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Cardio:Pé Diabético Cardio:Pé Diabético Maryanne Adriano É uma situação de infecção, ulceração ou também destruição dos tecidos profundos dos pés, associada a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica, nos membros inferiores de pacientes com Diabetes Mellitus. Conceito Fisiopatologia Paciente diabético, portanto, possui hiperglicemia, uma resistência à insulina, dessa forma, pela alta da quantidade de glicose no sangue, teremos um aumento da viscosidade sanguínea (sangue mais grosso, pq temos mais soluto no nosso sangue) e, a hiperglicemia também pode fazer com que haja a glicação das proteínas (é quando uma molécula de açúcar vai se ligar a proteína, causando principalmente a perda de função-diminuição da funcionalidade da proteína-, e em alguns casos essa ligação proteína/glicose pode ainda gerar mecanismos autoimune). Então, esse aumento da viscosidade sanguínea e glicação das proteínas causados pela hiperglicemia, junto aos fatores genéticos e ambientais, vão então favorecer no aparecimento da microangiopatia diabética. Todavia, além da deficiência arterial, teremos uma deficiência neurológica, ocorrendo por meio de: o paciente com hiperglicemia vai favorecer três coisas: a glicação das proteínas, pode gerar disfunção endotelial e ainda pode causar uma obstrução do vasa nervorium (são vasinhos que vão irrigar os nervos), por meio dessas três coisas que aconteceram, associado a fatores genéticos e ambientais, isso vai favorecer no desenvolvimento da neuropatia diabética. Classificação fisiopatológica Vamos classificar as lesões do pé diabético em 4, teremos as lesões isquêmicas (podem ser tanto macro->ainge macrocirculação- quanto microangiopática->atinge microcirculação), lesões infecciosas, neuropática e mista. Na macroangiopática: Ela atinge a macrocirculação. Tendo então lesões cutâneas isquêmicas ou traumáticas, sem sinal de infecção. Portanto, por não estar chegando úlcera na região, a úlcera é pálida, sem granulação, com bordas irregulares e dolorosas. Na microangiopática: Atinge a microcirculação, tendo lesões cutâneas sem relação com pontos de pressão, são dolorosas com bordas indefinidas, fundo pálido e sem granulação. Nesse caso a arteriografia tá tá normal Úlceras Infecciosas: São lesões infecciosas com edemas, podendo ou não ter abcessos, reação inflamatória sistêmica e pode ter linfonodomegalia regional e descompressão da diabetes e, geralmente essa infecção é por polimicrobiano. Úlcera Neuropática: Geralmente ocorre por lesões em pontos de pressão, indolores, com bordas elevadas. Podendo ter lesões ósseas associadas, hiperqueratose e fundo bem vascularizado (visto que não tem alteração na circulação), sem infeção e presença de dedos em garra. Úlcera Mista: Quando estão associadas pelo menos 2 das outras classificação. Características A questão principal é a presença de pulso, a doença é sistêmica. Portanto, diabetes pode provocar placa nas artérias que pode provocar doença na microcirculação do corpo inteiro. O local mais comum de ter algum problema é nos MMIs, visto que é a parte que sustenta o corpo, tá sempre exposto a traumas e lesões. Portanto, quem tem uma tendência maior a ter placa vai ter dor e ausência de pulso-DAOP, quem tem uma tendência maior a ter microangiopatia, não tem dor e os pulsos são preservados (o pulso chega nas artérias grandes, o problema é na microcirculação). Quem tem diabetes pode ter doença na retina, no rim, doença coronária, doença cérebro-vascular. Epidemiologia 20 milhões de diabéticos no Brasil. 25 % desenvolvem úlcera. pé diabético-> + na planta do pé lembrar: pulsos palpáveis e não tem dor ocorre o espessamento que dificulta a passagem de o2 e paciente tem neuropatia! Pé de Charcot O pé de charcot é um pé com muita deformidade, perde concavidade, ainda mais perigoso para formar uma lesão. Precisando ter cuidado ainda mais redobrado. O diagnóstico é clínico: anamnese (sem dor e com pulso)+palpar pulso + teste monofilamento Exames complementares principalmente paciente que tem ferida, para saber gravidade do problema: ->Laboratório (hemograma,VHS) ->RAIO X do pé para ver se tem osteomielite (infecção do osso, visto que a tendenência de amputar é maior) ->Eco-Doppler - se paciente tem muito edema ->Ressonância Cardio:Pé Diabético Cardio:Pé Diabético Maryanne Adriano A neuropatia autonômica provoca alteração na regulação da microcirculação, provocando vasodilatação e um aumento do fluxo sanguíneo. Isso provoca uma maior fragilidade óssea devido à intensa reabsorção de cálcio. Somado a isso, acontecem as neuropatias sensitiva e motora que acarretam em traumatismos, fraturas e luxações. Como resultado final, o pé apresenta-se deformado, com perda ou desabamento do arco plantar. Pode ter uma fase aguda, onde prevalecem sinais flogísticos com o pé quente, avermelhado, dolorido e edemaciado, entretanto geralmente sem febre, leucograma normal e exames inflamatórios normais ou discretamente aumentados (deve ser feito diagnóstico diferencial com processo infeccioso - pode ter abscesso, secreção purulenta, febre, leucograma infeccioso e exames inflamatórios muito elevados). Para os casos de Charcot agudo, o paciente deve evitar andar ou apoiar o peso sobre o pé e realizar imobilização. Na fase crônica, surgem áreas de grandes deformidades que favorecem a formação de úlceras, principalmente na região de maior pressão (região plantar). Diagnóstico Cuidados domiciliares Os cuidados que pacientes diabéticos precisam ter para evitar feridas são: • Examinar os pés diariamente. • Avisar o médico se tiver calos, rachaduras, alterações de cor ou úlceras. • Calçar sapatos que não apertem, de couro macio ou tecido. • Nunca andar descalço, mesmo em casa. • Cortar as unhas de forma reta, horizontalmente. • Não remover calos, ou unhas encravadas em casa; procurar equipe de saúde para. Teste do Monofilamento Mostrar o filamento ao paciente.Pedir que o paciente responda sim quando sentir o filamento (não perguntar se ele sente ou não, para não induzi-lo). Havendo áreas ulceradas, necróticas, cicatriciais ou hiperceratóticas, teste ao lado das mesmas e não sobre elas. Classificação de Wagner Importante para ver a gravidade de infecção do paciente com pé diabético, ou, para avaliar o risco de paciente precisar fazer amputação. Quanto mais alto o risco de Wagner, + chances de amputação. Antibiótico Necessário uso de antibiótico de largo espectro, paciente diabético não tem só comprometimento da microcirculação, ele é também imunodeprimido. Portanto: ->Quando a infecção é bem superficial (grau I ou II de Wagner) pode dar só atb oral (se houver sinal de infecção), pegar uma pinça ou lâmina e retirar região necrosada (lembrando que paciente não sente dor)--->- Moxifloxacina - oral ->Todavia, infecção é mais séria, atingiu regiões mais profundas, muita secreção purulenta, com sinais de infecção generalizada->é uma urgência/emergência. Inicial atb de largo espectro - Ciprofloxacina ou Ceftriaxona + Clindamicina ou Metronidazol – EV + cirurgia, é necessário desbridar (de forma ampla) Amputação A amputação pode ocorrer em qualquer nível. Quanto mais distal a amputação, melhor para o paciente Cardio:Pé Diabético Cardio:Pé Diabético Maryanne Adriano Prevenção 1. Não andar descalço. 2. Lavar os pés diariamente e enxugar entre os dedos. 3. Inspecionar diariamente os pés quanto à presença de calos, rachaduras, ferimentos, micose interdigital. Se o próprio paciente não consegue examinar todo o pé, deve solicitar a algum familiar. 4. Não lavar os pés com água quente. 5. Não utilizar esparadrapos ou substâncias químicas nos pés. 6. Inspecionar o interior dos sapatos antes de calçá-los a fim de observar objetos que possam provocar algum ferimento. 7. Não utilizar meias com costuras. 8. Não utilizar sandálias com tiras entre os dedos. 9. Cortar as unhas de forma reta, preservando seus contornos. 10. Ao menor traumatismo ou ferimento, procurar avaliação de um médico. 11. Os calçados devem ser confortáveis,adquiridos preferencialmente em lojas especializadas através de um podortista. ATENÇÃO: o principal critério clínico para não indicar o desbridamento/bypass nesses pacientes é a presença de pulso Cirurgia O tratamento cirúrgico deve ser indicado sempre que houver comprometimento dos tecidos mais profundos, abscessos, secreção purulenta e gangrena. Pode variar desde um simples desbridamento até amputações maiores, inclusive desarticulação do quadril, dependendo do comprometimento dos tecidos e da repercussão sistêmica da infecção. RESUMÃO: I-DAP: tem dor e não tem pulso. Pé diabético: não tem dor e tem pulso. II-Diagnóstico: clínico: anamnese +palpar pulso +teste microfilamento III: Exames complementares quando paciente com ferida: hemograma, raio x, doppler arterial e ressonância. IV-Tratamento: desbridar e atb terapia se tiver infecção, se não tiver infecção, cuidado para não desenvolver ferida.
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