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37 Lição 5 - Do Seguro Compreensivo Especial Nesta lição, você compreenderá o Seguro Compreensivo Especial. Lastimavelmente, a vida está sujeita a toda sorte de fatores e eventos que não dependem apenas dos nossos anseios e do nosso trabalho! Todos, indistintamente, querendo ou não, sujeitam-se às condições e possi- bilidades que fogem do controle até do próprio ser humano. Infortúnios podem ocorrer a qualquer tempo e sem avisar! Em linhas gerais, os contratos de seguro visam justamente dar garantia às perdas oriundas de citados eventos aleatórios, os quais podem atingir pes- soas e coisas. Diante de todos esses riscos, buscamos contratar seguros e não poupamos esforços a fim de garantir que todos os nossos investimentos e esforços de toda a vida não se percam num piscar de olhos. A contratação de um seguro nos permite o desenvolvimento da vida e dos nossos negócios com a tranquilidade de que, na ocorrência de um evento infortunístico, nossos prejuízos sejam mitigados ao serem partilhados com o contratado, desonerando-nos. Nesta lição, estudaremos o Seguro Compreensivo Especial no âmbito habi- tacional. Trata-se de uma contratação obrigatória no sistema financeiro de habita- ção com o objetivo de garantir a quitação das parcelas ainda a vencer, em caso da superveniência de situações aleatórias que impeçam o pagamento da dívida por parte do segurado. Vamos juntos embarcar em tal conteúdo? Ao término desta lição, você deverá ser capaz de: a) compreender as principais regras aplicáveis aos contratos de seguro; b) entender o Seguro Compreensivo Especial e as suas peculiaridades; c) aprender o que é resseguro e como se dá a sua operação no Brasil. 38 1. Conceitos Iniciais O Código Civil conceitua o contrato de seguro nos exatos termos: “[...] pelo contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante o pagamento do preço, a garantir interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados”. Assim, o contrato de seguro tem como objetivo a proteção do bem, do risco ou do interesse segurável, promovendo a transferência do risco de uma pessoa para outra. De fato, no contrato de seguro, os riscos são divididos entre todos, para que, dessa forma, também os custos sejam compartilhados em razão do infortúnio e ninguém seja onerado demasiadamente. As empresas fazem seguro de seus ativos (máquinas e equipamentos, veículos, instalações, produtos acabados, produtos em elaboração, etc.) contra roubos, incêndios, explosões, etc., precavendo-se desses infortúnios. O seguro é feito após avaliação dos bens por uma empresa especializada. Assim, a empresa paga um prêmio de seguro pelos bens segurados. 2. Características do contrato de seguro: bilateral: depende da manifestação da vontade dos seus contratantes, pela qual o segurado se compromete a pagar o prêmio e a não agravar os riscos contratados e o segurador, a quitar o valor contratado, chamado de impor- tância segurada; oneroso: necessidade de pagamento do preço, chamado de prêmio, em contrapartida ao dever de pagar a indenização em caso de sinistro; aleatório: o pagamento da indenização dependerá de evento futu- ro e incerto, que é o risco indenizável; consensual: o acordo de vontades é bastante para o seu aperfeiçoamento; de adesão: o segurado não participa da elaboração das cláusulas; de execução continuada: perdura pelo tempo. 39 Contratação de Seguro Empresas Seguradoras • Prevenir contra eventuais danos contra seu patrimônio (ativo); danos materiais ou imateriais; roubos, acidentes, incêndios, quedas de raios e explosões, alagamentos e intempé- ries, como chuva, seca, granizo, entre outros; • Bens avaliados pela seguradora; • Apólice de seguro (direitos e deve- res): vigência do contrato a partir da assinatura; • Pagamento do prêmio de seguro; • Ocorrência de sinistro; • Recebimento de indenização. • Avaliação dos bens pela seguradora; • Emissão da apólice de seguro; • Emissão do prêmio de seguro; • Recebimento do prêmio de seguro; • Indenização em caso de sinistro coberto pelo seguro; • SUSEP - Superintendência de Seguro Privado do Brasil (órgão fiscalizador). O artigo 764 do Código Civil estabelece: “[...] salvo disposição especial, o fato de se não ter verificado o risco, em previ- são do qual se faz o seguro, não exime o segurado de pagar o prêmio”. Ao segurado compete disponibilizar todas as informações de forma ampla e exata quando da contratação ao segurador, bem como, durante a execução do contrato de seguro, informar qualquer dado relevante que possa impactar no risco ou cálculo do preço do seguro, uma vez que essas informações permiti- rão o cálculo do valor do prêmio e seu interesse na contratação. O Plano de Seguro Compreensivo Especial no âmbito habitacional conjuga vários ramos ou modalidades numa mesma apólice. O seguro habitacional é fundamental e obrigatório para o crédito imobiliário prevendo: quitação total ou parcial do saldo devedor do financiamento habitacional em caso de morte e invalidez permanente — MIP — do devedor; pagamento de despesas para recuperação de danos físicos no imóvel — DFI. O devedor, seu sucessor ou herdeiro pode solicitar a quitação do imóvel nos seguintes casos: morte do devedor; invalidez permanente que impeça o desempenho de trabalho habitual de forma definitiva, desde que não esteja recebendo auxílio-doença. 40 De tal forma, por força da realização do seguro habitacional obrigatório se têm a garantia de permanência da família no imóvel em caso de morte ou invalidez total e permanente da pessoa que compôs a renda para o financia- mento, por meio da quitação total ou parcial da dívida junto ao agente finan- ceiro, a depender do percentual de participação de cada um na composição da renda. Também garante a indenização ou a reconstrução do imóvel. O seguro por morte e invalidez permanente — MIP — é empregado para co- bertura de riscos de natureza pessoal. Por sua vez, o seguro por danos físicos ao imóvel — DFI — é destinado à co- bertura de riscos de natureza material, que tem as seguintes coberturas bási- cas: incêndio e explosão, inundação e alagamento, desmoronamento, ameaça de desmoronamento e destelhamento. 3. Objetivos do Seguro Compreensivo Especial O Plano de Seguro Compreensivo Especial no âmbito habitacional foi criado com duplo objetivo: • assegurar ao adquirente de moradia pelo SFH a continuidade na amortização dos empréstimos na hipótese de sinistros pessoais; • garantir a continuidade do próprio sistema, que não poderia ficar à disposição de circunstâncias aleatórias. 4. Características do Seguro Compreensivo Especial • taxas reduzidas; • cláusulas menos restritivas e de mais fácil compreensão; • estrutura modular; • ampla gama de coberturas e garantias acessórias. 5. Ramos de Seguros Compreensivos (Circular SUSEP nº 535/2016) A Circular Susep nº 535/2016 estabelece a codificação dos ramos de seguro e dispõe sobre a classificação das coberturas contidas em planos de seguro, para fins de contabilização. 41 Classificação do Sistema Financeiro Nacional e seus principais órgãos Órgãos Norma�vos Órgãos Supervisores Operadores do Sistema • Conselho Monetário Nacional; • Coselho Nacional de Seguros Privados; • Conselho Nacional de Previdência Complementar. • Superintendência de Seguros Privados; • Superintendência Nacional de Previdência Complementar. • Banco Central do Brasil; • Comissão de Valores Mobiliários. • Bancos e caixas administradoras de consórcios. • Bolsa de Valores; • Bolsa de Mercadorias e Futuros • Seguradoras. • Fundos de pensão; • En�dades abertas de previdência. Principais regas de seguro e o resseguro A operação de resseguro é aquela que garante à seguradora e ao segurado que, em caso de sinistro, haverá dinheiro suficiênte para o pagamento dos prejuizos sofridos pelo assegurado. A Lei Complementar 126/2007 prescreve as seguintes possibilidades de opração no mercadode resseguro, no art. 2º: Cosseguro: Cosseguro trata-se de uma operação de seguro em que duas ou mais socie- dades seguradoras distribuem entre si os riscos de determinada apólice. Isso tudo é definido com a aprovação do segurado, sendo que essa divisão é feita segundo um percentual a ser definido. 42 Resseguro Operação de transferência de riscos de uma cedente (seguradora) para um ressegurador (seguradora que ressegurará). Retrocessão Este caso trata-se de operação de: 1 - Transferência de riscos de resseguro de resseguradores para resseguradores. 2 - Resseguradores para sociedades seguradoras locais. O ressegurador não responde frente ao segurado, indenizando sempre a seguradora cedente do contrato de seguro. Entretanto, a Lei Complementar prescreve, em seu art. 1º, que a resseguradora indenizará diretamente o se- gurado em caso de insolvência, de decretação de liquidação ou de falência da cedente. Outra questão importante é que a Lei Complementar, em seu art. 4º, autoriza a operação de cosseguro, resseguro e retrocessão com companhias de res- seguro internacionais, o que dilui o risco com outras economias, não apenas a brasileira. Atenção! Não há cobertura para os riscos de invalidez permanente decorrente e/ou relacionada à doença manifesta em data anterior à assinatura do contrato de financiamento, de conhecimento do devedor e não declarada na proposta do financiamento ou decorrente de eventos comprovadamente resultantes de acidente pessoal ocorrido em data anterior à data de assinatura do contrato. Saiba Mais Sua casa nova deve possuir cobertura securitária Os financiamentos habitacionais contam com cobertura securitária contratada pelo devedor prevendo: • quitação total ou parcial do saldo devedor do financiamento habitacional em caso de morte e invalidez permanente — MIP do devedor;pagamento de despesas para recuperação de danos físicos no imóvel — DFI. O devedor, seu sucessor ou herdeiro pode solicitar a quitação do imóvel nos seguintes casos: • morte do devedor;invalidez permanente que impeça o desempenho de trabalho habitual de forma definitiva, desde que não esteja recebendo auxílio-doença.
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