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Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Hemorragias na primeira metade gestacional Obstetrícia Abortamento Classificação Intenção: espontâneo ou provocado; Cronologia: precoce ou tardio; Periodicidade: esporádico ou repetitivo. Epidemiologia 15 - 20% das gestações clinicamente diagnosticadas; Ocorre mais em extremos de idade; A maioria dos abortamentos ocorre nas primeiras 12 semanas de gestação e 50 - 80% apresentam alterações cromossômicas. OMS, na CID11, define que abortamento ocorre em 20 semanas gestacional ou com produto gestacional < 500g; MS abortamento é a interrupção da gestação em até 20 - 22 semanas ou < 500g. Fatores de risco: Maternos: extremos de idade, abortamentos prévios, defeitos anatômicos, uso de álcool, AINEs, extremos de peso, doenças clínicas (SOP/Diabetes) e trombofilias; Fetais: alterações cromossômicas (trissomias autossômicas) e anomalias do ovo ou implantação. Formas clínicas conforme a apresentação clínica da paciente Ameaça de abortamento, abortamento inevitável, completo, incompleto, retido e infectado. Ameaça de aborto Tem evolução para abortamento em 20 - 30% dos casos; Prevalência em até 20% das gestações; Características: Sangramento uterino discreto, colo uterino fechado, dor em cólica, tamanho uterino e vitalidade fetal normal; Conduta: repouso, analgésicos, tranquilização das pacientes, uso de progestágenos (trogestan VO ou vaginal) e imunoglobulina Inevitável Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Ovo já se desprendeu da cavidade uterina; Gravidez inviável; Características: hemorragia moderada, colo uterino entreaberto, cólicas médias a fortes e restos ovulares no canal; Conduta: estabilização hemodinâmica e esvaziamento uterino (curetagem). Completo Eliminação total dos componentes da gravidez; Diagnóstico se baseia na clínica e USG; Características: sangramento escasso, colo uterino fechado e útero menor que o esperado; Conduta: acompanhamento ambulatorial e planejamento família. Ideal é esperar 3 meses Incompleto Eliminação de parte do material ovular; Diagnóstico se baseia na clínica e USG; Características: sangramento variável, colo uterino aberto, útero de volume menor que o esperado para a IDG; Conduta: esvaziamento uterino (curetagem). Retido Interrupção da gestação com retenção do produto conceptual; Redução dos fenômenos gravídicos; Características: sangramento discreto, colo uterino fechado, útero menor que o esperado para a IDG, ausência de atividade cardíaca em embriões de CNN > 7mm; Conduta: esvaziamento uterino. Infectado Ascenção de bactérias da cavidade gestacional para uterina; Prevalência de até 20% das gestações; Características: fase I - cavidade uterina, fase II - miométrio, paramétrio, anexos e peritônio, fase III - sepse; Conduta: estabilização hemodinâmica, antibioticoterapia# e procedimento cirúrgico (esvaziamento uterino ou histerectomia). #gentamicina + clindamicina + metronidazol. Obs: abortos previstos em lei - estupro, anencefalia e risco de vida materna. Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Métodos de esvaziamento A) Curetagem B) AMIU - sua restrição é para gestações acima de 12 semanas por conta já da presença de estruturas ósseas. Gravidez ectópica Gravidez que ocorre fora da cavidade uterina; 1,5 - 2% das gestações; Principal causa de morte materna. Fatores de Risco DIP, DIU, cirurgia tubária prévia, antecedentes de gravidez ectópica, procedimentos relacionados à reprodução assistida e estilo de vida. Possíveis localizações Intersticial, ístmico, ampola, abdominal, cervical, ovariana e fimbrial. Quadro clínico Atraso menstrual, sangramento vaginal, dor abdominal, útero <IDG, instabilidade hemodinâmica, massa anexial palpável, irritação peritoneal e sinais de choque hipovolêmico. Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Diagnóstico Lab: dosagem de bHCG positivo, mas bem abaixo do esperado; Exames de imagem pela USG: anel tubário, massa anexial e, à vezes, é até possível ouvir os batimentos cardioembrionários. Conduta Paciente instável: cirurgia laparoscópica; Paciente estável: medicamentoso ou cirúrgico. Se tamanho da massa for < 4 cm e bHCG < 5000 + desejo de procriação = tratamento medicamentoso = 2 coisas -> bHCG crescente em 24/48h + atividade cardíaca = hemograma,ALT, AST e creatinina normais. Se bHCG decrescente + sem BCE = conduta expectante - Conduta expectante = desejo reprodutivo, massa anexial < 4 cm + estabilidade hemodinâmica = gravidez ectópica íntegra; - Conduta clínica = metotrexato = gravidez ectópica íntegra + ausência de BCE + desejo de reprodução + bHCG < 5000 + avaliação laboratorial; - Conduta cirúrgica Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Protocolo de metotrexato - Indicações Gravidez íntegra até 4 cm de maior diâmetro; Estabilidade hemodinâmica; Desejo de procriação; Ausência de atividade cardíaca do produto conceptual; BHCG sérica =< a 5.000 mUI/mL e crescente (acima de 10%) em duas dosagens consecutivas (24 a 48h); Líquido livre limitado à pelve; Normalidade de hemograma completo, creatinina e enzimas hepáticas; Autorização da paciente por escrito. - Contraindicações Recidiva de gravidez ectópica na mesma tuba; Sensibilidade prévia ao medicamento; Amamentação. Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Imunodeficiência, úlcera péptica ativa ou doença pulmonar ativa; Impossibilidade de acompanhamento adequado. Dose única Dia 1: dosagem sérica de bHCG + normalidade de exames laboratoriais (hemograma completo, enzimas hepáticas e creatinina) + administração IM de MTX 50 mg/m²; Dia 4: dosagem de bHCG sérica; Dia 7: dosagem de bHCG sérica, hemograma completo, enzimas hepáticas e creatinina. Obs: MTX pode causar leucopenia, pneumonite e alopecia. Doença trofoblástica gestacional Introdução Doença trofoblástica gestacional engloba um conjunto de alterações que surgem a partir do trofoblasto e apresentam como característica comum a origem gestacional; As alterações se caracterizam pela proliferação anormal dos diferentes tipos de trofoblasto (sincicio, cito viloso e trofoblasto intermediário). Mola Hidatiforme - Fatores de risco Infecções virais Estado nutricional Defeito das células germinativas Paridade Idade materna Consanguinidade Contracepção oral Antecedente de mola hidatiforme Meio ambiente Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Mola completa Não há desenvolvimento do embrião, membranas e cordão umbilical; Aspecto macroscópico: cacho de uva (em decorrência da formação de vesículas que correspondem às vilosidades coriônicas edemaciadas); Aspecto histológico: vilosidades alteradas, com dilatação hidrópica e formação de cisterna central repleta de líquido; Principal característica histológica: hiperplasia difusa do cito e sinciciotrofoblasto; Aspecto genético: cromossomos exclusivamente de origem paterna (maioria 46, XX) advindos da fecundação de um ovócito II sem carga genética. Clínica: níveis elevados de bHCG e maior taxa de complicação quando comparada à parcial (progressão de 15 – 20% dos casos para neoplasia trofoblástica gestacional). Mola parcial Aspecto macroscópico: embrião ou feto com restrição de crescimento e inúmeras malformações, associado à placenta aumentada com presença de vesículas; Aspecto histológico: vilosidades normais + hidrópicas. A inclusão do trofoblasto no estroma é altamente sugestiva de mola parcial; Aspecto genético: aproximadamente 90% se originam da dispermia (fecundação de um óvulo normal por 2 SPTZ) resultando em célula triploide (69, XXX ou 69 XXY), sendo que 10% são tetraploides. Manifestações clínicas Sangramento vaginal; Útero amentado; Pressão ou dor pélvica;Anemia; Cistos tecaluteínico; Hiperêmese gravídica; Hipertireoidismo; Pré-eclâmpsia antes de 20 semanas de gestação; Passagem vaginal de vesículas hidrópicas. Pedro Macedo – Turma IX – Medicina UFOB Tratamento - Conservador Esvaziamento uterino com AMIU. - Cirúrgico Histerectomia total. - 20% das pacientes desenvolvem sequelas: Elevação da bHCG; Coriocarcinoma; Falha em títulos normais de bHCG; Metástase a distância; Sangramento pós evacuação uterina. Neoplasia trofoblástica gestacional - 3 exemplos Coriocarcinoma; Tumor trofoblástico de sítio placentário; Tumor trofoblástico epitelioide. - Baixo risco Prole constituída: histerectomia; Sem prole: quimioterapia; Metastática: quimioterapia.
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