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Lição 5 - Do Seguro Compreensivo Especial
Nesta lição, você compreenderá o Seguro Compreensivo Especial. 
Lastimavelmente, a vida está sujeita a toda sorte de fatores e eventos que 
não dependem apenas dos nossos anseios e do nosso trabalho!
Todos, indistintamente, querendo ou não, sujeitam-se às condições e possi-
bilidades que fogem do controle até do próprio ser humano. 
Infortúnios podem ocorrer a qualquer tempo e sem avisar!
Em linhas gerais, os contratos de seguro visam justamente dar garantia às 
perdas oriundas de citados eventos aleatórios, os quais podem atingir pes-
soas e coisas. 
Diante de todos esses riscos, buscamos contratar seguros e não poupamos 
esforços a fim de garantir que todos os nossos investimentos e esforços de 
toda a vida não se percam num piscar de olhos.
A contratação de um seguro nos permite o desenvolvimento da vida e dos 
nossos negócios com a tranquilidade de que, na ocorrência de um evento 
infortunístico, nossos prejuízos sejam mitigados ao serem partilhados com 
o contratado, desonerando-nos. 
Nesta lição, estudaremos o Seguro Compreensivo Especial no âmbito habi-
tacional.
Trata-se de uma contratação obrigatória no sistema financeiro de habita-
ção com o objetivo de garantir a quitação das parcelas ainda a vencer, em 
caso da superveniência de situações aleatórias que impeçam o pagamento 
da dívida por parte do segurado. 
Vamos juntos embarcar em tal conteúdo? 
Ao término desta lição, você deverá ser capaz de:
a) compreender as principais regras aplicáveis aos contratos de seguro;
b) entender o Seguro Compreensivo Especial e as suas peculiaridades;
c) aprender o que é resseguro e como se dá a sua operação no Brasil.
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1. Conceitos Iniciais
O Código Civil conceitua o contrato de seguro nos exatos termos:
“[...] pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do 
preço, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, 
contra riscos predeterminados”. 
Assim, o contrato de seguro tem como objetivo a proteção do bem, do risco ou 
do interesse segurável, promovendo a transferência do risco de uma pessoa 
para outra. 
De fato, no contrato de seguro, os riscos são divididos entre todos, para que, 
dessa forma, também os custos sejam compartilhados em razão do infortúnio 
e ninguém seja onerado demasiadamente.
As empresas fazem seguro de seus ativos 
(máquinas e equipamentos, veículos, 
instalações, produtos acabados, produtos 
em elaboração, etc.) contra roubos, 
incêndios, explosões, etc., precavendo-se 
desses infortúnios. O seguro é feito após 
avaliação dos bens por uma empresa 
especializada. Assim, a empresa paga um 
prêmio de seguro pelos bens segurados.
2. Características do contrato de seguro:
 bilateral: depende da manifestação da vontade dos seus contratantes, pela 
qual o segurado se compromete a pagar o prêmio e a não agravar os riscos 
contratados e o segurador, a quitar o valor contratado, chamado de impor-
tância segurada; oneroso: necessidade de pagamento do preço, chamado 
de prêmio, em contrapartida ao dever de pagar a indenização em caso de 
sinistro; aleatório: o pagamento da indenização dependerá de evento futu-
ro e incerto, que é o risco indenizável; consensual: o acordo de vontades é 
bastante para o seu aperfeiçoamento; de adesão: o segurado não participa 
da elaboração das cláusulas; de execução continuada: perdura pelo tempo. 
 
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Contratação de Seguro
Empresas Seguradoras
• Prevenir contra eventuais danos 
contra seu patrimônio (ativo); danos 
materiais ou imateriais; roubos, 
acidentes, incêndios, quedas de raios 
e explosões, alagamentos e intempé-
ries, como chuva, seca, granizo, entre 
outros;
• Bens avaliados pela seguradora;
• Apólice de seguro (direitos e deve-
res): vigência do contrato a partir da 
assinatura;
• Pagamento do prêmio de seguro;
• Ocorrência de sinistro;
• Recebimento de indenização.
• Avaliação dos bens pela seguradora;
• Emissão da apólice de seguro;
• Emissão do prêmio de seguro;
• Recebimento do prêmio de seguro;
• Indenização em caso de sinistro 
coberto pelo seguro;
• SUSEP - Superintendência de Seguro 
Privado do Brasil (órgão fiscalizador).
O artigo 764 do Código Civil estabelece:
 “[...] salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previ-
são do qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio”. 
Ao segurado compete disponibilizar todas as informações de forma ampla e 
exata quando da contratação ao segurador, bem como, durante a execução do 
contrato de seguro, informar qualquer dado relevante que possa impactar no 
risco ou cálculo do preço do seguro, uma vez que essas informações permiti-
rão o cálculo do valor do prêmio e seu interesse na contratação. 
O Plano de Seguro Compreensivo Especial no âmbito habitacional conjuga 
vários ramos ou modalidades numa mesma apólice.
O seguro habitacional é fundamental e obrigatório para o crédito imobiliário 
prevendo:
 quitação total ou parcial do saldo devedor do financiamento habitacional 
em caso de morte e invalidez permanente — MIP — do devedor; 
pagamento de despesas para recuperação de danos físicos no imóvel — 
DFI.
O devedor, seu sucessor ou herdeiro pode solicitar a quitação do imóvel nos 
seguintes casos:
 morte do devedor;
 invalidez permanente que impeça o desempenho de trabalho habitual de 
forma definitiva, desde que não esteja recebendo auxílio-doença.
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De tal forma, por força da realização do seguro habitacional obrigatório se 
têm a garantia de permanência da família no imóvel em caso de morte ou 
invalidez total e permanente da pessoa que compôs a renda para o financia-
mento, por meio da quitação total ou parcial da dívida junto ao agente finan-
ceiro, a depender do percentual de participação de cada um na composição 
da renda. 
Também garante a indenização ou a reconstrução do imóvel. 
O seguro por morte e invalidez permanente — MIP — é empregado para co-
bertura de riscos de natureza pessoal. 
Por sua vez, o seguro por danos físicos ao imóvel — DFI — é destinado à co-
bertura de riscos de natureza material, que tem as seguintes coberturas bási-
cas: incêndio e explosão, inundação e alagamento, desmoronamento, ameaça 
de desmoronamento e destelhamento. 
3. Objetivos do Seguro Compreensivo Especial
O Plano de Seguro Compreensivo Especial no âmbito habitacional foi criado 
com duplo objetivo: 
• assegurar ao adquirente de moradia pelo SFH a continuidade na 
amortização dos empréstimos na hipótese de sinistros pessoais;
• garantir a continuidade do próprio sistema, que não poderia ficar à 
disposição de circunstâncias aleatórias.
4. Características do Seguro Compreensivo Especial
• taxas reduzidas; 
• cláusulas menos restritivas e de mais fácil compreensão;
• estrutura modular;
• ampla gama de coberturas e garantias acessórias.
5. Ramos de Seguros Compreensivos (Circular SUSEP nº 535/2016)
A Circular Susep nº 535/2016 estabelece a codificação dos ramos de seguro 
e dispõe sobre a classificação das coberturas contidas em planos de seguro, 
para fins de contabilização.
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Classificação do Sistema Financeiro Nacional
e seus principais órgãos
Órgãos
Norma�vos
Órgãos
Supervisores
Operadores
do Sistema
• Conselho Monetário Nacional;
• Coselho Nacional de Seguros Privados;
• Conselho Nacional de Previdência
 Complementar.
• Superintendência de
 Seguros Privados;
• Superintendência Nacional
 de Previdência Complementar.
• Banco Central do Brasil;
• Comissão de Valores 
 Mobiliários.
• Bancos e caixas
 administradoras
 de consórcios.
• Bolsa de Valores;
• Bolsa de 
 Mercadorias
 e Futuros
• Seguradoras.
• Fundos de pensão;
• En�dades abertas
 de previdência.
Principais regas de seguro e o resseguro
A operação de resseguro é aquela que garante à seguradora e ao segurado 
que, em caso de sinistro, haverá dinheiro suficiênte para o pagamento dos 
prejuizos sofridos pelo assegurado.
A Lei Complementar 126/2007 prescreve as seguintes possibilidades de 
opração no mercadode resseguro, no art. 2º:
Cosseguro:
Cosseguro trata-se de uma operação de seguro em que duas ou mais socie-
dades seguradoras distribuem entre si os riscos de determinada apólice. Isso 
tudo é definido com a aprovação do segurado, sendo que essa divisão é feita 
segundo um percentual a ser definido.
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Resseguro
Operação de transferência de riscos de uma cedente (seguradora) para um 
ressegurador (seguradora que ressegurará).
Retrocessão
Este caso trata-se de operação de:
1 - Transferência de riscos de resseguro de resseguradores para 
resseguradores.
2 - Resseguradores para sociedades seguradoras locais.
O ressegurador não responde frente ao segurado, indenizando sempre a 
seguradora cedente do contrato de seguro. Entretanto, a Lei Complementar 
prescreve, em seu art. 1º, que a resseguradora indenizará diretamente o se-
gurado em caso de insolvência, de decretação de liquidação ou de falência 
da cedente.
Outra questão importante é que a Lei Complementar, em seu art. 4º, autoriza 
a operação de cosseguro, resseguro e retrocessão com companhias de res-
seguro internacionais, o que dilui o risco com outras economias, não apenas 
a brasileira.
Atenção!
Não há cobertura para os riscos de invalidez permanente decorrente e/ou relacionada 
à doença manifesta em data anterior à assinatura do contrato de financiamento, de 
conhecimento do devedor e não declarada na proposta do financiamento ou decorrente 
de eventos comprovadamente resultantes de acidente pessoal ocorrido em data anterior à 
data de assinatura do contrato.
Saiba Mais
Sua casa nova deve possuir cobertura securitária
Os financiamentos habitacionais contam com cobertura securitária contratada pelo 
devedor prevendo:
• quitação total ou parcial do saldo devedor do financiamento habitacional em caso 
de morte e invalidez permanente — MIP do devedor;pagamento de despesas para 
recuperação de danos físicos no imóvel — DFI.
O devedor, seu sucessor ou herdeiro pode solicitar a quitação do imóvel nos seguintes 
casos:
• morte do devedor;invalidez permanente que impeça o desempenho de trabalho habitual 
de forma definitiva, desde que não esteja recebendo auxílio-doença.

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