso (is�uêmico): O paciente apresenta sudorese, palidez, dispneia, náuseas ou vômitos e palpitações, mas NÃO TEM DOR. É comum em pacientes idosos, mulheres, diabéticos, pacientes com distúrbios psi�uiátricos e transplantados cardíacos. Exame Físico: Pode estar normal na doença estável, no entanto, pode apresentar, durante o �uadro anginoso, sinais de IC, como desdobramento de B2 (atraso no relaxamento do miocárdio ventricular es�uerdo e no fechamento da valva aórtica), B3 (disfunção sistólica), B4 (disfunção diastólica), crepitação pulmonar e sopros. Melhora da dor, melhora dos sinais. Canadian Cardiovascular Society (CCS) - Graus de Angina ● I: Grandes esforços ● II: Moderados esforços ● III: Pe�uenos esforços ● IV: Repouso Diagnósticos Diferenciais Angina estável: Dor aos esforços previsíveis - tratamento ambulatorial Angina instável: Dor progressiva (em crescendo), com início recente (em 2 meses) e em repouso, prolongado, há mais de 20 minutos. Vasoespasmo: Não tem relação com esforço e tem alteração transitória do segmento ST no momento em �ue ocorre o vasoespasmo. Estenose Aórtica: Apresenta sopro ejetivo. Tríade: Angina, síncope e insu�ciência cardíaca. Cardiomiopatia Hipertró�ca: Doença genética. Apresenta sopro, �ue aumenta com valsalva. Pode ter histórico familiar de morte súbita. Exames complementares: ● Probabilidade pré-teste: Idade (> idade > risco), sexo (homens > mulheres), características da dor e antecedentes (HAS, DM, tabagismo). Se baixo risco - exclui; Se risco intermediário - teste diagnóstico; Se alto risco - teste prognóstico; ● Testes Funcionais - avaliam is�uemia: ○ Teste ergométrico (TE) - alterações do segmento ST e dor anginosa. Avalia a clínica, hemodinâmica (PA e FC) e ECG (infradesnivelamento do segmento ST descendente ou horizontal) Contraindicações: Limitação ao esforço, SCA não estabilizada e ECG não interpretável, principalmente se Blo�ueio do Ramo Es�uerdo (BRE). ○ ECO ou RNM estresse - alterações da contratilidade segmentar. Avalia a função ventricular (se <50% é sinal de gravidade) e alteração segmentar Tipos de Estresse: Esforço �ísico, dobutamina (adrenérgica - aumenta a FC e contratilidade) e dipiridamol (inibe a degradação da adenosina, portanto, causando vasodilatação) ou adenosina (ação de vasodilatação). * Pacientes com asma ou DPOC descompensados não podem usar adenosina ou dipiridamol pois induzem broncoespasmo. Nesses casos, utiliza-se dobutamina. ○ Cintilogra�a de Perfusão do Miocárdio - avalia a perfusão sanguínea e função ventricular. É feito com um radiofármaco Tc-MIBI (radioisótopo) e os estresses utilizados são iguais aos do ECO. Hipocaptação Transitória - Is�uemia Hipocaptação Persistente - Fibrose (Infarto antigo) ○ Ressonância Cardíaca: Avalia a anatomia, alteração segmentar e função ventricular. Realce tardio subendocárdico - sinal de is�uemia ● Testes Anatômicos ○ AngioTC - não invasivo: Alto valor preditivo negativo. A FC tem �ue estar bem controlada, em torno de 60-70 bpm. ○ Coronariogra�a (cateterismo cardíaco) - invasivo: É indicado se CCS 3 ou 4, em terapia medicamentosa otimizada, alto risco em Teste Não Invasivo e FEVE <40%. ■ Pacientes com angina estável (CCS I ou II) �ue respondem ao tratamento medicamentoso e sem evidências de is�uemia em testes não invasivos não têm indicação para cateterismo. Tratamento Não farmacológico: Dieta, perda de peso, exercício �ísico, vacinação (In�uenza e Pneumo), cessar tabagismo. Farmacológico: ● Antiagregante pla�uetário: AAS. Se contraindicação para AAS, como úlcera péptica, utilizar Clopidogrel. ● Estatina com alvo de LDL< 50: Atorvastatina ou Rosuvastatina. Também causam redução da in�amação na placa coronariana (efeitos pleiotrópicos). Meta: LDL < 50mg/dL ou redução > 50% do LDL basal em pacientes com DAC estabelecida. ● IECA ou BRA: HAS, DM e ICFER (função ventricular reduzida abaixo de 40%). Antianginosos de Primeira Linha: ● Betablo�ueadores: Reduz a FC e a contratilidade, conse�uentemente, reduzindo a demanda de O2. O alvo de FC é entre 60-70 bpm. Há redução da mortalidade para ICFER e pós-IAM. Podem aumentar a perfusão em áreas is�uêmicas por aumento no tempo de diástole e da resistência vascular em áreas não is�uêmicas. ○ Contraindicações: Bradicardia, broncoespasmo (asma e DPOC) e vasoespasmo ● Blo�ueadores de Canal de Cálcio: ○ Diidropiridínicos: Anlodipino - efeito mais vasodilatador. É indicado em associação com BB para controle da angina estável sintomática. ○ Não diidropiridínicos: Diltiazem e Verapamil - ação de bradicardia. Evitar se ICFER. Efeito mais bradicardizante. ■ O uso de verapamil e diltiazem deve ser evitado em associação de BB por risco de bradicardia. São contraindicados na disfunção ventricular. ● Nitratos de ação rápida: Isordil SL, de ação rápida. Pode causar hipotensão, portanto, o paciente deve estar deitado ou sentado durante a administração. Antianginosos de Segunda Linha: ● Nitratos de Ação Prolongada: Causam vasodilatação coronariana, diminui a pré-carga. ○ Efeitos colaterais:Cefaleia e disfunção endotelial. ○ Contraindicações: Uso de Inibidor de Fosfodiesterase 5, hipotensão e infarto de VD em paciente instável. ○ No tratamento de angina vasoespástica, podem ser associados aos blo�ueadores de canais de cálcio para controle sintomático. ● Ivabradina: Inibe canais IF do nó sinoatrial, se FC >70 bpm com betabloq. Evitar se FA. ● Metabólicos: Trimetazidina e Ranolazina - melhoram o uso de O2 mitocondrial. Sem efeito em PA e FC. Tem a capacidade de aumentar a tolerância ao exercício em pacientes com angina. ● Nicorandil: Causa vasodilatação arterial, gerando aumento do �uxo coronariano e prevenindo vasoespasmo. ○ Efeitos colaterais: Cefaleia, ta�uicardia, vermelhidão facial, re�uxo gastroesofágico e hipotensão. ● Alopurinol: Hipouricemiante, mas em altas doses apresenta efeito antianginoso pouco compreendido. Pode ser usado em pacientes com angina estável sintomática em uso de terapia antianginosa já otimizada. Revascularização no Paciente Estável - indicações: ● Angina refratária com tratamento medicamentoso otimizado ● Situações de alto risco em �ue há ganho de sobrevida com a revascularização, mesmo na ausência de sintomas, como lesões interatriais graves ou na disfunção do VE ● Teste não invasivo de alto risco ● FEVE < 40% ● Anatomia de alto risco CRM (cirurgia de Revascularização Miocárdica) X Angioplastia (Intervenção Coronariana Percutânea - ICP): ● Complexidade anatômica (SYNTAX) - �uanto mais complexa a anatomia, pior para o stent, sendo mais indicada a CRM ● Leito distal, se obstruído, não é possível fazer a cirurgia (ponte mamária) ● Risco cirúrgico *A intervenção é exceção, não regra Conduta em relação ao prognóstico: ● Baixo risco: Fazer TMO exclusivo ● Risco intermediário: Fazer TMO OU cateterismo cardíaco (avaliar morbidades e preferência do paciente) ● Alto risco: TMO E cateterismo cardíaco Testes na DAC: ● Sempre considerar probabilidade para teste ● Teste ergométrico pode ser usado para avaliar capacidade funcional e competência cronotrópica (FC) ○ �uanto maior o duplo produto, maior a capacidade funcional.
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