Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PÂNCREAS Professora: Dra. M.V. Cristiane Faierstein Disciplina: Fisiologia Veterinária II E-mail: cristiane.teixeira@piodecimo.edu.br INTRODUÇÃO ➢O pâncreas é uma glândula retroperitoneal; ➢Dividida anatomicamente em diferentes estruturas: a cabeça, corpo e cauda; ➢Pesa entre 60 e 170g e mede de 12 a 25cm; ➢Esse órgão é dividido funcionalmente em exócrino e endócrino. INTRODUÇÃO PÂNCREAS EXÓCRINO ➢ Mais de 95% da massa pancreática corresponde a células exócrinas, agrupadas em lóbulos (ácinos); ➢ As células acinares sintetizam enzimas digestivas, em sua forma inativa, tais como amilases, proteases, lipases e nucleases. CÉLS ALFA CÉLS BETA PÂNCREAS EXÓCRINO ➢ Posteriormente, essas enzimas são secretadas nos ductos pancreáticos e transportadas até o duodeno, onde são ativadas; ➢ As células dos ductos produzem mucina e fluidos ricos em bicarbonato, úteis na neutralização do conteúdo ácido estomacal. PÂNCREAS EXÓCRINO ➢ Elas são responsáveis pela digestão no intestino delgado; ➢ Os principais exemplos são a amilase pancreática (para carboidratos), lipase pancreática (para gordura), tripsinogênio e quimiotripsinogênio (para proteínas). PÂNCREAS ENDÓCRINO ➢A função endócrina é desempenhada por aglomerados de células, dispersas no tecido acinar pancreático, denominados Ilhotas de Langerhans; ➢ O pâncreas adulto normal, contém cerca de 1 milhão de ilhotas, o que constitui até 2% da massa pancreática; ➢ São distribuídas irregularmente pelo parênquima exócrino, mais densamente na região da cauda. PÂNCREAS ENDÓCRINO ➢ Existem pelo menos 6 tipos de células pancreáticas descritas: α, β, δ, células PP (ou células Ƴ), G e ε. ✓ Células alfa, produtoras de glucagon; ✓ Células beta, responsáveis pela produção de insulina; ✓ Células delta, que liberam somatostatina; ✓ Células PP, que produzem peptídios pancreáticos. PÂNCREAS ENDÓCRINO ➢Células G: Representam 1% das células da ilhotas. Elas produzem gastrina. ➢Células ε: São as menos numerosas, respondendo por 0,5-1%. Responsáveis pela produção de grelina. PÂNCREAS ENDÓCRINO ➢As células α correspondem a cerca de 15-20% das células das ilhotas; ➢Localizam-se na periferia e sintetizam e secretam glucagon, glicentina, GRPP (peptídeo pancreático relacionado com glicentina), GLP 1 e GLP 2 (peptídeo tipo glucagon 1 e 2). GLUCAGON ➢O glucagon é um polipeptídeo, secretado pelas células alfa (α) das ilhotas de Langerhan; ➢Composto por 29 aminoácidos; ➢Principal função: aumentar a concentração de glicose no sangue, contrapondo-se aos efeitos da insulina. PÂNCREAS ENDÓCRINO ➢Já as células β são as mais numerosas, correspondendo a aproximadamente 70 – 80% das células das ilhotas pancreáticas; ➢Localizam-se no centro da ilhota (“medula”) e são responsáveis pela síntese e pela secreção, principalmente, da insulina e peptídeo C; ➢Em menor escala, produzem amilina, também conhecida como IAPP (polipeptídeo amilóide das ilhotas), que é um antagonista insulínico, dentre outros peptídeos. INSULINA ➢A insulina é um hormônio anabólico, sendo o principal regulador do metabolismo da glicose; ➢A presença de insulina é crítica para movimentar a glicose através da membrana plasmática para dentro da célula; ➢É uma proteína pequena, constituída de duas cadeias polipeptídicas (“A” e “B”), sendo que a cadeia “A” contém 21 aminoácidos e “B” contém 30 aminoácidos; ➢Seus receptores estão presentes em diversos tecidos, incluindo hepático, adiposo e muscular, o que reflete a variedade de funções da insulina. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA INSULINA INSULINA E GLUCAGON JEJUM REGULAÇÃO QUANDO A CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE CIRCULANTE DIMINUI O GLICOGÊNIO HEPÁTICO E MUSCULAR É DEGRADADO GLICOGENÓLISE NÍVEIS NORMAIS DE GLICEMIA REGULAÇÃO ➢Nem sempre o suprimento de glicose é suficiente; ➢Entre as refeições e durante longos jejuns, ou após exercícios vigorosos, o glicogênio é consumido, situação que também ocorre quando há deficiência do suprimento de glicose pela dieta ou por dificuldade na absorção pelas células. REGULAÇÃO ➢Nessas situações, os organismos necessitam de um método para sintetizar glicose a partir de precursores não-carboidratos; ➢Isso é realizado pela via chamada gliconeogênese, a qual converte piruvato e compostos relacionados de três e quatro carbonos em glicose. SOMATOSTATINA ➢É um hormônio proteico sintetizado pelas células delta presentes nas Ilhotas de Langerhans pancreáticas; ➢Representam 5-10% das células; ➢No pâncreas é responsável por inibir a secreção de insulina e glucagon. SUPRIMENTO SANGUÍNEO ➢O suprimento sanguíneo arterial pancreático é proveniente principalmente das artérias esplênicas (cauda e corpo) e pancreático duodenais superior e inferior (cabeça). ➢A drenagem venosa do pâncreas se dá na veia porta hepática. Assim, o fígado se torna exposto a altas concentrações dos hormônios pancreáticos, sendo o principal órgão-alvo dos seus efeitos fisiológicos. INERVAÇÃO ➢A inervação pancreática é proveniente dos nervos vago e esplâncnicos abdominopélvicos que atravessam o diafragma; ➢As fibras simpáticas e parassimpáticas chegam ao pâncreas são distribuídas para as células acinares e ilhotas pancreáticas. INERVAÇÃO ➢Como a inervação simpática passa ao longo das artérias do plexo celíaco e do plexo mesentérico superior, ela é a responsável pelo quadro de dor abdominal em barra que irradia para região intercostal, característico dos quadros de pancreatite. GLICOSÍMETRO ➢É um aparelho utilizado para medir os níveis de glicose no sangue; ➢Os níveis de glicose em jejum devem estar entre 70 a 99mg/dL. DOENÇAS DO PÂNCREAS PANCREATITE ➢É uma inflamação do pâncreas, causada pela ativação das enzimas pancreáticas dentro da glândula, que acabam digerindo a própria glândula, provocando dor e outros sintomas; ➢Configura-se como uma das doenças mais comuns dentro da rotina médico veterinária. ➢Os animais mais afetados são cães, de meia idade e idosos e algumas raças podem ser consideradas como mais predispostas a adquirirem a condição. PANCREATITE ➢RAÇAS PREDISPOSTAS: PANCREATITE - CAUSAS ➢Acúmulo de tecido adiposo; ➢Ingestão de dietas gordurosas; ➢Deficiências na quebra de gorduras e lipídeos (colesterol e triglicérides) nas endocrinopatias (hipotireoidismo e diabetes); ➢Uso indevido e disfunções constantes de corticoides; ➢Traumas regionais; ➢Quadros infecciosos por bactérias do trato intestinal; ➢Uso de fármacos; ➢Entre outros. PANCREATITE – SINAIS CLÍNICOS ➢Dor abdominal; ➢Comportamento indicativo de dor = assume posição “de prece” ; ➢Prostração; ➢Anorexia, náuseas, vômitos e diarréia (hemorrágica ou não); ➢Abdome retraído, fraqueza, febre, depressão mental e desidratação. DIABETES MELLITUS DIABETES MELLITUS ➢A deficiência relativa ou absoluta de insulina resulta numa diminuição da utilização de glicose; ➢Esta glicose oriunda da dieta e da neoglicogênese hepática acumula-se na circulação, causando a hiperglicemia. DIABETES MELLITUS - TIPOS ➢Classifica-se o diabetes em 3 tipos: ➢Tipo I ou dependente de insulina - causado pela destruição das células β com perda progressiva e eventualmente completa da secreção de insulina. Este é o mais comumente em cães. DIABETES MELLITUS - TIPOS ➢Tipo II ou não insulino-dependente - caracteriza-se por uma resistência à insulina e/ou por células β disfuncionais. A secreção da insulina é insuficiente para superar a resistência à insulina nos tecidos. DIABETES MELLITUS - TIPOS ➢Secundário - caracteriza-se por ser transitório subclínico e induzido por uma variedade de fatores como pancreatite, acromegalia, hiperadrenocorticismo, medicamentos ou gestação. DIABETES MELLITUS - CAUSAS ➢Destruição das células β (secundárias a uma pancreatite, administração de drogas citotóxica, infecções, resposta imunológica); predisposiçãogenética; hormônios diabetogênicos (glicocorticóides, adrenalina, glucagon, hormônio do crescimento); ➢Entre outras. DIABETES MELLITUS - SINAIS CLÍNICOS DIABETES MELLITUS – COMPLICAÇÕES ➢A glicose em excesso satura as enzimas glicolíticas ocorrendo então metabolização pela via do sorbitol que em seguida é convertido até frutose; ➢O sorbitol e a frutose diferentemente da glicose não são permeáveis à membrana celular e atuam como potentes agentes hidrofílicos, ocasionando uma tumefação e ruptura de fibras do cristalino e assim o surgimento da catarata. O controle glicêmico retarda o desencadeamento desse processo! DIABETES MELLITUS – TRATAMENTO ➢Dieta e exercício – manter os níveis de glicose ajustados, bem como combate a obesidade; ➢Insulinoterapia: ✓ Insulina de ação curta (cristalina regular); ✓ Insulina de ação intermediária (NPH, lenta); ✓ Insulina de ação prolongada (ultralenta, PZI).
Compartilhar