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Eletrocardiograma 1 ⚡ Eletrocardiograma Aula #01 - Básico do eletrocardiograma - - - Aula #02 - O checklist completo! Frequência ≠ ritmo O ritmo cardíaco é definido por: regular ou irregular; sinusal ou não sinusal. O ritmo cardíaco regular é aquele que não há diferença de batimentos cardíacos, é aquele em que a distância de uma onda R até a outra na derivação DII longa é sempre a mesma. Já o ritmo cardíaco irregular é aquele que difere no espaçamento entre as ondas R do DII longo. Seguem dois exemplos de ritmo regular e irregular. Já para saber se o ritmo é sinusal ou não, devemos ter atenção a três derivações: DI, D2 e aVF. Sendo que a onda P deve ser positiva em todas elas. → A frequência cardíaca é a quantidade de batimentos que ocorrem no coração durante o período de um minuto. Secundo a sociedade brasileira de cardiologia, o índice de normalidade é entre 50-100 bpm. ECG de ritmo regular ECG de ritmo irregular. ECG de ritmo sinusal e irregular Eletrocardiograma 2 → Para realizar a contagem da frequência cardíaca de um ritmo regular, devemos observar a quantidade de quadradinhos pequenos que há entre dois complexos QRS (focar mais nas ondas R que fica mais fácil de realizar a visualização. Depois disso, devemos dividir 1500 por esse valor que achamos. Além dessa forma, também podemos fazer a contagem de quadrados grandes entre um QRS e outro e ir montando a sequência de 300-150-100-75-60-50. Lembrando que a distância entre dois complexos QRS deve ser maior que 3 quadrados grandes e menor do que 6 quadrados grandes. → Já para fazermos a contagem da frequência cardíaca de um ritmo irregular, devemos contar a quantidade de complexos QRS na derivação DII longo e multiplicar por 6. 🚨 Lembrando que um quadradinho pequeno equivale a 0,04 segundos, e que cada quadrado grande tem 5 quadradinhos pequenos ou seja vale 0,2 segundos. A onda P O olhar pra onda P deve ser muito atento, tanto em relação quanto à amplitude. Qualquer alteração em uma desses fatores pode revelar uma sobrecarga atrial. O normal é a onda P ter < 3mm de tamanho, e < 2,5mm de amplitude. Se ela for muito larga nos traduz uma sobrecarga atrial esquerda, já se ela for muito alta nos revela uma sobrecarga atrial direita. Intervalo PR Deve ser contado a partir do início da onda P até o pico mais alto do complexo QRS (que é a onda R). Normalmente tem entre 0,12 - 0,20 segundos. Caso o tempo desse intervalo exceda a normalidade, pode revelar um bloqueio atrioventricular, e caso esse tempo seja menor que 0,12s nos revela uma condição atrioventricular acelerada. O eixo cardíaco 🤒 O eixo cardíaco normal se encontra entre -30º e +90º (área pintada de cinza na foto ao lado). Para determinarmos o eixo cardíaco de forma simples e rápida, basta olhar para as derivações DI e aVF no ECG que estaremos analisando. Caso o complexo QRS dessas derivações seja positivo, significa então que o vetor de ambas está para seu sentido principal, ou seja, entre 0-90º. → Se DI- e aVF+ então o eixo estará entre 180º e +90º, ou seja, estará desviado para a direita. → Se DI- e aVF- então o eixo estará entre 180º e -90º, ou seja, estará desviado para a extrema direita. → Se D1+ e aVF- então o eixo estará entre 0º e -90º e possivelmente desviado para a esquerda, mas nessa situação ainda há chances de o eixo não estar desviado, se estiver até no máximo 30º. Então, como vamos saber ao certo o ângulo do eixo para podermos determinar com certeza absoluta? Seguindo os passos. Eletrocardiograma 3 1. Primeiramente precisamos encontrar qual das derivações do plano frontal (DI, DII, DIII, aVR, aVL e aVF) está mais isoelétrica. Em qual dessas derivações o QRS se encontra mais isodifásico, ou seja, mais parecida a amplitude da onda R com a amplitude da onda S. 2. O vetor estará diretamente na derivação que estiver a 90º da derivação mais isoelétrica, resta saber se é negativa ou positiva. 3. Agora é só olhar para a derivação que achamos e ver se o QRS dela é positivo ou negativo, e assim jogar na rosa dos ventos para ver a direção e o ângulo do vetor. EXEMPLO 01: se a derivação mais isoelétrica for DI, a derivação que está a 90º dele é aVF, então se o QRS em aVF for positivo, o ângulo é de 90º e o eixo será NORMAL. EXEMPLO 02: se a derivação mais isoelétrica for DII, a derivação que está a 90º dele é aVL, então se o QRS em aVL for positivo, o ângulo é de -30º e o eixo será NORMAL. EXEMPLO 03: se a derivação mais isoelétrica for DIII, a derivação que está a 90º dele é aVR, então se o QRS em aVR for positivo, o ângulo é de -150º e o eixo será DESVIADO PARA EXTREMA DIREITA. 🚨 Macete para gravar se estiver com dificuldade: DI DII DIII ————————————————————————— aVR aVL aVF Primeiro com o último, os do meio juntos, último com o primeiro. DI com aVF DII com aVL DIII com aVR O plano horizontal O eixo cardíaco no plano horizontal é bem mais tranquilo de saber se está normal ou desviado. As derivações V1 e V2 devem estar negativas. As derivações V3 e V4 são de transição - podem estar positivos ou negativos. As derivações V5 e V6 devem estar positivas. Caso todas essas demandas sejam atendidas, podemos dizer que o eixo cardíaco está normal no plano horizontal, ou, SAQRS. Complexo QRS Deve estar dentro de 0,06 a 0,10 segundos. Para casos de taquiarritmia, só se considera alargado acima de 0,12 segundos. A amplitude dele no plano horizontal deve ser olhada com calma, pois: S de V1 + R de V5 deve ser < 35mm. Isso é um critério de sobrecarga ventricular, que vai ser falado mais a frente. Intervalo QT É utilizada a fórmula de Bazett para avaliar o intervalo QT. Eletrocardiograma 4 Segmento ST Deve ser isoelétrico, caso haja algum supranivelamento ou infranivelamento, pode revelar patologias associadas. Sempre correlacionar com a linha de base e com o Ponto J. Onda T Ela é negativa na derivação aVR e pode ainda continuar sendo negativa em DIII e aVL sem significar doença. Deve ser positiva e assimétrica nas outras derivações. 🚨 ENCAIXAR EM ALGUM LUGAR: DESVIO P DIREITA → CRITÉRIO DE SOBRECARGA DE VD BDASE → BLOQUEIO DIVISIONAL ANTEROSUPERIOR ESQUERDO (D2 NEGATIVO, E D3 MAIS NEGATIVO AINDA) Aula #03 - Sobrecargas e bloqueios Sobrecargas Atriais São aquelas que alteram a onda P em DII e V1. → EM DII: Uma onda P demorando muito, ou seja, muito larga ( > 3mm), revela pra nós uma sobrecarga atrial esquerda. → EM DII: Uma onda P muito alta, com amplitude acima do normal ( > 2,5mm), revela pra nós uma sobrecarga atrial direita. → EM V1: Uma onda P com tamanho ≥ 1,5 quadradinhos revela uma sobrecarga atrial direita. → EM V1: Uma onda P > 1mm² ou mais revela uma sobrecarga atrial esquerda. Sobrecargas Ventriculares Sobrecarga Ventricular Esquerda → Onda R > 11 mm em aVL OU S de V1 + R de V5 ≥ 35mm. Sobrecarga Ventricular Direita → Eixo do QRS desviado para a direita E relação de quadradinhos entre R/S de V1 > 1mm Bloqueios intraventriculares → Ramo Direito, ramo Esquerdo, Divisão Anterosuperior e Divisão Posteroinferior. Bloqueio de ramo esquerdo Os bloqueios de ramo esquerdo de primeiro e segundo grau hoje em dia entram em um grupo só sendo esse o BRE INCOMPLETO. E assim, o bloqueio de ramo esquerdo de terceiro grau vira o BRE COMPLETO. Quanto pior for a Eletrocardiograma 5 condução elétrica, maior o grau. 🚨 V1 NEGATIVO!! ⚠ QRS ≥ 0,12 seg em TODAS as derivações. BRE INCOMPLETO: → Em V1: pode haver um QS alargado e negativo, com ausência de onda R → Em V6: não tem onda Q. BRE COMPLETO: Pode sim ter onda R e Q em V1 e V6 respectivamente, mas se estiverem presentes são mínimas. Bloqueio de ramo direito Assim como no BRE, o bloqueio de ramo direito de primeiro e segundo grau é englobado como o BRD INCOMPLETO, é um atraso final de condução no ramo direito. E o bloqueio de ramo direito de terceiro grau é chamado de BRD COMPLETO. 🚨 V1 POSITIVO!! → Em V1: pode haver a presença de um entalhe na onda S. Isso revela um BRD INCOMPLETO (1ºgrau). → Em V1: Presença de RSR’ revelaainda um BRD INCOMPLETO mas de 2º grau. → Se entalhe + RSR’ + QRS ≥ 0,12s = BRD COMPLETO (3º grau). ❓ O BRD agudo pode gerar um choque cardiogênico. Bloqueio de divisão anterosuperior (BDAS) Tem muito mais chance de acontecer em comparação ao BDPI pois o ramo é muito mais fino. → Critérios: DI positivo, aVF negativo, DII negativo e DIII MUITO NEGATIVO. Eixo desviado para a esquerda. Bloqueio de divisão posteroinferior (BDPI) Exatamente ao contrário dos critérios para o BDAS. → Critérios: Eletrocardiograma 6 DI negativo, aVF positivo, DII positivo e DIII MUITO POSITIVO. Eixo desviado para a direita. Aula #04 - Síndromes Coronarianas Agudas (SCAs) É subdividida por três grandes patologias: Infarto Agudo do Miocárdio com supranívelamento do segmento ST (IAM C/ SUPRA-ST), Infarto Agudo do Miocárdio com infranivelamento do segmento ST (IAM S/ SUPRA-ST), Angina Instável. A SCA é a primeira manifestação da doença aterosclerótica. → Ritmos de parada: Fibrilação Ventricular (FV); Taquicardia Ventricular (TV); Atividade elétrica sem pulso (AESP); Assistolia; É importante entendermos a diferença entre cardioversão sincronizada e a famosa desfibrilação. Desfibrilação → Utilizada em casos de TV sem pulso e flutter ventricular. → É o choque em qualquer momento da despolarização, não tem necessidade de sincronizar ou carregar. → O choque já está disponível a qualquer momento e é disparado no ato de apertar o botão. Cardioversão sincronizada → É o choque sincronizado exatamente no complexo QRS, o choque carrega e mesmo que o operador aperte o botão para descarregar, ele só se solta quando encontrar algum complexo QRS. → Lembrar que tem que apertar o botão “SYNC” para realizar a sincronização e então irá fazer um barulho carregando. 🚨 Onda Q patológica → área eletricamente inativa, já tem fibrose. 🚨 Onda T apiculada e invertida → isquemia subepicárdica. Localização das paredes Resumo para diagnóstico Quadro clínico de síndrome coronariana aguda e ECG com supradesnivelamento do segmento ST → Infarto Agudo do Miocárdio com Supra de ST. Eletrocardiograma 7 Quadro clínico de síndrome coronariana aguda e ECG normal ou com “alterações isquêmicas”, porém sem supradesnivelamento do segmento ST → Troponina positiva: Infarto agudo do miocárdio SEM supra de ST. → Troponina negativa: Angina Instável. Alterações isquêmicas que não são supra de ST: → Onda Q patológica: sugestivo de infarto ocorrido no passado; → Onda T apiculada simétrica: sugestivo de isquemia subendocárdica; → Onda T invertida simétrica: sugestivo de isquemica subepicárdica; → Infradesnivelamento do segmento ST: sugestivo de corrente de lesão subendocárdica; 🚨 A troponina em casos de IAM tem elevação de mais de 20% em três horas. Ocorre um aumento da troponina de 4,10 para 8-9. Escores mais utilizados → Braunwald, Timi Risk e Heart Tratamento das Síndromes Coronarianas Agudas Para todas as síndromes coronarianas agudas salvo contraindicações: → Monitorização / acesso venoso periférico / não administrar medicações IM → Morfina em caso de dor refratária → O2 se sat < 90% → Nitrato em caso de dor → Antiplaquetário (dupla agregação por exemplo: AAS + clopidogrel) → Betabloqueador → Heparina plena → Após estabilização clínica: IECA ou BRA; estatina IAM com supra: → Trombolítico (tempo porta-agulha até 30 min) ou → Angioplastia (tempo porta-balão até 90 min. Aceitável até 120min se o paciente for transferido para outro hospital) → Revascularização cirúrgica de urgência em casos selecionados Síndrome de Wellens Ondas T profundas invertidas ou bifásicas em V2-3 (podendo se estender até V1-6). Padrão eletrocardiográfico no momento que o paciente está sem dor Segmento ST isoleétrico ou minimanete elevado (< 1mm) Ausência de ondas Q em percordiais Progressão da onda R precordial preservada Eletrocardiograma 8 História recente de angina Marcadores séricos cardíacos normais ou ligeiramente elevados. Critérios de Sgarbossa para diagnóstico de IAM em vigência de BRE ou paciente com marcapasso (modificados por Smith) Caso 3 pontos ou mais, revela um IAM. Elevação concordante de ST ≥ 1mm em ≥ 1 derivação → 5 pontos Depressão concordante de ST ≥ 1mm em ≥ 1 derivação V1-V3 → 3 pontos Discordância excessiva do supra de ST ≥ 25% da onda S precedente → 2 pontos Alterações eletrocardiográficas na pericardite → Infra do segmento PR em D2; → Supra do segmento PR em aVR; → Segmento PR desloca-se ao contrário do segmento ST; → Taquicardia sinusal; → Supra de ST difuso (não respeita a localização por parede como no IAM); → Supra de ST em D2 > Supra de ST em D3; → Baixa voltagem ou alternância elétrica em grandes derrames pericárdicos;
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