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1 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 Bases Técnicas da Cirurgia do Estômago ANATOMIA • Órgão de fácil acesso • Visível na parede anterior do abdome • Na curvatura menor temos os vasos gástricos • Órgão bastante vascularizado, o que facilita sua manipulação • Vasos: gástrica esquerda, direita, vasos curtos Imagem 1: NETTER, Frank H.. Atlas de anatomia humana. 7ª ed. RIO DE JANEIRO: Elsevier, 2019. 2 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 Imagem 2: NETTER, Frank H.. Atlas de anatomia humana. 7ª ed. RIO DE JANEIRO: Elsevier, 2019. • Drenagem linfonodal – atenção para a cirurgia de neoplasia gástrica • Cirurgia para neoplasia é basicamente a cirurgia de estômago mais feita hoje • Linfonodos da pequena curvatura (impares), da grande curvatura (pares) 3 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 Imagem 1: NETTER, Frank H.. Atlas de anatomia humana. 7ª ed. RIO DE JANEIRO: Elsevier, 2019. PROCEDIMENTOS • Gastrectomia • Cirurgia bariátrica • Gastrostomia • Vamos discutir os dois primeiros NEOPLASIA GÁSTRICA • Perda ponderal • Sintomas inespecíficos • Sintomas insidiosos • Perda ponderal é sintoma mais tardio GASTRECTOMIA • Total • Subtotal (corpo/antro ao piloro) 4 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 • Tumor de corpo e cárdia (proximais) é feita a total, e de antro pode ser a subtotal A – Gastrectomia total B – Gastrectomia Subtotal RECONSTRUÇÃO • Na subtotal • A – não existe mais • AP2 – é Billroth II • Reconstrução AP2 – tiramos a parte distal do estômago, uma alça do jejuno, e é feita uma anastomose na boca do estômago • Quando o paciente come, o alimento cai no estômago e vai direto para o jejuno • É feito um atalho para reconstruir o transito do paciente • Complicação: gastrite alcalina 5 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 • Y de Roux: fecha uma borda em fundo cego. Secciona uma alça totalmente, e a ponta distal é colocada em cima o Alça que tem a secreção da bile e pâncreas o Alça que tem o alimento o Não acontece gastrite alcalina o É uma cirurgia mais trabalhosa, mas é melhor GASTRECTOMIA TOTAL • Fecha o jejuno, e faz anastomose com o esôfago LINFADENECTOMIA 6 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 • Tirar gânglios que podem estar acometidos com a doença neoplásica • D1 – envolve linfonodos perigástricos (1 a 6), ou seja, tiro os que estão em volta do estômago • D2 – D1 + LN ao longo das art. esplênica, hepática, gástrica E, tronco celíaco e ligamento hepatoduodenal. Retira todos linfonodos que estão um pouco mais a distância do estômago • Tumores precoces – D1 o Restrito a submucosa o Faz endoscopia e descobre • D2 – atinge a muscular o Cirurgia mais agressiva, mais risco de complicação, sempre ponderar isso • D1 – tumores precoces • D2 – câncer gástrico avançado • D2 menor índice de recidiva COMPLICAÇÕES • Chance de deiscência (desnutrição), na anastomose • Recidiva da doença • Síndromes pós gastrectomias, uma vez que deixamos de ter a digestão gástrica SD. PÓS GASTRECTOMIA • Relacionada à ressecção gástrica • Dumping precoce: 7 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 o Primeiros 20 minutos após dieta o Dieta muito osmolar e jejum o Jejum não está tão adaptado • Dumping tardio o Sintomas relacionados à hipoglicemia o Tem um tempo para os alimentos serem absorvidos, quando retira o estômago o alimento é absorvido na hora → hiperglicemia → por rebote ocorre hipoglicemia, uma vez que o pâncreas libera muita insulina • Deve-se comer pequenas quantidades em período maior de tempo • Mucosa gástrica não é acostumada a receber conteúdo alcalino (bile + conteúdo pancreático) • Desfaz a anastomose e faz um Y de Roux 8 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 CIRURGIA BARIÁTRICA • Foi desenvolvida observando os pacientes que faziam essas cirurgias OBESIDADE • Proporções epidêmicas e crescentes • Acomete todas as faixas etárias e classes sociais • A maior parte da população adulta dos Estados Unidos da América apresenta índice de massa corporal > 25 • Classificação de obesidade (IMC – Kg/m²) o 18 – 25 – normal o 25 – 30 – sobrepeso o 30 – 35 – obesidade grau I o 35 – 40 – obesidade grau II o > ou = 40 – obesidade grau III • Problema médico e estético • Estilo de vida moderno o Sedentarismo o Grande oferta de alimentos • Obesidade infantil – placas de ateroma vem desde a infância • Morbidez associada: o Diabetes mellitus tipo 2 o Hipertensão arterial sistêmica 9 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 o Colelitíase o Doença hepática gordurosa o Doença do refluxo gastroesofágico o Dislipidemia o Apnéia do sono o Artropatias • Tratamento clínico: o Tríade: Dieta, atividade física e medicações o Poucos pacientes conseguem perder peso e manter o Assim vem a bariátrica, com ela tende a se manter, e tende a resolver morbidade do paciente. Alguns resolvem menos, como a artrite, grau de resolução menor • Tratamento clínico X cirúrgico • Tratamento Cirúrgico: o Operações bariátricas proporcionam redução ponderal expressiva e sustentada em longo prazo o O tratamento operatório mostrou-se o mais efetivo e de uso continuamente crescente • Resolução das doenças associadas: o Diabetes Mellitus tipo II – 92% o Hipertensão arterial – 90% o Dislipidemia – 94% o DRGE – 96% o Apnéia do Sono – 81% o Asma – 78% o Artrite – 65% INDICAÇÕES • IMC acima de 40 kg/m² • IMC entre 35 e 40 kg/m² na presença de comorbidades • As operações devem ser realizadas em centros com equipe multidisciplinar • Protocolo novo de cirurgia bariátrica, mas aqui ainda não tivemos parecer • O que vale no Brasil: IMC entre 35 e 40, se tiver comorbidades. • Lá fora, IMC 40, sem comorbidades, já opera. E entre 30 e 35, se tiver comorbidades • A tendência é indicar mais, visto que o benefício é maior que o risco 10 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 • Não é um tratamento isolado, envolve psicólogo, endocrinologista e educador físico TIPOS • Disabsortivas (não existem mais) • Restritivas • Mistas RESTRITIVAS BALÃO GÁSTRICO • Faz pela endoscopia • Ausência de anastomoses e linhas de sutura • Reversível • Ganho de peso após retirada • Balão ocupa um espaço • Restringe o que o paciente consegue colocar no estômago • Pode se usado por 3 a 6 meses, depende da evolução • Mas, é um paliativo, se o paciente não se alimentar melhor quando retirar volta a engordar BANDA GÁSTRICA• Cirúrgico • Não se faz mais • Válvula que engoma uma parte do estômago • Aumenta ou diminui a pressão • O paciente tem autonomia, e tende a não obedecer • Implante por laparoscopia • Ausência de anastomoses e linhas de sutura • Reversível • Perda de 20 a 30% do excesso de peso 11 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 GASTRECTOMIA VERTICAL • A que mais é feita • Passa uma sonda pela boca do paciente e com grampeador cirúrgico faz a gastrectomia • Estômago vai ter capacidade de 60 ml • É um pouco mais anatômico • O problema é o refluxo, pois altera o ângulo de His, do fundo gástrico • Se o paciente não se alimentar de forma adequada vai engordar, e o estômago volta a crescer 12 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 MISTA – GASTROPLASTIA VERTICAL COM DERIVAÇÃO EM Y-DE-ROUX (GVYR) • Considerada a padrão ouro • Mais realizada mundialmente • Perda de peso estimada em 70% do excesso de peso • Restringe a câmara gástrica e faz by pass na alça gastrointestinal • Alça comum mais curta • Reservatório pequeno de 25ml • Alça alimentar de 150 cm • Quase 1,90 de intestino “perdido” sem absorção • Não tira o estômago o Pode dar câncer gástrico futuramente o Fica inacessível 13 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 • Reservatório gástrico = 25ml • Alça alimentar = 150 cm • Alça biliopancreática = 40 cm 14 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 RACIONAL HORMONAL • Existe alteração hormonal • Grelina o Estimula a fome, produzido pelo estômago o na GVYR o é diminuída sua concentração nessa cirurgia • Incretinas o GLP-1 – induz a saciedade o na GVYR COMPLICAÇÕES • Colelitíase – coledocolitíase – pancreatite o Colelitíase – satura mais colesterol na bile, entende-se isso, mas não é muito bem esclarecido • Inacessibilidade ao trato biliopancreático estômago (Descoberta de neoplasia tardiamente) • Componente disabsortivo (desnutrição) • Reganho de peso (quando o paciente não adere o tratamento) • Ferida: infecções, hérnias (Complicações de qualquer cirurgia) 15 Clínica Cirúrgica I Amanda Barreiros – Medicina Ufes 107 PÓS-OPERATÓRIO • Suplementação: o Vit B12, Vit C, Fe, Ca • Atividade física • Acompanhamento multidisciplinar CONSIDERAÇÕES FINAIS • Obesidade – problema de saúde pública • Equipe multidisciplinar • Técnicas • Hoje essa cirurgia é feita mais por vídeo. Porém, precisa de grampeadores específicos, o SUS não fornece • Vemos aqui no HUCAM aberta ou por vídeo
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