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aula 4 Patologia

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Patologia
Profª Felipe Oliveira
Conteúdo 
Programático
UNIDADE 3: Degenerações, morte celular, 
alterações do interstício
3.1 Membrana celular
3.2 Degenerações: hidrópica, hialina, mucóide, 
esteatose, lipidoses, glicogenoses, 
mucopolissacaridoses
3.3 Morte celular: morte somática, necrose e 
apoptose
Degenerações
• A célula, enquanto unidade
morfofuncional de um organismo,
está sujeita à ação de incontáveis
agentes potencialmente agressores.
Em muitas circunstâncias tais
agentes são, de fato, capazes de
promover disfunções que
submetem as células a uma
sequência de lesões que podem,
em última instância, levá-las à
morte.
Degeneração celular 
CONCEITO:
•Literalmente : deterioração (célula doente)
•É caracterizada pela anormalidade na sua função e estrutura.
•Enquanto algumas alterações são temporárias ou adaptações, outras 
são graves e implicam na progressão em direção da morte celular.
•A Degeneração pode ser REVERSÍVEL se o estimulo nocivo for retirado.
•Só será reversível se lesão não causar dano significativo na membrana 
e dissolução do núcleo.
Membrana celular
• A membrana celular, uma bicamada constituída principalmente por fosfolipídeos,
colesterol e proteínas, representa o limite estrutural externo da célula para com o meio
ambiente.
• É um importante componente celular envolvido nas lesões.
• As proteínas presentes na membrana desempenham importantes
funções celulares, tais como: captação de informações do meio
externo e transdução destas em atividades biológicas (proteínas que
atuam como receptores), adesão intercelular (proteínas de junção
celular) e transporte de moléculas importantes para processo
fisiológicos (proteínas que atuam como carreadoras, canais e
bombas).
Membrana celular
• A membrana celular pode sofrer lesões por:
1) Estresse oxidativo (ação direta de espécies reativas de oxigênio); e
2) Degradação ou redução na síntese de fosfolipídeos mediante
isquemia ou ação de agentes agressores que alteram o equilíbrio
osmótico e o influxo de fluídos e íons.
Membrana celular
• As lesões são classificadas como:
- Reversíveis, como as observadas em resposta ao influxo da água,
alterações do citoesqueleto e modificação da fluidez (alteração dos
componentes de membrana).
- Irreversíveis, como as observadas na perda de contato da membrana
com o citoesqueleto (formação de protusões com aspecto de bolhas na
superfície celular), na redução da síntese proteica, na degradação dos
ácidos graxos (enfraquecimento da membrana) e nas alterações da
membrana causadas pelas variações na concentração de Ca++ (frouxidão
ou desaparecimento de junções intercelulares).
Membrana celular
• Alterações nos componentes da membrana mediadas por fatores
genéticos ou modificações metabólicas promovem diversas alterações
fisiopatológicas.
- Defeitos genéticos da proteína espectrina (responsável por fixar a
membrana plasmática ao citoesqueleto) alteram a forma das células.
- Aumento da quantidade de colesterol disponível modifica a fluidez da
membrana celular, como observado em hepatopatias e dietas
contendo quantidade excessiva de lipídeos.
Membrana celular
• Modificações funcionais ou estruturais nos canais iônicos e
receptores resultam em doenças como diabetes tipo 2 (redução no
número de receptores de insulina), miastenia gravis (bloqueio de
receptores de acetilcolina nas junções neuromusculares), doença de
Graves (estimulação de receptores de hormônio estimulador da
tireoide - TSH) e tubulopatias renais hereditárias (mutação em canais
iônicos).
Membrana celular
Degenerações
• Em certas condições, as células podem acumular, de forma irregular,
substâncias que são consideradas inofensivas.
• As degenerações, definidas como lesões reversíveis decorrentes de
um metabolismo celular perturbado, possuem como característica
morfológica principal o depósito intracelular (e às vezes extracelular)
de uma série de substâncias.
• As degenerações são classificadas de acordo com a natureza da
substância acumulada, podendo ser:
1) Degenerações por acúmulo de água e eletrólitos (degeneração
hidrópica)
2) Degenerações por acúmulo de proteínas (degeneração hialina e
degeneração mucoide)
3) Degenerações por acúmulo de lipídeos (esteatose e lipidoses)
4) Degenerações por acúmulo de carboidratos (glicogenoses e
mucopolissacaridoses).
Degenerações
- Acúmulo de água e eletrólitos: degeneração hidrópica A manutenção
do equilíbrio eletrolítico em células e suas organelas é mediado por
canais iônicos (bombas eletrolíticas de Na+/K+) que funcionam contra
o gradiente de concentração por um mecanismo que depende de
energia. Degeneração hidrópica (ou edema celular), uma lesão
reversível não-letal que independe da natureza da agressão, é
resultado do acúmulo intracelular de água e eletrólitos e apresenta
como característica morfológica principal a tumefação (aumento do
volume celular).
- Esta degeneração é bastante comum nas células parenquimatosas do
rim, fígado e coração.
Degenerações
Degeneração hidrópica 
DEGENERAÇÃO GORDUROSA (ESTEATOSE)
• Ácidos graxos livres e monoglicerídeos - Alimentação e Tecido
Adiposo.
• São absorvidos pelo intestino delgado e transportados para o sangue,
podendo chegar a todos os tecidos.
• Passam pelo fígado para serem metabolizados (esterificados) e
transformados em Triglicerídeos, que por sua vez podem ser
transformados em Colesterol, Fosfolipídeos e Corpos Cetônicos.
• O acúmulo se dá por erro na entrada, utilização ou eliminação destas
moléculas.
• As células precisam de ácido graxo para produzir membranas,
hormônios e até neuromoduladores.
Acúmulo de Triglicerídeos
• Mais comum nas células do fígado (hepatócitos), podendo ainda 
acontecer no coração, músculo esquelético, rim ou outros órgãos.
• Pode ser causadas por substâncias químicas (drogas, álcool e creolina 
(fenol), destruição proteica, diabetes mellitus, obesidade e anóxia.
- Acúmulo de lipídeos: esteatose e lipidoses
- Esteatose (ou degeneração gordurosa) é definida como sendo o
acúmulo anormal de gorduras neutras (mono, di e triglicerídeos) no
citoplasma de células que usualmente não as armazenam, como células
do miocárdio, do músculo esquelético, do epitélio tubular renal e,
principalmente, do fígado.
Degenerações
• Formação da placa ateromatosa na aterosclerose, um tipo de lipidose.
Degenerações
- Acúmulo de proteínas: degeneração hialina e degeneração mucoide
- Na degeneração hialina (ou transformação hialina) ocorre o acúmulo massivo de material
proteico decorrente de uma síntese proteica defeituosa ou da apresentação excessiva de
proteínas à célula. Além disso, pode ocorrer a formação de estruturas denominadas
corpúsculos, que são verdadeiros condensados proteicos.
- A degeneração hialina, uma degeneração menos comum do que aquelas provocadas pelo
acúmulo de lipídeos ou água e eletrólitos, é considerada uma alteração celular grave,
podendo ser encontrada em diversas condições:
enfermidades hepáticas tais como cirrose alcoólica, esteato-hepatite não alcoólica e
carcinoma-hepatocelular).
- Casos de degeneração mucoide (acúmulo de mucina1) associam-se a condições
patológicas tais como inflamação das mucosas (catarral), hiperprodução de mucina por
células mucíparas dos tratos digestório e respiratório, e síntese maciça de mucina em
alguns tipos de cânceres (estômago, intestino e ovários,
Degenerações
DEGENERAÇÃO POR ACÚMULO DE PROTEÍNA 
(HIALINA)
Acúmulo se dá por desequilíbrio entre produção e degradação das proteínas celulares, 
causando perda da homeostase.
Geralmente formam corpúsculos no interior da célula.
- Gotículas de reabsorção – em doenças renais associadas a perda de proteína na urina 
(proteinúria).
Normalmente se reabsorve proteínas nos túbulos renais proximais, na proteinúria, com 
a perda de proteínas na urina, a vesícula de pinocitose que reabsorve estas proteínas 
começa a se fundir com os lisossomas celulares e acumular proteínas até que o 
estimulo acabe.
- Corpúsculo de Mallory - Formado na cirrosehepática pode ser também causada
por uma infecção virótica (citomegalovirus), onde se tem acúmulo de proteínas.
- Corpúsculo de Russel - Acúmulo de Imunoglobulina no citoplasma das células
plasmáticas.
- Acúmulo de carboidratos: glicogenoses e mucopolissacaridoses
São doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo de glicogênio nas células
do fígado, rins, músculos esqueléticos e coração.
• O glicogênio é uma reserva de energia prontamente disponível que está
presente no citoplasma.
• Causa: Deficiência da enzimas que atua no processo
de degradação de glicogênio em glicose.
Degenerações 
• As mucopolissacaridoses são doenças metabólicas que têm como
característica principal o acúmulo tecidual anormal de
mucopolissacarídeos devido à degradação defeituosa desta
macromolécula. Este depósito excessivo pode afetar as artérias
coronarianas, assim como pode causar rigidez das articulações, lesões
nas valvas cardíacas, retardamento mental (devido a lesões cerebrais)
e embaçamento da córnea. Exemplificam este tipo de degeneração as
síndromes de Hurler e de Hunter.
Degenerações
Síndrome de hurler
• Anomalias ósseas;
• Atraso no desenvolvimento 
psicomotor; 
• Aumento no volume da língua;
• Perda auditiva; 
Síndrome de Hunter, ou MPS II
• A Síndrome de Hunter, ou MPS II, ocorre por conta da deficiência ou
inexistência no organismo da enzima iduronato–sulfatase. Trata-se de
uma doença hereditária de caráter recessivo ligado ao cromossomo X.
Com isso, afeta majoritariamente os homens, que herdam tal
característica da mãe portadora.
• macrocefalia, aumento do abdome, perda auditiva, espessamento das
válvulas cardíacas, distúrbios respiratórios, dificuldade motora e, em
alguns casos, problemas de desenvolvimento psicomotor.

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