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DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

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I – DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚLICA 
 
Fé Pública – Conceito: Crença na veracidade dos documentos, 
símbolos, sinais que são empregados pelos homens em suas relações 
em sociedade. A violação da fé pública constitui crime de falso. 
 
Requisitos do crime de falso: 
 
1 – imitação da verdade. Pode ocorrer de duas formas: 
 
a) immutatio veri: mudança do verdadeiro (modificação do teor 
do documento) 
b) imitatio veritatis: imitação da verdade (criar um documento 
falso) 
 
2 – Dano potencial: O prejuízo inerente à falsidade não precisa 
ser efetivado, nem necessariamente patrimonial. Por outra banda, 
só há que se falar em dano potencial, quando o documento 
falsificado é capaz de iludir ou enganar um determinado número de 
pessoas. Falsificação grosseira: reconhecível ictu oculi, não 
caracteriza o crime de falso. 
 
3 – Dolo: Todos os crimes contra a fé púbica são dolosos, não 
existe qualquer modalidade culposa. Ainda, existem aqueles que 
requerem um especial fim de agi (dolo específico), como o crime 
de falsidade ideológica (art. 299) “finalidade de prejudicar 
direito, criar obrigações ou alterar a verdade sob fato 
juridicamente relevante”. 
 
MOEDA FALSA (art. 289, CP) 
 
Conduta típica: Apresentar como verdadeiro algo que não é 
original. A falsificação pode se dar pela fabricação (criação da 
moeda falsa) ou alteração (modificação do seu valor para maior). 
A conduta pode recair sobre a moeda nacional ou qualquer moeda 
estrangeira. Falsificação grosseira não constitui o crime. 
 
Sujeitos do crime: Trata-se de crime comum que pode ser cometido 
por qualquer pessoa. Sujeito passivo é o Estado. 
 
Consumação: Consuma-se com a falsificação, independente de 
qualquer outro resultado. A tentativa é possível. 
 
Ação penal: É pública incondicionada, de competência da Justiça 
Federal. 
 
II – FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO (ART. 297, CP) 
 
Conceito de documento público: É aquele elaborado por funcionário 
público, de acordo com as formalidades legais, no desempenho de 
suas funções, ex.: CNH, RG, CPF, Título de Eleitor, escritura 
pública etc. Não se trata de um crime próprio, podendo ser 
cometido por particular ou por funcionário público. 
 
Documento público por equiparação: o §2°, do art. 297, equipara 
alguns documentos particulares a documento público, permitindo a 
punição em crime mais grave. 
 
A falsificação pode ser: a) total: quando o documento é 
integralmente forjado, ex.: fazer imitações de espelhos de CNH. 
b) parcial: o agente acrescenta dizeres, letras ou números em um 
documento ex.: preenchimento de um espelho verdadeiro. c) 
alterar: Significa alterar um documento verdadeiro, ex.: 
modificação de data de nascimento em documento de identidade. 
 
Consumação: Consuma-se com a falsificação ou com a alteração, 
independentemente do uso ou de qualquer outra conseqüência 
posterior. A falsificação é crime de perigo que se aperfeiçoa 
independente do uso. Tentativa: Apesar de crime formal, é 
possível a tentativa, quando o agente é surpreendido no momento 
da falsificação. 
 
Comprovação: imprescindível exame documentoscópico, infração que 
deixa vestígio. 
 
Competência: Se o documento foi ou devia ter sido emitido por 
autoridade federal, a competência é da Justiça Federal, ex.: 
passaporte. Se, foi ou deveria ter sido emitido por funcionário 
público estadual ou municipal a competência é da Justiça 
Estadual. OBS: Súmula 62 STJ. 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa pode praticá-lo (crime comum), se 
praticado por funcionário público, a pena será exasperada em um 
sexto §2°, 297. 
 
Sujeito passivo: Estado, eventualmente a pessoa lesionada pelo 
falso. 
 
III – FALSIDADE IDEOLÓGICA (art. 299, CP) 
 
Definição: Na falsidade ideológica o documento é autêntico em 
seus requisitos extrínsecos e emana realmente da pessoa que 
figura como autor, mas o seu conteúdo é falso. 
 
Elementos objetivos do tipo: a) omitir declaração que deveria 
constar. Conduta omissiva; b) inserir declaração falsa ou 
diversa da que deveria constar. Conduta comissiva; c) fazer 
inserir. O agente vale-se de terceira pessoa, para prática do 
item b. 
 
Sujeito ativo: Qualquer pessoa pode praticá-lo (crime comum), se 
praticado por funcionário público, a pena será exasperada em um 
sexto §único, 299. 
 
Sujeito passivo: Estado, eventualmente a pessoa que sofreu o 
prejuízo. 
 
Elemento subjetivo: Para que exista o crime é necessário que o 
agente queira prejudicar direito, criar obrigações ou alterar a 
verdade sobre fato juridicamente relevante. Ausente tais 
finalidades, o fato é atípico. 
 
Consumação: Consuma-se com a efetiva omissão ou inserção, de 
forma a tornar falso o conteúdo, mesmo que o agente não atinja a 
sua finalidade de prejudicar direito, criar obrigação etc. Trata-
se de crime formal 
 
Tentativa: Só é possível nas formas comissivas. Não se admite na 
forma omissiva. 
 
Comprovação: A falsidade ideológica é crime que não pode ser 
comprovada pericialmente. O juiz que deve verificar se o seu 
conteúdo e verdadeiro ou falso.

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