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RESUMINHO CLÍNICA CIRÚRGICA - PR1 1 - CI���R��AÇÃO D� ���ID��. Feridas são traumas nos quais o corpo rapidamente começa a atuar. Não necessariamente necessitando de intervenção médica. A cicatrização fisiológica dessas feridas apresenta 3 etapas: inflamatória, proliferativa e maturação. a - INFLAMATÓRIA ➔ 1 a 4 dias = período em que a ferida ainda pode estar vermelha, inchada, quente (sinais flogísticos) ➔ Hemostasia: exposição de colágeno por células endoteliais ➔ Resposta inflamatória aguda: liberação de citocinas e de mediadores inflamatórios ◆ Vasodilatação = hiperemia e calor ◆ Aumento da permeabilidade capilar = edema ◆ Quimiotaxia = atração/migração de células (polimorfonucleares - neutrófilos e monócitos) para o local da lesão - limpeza b - PROLIFERATIVA ➔ 5 a 7 dias = se a ferida ainda estiver com sinais flogísticos, ficar alerta! ➔ Fibroplasia: proliferação de fibroblastos para a ferida para a produção do colágeno (sustentação da ferida) ◆ Montagem das fibras de colágeno = hidroxilação da hidroxiprolina e hidroxilisina - ácido ascórbico ◆ ATENÇÃO! Pacientes desnutridos, com pouca vitamina C, tem pior cicatrização ➔ Angiogênese: novos vasos surgindo e irrigando a área ➔ Ao final dessa fase temos a formação do tecido de granulação c - MATURAÇÃO ➔ Após 3 semanas até 120 dias ➔ Equilíbrio entre a síntese e a degradação de colágeno (colagenase) ➔ Remodelamento da ferida: redução da vascularização, cicatriz branca e mole ➔ Contração fisiológica: miofibroblastos realizam movimentos centrípetos nas bordas da ferida, diminuindo a mesma em tamanho e diâmetro ◆ ATENÇÃO! Contratura patológica: ocorre em pele adjacente a articulações (ombro, joelho) - prejuízo na funcionalidade, dificuldade de movimento da articulação Para acelerar, proteger de infecções e melhorar a estética das feridas cicatrizadas foram desenvolvidos alguns mecanismos de cicatrização que auxiliam o fisiológico (em alguns casos). ❖ CICATRIZ POR 1ª INTENÇÃO - quando há assistência médica à cicatrização = sutura da ferida ➢ Rápida recapitalização ➢ Mínima formação do tecido de granulação ➢ Melhor estética ➢ A sutura não deve ser feita com tensão (repuxando a pele), podendo até gerar necrose ❖ CICATRIZ POR 2ª INTENÇÃO - quando a ferida se fecha sozinha, espontânea. ➢ Escolha para feridas contaminadas (mordidas de cachorro, de humanos, tempo maior que 6 horas) infectadas ou com perda de substância/tecido (bordas muito afastadas) ➢ Pior estética ❖ CICATRIZ POR 3ª INTENÇÃO - quando, antes de suturar, espera-se a formação do tecido de granulação. ➢ Usada para quando a ferida está infectada após os primeiros pontos - retiram-se os pontos, trata-se a infecção e depois refazem os pontos. Além disso, é muito importante citar os fatores que interferem na cicatrização de feridas. Os principais são: INFECÇÃO (mais comum), PERFUSÃO TECIDUAL DE OXIGÊNIO (evitar fazendo sutura sem tensão e desbridando tecido necrosado), DESNUTRIÇÃO, DIABETES MELLITUS/OBESIDADE/CORTICOIDE/QUIMIOTERAPIA/TABAGISMO No momento da cicatrização, podem ocorrer alguns problemas (mais específicos) relacionados a: desequilíbrio na degradação e síntese de colágeno e proliferação excessiva de fibroblastos. ATENÇÃO! Negros e asiáticos, por questões genéticas, são mais propensos a problemas. a - CICATRIZ HIPERTRÓFICA ➔ Pode ocorrer em qualquer local ➔ Vermelha, alta e endurecida (relevo) ➔ Não ultrapassa os limites da ferida ➔ Regridem ao longo do tempo ➔ TRATAMENTO: injeção de Triancinolona (corticoide), profilaxia com compressão b - QUELOIDE ➔ Ocorre principalmente em: esterno, deltóide, face e membros superiores ➔ CIcatriz que passa dos limites da ferida ➔ TRATAMENTO: betaterapia (24/48 horas após sutura), profilaxia com compressão, excisão cirúrgica (alta recidiva - tenta recuperar função) 2 - C�O��� / AS���T�� �IRÚR�I��S. Condição de baixa perfusão e má oxigenação tissular. Paciente apresenta os seguintes sinais: hipotensão, taquicardia (tenta manter DC), taquipneia, lipotímia, lento enchimento capilar, vasoconstrição (palidez), pele fria e úmida, diminuição da pressão de pulso, diminuição do DC. Pode ser HIPOVOLÊMICO, CARDIOGÊNICO, NEUROGÊNICO, SÉPTICO e OBSTRUÇÃO CIRCULATÓRIA. a - HIPOVOLÊMICO ➔ diminuição da perfusão tecidual por diminuição da quantidade de sangue (volume) ➔ ATENÇÃO! Mecanismo compensatório de sangramentos é o aumento da FC - com a finalidade de aumentar o débito. É o sinal mais precoce ◆ Esse mecanismo pode falhar se o paciente for usuário de beta-bloqueadores, idosos/crianças/gestantes ➔ EX: hemorragias b - CARDIOGÊNICO ➔ diminuição do trabalho cardíaco por uma falha de bombeamento do coração e diminuição da fração de ejeção ➔ EX: IAM = coração não tem força para bombear pois VE está hipocinético, assim há uma menor fração de ejeção e, consequentemente, menor perfusão tissular c - NEUROGÊNICO ➔ denervação dos vasos sanguíneos (normalmente inervados pelo sistema autónomo) que leva a perda de tônus = diâmetro dos vasos aumenta sem que aumente o volume de sangue ➔ ATENÇÃO! Paciente hipotenso com bradicardia (também afeta as fibras nervosas do coração, por isso a bradicardia) ➔ EX: traumatismo raquimedular cervical d - SÉPTICO ➔ EX: infecções no geral - mais de um foco infeccioso e - OBSTRUÇÃO CIRCULATÓRIA ➔ EX: pneumotórax hipertensivo obstrui o retorno venoso para o coração Todos os choques necessitam de intervenção médica imediata. Em relação ao choque hipovolêmico o tratamento deve ser: I - Identificar a origem do sangramento II - Interromper esse sangramento - EX: compressão nas hemorragias externas III - Fazer reposição volêmica através de acesso venoso periférico - em obesos e crianças pode ser feito dissecção venosa ou punção venosa central IV - Administração de soro fisiológico ou ringer lactato - AQUECIDOS V* - Hemotransfusão - se o paciente não responder a reposição volêmica VI - MONITORAR RESPOSTA - sinais vitais, oximetria, débito urinário, perfusão periférica 3 - P�E��R� ��É E PÓS O����TÓRI� �� �AC����E C��ÚR�I��. a - AVALIAÇÃO CLÍNICA ➔ Anamnese = doenças sistêmicas, tabagismo, etilismo, uso de medicamentos, cirurgias prévias (anestesia, cicatrização) e alergias ➔ Exame físico ➔ Exames complementares = hemograma, glicemia, função renal (creatinina), eletrólitos (sódio e potássio), ECG, ECO, teste de esforço, EAS, RX de tórax PA e perfil (> 60 anos, tabagistas, neoplasias e cirurgia de tórax), coagulograma (história de sangramento anormal, cirurgias vasculares, oftalmológicas, neurológicas e/ou cardíacas). ➔ Risco cirúrgico: Classificação de ASA ◆ ASA I - paciente saudável e normal ◆ ASA II - doença sistêmica leve a moderada (hipertensos/diabéticos controlados e em tratamento regular) ◆ ASA III - doença sistêmica grave com limitação, sem ser incapacitante (DPOC com dispneia aos médios esforços) ◆ ASA IV - doença sistêmica importante e incapacitante (hipertenso que já teve AVC, diabético que evolui LOA) ◆ ASA V - moribundo b - CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS ➔ Dieta - anestesia geral precisa de jejum mínimo de 8 horas ➔ Sedação - benzodiazepínicos (Midazolam) no pré-operatório (30 minutos antes). Acalma e tira a memória do paciente ➔ Antibioticoprofilaxia - reduzir risco de infecção do sítio cirúrgico (ferida), usado no per-operatório e no máximo 24 horas depois. ◆ Antibiótico selecionado de acordo com o sítio ◆ Feita junto com indução anestésica via venosa ◆ ATENÇÃO! Não é terapêutico! ◆ Indicações: cirurgias contaminadas (TGI, AR, TU), cirurgias vasculares, oftálmicas, neurológicas e cardíacas (mais complexas), pacientes imunodeprimidos, pacientes ASA III / IV e cirurgias com próteses c - PREPAROS ESPECIAIS ➔ Medicamentos mantidos ◆ Anti-hipertensivos ◆ Beta-bloqueador ◆ Broncodilatador/corticoide ◆ Hormônios da tireoide ➔ Medicamentos suspensos ◆ Anticoagulante oral - substituir por heparina fracionada 5 dias antes ◆ Anticoncepcional - substituir 30 dias antes ◆ AAS - suspender 10 dias antes ◆ Hipoglicemiante e insulina NPH ➔ Paciente diabético ◆ Glicemia entre 100-200 mg/dl(ideal cirurgia pela manhã) - monitorizar com Hemoglucotest de 6/6 horas ◆ Suspender hipoglicemiante oral (Metformina) 1 dia antes ◆ Insulina NPH - metade da dose pela manhã + infusão de soro glicosado 5% ➔ Paciente portador de DPOC ◆ Cessar fumo 30 dias antes ◆ Nebulização ◆ Fisioterapia respiratória ◆ Antibioticoprofilaxia ➔ Paciente hipertenso ◆ PA < 140X90 mmHG ◆ Manter anti-hipertensivo até o dia da cirurgia - evitar troca de remédio e ajuste de dose na véspera d - CUIDADOS O preparo para a cirurgia deve seguir as seguintes etapas: I - Tricotomia (retirada dos pelos da região a ser operada) II - Degermar a região III - Antissepsia (pinta do local menos contaminado ao mais contaminado) IV - Coloca os campos estéreis e deixa exposta apenas a região a ser operada e - PÓS-OPERATÓRIO ➔ Hidratação ➔ Analgesia ➔ Antieméticos ➔ Inibidor de bomba (omeprazol) ➔ ATENÇÃO! Profilaxia de TVP = risco aumenta quando há imobilização prolongada, cirurgias pélvicas e de quadril, obesidade, portador de varizes, cirurgias de câncer ◆ Muito importante a deambulação precoce, uso de meias compressivas/elásticas, MI elevados, mobilização ativa, compressão pneumática intermitente e heparina de baixo peso molecular (clexane) 4 - T�A��� AB����NA�. No trauma abdominal devemos nos preocupar sempre com o sangramento - é isso que mata o paciente. Cerca de 25% dos traumas penetrantes têm lesão abdominal. Além disso, existem alguns fatores que graduam a gravidade desse trauma: associação com trauma torácico, hipotensão arterial, déficit de base (alteração no equilíbrio ácido-básico visto na gasometria) e lesão de bacia. Durante a avaliação, deve-se compreender o mecanismo do trauma/lesão: TRAUMA ABERTO /PENETRANTE ➔ PAF, arma branca ➔ Avaliar a energia cinética da agressão ➔ Tomar cuidado com as “armadilhas” - lesões insidiosas, falseiam o diagnóstico ➔ Fígado e intestino delgado = regiões mais afetadas (ocupam mais espaço) TRAUMA FECHADO OU CONTUSO ➔ Se dá pela transferência de energia externa para dentro da cavidade abdominal - inclui quedas simples ➔ Associação a lesões - quando o trauma abdominal é gerado por muita energia, raramente apresentam-se lesões isoladas. Acompanha trauma torácico, de extremidade ou neurológico ◆ “Tatuagens” do trauma = marcas perceptíveis no exame físico. EX: marca de cinto de segurança no tronco e abdome após um acidente automobilístico de alta energia ➔ Maior acometimento de vísceras maciças - fígado, rins e baço ➔ “Armadilhas” do trauma contuso: ◆ Lesão de víscera oca - para romper precisa estar cheia ◆ Fratura de bacia - alta energia, podem ser muito grandes ◆ Síndrome do “guidon” ◆ Síndrome do “tanque” ◆ Hérnia diafragmática Alguns locais na região abdominal, como a região de transição toraco-abdominal, podem apresentar maior gravidade. Já as regiões de flanco e dorso precisam ser avaliadas com cautela - lesão intra abdominal pode passar despercebida. Uma região que merece atenção é a chamada de mediastino abdominal. Lá encontram-se diversos grandes vasos como cava, aorta, veia porta, e mesmo pequenos traumas devem ser avaliados e tratados. Para avaliação desses traumas, existem algumas modalidades diagnósticas: ❖ Laboratorial - gasometria, amilase e lipase, tipagem sanguínea ❖ Radiologia - EX: localização de projéteis ❖ Laparotomia exploradora - cirurgia ❖ Lavado peritoneal - ver se aparece sangue (lavado positivo) e avaliar necessidade de laparotomia ou não ➢ Indica sangramento, mas não define origem ❖ USG abdominal - rápido e barato, para paciente instável ➢ Mostra se há líquido na cavidade abdominal ❖ TC - quando o paciente está estável ➢ Avaliar lesões associadas, grau da lesão, hemoperitônio (volume), presença de “blush” arterial (TC com contraste que apresenta extravasamento ativo indica sangramento ativo) ➢ Pode-se definir se há líquido e sua origem - fazer com e sem contraste ❖ Outros Inicialmente, no tratamento dos pacientes traumatizados deve-se manter o ATLS e ter como prioridades: ➔ Priorizar a via aérea ➔ Realizar 2 acessos venosos em MMSS, preferencialmente ➔ Prevenir hipotermia ➔ Administração de líquido - lembrar de repor hemácias já que o paciente está sangrando ➔ Torocotomia de emergência - avaliar ➔ Perda mínima de tempo Depois, deve-se definir a modalidade de tratamento, mais subjetiva para casa caso de trauma abdominal: ➔ Laparotomia definitiva - pensar se o paciente aguenta essa cirurgia ➔ Tratamento não-operatório - feito em traumas contusos, ação fisiológica do organismo, fundamental uso da TC ➔ Cirurgia de controle de danos - estadiamento, solução temporária, problemas resolvidos parcialmente, relação com o grau de estabilidade do paciente (grave quadro fisiológico) ➔ Videolaparoscopia - diagnóstica, muito usada nas lesões tóraco-abdominais (avalia o diafragma), “pontos cegos” Além disso, podem existir algumas complicações no paciente com trauma abdominal: ➔ Síndrome compartimental - complicação frequente em quadros graves ◆ Grande aumento de pressão na cavidade abdominal levando a disfunção dos órgãos intra abdominais - precisa deixar o abdômen aberto, apenas com um plástico isolando-o ➔ Síndrome de isquemia-reperfusão - quando há sangramento, o organismo tende a fazer vasoconstrição periférica para priorizar a perfusão de órgãos vitais (coração, cérebro) = gerando isquemia de alguns tecidos ◆ Dependendo do tempo, o paciente pode apresentar exaustão e falência fisiológica, e falecer ATENÇÃO! TRÍADE MORTAL = ACIDOSE + COAGULOPATIA + HIPOTERMIA 5 - T�A��� DE �ÓRA�. A maioria dos pacientes com trauma de tórax (cardíaco, esofágico, de grandes vasos, pulmonar) necessita de uma drenagem do mesmo. Em algumas situações especiais de traumas fechados e penetrantes, são necessárias toracotomias. DRENAGEM DO TÓRAX ➔ Colocação de dreno na caixa torácica em um circuito fechado e que termina em selo d’água ➔ 5º EIC um pouco anterior a linha axilar média - garante que dreno não vá para o abdômen (lembrar do diafragma mais alto a direita) ➔ Incisão para passagem do dreno -> perfura-se a pleura -> coloca-se dreno na cavidade pleural ➔ Dreno mais calibroso para hemotórax e menos calibroso para pneumotórax (drenos são medidos em French - 3Fr = 1mm) O ABCDE do trauma pode avaliar essas situações nos níveis B e C, onde procuramos: pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço, pneumotórax aberto, tórax instável ou tamponamento cardíaco. a - PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO ➔ “Toda vez que o paciente respira, parte do ar escapa do pulmão para a pleura” ➔ Uma vez que a pleura de encontra íntegra, esse acúmulo de ar vai acabar tomando o espaço destinado aos pulmões e colabando os mesmos (pressões muito altas = hipertensivo) ➔ Se esse ar não for retirado -> pulmão colaba completamente -> empurra mediastino pro lado oposto -> interrompe retorno venoso -> morte ➔ Sinais e sintomas: DISPNEIA, MV abolido, timpanismo, TJP (alta pressão no tórax, sangue não consegue voltar para o coração), desvio de traquéia, cianose ➔ Tratamento: descompressão imediata por toracocentese (2° EIC, linha hemiclavicular, coloca-se jelco - deixa de ser hipertensivo) e drenagem de tórax b - HEMOTÓRAX MACIÇO ➔ Sangue no espaço pleural - cursa com choque hipovolêmico já que há perda de sangue ➔ Diagnóstico: mais de 1.500 ml de sangue, redução importante do MV, macicez, sinais de choque (taquicardia, palidez, extremidades frias) ➔ Tratamento: drenagem de tórax, restaurar volemia, hemotransfusão, toracotomia ◆ Realizar toracotomia quando houver drenagem < 1500/2000 ml de sangue ◆ Para saber se o paciente parou ou não de sangrar, deve-se acompanhar as primeiras horas avaliando quanto de sangue está saindo (deve diminuir) ◆ Normal quando é drenado 200-250ml por hora nas primeiras 3 horas ◆ Sangue que sai do tórax pode ser utilizado para fazer auto-hemotransfusão c - PNEUMOTÓRAX ABERTO ➔ Possível ver pulmão pela ferida - quando o ferimento for ⅔ do diâmetro da traquéia, o ar entra pela lesão e não pela traqueia ◆ Comum em lesões por projétil de alta velocidade➔ Mais importante: tapar o buraco fazendo um curativo de 3 pontas (na inspiração fecha o buraco, e na expiração abre para o ar sair) ➔ Tratamento: tapar a lesão e colocar dreno, tratar a lesão da parede torácica d - TÓRAX INSTÁVEL ➔ Segmento da parede torácica em descontinuidade com a caixa torácica ➔ Ocorre quando há 3 costelas consecutivas fraturadas em pelo menos 2 locais diferentes ➔ Respiração paradoxal: na inspiração a caixa expande e a parte lesada retrai ➔ Costuma ter contusão pulmonar associada - paciente hipoxêmico e com muita dor ◆ Oxigênio suplementar e analgesia ➔ Em alguns casos é necessário sedar e entubar o paciente e - TAMPONAMENTO CARDÍACO ➔ Lesão do miocárdio libera sangue que fica preso no pericárdio, aumentando a pressão envolta do coração - diferença de pressão deixa de existir e sangue não chega ao átrio pela veia cava ➔ TRÍADE DE BECK = hipotensão arterial, turgência jugular e hipofonese de bulhas ➔ Tratamento: pericardiocentese (diagnóstico e alívio) e toracotomia (cirúrgico) ◆ Também pode-se fazer ecocardiograma ou USG FAST 6 - AT����ME��� �NI���� A� P��I�R���A��Z��O. O atendimento ao paciente politraumatizado apresenta uma ordem específica definida pelo suporte avançado de vida no trauma ou ATLS. Ele é dividido em ABCDE: A - vias aéreas e coluna cervical ➔ Manter via aérea pérvia, aberta e segura ◆ Inspeção da via aérea à procura de sinais de obstrução. EX: corpo estranho, edema de glote, fraturas de mandíbula, laringe, traqueia ◆ Atentar saturação de oxigênio do paciente - deve estar maior que 90% ◆ Analisar nível de consciência - Glasgow =< 8 ➔ Proteção da coluna cervical ◆ NÃO MOBILIZAR a coluna cervical - manter colar até que seja confirmado que não houve lesão cervical ➔ Via aérea definitiva: intubação orotraqueal, nasotraqueal e via aérea cirúrgica ◆ Intubação orotraqueal = mais utilizada, realiza-se a manobra de Sellick (compressão da cartilagem cricoide durante o processo de intubação, comprimindo o esofago e impedindo que o conteúdo estomacal refluído seja broncoaspirado) ◆ Intubação nasotraqueal = indicada nas lesões de coluna cervical, evitar em crianças, curta permanência (sepse por sinusite) e contraindicada em suspeita de fratura de base de crânio (sinal do Guaxinim ou de Battle) ◆ Cricotireoidostomia (cirúrgica) = tempo máximo de 45 minutos, indicada para edema de glote, fratura de laringe, grande hemorragia orofaríngea, tentativas de intubação sem sucesso B - respiração e ventilação ➔ Exame do tórax (principalmente expansibilidade e ausculta) ➔ ATENÇÃO a pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto, hemotórax maciço e tórax instável (contusão pulmonar) - necessitam de toracocentese e drenagem ➔ FIVE KILLERS = asfixia, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo, pneumotórax aberto e hemotórax maciço C - circulação ➔ “Parar a hemorragia” ➔ Hemorragias externas (compressão) e hemorragias internas (estimar perda, identificar origem do sangramento) ➔ Sinais de choque: taquicardia (PRIMEIRO!), pele fria, palidez, taquipneia, sudorese, rebaixamento de consciência, hipotensão (ÚLTIMOS!) ➔ Estratégias de reanimação volêmica: ◆ “Titulada” = administração, aos poucos, de solução cristalóide - acompanhada de avaliação do estado do paciente ◆ Reanimação hipotensiva ◆ Transfusão maciça D - nível de consciência (Derek Shepard) ➔ Alerta ➔ Responde a estímulos visuais ➔ Responde a estímulos dolorosos ➔ Inconsciente ➔ Resposta pupilar ➔ Escala de Glasgow E - exposição ➔ Prevenir hipotermia - pode gerar distúrbios da coagulação (agrava sangramento) ◆ Despir paciente ◆ Cobrir com vestimenta térmica ◆ Fluidos intravenosos aquecidos ◆ Ambiente aquecido ➔ Além disso, observar possíveis lesões ainda não analisadas e com possibilidade nociva 7 - RE���S�� E�DÓC�I�� � ME���ÓLI�� �O �R���A. CORTISOL ➔ Aumento de 4 a 5 vezes o normal ➔ Aumenta ação do glucagon e epinefrina ➔ Estimula gliconeogênese ➔ Mobilização energética CATECOLAMINAS ➔ Secreção aumentada nas primeiras 24/48 horas ➔ Principalmente a epinefrina/adrenalina ➔ Diminui secreção de insulina e aumenta a de glucagon ➔ Estimula a glicogenólise, gliconeogênese e lipólise ➔ Vasoconstrição INSULINA ➔ Secreção reduzida devido às catecolaminas ➔ Corpo não quer o armazenamento de glicose e sim a disponibilização GLUCAGON ➔ Aumento no trauma - hiperglicemia ➔ Estimula a glicogenólise e inibe a síntese de glicogênio ➔ Atividade lipolítica ALDOSTERONA ➔ Aumento em traumas severos ➔ Aumento do volume intravascular - retém sódio e elimina potássio ➔ Edema, hipertensão, hipocalemia e alcalose metabólica ADH ➔ Aumentado no trauma ➔ Estimula a reabsorção de água - retenção hídrica (contribui para edema) ➔ Mantém a volemia do paciente RESUMO: As principais consequências da resposta metabólica ao trauma são: retenção de sódio e água, secreção de aldosterona e ADH, aumento do gasto energético, hiperglicemia, utilização da gordura como principal fonte de energia, catabolismo do tecido muscular (gliconeogênese) e aumento da temperatura axilar (24/48 horas). Lembrando que a resposta também não pode ser exacerbada ou situações nocivas podem ocorrer em um paciente já fragilizado.
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