Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sistema Financeiro Nacional – SFN Intermediários Financeiros O Sistema Financeiro Nacional – SFN reúne dois tipos de agentes: Superavitários, ou seja, aqueles que possuem recursos em excesso; De�citários, isto é, aqueles que necessitam de recursos. O SFN funciona então como um "local", através de suas instituições integrantes, onde se "encontram" agentes superavitários e de�citários. O marco regulatório mais importante referente ao Sistema Financeiro Nacional é a Lei 4.595/1964, que dispôs sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias e criou o Conselho Monetário Nacional. O SFN é constituído por todas as Instituições Financeiras, bancárias ou não, públicas ou privadas. De um lado, temos as instituições �nanceiras bancárias, aquelas que recebem depósitos à vista e criam moeda. São exemplos bancos comerciais e múltiplos. De outro, temos as instituições �nanceiras não bancárias. Tais instituições não recebem depósitos à vista, operando assim com ativos não monetários, por exemplo CDBs, ações, títulos, entre outros. Corretoras, Bancos de Investimento e, Sociedades de Arrendamento Mercantil são exemplos de instituições �nanceiras não bancárias. Em linhas gerais, o Sistema Financeiro Nacional pode ser dividido em : Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Operadores Conselho Monetário Nacional – CMN Banco Central do Brasil – BCB Instituições Financeiras captadoras de depósitos à vista (Instituições Bancárias) Demais Instituições Financeiras Bancos de câmbio Outros intermediários �nanceiros e administradores de recursos de terceirosComissão de Valores Mobiliários – CVM Bolsas de Mercadorias e Futuros Bolsas de Valores 1 Órgãos Normativos Entidades Supervisoras Operadores Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP Superintendência de Seguros Privados – Susep Resseguradoras Sociedades Seguradoras Sociedades de Capitalização Entidades Abertas de Previdência Complementar Conselho Nacional de Previdência Complementar Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Fundos de Pensão) Adaptado de Banco Central do Brasil. Disponível em: www.bcb.gov.br/?SFNCOMP (www.bcb.gov.br/? SFNCOMP). Com base nesse quadro, é possível identi�car três subsistemas do SFN: Normativo: regulamenta o SFN. As principais instituições integrantes desse subsistema são: Conselho Monetário Nacional – CMN; Conselho Nacional de Seguros Privados – CNSP; Conselho Nacional de Previdência Complementa – CNPC. Supervisor: envida esforços para que os integrantes do mercado sigam as regras de�nidas pelos órgãos normativos. Exemplos: Banco Central do Brasil – BCB; Comissão de Valores Mobiliários – CVM; Superintendência de Seguros Privados – Susep; Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc. 1 Operadores: onde se enquadram as instituições �nanceiras bancárias, não bancárias, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE, entre outras. Órgãos de Regulação e Fiscalização Conselho Monetário Nacional – CMN É o órgão normativo responsável pela �xação das diretrizes das políticas monetária, creditícia e cambial do país. O CMN é constituído por apenas três membros: Ministro da Economia (Presidente), Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, e Presidente do Banco Central. Junto ao CMN, funcionam Comissões Consultivas. Como entidade superior do sistema �nanceiro, compete ao CMN: adaptar o volume dos meios de pagamento às necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento; orientar a aplicação dos recursos das instituições �nanceiras públicas e privadas; propiciar as condições para tornar mais e�ciente o sistema de pagamentos e a mobilização de recursos; zelar pela liquidez e pela solvência das instituições �nanceiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, �scal e da dívida pública interna e externa; estabelecer a meta de in�ação. A partir dessas funções básicas, o CMN �ca responsável por várias atribuições especí�cas, destacando-se: autorizar as emissões de papel-moeda; �xar as diretrizes e normas da política cambial; disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das operações creditícias; determinar as taxas de recolhimento compulsório das instituições �nanceiras e regulamentar as operações de redesconto de liquidez; regular a constituição, o funcionamento e a �scalização de todas as instituições �nanceiras que operam no país; estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou �nanceiros; outorgar ao BACEN o monopólio de operações de câmbio quando o balanço de pagamentos exigir e estabelecer normas nas transações de títulos públicos. Banco Central (BACEN ou BC) É o órgão executivo central do sistema �nanceiro. Por isso, ao BC cabe cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN. As principais atribuições do BC são: atuar, através do Comitê de Política Monetária – COPOM, com o objetivo de manter a in�ação dentro da Meta estabelecida pelo CMN; emitir papel-moeda segundo autorizações do CMN e executar os serviços de meio circulante; receber os recolhimentos compulsórios e realizar operações de redesconto; regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; comprar e vender títulos públicos federais dentro da execução da política monetária; exercer o controle de crédito sob todas as suas formas; autorizar o funcionamento e exercer a �scalização de todas as instituições �nanceiras; controlar o �uxo de capitais estrangeiros e garantir o correto funcionamento do mercado cambial. Com as atribuições citadas anteriormente, o BC pode ser considerado: Banco dos bancos: depósitos compulsórios e redescontos de liquidez; Gestor do sistema �nanceiro nacional: normas, autorizações, �scalização, intervenção; Executor da política monetária: determinação da Meta da Taxa Selic, controle dos meios de pagamento (liquidez no mercado), orçamento monetário, instrumentos de política monetária; Banco emissor: emissão e saneamento do meio circulante; Banqueiro do governo: administração da dívida pública interna e externa, gestor e �el depositário das reservas internacionais do país; Centralizador do �uxo cambial: normas, autorizações, registros, �scalização, intervenção. Instituições de apoio são aquelas através das quais os órgãos monetários do SFN efetivamente colocam em prática as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional – CMN. Nesse sentido, o Banco Central, autoridade monetária do Sistema, conta com o apoio do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do BNDES. Comissão de Valores Mobiliários – CVM É o órgão �scalizador do sistema �nanceiro responsável pelo desenvolvimento, disciplina e �scalização do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema �nanceiro e pelo Tesouro Nacional. Sua atuação também abrange as Bolsas de Mercadorias e Futuros, as entidades do mercado de balcão organizado e as entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários. Sob sua responsabilidade, foi atribuída a normatização e �scalização das seguintes atividades: emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; negociação e intermediação nos mercados de valores mobiliários e de derivativos; organização, funcionamento e operações das bolsas de valores e das bolsas de mercadorias e futuros; administração de carteiras e custódia de valores mobiliários; auditoria das companhias abertas; serviços de consultor e analista de valores mobiliários. Com essas atividades, a CVM tem por objetivo o fortalecimento do mercado de capitais e valores mobiliários através do(a): estímulo à aplicação de poupança no mercado acionário; garantia do funcionamento e�ciente e regular das bolsas de valores e instituições auxiliares que operem neste mercado; proteção aos titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e outros tipos de atos ilegais que manipulem preços de valoresmobiliários nos mercados primários e secundários de ações; �scalização da emissão, do registro, da distribuição e da negociação de títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto. Sistema Financeiro da Habitação – SFH Finalidade Até 1963, os créditos para aquisição e construção de moradia no Brasil eram concedidos pelos Institutos de Aposentadoria e Pensão, que direcionavam parte das reservas para �nanciamentos imobiliários aos seus associados, e pela Fundação Casa Popular, que atuava com recursos aportados do Orçamento da União e que se destinava, principalmente, à população que não tinha acesso à linha de �nanciamento dos Institutos de Aposentadoria e Pensão. Esse modelo se tornou ine�ciente devido: à falta de órgão centralizador para coordenar e conduzir uma política habitacional do segmento; à ausência de rede de captadores de recursos; à inexistência de instrumento de captação de recursos dedicados; à combinação da elevada taxa de in�ação com o longo prazo das operações que provocavam a corrosão dos saldos dos �nanciamentos, reduzindo substancialmente o potencial de reaplicação dos recursos recebidos dos pagamentos das prestações. Para corrigir estas distorções, o Governo Federal através da Lei nº 4.380/64 criou: o Sistema Financeiro de Habitação – SFH, com a �nalidade de "facilitar e promover a construção e a aquisição da casa própria, especialmente pelas classes de menor renda da população"; as Sociedades de Crédito Imobiliário, para atuar como empresas especializadas nas operações de �nanciamentos habitacionais; as Letras Imobiliárias, como instrumento de captação de recursos para este �m; o Banco Nacional da Habitação – BNH, extinto em 1986, como órgão orientador, disciplinador e de assistência �nanceira do sistema; a correção monetária nos contratos imobiliários para evitar a deterioração dos empréstimos concedidos. A criação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, com o objetivo de formar poupança aos empregados por meio de contribuição compulsória do empregador, juntamente com a constituição da Associação de Poupança e Empréstimo – APE, para atuar como agente �nanceiro, ambas em 1966, bem como, a regulamentação da Caderneta de Poupança, que já contava com a atualização monetária dos saldos, como instrumento de captação de poupança popular privada, em 1968, agregaram ao SFH novas fontes de recursos dedicados, fortalecendo a sua estrutura e permitindo crescimento das operações. A Caderneta de Poupança, com o seu direcionamento obrigatório em operações de Crédito Imobiliário de�nido pelo extinto Banco Nacional da Habitação – BNH, deu forma ao subsistema denominado Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos – SBPE, que se tornou, com o tempo, a principal fonte de recursos privada focada na concessão de �nanciamento destinado à construção e à compra de imóveis residenciais ou comerciais, atendendo à demanda da população de renda média. Como produto de investimento, a Caderneta de Poupança trouxe, para aqueles que pretendiam adquirir a sua casa própria, a facilidade de fazer sua poupança prévia, mesmo efetuando depósitos de valores baixos, com a possibilidade de movimentação e a garantia oferecida pelo governo. Esta simplicidade do produto permitiu um crescimento nos depósitos, tomando o espaço das Letras Imobiliárias criadas pela Lei nº 4.380/64. Com a introdução da correção monetária nos contratos de �nanciamentos imobiliários, começaram a aparecer algumas distorções do modelo. O descasamento da periodicidade do reajuste anual das prestações contra a atualização trimestral do saldo devedor gerava resíduo, obrigando a prorrogação do prazo inicialmente contratado. Para garantia da quitação da dívida dentro do prazo, em 1967, foi criado o Fundo de Compensação de Variações Salariais – FCVS, que assumia a responsabilidade de quitar possível saldo residual existente ao �nal do prazo. Os recursos deste fundo eram provenientes de dotação orçamentária da União, contribuições dos tomadores de �nanciamento e dos agentes �nanceiros. Os sucessivos benefícios concedidos pelo Governo nos planos econômicos das décadas dos anos de 1980 e 1990 geraram um rombo neste fundo, obrigando a sua descontinuidade. Com a extinção do BNH em 1986, pelo Decreto-lei nº 2.291, o Conselho Monetário Nacional – CMN assumiu a atribuição de órgão central do SFH, orientando, disciplinando e controlando; ao Banco Central, coube a �scalização das entidades integrantes do sistema, aplicando as penalidades previstas, e a normatização relacionada à Caderneta de Poupança e a aplicação dos recursos; com a Caixa �cou a gestão do FGTS, além da administração dos ativos e passivos. O SFH, desde a sua criação, teve foco na população detentora de menor renda da população. As operações do SBPE que utilizam recursos da poupança não conseguem atingir esta faixa de renda mais baixa. Este segmento é atendido pelas linhas de crédito da Caixa que usam recursos do FGTS. Qualquer agente �nanceiro do SFH poderá operar com recursos do FGTS, para isso, deverá se habilitar para repassar recursos. As �guras 1 e 2 a seguir permitem uma melhor compreensão das principais fontes de recursos e da estrutura operacional do SFH e do SBPE. Figura 1 Figura 2 Intermediários Financeiros As operações de �nanciamentos com garantia de imóveis concedidos no SFH ou no SBPE com recursos da Caderneta de Poupança ou do FGTS são tipicamente caracterizadas pela atividade de intermediação �nanceira. Nas operações do SBPE, as instituições (intermediários �nanceiros) captam recursos de poupadores (agentes superavitários) e emprestam aos tomadores de crédito (agentes de�citários). Nesta intermediação, independentemente de o �nanciado pagar sua dívida, a instituição se obriga a pagar remuneração sobre o valor depositado e até mesmo o saldo da conta, caso o poupador decida sacar. Em troca do risco assumido pela instituição �nanceira, existe um ganho da diferença entre a taxa de remuneração da poupança e a taxa dos �nanciamentos ou empréstimos concedidos, conhecido como spread. Veja a �gura a seguir. Conforme artigo 8º da Lei nº 4.380/64 e de acordo com a Resolução CMN 1980/93, o Sistema Financeiro da Habitação – SFH é integrado por: Bancos Múltiplos (com carteira de Crédito Imobiliário) – foram criados para racionalizar a administração das instituições �nanceiras, permitindo que algumas delas se constituam em uma única empresa. Na prática, as funções de cada uma são mantidas em separado, mas, as operações são contabilizadas em um único balanço. As carteiras de um banco múltiplo envolvem as carteiras comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de desenvolvimento (que somente pode ser operada por banco público), de arrendamento mercantil (leasing) e de crédito, �nanciamento e investimento. Para que se con�gure a existência de um banco múltiplo, este deve possuir pelo menos duas das carteiras mencionadas, sendo uma delas necessariamente a comercial ou a de investimento. Bancos Comerciais – são instituições bastante conhecidas pelo público em geral, devido à quantidade e à importância dos serviços �nanceiros prestados à população. Conforme a Resolução CMN 2.099, de 1994 e posteriores atualizações, bancos comerciais são instituições �nanceiras, que podem ser públicas ou privadas, cujo principal objetivo é proporcionar, por meio de operações de intermediação �nanceira, recursos para �nanciar os agentes econômicos de uma forma geral, tais como o comércio, a indústria e as pessoas físicas e jurídicas em geral. As fontes principais de recursos de bancos comerciais são depósitos à vista e a prazo que os clientes efetuam na instituição. Por �m, um banco comercial deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima. Caixas Econômicas – a Caixa Econômica Federal é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia, podendo captar depósito à vista, realizar operações ativas, prestação de serviços e centraliza o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS e integra o SBPE e o SFH.Sociedade de Crédito Imobiliário – SCI – instituições �nanceiras, constituídas sob a forma de Sociedade Anônima, criadas pela Lei nº 4.380/64, para atuar no �nanciamento habitacional. Podem captar depósito em Caderneta de Poupança, emitir letras e cédulas hipotecárias e depósitos inter�nanceiros. São autorizadas a conceder �nanciamento para construção ou compra da casa própria, �nanciamento de capital de giro para empresas incorporadoras, produtora e distribuidora de material de construção. Associação de Poupança e Empréstimo – APE – empresas constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados. Atuam com operações direcionadas ao mercado imobiliário e ao SFH. Podem captar depósitos em Caderneta de Poupança, emitir letra e cédula hipotecária e depósitos inter�nanceiros. Os depositantes são considerados acionistas e não recebem rendimentos, mas sim dividendos. Companhias Hipotecárias – são instituições �nanceiras, constituídas sob a forma de sociedade anônima. Podem conceder �nanciamentos para produção, reforma ou comercialização de imóveis residenciais ou comerciais e lotes urbanos não enquadrados nas condições do SFH. Podem também comprar créditos garantidos por hipoteca ou alienação �duciária de qualquer natureza, além de comprar vender, re�nanciar e administrar créditos garantidos por hipoteca ou alienação �duciária e administrar Fundo de Investimentos Imobiliários. Estão autorizadas a emitir letras hipotecárias, debêntures, empréstimos e �nanciamento no País e no exterior. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil. Órgãos federais, estaduais e municipais – inclusive sociedades de economia mista em que haja participação majoritária do poder público, que operem, de acordo com o disposto na Lei nº 4.380/64, no �nanciamento de habitações e obras conexas. Companhias Securitizadoras de Crédito Imobiliário – instituições não �nanceiras constituídas sob a forma de sociedade por ações, com �nalidade de adquirir e securitizar créditos imobiliários, além de emitir e colocar, no mercado �nanceiro, Certi�cados de Recebíveis Imobiliários, podendo emitir outros títulos de crédito, realizar negócios e prestar serviços compatíveis com as suas atividades. Companhias de Habitação – são empresas mistas, cujo controle acionário pertence a governos estaduais e/ou municipais, atuando na construção, aquisição de imóveis populares e nos programas habitacionais. Fundações, Cooperativas e outras formas associativas para construção ou aquisição da casa própria sem �nalidade de lucro – fundações habitacionais são entidades estruturadas sob a forma de organização não governamental com personalidade jurídica de direito privado, sem �ns lucrativos e �nalidade social que promove a construção de empreendimentos habitacionais. Institutos de Previdência – fundos integrados de bens, direitos e ativos, criado para garantir a capacidade de pagamento dos benefícios previdenciários de seus participantes através de capitalização de investimento conforme normas do Banco Central. Carteiras Hipotecárias dos Clubes Militares – são carteiras de �nanciamentos imobiliários destinados à construção ou aquisição de habitação, concedidos aos associados dos Clubes Militares (associações de direito privado, sem �ns lucrativos). Caixas Militares – instituição civil, sem �ns lucrativos, com personalidade jurídica de direito privado, de caráter bene�cente e assistencial, que também oferecem �nanciamentos imobiliários. Montepios Estaduais e Municipais – instituições de ingresso voluntário que mediante pagamento de contribuições mensais adquire o direito de no caso de morte, deixar pensão para o bene�ciário indicado. Entidades de Previdência Complementar – são operadoras dos planos de benefícios, constituídas na forma de sociedade civil ou fundação, estruturada na forma da Lei Complementar nº 109/01, sem �ns lucrativos, que tenha por objeto operar plano de benefício de caráter previdenciário. Outras instituições – que venham a ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional como integrantes do Sistema Financeiro da Habitação. Já o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE, conforme artigo 2º, parágrafo único da Resolução CMN 4.676/2018, é integrado pelos seguintes intermediários �nanceiros que atuam diretamente com a concessão de crédito imobiliário: Bancos Múltiplos (com carteira de Crédito Imobiliário); Caixas Econômicas; Sociedade de Crédito Imobiliário; Associação de Poupança e Empréstimo. Recursos Encontrar fontes de recursos permanentes e adequadas ao longo prazo dos �nanciamentos imobiliários continua sendo o grande desa�o das instituições que operam neste sistema, através da sua entidade de classe, Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário Poupança – ABECIP, dos demais participantes deste segmento e do Ministério da Economia. O Brasil é um dos poucos países do mundo que utilizam direcionamento obrigatório de recursos para os �nanciamentos habitacionais, impondo penalidade no caso de não cumprimento, com limitação de taxa de juros e regras especí�cas que acabam gerando distorções no mercado. Neste caso, para compensar a redução de taxa de juros, a instituição �nanceira deverá aumentar as taxas em outras modalidades de empréstimos gerando o que é denominado de subsídio cruzado. Por outro lado, a Caderneta de Poupança e o FGTS são aplicações de curto e médio prazos, enquanto os �nanciamentos habitacionais são de longo prazo (�nanciamentos são contratados atualmente com prazo de amortização de até 35 anos), provocando limitações de crescimento dos seus saldos. Somente cenários de crescimento econômico possibilitarão a manutenção constante do �uxo de recursos necessários para o sistema. Além dessas duas principais fontes de recursos que poderemos considerar como fontes primárias, uma vez que não requerem formação prévia de carteira, existem outros instrumentos que podem ser utilizados pelas instituições como fonte secundária com o objetivo de reciclar a carteira já existente. Os principais são: Letra Hipotecária – títulos garantidos por créditos hipotecários que conferem aos tomadores direito de crédito pelo valor nominal, juros e atualização monetária (Lei nº 7684/88); Letra de Crédito Imobiliário – títulos lastreados por créditos imobiliários que conferem aos tomadores direito de crédito pelo valor nominal, juros e atualização monetária (Lei nº 10931/04); Certi�cado de Recebíveis Imobiliários – título de crédito nominativo, lastreado por crédito imobiliário, representando a promessa de pagamento em dinheiro e emitidas por Companhias Securitizadoras (Lei nº 9.514/97); Letra Imobiliária Garantida – título de crédito nominativo, transferível e de livre negociação, garantido por Carteira de Ativos submetida ao regime �duciário (Lei nº 13.097/2015, Art. 63 e seguintes). Direcionamento dos Recursos Captados Os recursos captados em Depósitos de Poupança pelas entidades integrantes do SBPE têm direcionamento de�nido pela Resolução do CMN nº 4.676/2018 que de�ne, em seu regulamento anexo, as seguintes regras: 65%, no mínimo, em operações de �nanciamento imobiliário, sendo: 80%, no mínimo, do percentual acima em operações de �nanciamento habitacional no âmbito do SFH; o restante, em operações de �nanciamento imobiliário contratado a taxa de mercado; 20% em depósito compulsório no Banco Central do Brasil (remunerado pela taxa da poupança = TR + juros de 6,17% ao ano); Os recursos remanescentes (15%) em disponibilidades �nanceiras e em outras operações admitidas nos termos da legislação e da regulamentação em vigor. A base de cálculo da exigibilidade é o menor dos seguintes valores, calculados considerando dias úteis: média aritmética dos saldos diários da poupança nos 36 meses antecedentes ao mês de referência; média aritmética dos saldos diários da poupança no mês de referência. A �gura 3 a seguir facilita a compreensão da dinâmica do direcionamento da poupança. Figura 3 Operações no âmbito do SFH e Operações no à Taxa de Mercado Operaçõesno âmbito do SFH As operações computadas na faixa de 52% no mínimo do total da exigibilidade (80% de 65%) são denominadas de operações de �nanciamento habitacional no âmbito do SFH e destinadas aos imóveis com valor de avaliação máximo de R$ 1.500.000,00. O custo efetivo máximo (juros, comissões e outros encargos �nanceiros) dessas operações é limitado a 12% ao ano. Porém, conforme parágrafo 2º, do artigo 13 da Resolução nº 4.676/2018, não estão incluídos nesse custo efetivo: os custos de contratação de apólice de seguros de morte e invalidez permanente, danos físicos ao imóvel e, responsabilidade civil do construtor; e o valor de tarifa mensal do contrato, limitado a R$ 25 (vinte e cinco reais), assim como a tarifa de análise de proposta de apólice de seguro habitacional individual. O valor máximo �nanciável incluindo o valor principal e as despesas acessórias não pode ser superior a 80% do valor de avaliação do imóvel, conhecido no mercado como LTV (Loan-to-Value) ou como cota de �nanciamento, sendo que os �nanciamentos contratados com a utilização do Sistema de Amortização Constante poderão ter percentual de até 90% do valor do imóvel. Conforme Artigo 16º da Resolução nº 4.676 do Banco Central, são enquadradas nesta faixa: os �nanciamentos para aquisição de imóveis residenciais, novos, usados ou em construção; os �nanciamentos a pessoas naturais para construção de imóvel residencial, podendo incluir a aquisição do terreno; os �nanciamentos para reforma ou ampliação de imóveis residenciais; os �nanciamentos para produção de imóveis residenciais; os �nanciamentos para aquisição de material para a construção, ampliação ou reforma de imóvel residencial em lote de propriedade do pretendente ao �nanciamento ou cuja posse regularizada seja por este detida; o valor dos desembolsos programados para liberação até o �nal dos contratos de �nanciamento para construção e para produção a que se referem os incisos II e IV; o valor dos imóveis recebidos em liquidação de �nanciamentos imobiliários residenciais, enquanto não alienados; os depósitos inter�nanceiros imobiliários garantidos pelas operações a que se referem os incisos I a V; as cédulas de crédito imobiliário e as cédulas hipotecárias adquiridas, representativas das operações a que se referem os incisos I a V; os créditos perante o Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS); e os créditos correspondentes às dívidas novadas do FCVS, nos termos do art. 10 da Lei nº 10.150, de 21 de dezembro de 2000. Operações à Taxa de Mercado As operações computadas na faixa remanescente de 13% no máximo do total da exigibilidade (20% de 65%) são denominadas de operações enquadradas à Taxa de Mercado e destinadas: aos imóveis residenciais com valor de avaliação superior a R$ 1.500.000,00 em todos os estados; imóveis comerciais. Nesta faixa, não existe limitação de custo efetivo máximo. São enquadradas nesta faixa: �nanciamentos para aquisição de imóveis não residenciais novos, usados ou em construção; �nanciamentos para construção de imóvel não residencial; os �nanciamentos para reforma ou ampliação de imóveis não residenciais, novos ou usados; os �nanciamentos para produção de imóveis não residenciais; os �nanciamentos para aquisição de material para a construção, reforma ou ampliação de imóveis não residenciais; os �nanciamentos para obras de infraestrutura em loteamentos urbanos; outras operações de�nidas no art. 17 da Resolução CMN 4.676/2018. Os recursos que não forem aplicados considerando o critério anteriormente citado devem ser recolhidos ao Banco Central, em moeda corrente, no dia 15 do mês subsequente ao da posição apurada ou no dia útil imediatamente posterior, se o dia 15 for dia não útil, e serão atualizados mensalmente por 80% (oitenta por cento) do rendimento dos depósitos de poupança. Na hipótese de constatação de insu�ciência no recolhimento, a instituição �nanceira �cará sujeita ao pagamento de multa. Poupança Definição Caderneta de Poupança é uma conta de depósito remunerado que se tornou popular pela facilidade em fazer depósitos e efetuar saques, contar com garantida oferecida, atualmente, pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC, aceitar valores mínimos de depósitos baixos e contar com isenção de Imposto de Renda para poupador Pessoa Física e Pessoa Jurídica sem �ns lucrativos. Com o objetivo de continuar oferecendo facilidade ao poupador, os Bancos criaram contas de poupança do tipo multidata, em que cada novo depósito efetuado, não havendo conta com data base naquele dia, é gerada uma subconta com a nova data de aniversário. Assim, uma mesma conta poderá ter até 28 datas de aniversário, sendo que os depósitos efetuados nos dias 29, 30 e 31 são considerados com data de aniversário o dia 1º do mês seguinte. As instituições �nanceiras também oferecem contas de poupança programada, por meio das quais o poupador autoriza depósitos automáticos programados nas contas com débito na conta corrente. Não existe normativo estipulando limite mínimo para aceitação de depósito; nesse sentido, cada instituição de�ne o seu valor. Os depósitos em conta de poupança contam com garantia do FGC em situação de intervenção, liquidação ou falência da instituição �nanceira em que está depositada. O limite desta garantia é de R$ 250 mil e engloba grande parte das aplicações �nanceiras, inclusive a conta corrente que o cliente tem na instituição �nanceira ou no conglomerado �nanceiro. Por exemplo: se há R$ 200 mil em caderneta de poupança e R$ 80 mil em CDB no banco X, o valor coberto pelo FGC será de no máximo R$ 250 mil. Existem basicamente três tipos de contas de poupança: Pessoa Física, Pessoa Jurídica Sem Fins Lucrativos e Pessoa Jurídica Com �ns Lucrativos. As características da Poupança Pessoa Jurídica Sem Fins Lucrativos são semelhantes às das contas Pessoa Física. Remuneração dos Depósitos de Poupança Os depósitos efetuados em Caderneta de Poupança recebem remuneração básica pela Taxa Referencial – TR, que é calculada com base na taxa média dos CDBs e divulgada pelo Banco Central do Brasil, mais remuneração adicional que depende da meta da taxa SELIC, uma taxa de juros de�nida pelo Comitê de Política de Monetária – COPOM do Banco Central. Os rendimentos são creditados na data de aniversário da conta, correspondente ao dia em que foi efetuado o depósito, de acordo com a periodicidade do tipo da conta, sendo os rendimentos calculados sobre o menor saldo do período. Os saques efetuados fora das datas de aniversário não recebem remuneração referente ao período já iniciado. Com o novo critério de cálculo introduzido pela Lei nº 12.703/12, que alterou a Lei nº 8.177/91, o saldo das contas de poupança passou ter remuneração diferenciada, com as seguintes características: Contas de Poupança Pessoa Física e Pessoa Jurídica Sem Fins Lucrativos Esses tipos de poupança são isentos de Imposto de Renda e os rendimentos são creditados mensalmente, na data de aniversário da conta; Os depósitos efetuados até 3 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela variação da TR no período, mais remuneração adicional de 0,5% ao mês (equivalente a 6,17% ao ano); Os depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela TR no período, mais remuneração adicional de: 0,5% ao mês (equivalente a 6,17% ao ano), quando a meta da taxa SELIC for superior a 8,5% ao ano; 70% da meta da taxa SELIC ao ano, devidamente ajustada para o período, quando a meta da taxa SELIC for igual ou inferior a 8,5% ao ano. Contas de Poupança Pessoa jurídica Com Fins Lucrativos Os rendimentos desse tipo de poupança são creditados trimestralmente, na data de aniversário da conta; A legislação tributária dispõe que os rendimentos auferidos por pessoa jurídica com �ns lucrativos em contas de depósito de poupança deverão ter a mesma tributação dos rendimentos de renda �xa, que, conforme previsão do Art. 1º da Lei nº 11.033/04, estão sujeitos à alíquota regressiva conforme o prazo de aplicação: 22,5% – aplicações com prazo de até180 dias; 20% – aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias; 17,5% – aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias; 15% – aplicações com prazo acima de 720 dias. Os depósitos efetuados até 3 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela variação da TR no período, mais remuneração adicional de 1,5% ao trimestre (equivalente a 6,14% ao ano); Os depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela TR no período, mais remuneração adicional de: 1,5% ao trimestre (equivalente a 6,14% ao ano) quando a meta da taxa SELIC for superior a 8,5% ao ano; 70% da meta da taxa SELIC ao ano, devidamente ajustada para o período, quando a meta da taxa SELIC for igual ou inferior a 8,5% ao ano. O Sr. Oliveira abriu uma caderneta de poupança no dia 13/09/13 com um depósito de R$ 4.500,00. Sabendo-se que a TR do período 2,57%, calcular os valores da correção monetária e dos juros creditados em 13/10/13 (suponha rendimento mensal de 0,5%). Solução: Valor da correção monetária: CM = 2,57% x 4.500,00 = 115,65 Valor dos juros: 0,5% x (4.500,00 + 115,65) = 23,08 Saldo da conta em 13-10-13: 4.500,00 + 115,65 + 23,08 = 4.638,73 O saldo dessa conta poderia também ser obtido como segue: Saldo = 4.500,00 x 1,0257 x 1,005 = 4.638,73 Caso o Sr. Oliveira tivesse sacado R$ 1.500 em qualquer dia, entre o dia do depósito e o dia útil anterior à data do crédito, os valores da correção monetária e dos juros seriam calculados com base no saldo de R$ 3.000, isto é, os R$ 4.500 aplicados deduzidos do saque de R$ 1.500 (lembre-se de que a correção monetária e os juros são calculados sobre o menor saldo diário apresentado em cada período de rendimento). No dia 4-1-13, uma empresa aplica R$ 75.000 numa caderneta de poupança. Calcular os valores da correção monetária e dos juros a serem creditados no dia 4 de Abril de 2013. As TR para os dias 4 dos meses de Janeiro a Março foram de 2,38%, 2,97% e 3,04%, respectivamente. A taxa de juros para o trimestre é de 1,5%. Solução: Valor da correção monetária = CM = TR acumulada x VI = (1,0238 x 1,0297 x 1,0304 – 1) x 75.000,00 = 8,62547% x 75.000,00 = 6.469,10 Valor dos juros = 1,5% x (75.000,00 + 6.469,10) = 1.222,04 Saldo da conta antes do Imposto de Renda = 75.000,00 + 6.469,10 + 1.222,04 = 82.691,14 O saldo dessa conta também pode ser obtido como segue: Saldo = 75.000,00 x 1,0238 x 1,0297 x 1,0304 x 1,015 = 82.691,14 FGTS O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS criado, em 1966, pela Lei nº 5.107/66, atualmente regido pela Lei nº 8.036/90, tem como objetivo garantir ao trabalhador a formação de uma poupança por meio de contribuição compulsória do empregador, assegurando reserva �nanceira para o caso de demissão sem justa causa ou doença grave, protegendo seus dependentes em caso de falecimento e possibilitando a compra da sua casa própria. Além disso, como contrapartida, o FGTS tem também como objetivo garantir fonte de recursos para fomentar os �nanciamentos para habitação popular, saneamento básico ambiental e infraestrutura urbana. O percentual da contribuição mensal do empregador ao FGTS é depositado na conta vinculada em nome do empregado na Caixa e corresponde a 8% da remuneração mensal paga no mês anterior, equivalente a, aproximadamente, um salário a cada ano trabalhado. Adicionalmente, são incorporados ao saldo do FGTS: dotação orçamentária especí�ca, resultados de suas aplicações e outras receitas. O saldo das contas do FGTS recebe remuneração pela TR mais 3,04% ao ano de juros. O Fundo é regido por normas e diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador do FGTS – CCFGTS composto por representantes dos trabalhadores, dos empregadores e de órgãos e entidades da Administração Pública Federal. Por não ter estrutura administrativa própria, a responsabilidade pela gestão dos recursos �ca distribuída da seguinte forma: Gestor das aplicações do FGTS: Ministério das Cidades; Agente Operador do FGTS: CAIXA; Responsável pela �scalização: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE através da Secretaria de Inspeção do Trabalho – SIT; Cobrança judicial e extrajudicial: Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional – PGFN, órgão vinculado ao Ministério da Economia. Agente Operador A CAIXA, empresa pública federal vinculada ao Ministério da Economia, na qualidade de Agente Operador do FGTS, é o órgão responsável pelas atividades operacionais relativas ao Fundo, destacando-se dentre elas, as relacionadas a: controle e manutenção das contas vinculadas; centralização dos recursos do FGTS; atos normativos sobre procedimentos administrativos e operacionais do FGTS; análises jurídicas e econômico-�nanceiras dos projetos de �nanciamentos; aplicação dos recursos do FGTS; controle da rede arrecadadora. Nas operações concedidas no âmbito do SFH, especialmente no segmento de habitação popular, o FGTS é o maior fornecedor de recursos para construção e aquisição da moradia. No exercício de 2013, o FGTS alocou nessas operações 80% do seu orçamento, por meio dos seguintes programas, geridos pela CAIXA: Carta de Crédito Individual: possibilitar o acesso à moradia, em áreas urbanas ou rurais, por intermédio da concessão de �nanciamentos a pessoas físicas integrantes da população-alvo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS para: aquisição, construção, conclusão, ampliação, reforma ou melhoria de unidade habitacional; aquisição de lote urbanizado; aquisição de material de construção. Carta de Crédito Associativa: concessão de �nanciamentos a pessoas físicas, integrantes da população-alvo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços – FGTS, contratados sob a forma associativa. Apoio à Produção: destina-se à produção e/ou comercialização de unidades habitacionais novas, incluindo aquelas resultantes de processo de reabilitação urbana, por intermédio da concessão de �nanciamentos à: pessoas jurídicas do ramo da construção civil; pessoas físicas integrantes da população-alvo do FGTS, adquirentes de unidades habitacionais novas, produzidas ou em produção, comercializadas por pessoas jurídicas do ramo da construção civil. Pró-moradia: oferecer acesso à moradia adequada à população em situação de vulnerabilidade social e com rendimento familiar mensal preponderante de até R$ 1.600, por intermédio de �nanciamento a estados, municípios, Distrito Federal ou órgãos das respectivas administrações direta ou indireta; Pró-Cotista: o Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista destina-se à concessão de �nanciamento, exclusivamente a trabalhador titular de conta vinculada do FGTS, independente da renda familiar mensal bruta auferida, observadas as condições do Sistema Financeiro da Habitação - SFH e de utilização dos recursos do FGTS para aquisição de moradia própria. Financiamento de Material de Construção - FIMAC: Destina-se à concessão de �nanciamento para: construção, ampliação e reforma de unidade habitacional; instalação de hidrômetros de medição individual ou implantação de sistemas de aquecimento solar em unidade habitacional. Exclusivo para trabalhador titular de conta vinculada do FGTS, independente da renda familiar mensal bruta auferida, observada as condições do Sistema Financeiro da Habitação – SFH e de utilização dos recursos do FGTS para aquisição de moradia própria, prevista em lei. Agentes Financeiros São autorizados a operar com recursos do FGTS como agentes �nanceiros, respeitando as diretrizes do Conselho Curador do FGTS e normativos da CAIXA, todas as instituições integrantes do SFH, na forma de�nida pelo Art. 8º da Lei nº 4.380/64. As Companhias Securitizadoras têm um papel diferenciado, atuando na compra e securitização de créditos imobiliários mediante colocação de Certi�cados de Recebíveis Imobiliários – CRI que podem ser adquiridos pelo FGTS na modalidade de Aquisição de Recebíveis Imobiliários. Da mesma forma, os Agentes Fiduciários participam nesta operação quando o CRI é emitido com regime �duciário. Todos os agentes �nanceiros, as securitizadoras e os agentes �duciários deverão ser credenciados juntoà CAIXA para operar com os programas que utilizam recursos do FGTS. Os agentes �nanceiros do SFH podem operar com recursos do FGTS de duas formas: Por meio de repasse de recursos em que é aberto um limite de crédito ao agente para concessão de �nanciamento, respeitando as regras de cada programa, aos interessados na aquisição ou construção de imóveis habitacionais; Como interveniente, nas operações de utilização pelo trabalhador dos recursos das contas vinculadas do FGTS para: compra de imóveis concluídos ou em construção; amortização extraordinária ou quitação de dívida; pagamento de parte de prestações de �nanciamentos que se enquadrem nas condições do SFH. Para utilização do FGTS na aquisição de imóvel concluído ou em construção, devem ser observadas as seguintes regras: Comprador deverá comprovar: Ter, no mínimo, três anos de trabalho, com contribuição ao FGTS, consecutivo ou não; Não ter �nanciamento imobiliário ativo, concedido nas condições do SFH, em qualquer região do país; Não ser: proprietário ou promitente comprador de fração ideal superior a 40%; cessionário; usufrutuário de outro imóvel residencial urbano, no município onde mora ou onde exerce seu trabalho principal, nos municípios limítrofes ou na região metropolitana. O imóvel objeto da operação: deverá ser residencial urbano e utilizado para moradia do comprador; deve ser �nanciável no âmbito do SFH e estar matriculado no RI, livre de ônus; estar localizado no município em que o comprador exerça o seu trabalho principal, nos municípios limítrofe ou na região metropolitana, ou ainda onde o comprador comprove residir há pelo menos um ano. não pode ter sido objeto de aquisição com o FGTS há menos de três anos. Na utilização do FGTS para amortização extraordinária ou quitação de dívida e pagamento de parte de prestações, na formalização dos �nanciamentos devem ter sido observadas todas as regras do SFH e do FGTS na época em que foram concedidos. Sistema de Financiamento Imobiliário – SFI Finalidades Após sucessivos planos econômicos (utilizados como instrumentos de política monetária para combater os elevados índices de in�ação) e em meio a um ambiente de instabilidade que a economia brasileira enfrentava, inviabilizando as operações do Sistema Financeiro da Habitação – SFH, no início da década de 90, as instituições �nanceiras (através da ABECIP) juntamente com o mercado imobiliário, iniciaram a busca por alternativas que viabilizassem um mercado de crédito imobiliário vigoroso e com fontes de recursos adequadas ao per�l a longo prazo dos �nanciamentos imobiliários. A limitação das taxas de juros nos �nanciamentos habitacionais, a falta de vasos comunicantes entre os mercados imobiliário, de crédito imobiliário e de capitais e a insegurança jurídica dos contratos de �nanciamentos imobiliários, com questionamentos judiciais sobre a secular hipoteca, eram, naquela época, as principais de�ciências encontradas no fragilizado SFH. Inspirado no modelo norte-americano e com o objetivo de equacionar essas de�ciências, o governo federal através da Lei nº 9.514/97, criou: O Sistema de Financiamento Imobiliário – SFI com a �nalidade de promover o �nanciamento em geral, segundo condições compatíveis com a formação de fundos respectivos. As Companhias Securitizadoras, que têm como �nalidade a aquisição e a securitização dos créditos gerados no sistema. Os Certi�cados de Recebíveis Imobiliários, que são títulos de crédito nominativos utilizados como instrumento de capitação de recursos. A instituição do Regime Fiduciário sobre o lastro do CRI, atribuindo maior segurança a esse título. A Alienação Fiduciária sobre Bem Imóvel, aumentando a segurança jurídica dos contratos de �nanciamento. O SFI teve o propósito de viabilizar essa estrutura, proporcionar instrumentos legais necessários para dinamizar o mercado de geração de créditos imobiliários e, tendo por princípio a integração das operações imobiliárias com o mercado de capitais, viabilizar o mercado secundário de títulos imobiliários. O objetivo foi – baseado na experiência de vários países com a instituição da alienação �duciária sobre bens imóveis – garantir que os recursos aplicados fossem retornados o mais rápido possível. A ausência de regulamentação permitiu a autonomia na contratação das operações, possibilitando a formação de um mercado de crédito imobiliário capaz de captar recursos a longo prazo, principalmente junto a grandes investidores. As operações originadas no SFI são efetuadas nas condições negociadas livremente entre os agentes envolvidos e a implementação e operacionalização delas. Diferentemente do SHF, independe de regras, limites, condições e recursos regulamentados por Órgãos Governamentais. Estrutura Operacional do SFI O SFI é caracterizado pela existência de instituições especializadas e devidamente autorizadas para concessão de créditos imobiliários (originadoras de créditos). Essas instituições podem vender os próprios créditos para uma companhia securitizadora (securitizadora de recebíveis), a qual emite Certi�cados de Recebíveis Imobiliários – CRIs lastreados nos créditos adquiridos e coloca esses certi�cados próximos a investidores tradicionais do mercado (investidores). Para facilitar a circularização dos créditos imobiliários no mercado �nanceiro, a Lei nº 10.931/2004 criou a Cédula de Crédito Imobiliário – CCI a �m de representar créditos imobiliários. Ela será emitida pelo credor do crédito imobiliário e poderá ser integral, quando representar a totalidade do crédito ou fracionária, quando representar parte dele. A soma das CCI fracionárias emitidas em relação a cada crédito não pode exceder o valor total do crédito que elas representam. A CCI é emitida sob a forma escritural ou cartular. A emissão da CCI sob a forma escritural é feita mediante escritura pública ou instrumento particular, devendo esse instrumento permanecer custodiado em instituição �nanceira e registrado em sistemas de registro e liquidação �nanceira de títulos privados autorizados pelo Banco Central do Brasil. Esse processo de securitização permite oferecer ao investidor um título com condições de prazo e indexador, quando for o caso, semelhantes aos dos �nanciamentos concedidos aos compradores de imóveis que serviram de lastro. Isso permite o casamento dos �uxos de recebimento das prestações do mutuário com o �uxo de pagamento do CRI ao investidor, diferentemente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE, que tem uma poupança com liquidez imediata, servindo de fundos para �nanciamento de até 35 anos. Também permite estruturar um modelo de operações adequado ao nível de risco requerido pelos investidores, por exemplo, constituindo o regime �duciário sobre os créditos que servem de lastro, pois essa é uma forma de mitigação de riscos, além de outros dispositivos. Há uma grande diferença entre o Sistema de Financiamento Imobiliário – SFI e o Sistema Financeiro da Habitação – SFH no que se refere aos riscos assumidos pelos agentes envolvidos. No SFH, os agentes �nanceiros, ao originar um �nanciamento habitacional para manter em sua carteira até o �nal do prazo, estão assumindo todos os riscos da operação, exceto os riscos envolvendo o �nanciado e o imóvel, que são cobertos pela seguradora e caracterizam tipicamente uma operação de intermediação �nanceira. No SFI, os riscos envolvendo as operações são segregados entre os agentes que participam do processo de securitização em toda a cadeia, desde a originação até a quitação da dívida, caracterizando operações de desintermediação �nanceira. Para uma melhor compreensão, na �gura a seguir, apresentamos a macroestrutura do SFI. A instituição da alienação �duciária imobiliária no Brasil foi um grande marco para o mercado de crédito imobiliário. Não só para as operações realizadas no SFI mas para todas as operações que necessitam de garantia de bem imóvel, incluindo as realizadas no SFH. Os questionamentos judiciais sobre a validade da hipoteca foram um dos maiores males imputados ao SFH,que resultou em um descrédito junto ao mercado, principalmente aos investidores em papéis que têm como base a garantia imobiliária. Na alienação �duciária imobiliária, o rito para retomada do imóvel, no caso de inadimplência do mutuário (devedor), é extrajudicial, ou seja, não necessita de medida judicial, o que torna o processo bem mais rápido e seguro em situação de recuperação dos créditos por atrasos do devedor . As companhias securitizadoras de créditos imobiliários são instituições não �nanceiras, constituídas sob a forma de sociedades por ações, que têm como �nalidade a aquisição e securitização de créditos imobiliários e a emissão e colocação de CRI nos mercados �nanceiro e de capitais. Essas instituições não �nanceiras podem, ainda, emitir debêntures e outros títulos de crédito. 1 Sendo as únicas instituições autorizadas a emitir Certi�cados de Recebíveis Imobiliários – CRI, as securitizadoras desempenham o papel central no processo de securitização no mercado imobiliário, atuando desde a captação de recebíveis com os originadores de crédito até a venda do CRI ao investidor. De acordo com o Decreto-Lei nº 70/66, a hipoteca também pode ser executada de forma extrajudicial. Contudo, em razão dos benefícios da alienação �duciária, a hipoteca praticamente não é mais utilizada em �nanciamentos imobiliários. 1 Entidades São autorizadas a efetuar operações de �nanciamento imobiliário no SFI: agências da Caixa Econômica Federal; bancos comerciais; bancos de investimento; bancos com carteira de crédito imobiliário; sociedades de crédito imobiliário; associações de poupança e empréstimo; companhias hipotecárias; demais instituições �nanceiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN nº 4.676/2018). Essas entidades operam principalmente na concessão de �nanciamentos imobiliários, participando do mercado primário de originação, fonte alimentadora de créditos para as securitizadoras. O processo de securitização inicia com a originação do crédito. No entanto, até a colocação dos CRIs junto aos investidores, várias etapas devem ser cumpridas, envolvendo outros agentes no processo. Participam desse processo: Os prestadores de serviços (services), prestando serviços para as instituições originadoras na formalização das operações e para as securitizadoras, auditando e veri�cando os aspectos �nanceiros e jurídicos dos contratos a serem cedidos e na gestão das carteiras de créditos em andamento. Os agentes �duciários, recebendo poderes de representação para zelar pelos direitos dos investidores. As instituições custodiantes, realizando a custódia das Cédulas de Crédito Imobiliário – CCI, representativas dos créditos imobiliários objeto da securitização, no papel de �el depositário. As agências de rating, fazendo a análise de riscos dos CRIs emitidos e auxiliando na estruturação de garantias. As seguradoras, assumindo os riscos de natureza pessoal do �nanciado e material objeto da garantia através de suas respectivas apólices. A CETIP e a Câmara de Ações (antiga CBLC), realizando eletronicamente o registro, o controle, a negociação e a liquidação �nanceira dos CRIs emitidos. A CVM, concedendo o registro provisório e de�nitivo do CRI. Características das Operações Os requisitos básicos observados na concepção do SFI foram: a liberdade para as entidades efetuarem as suas operações, considerando as condições de mercado, respeitando as disposições legais e utilizando recursos captados nos mercados �nanceiros e de capitais. Esses princípios consolidam os principais pilares do modelo do sistema: economia de mercado, desregulamentação, desestatização das atividades e desoneração dos cofres públicos. Levando em consideração estas diretrizes, a Lei nº 9.514/97 prevê que as operações de �nanciamentos imobiliários, originadas pelas entidades autorizadas a operar no SFI, deverão observar as seguintes condições: reposição integral do valor emprestado e respectivo reajuste, cujos critérios poderão ser estabelecidos pelas partes, observada a legislação vigente; remuneração do capital emprestado às taxas convencionadas no contrato; capitalização dos juros; contratação, pelos tomadores de �nanciamento, de seguros contra os riscos de Morte e Invalidez Permanente – MIP. A previsão dessas condições induz os agentes do SFI a concederem �nanciamentos, utilizando um sistema de amortização da dívida e critério de reajustamento das prestações e saldo devedor que garanta o pagamento integral do valor emprestado até o �nal do prazo contratado ou que, havendo saldo residual, deverá ser quitado pelo mutuário. Como não existe limitação de taxa de juros, o que vale são as condições negociadas e contratadas, podendo ser utilizado o critério de capitalização de juros, diversas vezes questionados em juízo nos contratos do SFH. Para garantir o retorno da dívida em situação de sinistro de natureza pessoal do �nanciado, os �nanciamentos deverão prever a cobertura obrigatória deste risco pelo mercado segurador (seguro MIP), sendo desejável, mas não obrigatório, como ocorre no SFH, a contratação de seguros para cobertura de risco material do imóvel dado em garantia (seguro de Danos Físicos ao Imóvel – DFI). Além disso, podem ser contratadas nas mesmas condições previstas para o SFI: as operações de comercialização de imóveis, com pagamento do preço de compra e venda parcelado, realizado no mercado imobiliário pelas construtoras e incorporadoras; as operações de arrendamento mercantil de imóveis, conhecido como Leasing Imobiliário, caracterizado pela aquisição de imóveis para uso, podendo ter opção de compra; as operações de �nanciamento imobiliário em geral. Nas operações de compra de imóvel submetido ao regime de incorporação na fase de construção e com previsão de entrega futura, a critério do comprador e mediante informação obrigatória da empresa incorporadora, poderá ser contratado seguro para garantir o ressarcimento ao comprador dos valores já pagos, na hipótese de inadimplemento da empresa incorporadora ou construtora quanto à entrega da obra. Certificado de Recebíveis Imobiliários Pela Lei nº 9.514/97, Certi�cado de Recebíveis Imobiliários – CRI é um título de crédito nominativo, de livre negociação, lastreado em créditos imobiliários e constitui promessa de pagamento em dinheiro. Considerando uma de�nição mais ampla, podemos dizer que CRI é um título de crédito de longo prazo, lastreado em créditos imobiliários representativos de �uxo de pagamentos de contraprestações de �nanciamento ou empréstimos com garantia de imóveis ou de aluguéis, emitidos a partir de um Termo de Securitização. Os créditos que servem de lastro podem ser submetidos ao regime �duciário. O regime �duciário sobre os créditos imobiliários que servem de lastro do CRI tem por objetivo segregar a carteira de crédito do patrimônio da securitizadora, a �m de não serem atingidos em possíveis ações contra ou insolvência da securitizadora, o que reduz o risco para o investidor. No caso de insolvência da securitizadora, o agente �duciário assume a gestão dos créditos objeto de lastro, garantindo o pagamento ao investidor. Na emissão de CRI com regime �duciário, é obrigatória a nomeação de agente �duciário. Nas emissões de CRI destinados a investidores pessoas físicas com pouco conhecimento e experiência neste mercado, conhecidos como não quali�cados, por normativo da CVM, entre outros requisitos, é obrigatória: a contratação de Agência de Rating para analisar os riscos da operação; a adoção do regime �duciário sobre o lastro de créditos; a pulverização da carteira, devendo o valor do crédito de cada devedor não ser superior a 0,5% do total dos créditos. O CRI poderá ser emitido considerando vários tipos de estruturação de forma a calibrar o seu risco ao exigido pelo investidor. Por exemplo, podem ser emitidos com ou sem regime �duciário ou com regime �duciário e coobrigação do emissor. A coobrigação do emissor garante o recebimento do �uxo do CRI independentemente do pagamento do compromissopelo devedor. As aplicações em CRI para Pessoa Física são isentas de Imposto de Renda na fonte e na declaração de ajuste anual, conforme previsto na Lei nº 11.033/04. Para os demais investidores, os ganhos serão tributados de acordo com a tabela regressiva, sendo: prazo até 180 dias – alíquota de 22,5%; prazo de 181 dias a 360 dias – alíquota de 20%; prazo de 361 dias a 720 dias – alíquota de 17,5%; acima de 721 dias: alíquota de 15%. Na emissão de CRI, poderão ser utilizados diversos tipos de garantias com o objetivo de mitigar os riscos para o investidor. Normalmente, as garantias para aumentar a liquidez são: colateral ou "sobrecolateralização" (over collateral), que é a compra de crédito em volume superior ao valor de emissão do CRI; subordinação, com emissão duas séries de CRI denominadas de Sênior e Subordinada, sendo que os CRIs seniores têm preferência de recebimento; fundo de reserva constituído por retenção de recursos pelo originador dos recebíveis. Outros tipos de garantias podem ser utilizados, como: coobrigação do cedente no caso de inadimplência do crédito; retrocessão, com a recompra dos créditos inadimplentes; carta de �ança oferecida pelo cedente dos créditos. Como garantia principal, constituída sobre o bem imóvel objeto da transação primária – alienação �duciária ou hipoteca em primeiro grau. As instituições �nanceiras, os fundos de investimentos, as seguradoras, as entidades de previdência aberta ou fechada, as sociedades de capitalização, as corretoras e distribuidoras e as sociedades de arrendamento mercantil são dispensadas de retenção na fonte e do pagamento separado do imposto. Estrutura Básica de Securitização de Recebíveis Imobiliários A �gura a seguir mostra, de forma simpli�cada, uma estrutura típica de uma operação de securitização de recebíveis imobiliários. A empresa credora, originadora de créditos imobiliários, possui direitos de crédito contra o devedor, o que pode gerar um �uxo �nanceiro no futuro. A credora cede os direitos de crédito e, portanto, o �uxo �nanceiro para a securitizadora. A securitizadora emite CRIs lastreados nos direitos de crédito imobiliário cedidos e os coloca no mercado. A colocação dos CRIs capta recursos dos investidores para a securitizadora. A securitizadora utiliza os recursos captados para pagar à empresa credora pela cessão dos direitos de crédito. Ao longo da operação, o �uxo �nanceiro dos direitos de crédito é pago diretamente à securitizadora, que utiliza os recursos para remunerar os investidores de acordo com o estabelecido no Termo de Securitização. A seguir, veja um resumo com mais informações importantes acerca de características do SFH e do SFI. Sistema Financeiro da Habitação – SFH Sistema de Financiamento Imobiliário – SFIÂmbito do SFH Taxa de mercado Marco legal Lei nº 4.380/64 Lei nº 9.514/97 Garantia(s) Hipoteca, alienação �duciária e outras a critério do agente �nanceiro (Resolução nº 4.676/2018). Alienação �duciária, hipoteca, cessão �duciária de direitos creditórios e caução de direitos creditórios. Taxa de juros Custo Efetivo Máximo de até 12% ao ano. Taxas praticadas no mercado. Livremente negociada entre as partes. Prazo máximo do �nanciamento Atualmente, as instituições �nanceiras utilizam até 35 anos, desde que a soma do prazo mais a idade do �nanciado mais velho não supere 80 anos e seis meses. Entretanto, se a garantia for de hipoteca, o prazo máximo será de 30 anos. Atualmente, as instituições �nanceiras utilizam até 35 anos, desde que a soma do prazo mais a idade do �nanciado mais velho não supere 80 anos e seis meses. Entretanto, se a garantia for de hipoteca, o prazo máximo será de 30 anos. Valor máximo da avaliação Para imóveis novos, o valor máximo de avaliação é de R$ 1,5 mi até 31/12/2017. Sem restrição especí�ca. Sem restrição especí�ca. Percentual máximo do valor de avaliação do imóvel a ser �nanciado (LTV) 80% do valor de avaliação do imóvel e 90% caso seja pelo Sistema de Amortização Constante – SAC. Sem restrição especí�ca. Sem restrição especí�ca. Fonte dos recursos para o �nanciamento (Funding) SBPE, FGTS Programas Habitacionais. SBPE Mercado �nanceiro ou de capitais, mediante a emissão de títulos. Tipo do imóvel Residencial urbano. Residencial e comercial urbano. Qualquer tipo de imóvel (urbano ou rural). Tipo do contrato Instrumento particular ou escritura pública. Instrumento particular ou escritura pública. Utilização do FGTS Como parte de pagamento na aquisição, na amortização/liquidação do saldo devedor e na redução das prestações. Não se aplica. Como parte de pagamento na aquisição de imóveis residenciais, enquadráveis no SFH. Forma de execução da dívida Garantia de hipoteca – execução judicial especial (Lei nº 5741/71) ou execução extrajudicial (Dec. Lei nº 70/66). Garantia de alienação �duciária – execução extrajudicial de cobrança via cartório (Lei nº 9.514/97). Garantia de hipoteca – execução judicial comum (Código de Processo Civil). Garantia de alienação �duciária – execução extrajudicial de cobrança via cartório (Lei nº 9.514/97). Garantias Imobiliárias Garantias Imobiliárias Este capítulo trata de relações de operações imobiliárias e as respectivas garantias. Cabe inicialmente destacar que os �nanciamentos imobiliários regulamentados pela Resolução CMN nº 4.676/2018 devem ter por garantia: a hipoteca, em primeiro grau, do imóvel (objeto da operação); a alienação �duciária do imóvel (objeto da operação); a hipoteca, em primeiro grau, ou a alienação �duciária de outro imóvel do mutuário ou de imóvel de terceiros; outras garantias, a critério do agente �nanceiro. As operações de �nanciamento imobiliário, em geral tratadas pelo art. 17 da Lei nº 9.514/97, poderão ser garantidas por: hipoteca; cessão �duciária de direitos creditórios decorrentes de contratos de alienação de imóveis; caução de direitos creditórios ou aquisitivos decorrentes de contratos de venda ou promessa de venda de imóveis; alienação �duciária de coisa imóvel. A liberação de recursos relativos a �nanciamentos concedidos somente poderá ser efetuada após a formalização das garantias. Propriedade Para tratar das garantias, é fundamental abordar preliminarmente a propriedade imobiliária. A propriedade é um direito real pela própria natureza, tendo o proprietário a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Usar, gozar, dispor e reivindicar são, assim, os poderes inerentes à propriedade. O conceito de propriedade diverge da posse, pois esta diz respeito à relação com a coisa possuída, sendo considerado possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. En�teuse En�teuse é um "direito real sobre coisa alheia pelo qual o en�teuta possui a posse direta da coisa, podendo usá-la de forma completa, bem como aliená-la e transmiti- la por herança, enquanto o senhorio direto, que é o proprietário do bem, apenas o conserva em seu nome". A en�teuse civil (ou particular) é regida pelo novo Código Civil Brasileiro (10.406/2002) nos seguintes termos: Art. 2.038. Fica proibida a constituição de en�teuses e suben�teuses, subordinando- se às existentes, até sua extinção, às disposições do Código Civil anterior, Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916, a leis posteriores. § 1º Nos aforamentos a que se refere este artigo é defeso: cobrar laudêmio ou prestação análoga nas transmissões de bem aforado, sobre o valor das construções ou plantações; constituir suben�teuse. § 2º A en�teuse dos terrenos de marinha e acrescidos regula-se por lei especial. Laudêmio é o valor pago pelo proprietário do domínio útil ao proprietário do domínio direto (ou pleno) sempre que se realizar uma transação onerosa do imóvel. É feito, por exemplo, na venda de imóveis que originariamente pertencem à União, como todos os que se localizam na orla marítima. Quem paga o laudêmio é o vendedor (titular do domínio útil). Olaudêmio não é um tributo, mas é decorrente de uma relação 1 1 contratual, de direito obrigacional, da qual o ente público participa na condição de contratante e como tal está sujeito aos princípios gerais dos contratos. Na forma disposta pela Lei nº 3.071/1916 (antigo Código Civil), dá-se a en�teuse, o aforamento ou o emprazamento quando, por ato entre vivos ou de última vontade, o proprietário atribui a outro o domínio útil do imóvel, pagando a pessoa que o adquire. Assim se constitui en�teuta, ao senhorio direto uma pensão, ou foro, anual, certo e invariável. O contrato de en�teuse é perpétuo. Cabe ao en�teuta satisfazer os impostos e os ônus reais que gravarem o imóvel. O en�teuta (ou foreiro) não pode vender nem dar em pagamento o domínio útil sem prévio aviso ao senhorio direto, para que este exerça o direito de opção. Sempre que se realizar a transferência do domínio útil, por venda ou doação em pagamento, o senhorio direto que não usar da opção terá direito de receber do alienante o laudêmio, que será de 2,5% sobre o preço da alienação se outro não se tiver �xado no título de aforamento. A en�teuse, instituto do Direito Civil, consiste na transmissão feita pelo proprietário de todos os direitos inerentes à propriedade passando o adquirente a ter o domínio útil da coisa mediante pagamento de uma pensão ou foro ao senhorio. Observa-se que o foreiro ou en�teuta pode inclusive alienar ou transmitir por herança o bem en�têutico, sendo, todavia, mantido o ônus ao proprietário, titular do domínio útil, de pagar o foro anual ao senhorio direto. Na alienação do imóvel, o senhorio direto terá direito ao recebimento do laudêmio (um tipo de "comissão de anuência") caso não venha a exercer o direito de preferência na aquisição do domínio útil. Na en�teuse dos terrenos de marinha e acrescidos, que diz respeito aos bens imóveis da União, a gestão está a cargo do Serviço do Patrimônio da União – SPU e, para a alienação desses imóveis, deve ocorrer a emissão da Certidão de Autorização para Transferência – CAT. Também conhecida como en�teuse administrativa (ou legal), é regulada pelo Decreto-lei nº 9.760/1946, Decreto-lei nº 2.398/1987, pela Lei nº 9.636/1998 e pelo Decreto nº 3.725/2001. Os bens en�têuticos podem ser objetos de garantia prestada pelo titular do domínio útil. Nos casos de alienação �duciária, será exigido o pagamento do laudêmio se houver a consolidação do domínio útil no credor �duciário. Neste módulo, veremos os principais tipos de garantias utilizadas nas operações imobiliárias. Cessão de Recebíveis ou Penhor Do Penhor de Direitos e Títulos de Crédito Direitos suscetíveis de cessão podem ser objetos de penhor. Nesse caso, constitui-se o penhor de direito mediante instrumento público ou particular, registrado no serviço de registro de títulos e documentos. O titular de direito empenhado deverá entregar (tradição) ao credor pignoratício os documentos comprobatórios desse direito, salvo se tiver interesse legítimo em conservá-los. O penhor de crédito não tem e�cácia senão quando noti�cado ao devedor. Por noti�cado tem-se o devedor que, em instrumento público ou particular, declara-se ciente da existência do penhor. O credor pignoratício deve praticar os atos necessários à conservação e defesa do direito empenhado e cobrar os juros e mais prestações acessórias compreendidas na garantia. O titular do crédito empenhado só pode receber o pagamento com a anuência, por escrito, do credor pignoratício, caso em que o penhor se extinguirá. O penhor que recai sobre título de crédito constitui-se mediante contrato, público ou privado, ou endosso pignoratício e se perfaz com a tradição dos títulos em favor do credor. Compete ao credor o direito de: conservar a posse do título e recuperá-la de quem quer que o detenha; usar dos meios judiciais convenientes para assegurar os próprios direitos e os do credor do título empenhado; fazer intimar ao devedor do título que não pague ao seu credor, enquanto durar o penhor; receber a importância consubstanciada no título e os respectivos juros, se exigíveis, restituindo o título ao devedor quando este solver a obrigação. Credor pignoratício é a pessoa a quem �ca estabelecido o penhor de coisa móvel como garantia, sendo, portanto, quem conta com o benefício desse penhor. Da Execução do Penhor A execução do penhor segue o mesmo princípio e o processo da execução hipotecária, referida anteriormente. 4 4 Cessão de Recebíveis ou Penhor Da Cessão de Direitos No contexto do mercado imobiliário, uma transação comum é a cessão de recebíveis imobiliários, que é uma operação em que um �uxo de recursos em prestações de médio ou longo prazo – proveniente de venda, promessa de venda ou locação de imóveis (recebíveis imobiliários) –, a ser recebido em determinado prazo, taxa de juros e índice de correção, é descontado, permitindo que o credor antecipe esses recursos. A cessão em si não é uma garantia, mas uma operação de alienação de direitos creditícios feitos pelo credor desses créditos para outrem. Da Cessão Fiduciária de Direitos Creditórios Existe outra operação de cessão que tem escopo de garantia, mediante a transferência ao credor, a título de garantia, de direitos de crédito. Por esse contrato, o devedor transfere ao credor os créditos decorrentes do compromisso da venda e compra do imóvel até a liquidação da dívida garantida. Diferentemente da cessão de recebíveis, a transferência na cessão �duciária é temporária. Portanto, não tem caráter de�nitivo, pois perdura enquanto a dívida garantida não for quitada. Também é limitada no conteúdo, uma vez que, de fato, o credor �duciário não tem todos os direitos sobre os direitos transmitidos �duciariamente. É uma garantia muito utilizada em operações para produção imobiliária multifamiliar (plano empresário), em outras palavras, são �nanciamentos concedidos a incorporadores para construção de apartamentos, casas ou salas comerciais em condomínios ou de loteamentos. Nos casos de inadimplência do devedor �duciante, o exercício dessa garantia, pelo credor �duciário, é muito simples: não se faz necessário qualquer tipo de processo, podendo o credor: conservar e recuperar a posse dos títulos representativos dos créditos cedidos, contra qualquer detentor, inclusive o próprio cedente; promover a intimação dos devedores que não paguem ao cedente, enquanto durar a cessão �duciária; usar das ações, dos recursos e das execuções, judiciais e extrajudiciais, para receber os créditos cedidos e exercer os demais direitos conferidos ao cedente no contrato de alienação do imóvel; receber diretamente dos devedores os créditos cedidos �duciariamente. Alienação Fiduciária A lei que criou o Sistema de Financiamento Imobiliário – SFI (Lei nº 9.514/97) trouxe uma novidade que impulsionou o crédito imobiliário no Brasil: a alienação �duciária imobiliária. Trata-se de um direito real de garantia que consiste na transferência da propriedade do bem pertencente ao devedor, também conhecido como �duciante, para o credor, designado como �duciário. Com a alienação �duciária, a propriedade �duciária é transferida, para �ns de garantia, ao credor, que passa a ser dono até que ocorra o pagamento integral da dívida. Deve-se observar, entretanto, que a transferência da propriedade pelo �duciante ao �duciário tem o escopo único de garantia, razão pela qual essa propriedade, em favor do credor, é conhecida como resolúvel. Portanto, essa operação é isenta do Imposto sobre Transmissão Imobiliária – ITBI. Remanesce ao devedor, além da posse direta sobre a coisa, ou seja, o direito de uso, gozo e fruição do bem imóvel, o direito de readquiri-la caso a dívida garantida seja integralmente paga, mediante o cancelamento das garantias. A alienação �duciária poderá ter como objeto a propriedade plena, o domínio útil dos bens en�têuticos, o direito de uso para �ns de moradia, o direito real de uso suscetível de alienação e a propriedade super�ciária. Além disso, ela poderá ser contratada por pessoa física ou jurídica, não sendoprivativa das entidades que operam no SFI. A alienação �duciária pode ser utilizada em operações do SFH e quaisquer outras operações para garantia de crédito, por pessoas físicas ou jurídicas. O contrato que serve de título ao negócio �duciário conterá: o valor do principal da dívida; o prazo e as condições de reposição do empréstimo ou do crédito do �duciário; a taxa de juros e os encargos incidentes; a cláusula de constituição da propriedade �duciária, com a descrição do imóvel (objeto da alienação �duciária) e a indicação do título e do modo de aquisição; a cláusula assegurando ao �duciante, enquanto adimplente, a livre utilização, por sua conta e risco, do imóvel (objeto da alienação �duciária); a indicação, para efeito de venda em público leilão, do valor do imóvel e dos critérios para a respectiva revisão; a cláusula dispondo sobre os procedimentos de leilão da garantia (o imóvel), em caso de consolidação da propriedade do imóvel a favor do �duciário (credor), por força de inadimplemento do �duciante (devedor). Os atos e contratos de que trata a Lei nº 9.514/97 ou resultantes da sua aplicação, mesmo aqueles que visem à constituição, transferência, modi�cação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis, poderão ser celebrados por escritura pública ou por instrumento particular com efeitos de escritura pública, devendo ser levados a registro na matrícula do imóvel junto ao cartório de registro de imóveis. Propriedade vs. Posse Constitui-se a propriedade �duciária de coisa imóvel mediante registro, no competente Registro de Imóveis, do contrato que lhe serve de título. Com a constituição da propriedade �duciária, dá- se o desdobramento da posse, tornando-se o �duciante possuidor direto, e o �duciário possuidor indireto da coisa imóvel. Nos termos da legislação brasileira, posse é o exercício em nome próprio de alguns dos poderes inerentes à propriedade. É, portanto, a relação de fato entre o sujeito e o objeto. De certa forma, a posse apresenta-se como um todo unitário na relação sujeito-objeto. Entretanto, o ordenamento permite que a relação de poderes da propriedade possa estar distribuída entre diversos sujeitos. Assim, é o que chamamos de posse bipartida, em posse direta e posse indireta. É importante observar que essa bipartição é temporária, pelo tempo necessário para o cumprimento de uma relação contratual ou de determinação do ordenamento. Logo, há uma tendência do ordenamento de que a posse direta e a indireta sejam aglutinadas em um mesmo sujeito. A posse direta não invalida a posse indireta, pois em ambas os sujeitos têm relação jurídica com o objeto e entre si. Desta feita, a alienação �duciária é um modo de bipartição da posse, de modo que, com a instituição da garantia de alienação �duciária imobiliária, o credor passa a ser o proprietário �duciário, ou seja, detendo apenas a posse indireta, e o devedor perde a propriedade em favor do credor, mas mantém a posse direta. Em outras palavras, o devedor �duciante, enquanto possuidor direto, tem os poderes de uso, gozo e fruição da coisa dada em alienação �duciária, mas não pode dispor da coisa, por exemplo, dando em garantia ou simplesmente alienando-a. O credor �duciário, por sua vez, não pode usar, gozar ou fruir da coisa e, apesar de detentor da posse indireta, também não pode aliená-la ou onerá-la. Pode parecer algo bastante sutil, mas o �duciante, por meio desse mecanismo, deixa de ter a qualidade de proprietário pleno do imóvel �nanciado sob condição resolutiva, podendo se tornar titular da propriedade de forma plena novamente somente quando quitar a dívida com o �duciário. Ao devedor é dado o direto de consolidar a propriedade em seu nome, portanto readquiri-la, com a integralidade do pagamento da dívida. É o devedor que decide a quem caberá a consolidação da propriedade: se quitar integralmente a dívida, a lei lhe garante o direito de consolidá-la em seu favor, sem nenhuma dependência de qualquer ato do credor. Porém, se não pagá-la na forma estabelecida no contrato, poderá dar causa ao vencimento antecipado do contrato, e a consolidação da propriedade ocorrerá em nome do �duciário. A garantia de alienação �duciária protege a operação �nanceira, do ponto de vista do credor, pois, como o �duciante não tem a propriedade plena do imóvel, este não pode ser dado como garantia em outras operações. Por outro lado, também protege o devedor �duciante, pois o credor, em que importe ser proprietário do bem imóvel, também não pode vendê-lo nem dar em garantia de operações que porventura venha a fazer, uma vez que detém uma propriedade resolúvel e momentânea, sujeita à quitação da operação de crédito que garante. Mesmo que o credor �duciário venha a encerrar suas atividades por vontade própria ou ato do governo, tal como liquidação ou falência, esse bem dado em alienação não faz parte do patrimônio dele, para �ns de distribuição de patrimônio ou de pagamento das obrigações. Do Processo de Cobrança e da Purgação da Mora Procedimentos de Cobrança Com o pagamento da dívida e dos respectivos encargos, resolve-se a propriedade �duciária do imóvel em favor do devedor, isto é, o �duciante passa a ser o proprietário pleno do imóvel. No prazo de até 30 dias, a contar da data de liquidação da dívida, o �duciário fornecerá o respectivo termo de quitação ao �duciante, sob pena de multa em favor deste, equivalente a meio por cento ao mês (ou fração) sobre o valor do contrato. Com o termo de quitação, o o�cial do competente registro de imóveis efetuará o cancelamento do registro da alienação �duciária. Vencida e não paga a dívida, no todo ou em parte, e constituída a mora do devedor, o bem dado em garantia é que responde pela dívida. Assim, se o devedor não paga uma ou mais prestações, após o prazo de carência contratual, o credor fará requerimento ao o�cial de registro de imóveis competente para este intimar pessoalmente o devedor para satisfazer, no prazo de 15 dias, a prestação vencida e as que se vencerem até a data do pagamento, acrescidas dos juros convencionais, das penalidades e dos demais encargos contratuais e legais – inclusive os tributos –, as contribuições condominiais imputáveis ao imóvel, além das despesas de cobrança e de intimação. O requerimento do credor deverá ter todas as informações pormenorizadas daquilo que deverá ser pago. No prazo de até 15 dias, o devedor pode realizar o pagamento das prestações em atraso com os encargos legais e contratuais e das despesas correlatas e, caso se realize o pagamento, ocorrerá a chamada purgação da mora. O contrato de constituição da garantia deverá estabelecer o prazo de carência para que o devedor realize o pagamento das prestações vencidas e não pagas. Somente após esse prazo de carência será expedida a intimação, que será feita pessoalmente ao �duciante (ou ao seu representante legal ou ao procurador regularmente constituído), podendo ser promovida diretamente pelo o�cial de registro de imóveis competente ou por solicitação deste, por o�cial de registro de títulos e documentos da comarca da situação do imóvel ou do domicílio de quem deva recebê-la, ou pelo correio, com aviso de recebimento. Quando o �duciante se encontrar em local ignorado, incerto ou inacessível, o serventuário encarregado da diligência certi�cará o fato e informará ao o�cial de registro de imóveis, cabendo, então, a este último promover a intimação por edital, publicado por três dias, pelo menos, em um dos jornais de maior circulação local ou em outro de comarca de fácil acesso se no local não houver imprensa diária, contado o prazo para purgação da mora da data da última publicação do edital. Da Purgação da Mora Purgada a mora no registro de imóveis, isto é, quitada as prestações com os encargos vencidos e as despesas correlatas, o contrato de alienação �duciária estará reestabelecido, devendo o credor enviar as cobranças das prestações e recebê-las normalmente. O o�cial do registro de imóveis, por sua vez, nos três dias seguintes à quitação da dívida, entregará ao �duciário as importâncias
Compartilhar