Buscar

SANDRA CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE DOS SANTOS BRAGA (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IPEMIG – INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS
SANDRA CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE DOS SANTOS BRAGA
A INCLUSÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
BELO HORIZONTE – MG
2022
SANDRA CAVALCANTE DE ALBUQUERQUE DOS SANTOS BRAGA
A INCLUSÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a IPEMIG como pré-requisito para obtenção do título de especialista em Educação Especial.
BELO HORIZONTE – MG 
2022
BRAGA, Sandra Cavalcante de Albuquerque dos Santos. A inclusão no processo de ensino e aprendizagem. Belo Horizonte: IPEMIG, 2022. Especialização em Educação Especial.
RESUMO
A perspectiva da Educação inclusiva traz uma abordagem que procurar responder às necessidades de aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos com um foco específico naqueles que são vulneráveis à marginalização e exclusão. Com isso o desafio da Educação brasileira é a implementação da política de inclusão educacional de promoção de acesso e da qualidade, com a organização de escolas que valorizem as diferenças como fator de enriquecimento do processo educacional, transpondo barreiras para a aprendizagem e a participação com igualdade de oportunidades. Veremos que inclusão não é apenas uma questão política, mas envolve contextos mais complexos como os de rever posturas, ações e conhecimentos até então arraigados em nossa sociedade. Espera-se que o trabalho forneça informações acerca do que é inclusão e de como a escola poderá se tornar verdadeiramente inclusiva. Este trabalho aborda o tema portadores de necessidades educacionais especiais e como a escola regular está recebendo estes alunos. Organizou-se o trabalho de modo a fornecer subsídios para que os professores possam compreender quanto é importante considerar a individualidade do educando, atendendo às suas necessidades.
Palavra-chave: Políticas públicas, igualdade, inclusão/exclusão e sociedade.
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	5
2	DESENVOLVIMENTO	7
2.1	Capítulo I – A história da educação especial no brasil	7
2.1.1	A inclusão do aluno portador de necessidades educativas especiais	8
2.1.2	Cuidados diferentes para cada deficiência	9
2.2	Capítulo II – A escola e a inclusão	11
2.2.1	Recusar matrícula de aluno com deficiência	13
2.3	Capítulo III – A construção da inclusão no espaço escolar	14
2.3.1	A inclusão da educação especial e o papel do professor	15
2.4	Capítulo IV – Proposta de intervenção	17
3	CONSIDERAÇÕES FINAIS	19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	20
	INTRODUÇÃO
	Segundo Mazzotta (1996), até o século XVIII, as concepções de deficiência estavam voltadas para o misticismo e o ocultismo, ou seja, eram fundamentadas com base no cunho religioso ou em poderes sobrenaturais. A ciência não era utilizada para o desenvolvimento das concepções sobre deficiência e sendo assim, as diferenças individuais não eram compreendidas. Nesse contexto os alunos com deficiência foram ignorados pela sociedade.
	Mas, ainda que uma das concepções que vigoravam sobre a deficiência tivesse cunho religioso, a própria religião concebia o homem como um ser perfeito em suas condições marginalizadas. A mesma sociedade que excluiu os alunos com deficiência também se omitiu, pois não ofereceu serviço para atender as suas necessidades. A Educação às crianças deficientes no Brasil surgiu, institucionalmente, influenciada pelas ideias liberais do final do século XVIII e começo do século XIX. A Educação de crianças deficientes não encontrou grande movimentação no país ao nos reportarmos à história da Educação fundamental.
	A Educação é um direito humano incondicional e inalienável. Para garanti-lo aos alunos com deficiência, o Brasil se comprometeu, por meio de uma emenda constitucional a seguir todas as diretrizes da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada em 2007, que asseguram a não exclusão desses alunos da rede educacional regular. Outras leis e normas, como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), preveem o mesmo. Apesar da legislação, ainda há escolas que não aceitam alunos com deficiência. Na Constituição, essa prática é definida como crime, passível de prisão e multa.
Quando se fala em inclusão, há de se esperar que o termo aconteça de modo a tornar a vida das pessoas cada vez mais com qualidade. O trabalho tem como tema, alunos com deficiência e sua inclusão na escolar regular e, para tanto, buscará trazer subsídios que auxiliem os educadores no atendimento aos alunos portadores de necessidades educativas especiais. Sua relevância consiste no fato de que, a partir das considerações aqui expostas, pode-se refletir acerca do que é a inclusão e de como se deve incluir para que o portador de necessidades educativas especiais tenha uma vida digna e com qualidade.
A criança que nasce com alguma deficiência ou que a adquire no decorrer da sua vida tem no seu cotidiano uma série de dificuldades. São muitos obstáculos e muitos desafios a serem alcançados. Não é apenas a deficiência apresentada que torna o aprendizado, às vezes, difícil, mas também e, principalmente, a atitude da sociedade em relação às suas dificuldades. Nesse sentido, sofre a criança, diante de todos esses preconceitos e sofre a família, que geralmente não encontra muito apoio nas instituições por onde passa.
Os objetivos do trabalho consistem buscar subsídios para os educadores que atuam com alunos com deficiência além de mostrar como, de fato, a inclusão acontece no cotidiano brasileiro. Também e buscará apresentar as principais maneiras de atuação dos professores diante de alunos com deficiência.
A escola é uma instituição aberta a todos, é um direito de todos adentrar na escola e nela permanecer, tendo a sua individualidade respeitada. Portanto, este ambiente deverá estar preparado para atender a todos os alunos, independente das suas dificuldades. O espaço escolar deve ser adequado para os alunos com deficiência e não os estudantes que têm que adequar-se ao espaço escolar.
	DESENVOLVIMENTO
		Capítulo I – A história da educação especial no brasil
	Em estudo realizado por Jannuzzi (2006), observa-se a organização de dados que contemplam as primeiras tentativas de institucionalização no Brasil e as vertentes que nortearam os atendimentos para os alunos com deficiência, quais sejam a médico-pedagógica e a psicopedagógico.
	A educação às crianças deficientes no Brasil surgiu, institucionalmente, influenciada pelas ideias liberais do final do século XVIII. Entende-se por que a educação das crianças deficientes não encontrou grande movimentação no país ao nos reportarmos à história de educação fundamental. Em 1878m cerca de 2% da população era escolarizada, mesmo diante da Constituição de 1824 garantirmos a instrução primária gratuita para todos. Essa mesma Constituição, no entanto, privava do direito político a pessoa deficiente. De acordo com Kassar (2004),
O que temos é a Constituição Brasileira de 1824 registrando o “compromisso” com a gratuidade da instrução primária “a todos os cidadãos” e com a criação de colégios e universidades “onde serão ensinados os elementos da ciência, belas-letras e artes”. No entanto, o grupo de” todos os cidadãos” não incluía a massa de trabalhadores, que em sua maioria era escrava, e certamente também não dizia respeito às pessoas com deficiências. (p. 21).
	A partir do século XVI, surgiram as Santas Casas de Misericórdia, que assim como em Portugal, atendiam crianças pobres e abandonadas. Em São Paulo, com a construção do hospital em 1717, acentuou-se o acolhimento dessas crianças até os 7 anos de idade, dentre essas, podia-se supor crianças com deficiências.
	Data desta época, século XVIII, a criação das rodas de expostos. Quando os responsáveis não desejavam as crianças ou não podiam cria-las, eles a deixavam na porta das igrejas. No século XIX, algumas províncias solicitavam a vinda de religiosas para cuidar da educação dessas crianças. As meninas, depois dos sete anos, eram encaminhadaspara o Seminário da Glória, onde permaneciam até se casarem. Os meninos, também depois dos sete anos, eram enviados para o Seminário de Sant\u2019Ana e lá ficavam até conseguirem uma profissão.
	A educação dos deficientes ainda não era propriedade do governo. Conforme relata Jannuzzi (2006), era muito provável que somente as crianças mais lesadas eram encaminhadas para instituições. Em 1874, há relatos de registros de deficientes mentais no Hospital Juliana Moreira, em Salvador Bahia. No entanto, conforme levantamento feito por Jannuzzi (2006) há pesquisas que contestam a presença de deficientes nesse hospital e revelam a primeira escola para crianças anormais foi o Pavilhão Bourneville, fundado em 1903 no Rio de Janeiro. A autora comenta:
Percebo que esses pavilhões anexos aos hospitais psiquiátricos, nascidos sob a preocupação médico-pedagógica, mantêm a segregação desses deficientes, continuando, pois a patentear, a institucionalizar a segregação social, mas não apenas isso. Há a apresentação de algo esperançoso. De algo deferente, alguma tentativa de não limitar o auxílio a essas crianças apenas ao campo médico, a aplicação de fórmulas químicas ou outros tratamentos mais drásticos. Já era a percepção da importância da educação; era o desafio trazido ao campo pedagógico, em sistematizar conhecimentos que fizessem dessas crianças participantes de alguma forma de vida do grupo social de então (Jannuzzi, G. M., 2006, p. 38).
	A presença do atendimento de deficientes mentais, físicos e visuais no ensino regular foi notada em 1887, na Escola México, Rio de Janeiro. O ensino fundamental era precário e não havia preocupação com a sua efetivação, visto que a elite podia contratar professores domiciliares, mais apesar desse contexto, os trabalhos sobre deficiência mental estravam sendo muito influentes e fizeram com que o atendimento na rede regular estivesse presente no fim do século XIX.
			A inclusão do aluno portador de necessidades educativas especiais
Gonçalves (2005) cita que no Brasil há 24 milhões de pessoas que apresentam algum tipo de deficiência e que isso deve ser tratado como uma questão social de interesse de todos. Nos diversos períodos da história, a deficiência era vista de diferentes maneiras.
A lei 13.146 estabelece a inclusão da pessoa com necessidades especiais assegurando o desenvolvimento de condições de igualdade e liberdade visando sua inclusão social e cidadania.
Frias e Menezes (2008) afirma que vivenciamos um momento em que mundialmente se fala na inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais, na rede regular de ensino. A legislação é explícita, quanto à obrigatoriedade em acolher e matricular todos os alunos, independentemente de suas necessidades ou diferenças.
Entretanto, não é suficiente apenas esse acolhimento, mas que o aluno com necessidades educacionais especiais tenha condições efetivas de aprendizagem e desenvolvimento de suas potencialidades (FRIAS e MENEZES, 2008).
Segundo Cavalcante (2005) na maior parte das escolas brasileiras a inclusão das crianças com deficiência não acontece da maneira que deveria realmente acontecer. A referida autora cita que talvez por falta de informação ou até mesmo pela omissão de muitos pais, dos educadores e do poder público, muitas são as crianças que ainda vivem isoladas em instituições especializadas, privadas de convier com as demais crianças em uma escola regular. Pois, a partir da convivência das crianças com deficiência dentro de uma escola regular, haverá muitas possibilidades de desenvolverem plenamente as suas potencialidades, além de quê, as demais crianças aprenderão a conviver com um colega que necessita de seu apoio e da sua compreensão. Haverá nisso uma troca que favorecerá o aprendizado de todos.
A escolarização de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação têm desafiado os espaços escolares a construírem novas/outras lógicas de ensino. Diante disso, a formação continuada em processo tem se configurado como uma possibilidade de pensar as demandas escolares e os processos de escolarização dos sujeitos que também são público-alvo da educação especial (MIRANDA e FILHO, 2012. P. 45).
Também Mantoan (2003) cita que as escolas de qualidade são espaços educativos de construção de personalidades humanas autônomas e críticas. Segundo a autora, nessas escolas os alunos aprendem a valorizar a diferença a partir da convivência com seus pares. Nessas escolas as aulas são ministradas embasadas em relações de afetividade. Uma escola que funciona dessa maneira estará aberta às diferenças e os educadores são capazes de ensinar a turma toda sem discriminação.
			Cuidados diferentes para cada deficiência
Quando a escola recebe um aluno com deficiência, deve estar preparada para atender às suas necessidades. Algumas orientações são norteadoras para que a atuação vá de encontro ao que cada sujeito necessita.
Quando a escola recebe um aluno que apresente deficiência auditiva, se faz necessário que na escola exista um professor ou um monitor que seja especializado na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Pois para que a comunicação com a criança aconteça é importante que o professor da sala e as demais crianças aprendam a comunicar-se através da Língua Brasileira de Sinais.
No caso de alunos que utilizam aparelho auditivo, o professor da sala deverá obter junto à família da criança o funcionamento e a potência do aparelho utilizado. Para que o aprendizado aconteça mais sistematicamente, o professor também poderá fazer uso de representações gráficas. Outro fator importante se refere à comunicação direta com o aluno, pois todos devem falar sempre de frente para ele, o que facilita a compreensão da situação comunicativa.
Quando o aluno atendido apresentar dificuldades visuais existem determinados materiais que devem ser usados para que as situações de aprendizagem sejam realmente significativas para ele: o uso de regletes (uma espécie de régua para escrever em braile). Se faz importante que o professor saiba como se dá o uso desse material, que seja capacitado para este fim.
Algumas orientações que devem ser passadas para o aluno no que diz respeito à locomoção, comunicação e acessibilidade. É necessário, por exemplo, colocar cercados no chão, abaixo dos extintores de incêndio e deve ser instalados corrimões nas escadas, caso existam escadas na escola. Também é importante que não se modifique a disposição dos móveis e utensílios da sala, pois o aluno aprende a posição em que se encontram e usa essa orientação para locomover-se na sala de aula.
Quando a escola recebe um aluno com deficiência física os espaços das escolas devem ser adequados as suas necessidades e não o contrário. Não é o aluno que deve adaptar-se à escola, mas sim a escola que deve ser adaptada para atende às necessidades do educando. A adaptação do espaço físico deve conter: rampas de acesso, barras de apoio e portas largas, móveis adequados para tender as necessidades do aluno.
No caso de alunos que fazem uso de cadeiras de rodas, deve-se atentar para que a posição seja mudada constantemente evitando desconforto e cansaço para o aluno. Se faz importante questionar aos pais do aluno se existem posições adequadas para ficar e o professor deve certificar no decorrer das aulas se esta posição está correta.
Nos casos em que a escola recebe alunos com deficiência mental deve possuir uma equipe que possa realizar um acompanhamento individual e contínuo. Sabe-se que, geralmente os deficientes mentais têm dificuldades para operar ideias abstratas. O professor deverá receber todo o apoio dos profissionais especializados para que possa oferecer ao aluno condições de aprendizagem adequadas às suas necessidades, de modo que ele tenha todas as suas potencialidades desenvolvidas.
Existem algumas posturas que devem ser adotadas pelos educadores para favorecer o aprendizado e crescimento do aluno, tais como: posicionar o aluno já nas primeiras fileiras de modo que possa está a todo instante está sempreatento a ele; estimular o aluno a desenvolver habilidades interpessoais e ensiná-lo a pedir instruções e solicitar ajuda; trata-lo de acordo com a faixa etária, somente deverá adaptar os conteúdos curriculares se receber orientações de uma equipe de apoio multiprofissional; avalie a criança sempre com base no seu crescimento individual e respeitando o que ela é capaz de fazer até aquele momento, sem jamais comparar o seu desenvolvimento com o dos demais colegas da sala.
O professor deverá estar atento às necessidades de cada aluno, para que a partir dessa observação possa auxiliá-lo nas dificuldades que ele apresenta. É importante afirmar que nem sempre quando um aluno vai mal e toda a sala tem um desenvolvimento satisfatório, esse aluno apresenta algum tipo de deficiência. Deve-se considerar que, muitas vezes a forma como é ministrada a aula atinge determinados alunos, mas não foi a forma correta para atender a necessidade de aprendizagem de outro. Daí a importância do olhar sempre atento do professor.
		Capítulo II – A escola e a inclusão
Camargo (2005) define que para que todas as necessidades dos alunos com deficiência sejam verdadeiramente atendidas se faz necessário que os professores e todos os outros profissionais saibam como atuar de modo a atender estas necessidades. Não se pode falar de inclusão quando dentro da instituição escolar a equipe não tem o devido preparo para atender aos alunos. Muitas vezes é fundamental a atuação de uma equipe multidisciplinar.
Também Baptista e Rosa (2002) tratam sobre o tema inclusão, afirmando quão importante é a integração da pessoa com deficiência. Os autores citam que na Itália, país em que há um alto índice de inclusão existem alguns critérios nas escolas para que a inclusão seja realmente eficaz para o aluno. Como citam os autores mencionados:
A limitação numérica de 20 alunos para as classes que possuem alunos com necessidades educativas. A presença de, no máximo, dois alunos com necessidades educativas especiais em uma sala. A presença de um professor de apoio para atuar junto à classe, como suporte de todos os envolvidos (professor e alunos). (BAPTISTA E BOSA, 2002, P. 131).
Segundo Mantoan (2003), “a escola persiste em adotar medidas excludentes ao reagir às diferenças, apesar de se esforçar em não as categorizar [...]”.
Meirieu (2005, p. 44) nos ajuda nessa direção quando afirma:
Abrir a Escola para todos não é uma escolha entre outras: é a própria vocação dessa instituição, uma exigência consubstancial de sua existência, plenamente coerente com seu princípio fundamental. Uma escola que exclui não é uma escola [...]. A Escola, propriamente, é uma instituição aberta a todas as crianças, uma instituição que tem a preocupação de não descartar ninguém, de fazer com que se compartilhem os saberes que ela deve ensinar a todos. Sem nenhuma reserva (2005, p. 44).
A escola tem por finalidade instituir os cenários políticos e pedagógicos para permitir o acesso ao conhecimento, empreendendo “[...] esforços permanentes de universalização da cultura”. (MEIRIEU, 2005, p. 175).
É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus ou até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.
Cada aluno que a escola recebe deve ser visto dentro da sua singularidade, independente das necessidades que este apresenta, ele é um ser único e que tem direito à educação de qualidade. O espaço escolar deve ser organizado de modo a tornar a educação acessível a todos os alunos. A LDB nº 9394/96 tem um capítulo destinado à Educação Especial e, em seu artigo 58 diz que a Educação Especial é uma modalidade destinada aos alunos com deficiência e que deve ser ofertada, de preferência na escola regular e, se necessário, os serviços especializados atuarão juntamente com a escolar regular em que o aluno está matriculado.
			Recusar matrícula de aluno com deficiência
Toda e qualquer instituição que se recusar ou até mesmo omitir de que a mesmo não recebe ou matrícula alunos com deficiência devem ser denunciadas e encaminhadas para as secretarias municipais ou estaduais de Educação e para o Ministério Público. Outras escolas usam como desculpa o desespero, mesmo sem nunca terem tentado enfrentar o desafio.
Os gestores devem fazer um estudo de cada caso para identificar as barreiras existente e propor um plano de atendimento educacional especializado. Assim, o aluno com deficiência poderá participar das atividades em condições de igualdade com seus colegas. Esse atendimento específico não significa fazer alterações na parte pedagógica que eliminem os desafios de aprendizagem para esses estudantes. O que precisa ser feito é mudar o paradigma de ensino e transformá-lo para atender a todos. Devemos salientar que para determinada criança, a igualdade pode se dar, por exemplo, com um material didático acessível. Para outra, um recurso tecnológico alternativo já garante autonomia. Garantido do poder públicos cursos para docentes, apoio de uma equipe multidisciplinar, transporte e material didático acessível para acompanhar os alunos com deficiência, todos inseridos em classes regulares.
Na matrícula, o gestor elabora um portifólio junto com a família, em que ficam disponíveis as informações necessárias para o docente. Abrir a escola para a inclusão é uma ação transformadoras para alunos e professores. O desafio de diversidade trás união para a equipe e gerar conscientização. Na sala, as crianças ajudam umas as outras, as dificuldades são um ganho, porque diante delas buscamos melhorar ainda mais.
Ainda hoje, discutir a Educação de alunos com necessidades educacionais especiais implica certamente em resgatar o sentido de Educação especial. Já que, diante de necessidades educacionais especiais, a educação escolar deve responder com situações de ensino aprendizagens diferentes das organizadas usualmente para a grande maioria dos educandos, ou seja, das situações comuns de ensino ou ensino regular. Segundo Skliar (2007), quando falamos da surdez ou de outras áreas de grupos culturalmente diferentes – cegos, paralisados cerebrais, paraplégicos, crianças com problemas de aprendizagem – logo, nos reportamos para o cenário da educação especial.
Escola especial ou escola de educação especial, até mesmo instituição de ensino especializado é aquela organizada para atender exclusivamente alunos classificados como “excepcionais”. Não atende por tanto os alunos considerados “normais” (MAZZOTA, p.52, 1997). O atendimento da escola especial também apresenta variações, algumas são instaladas para atender apenas uma deficiência, outras já atendem alunos com as mais diversas deficiências.
		Capítulo III – A construção da inclusão no espaço escolar
A inclusão escolar constitui uma proposta que representa valores simbólicos importantes, condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades educacionais para todos, mas encontra ainda sérias resistências, que se manifestam ao contrário da ideia de que todos devem ter acesso garantido à escola. A dignidade, os direitos individuais e coletivos garantidos pela Constituição Federal impõem às autoridades e a sociedade brasileira a obrigatoriedade de efetivar essa política, como um direito público subjetivo, para o qual os recursos humanos e materiais devem ser direcionados, atingindo necessariamente, toda a educação básica. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais, a DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, acredita e proclama que:
Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-secomunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêm uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994. P. 23).
Quando se fala em política de inclusão de alunos que apresentem necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino surge o desafio de rever conceitos e linhas de pensamentos, assim como desenvolver as habilidades de respeito as diferenças e atendimento as necessidades, resume-se em atitudes que vão além da permanência física dos alunos especiais na escola.
A escola não pode apenas oferecer atendimento especializado “entre quatro paredes” a esse público, mas mobilizar toda a equipe em prol de uma educação de qualidade que contemple e coloque em prática o que se diz na Legislação brasileira vigente. É a partir da avaliação realizada e das observações feitas que poderão formalizar um apoio pedagógico especializado para atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos.
Para aqueles alunos que apresentem dificuldades marcantes de aprendizagem ou dificuldades diferenciadas dos demais alunos, demandem ajuda e apoio intenso e contínuo e cujas necessidades especiais não puderem ser atendidas em classes comuns, a equipe de avaliação poderá encaminhar para atendimento específico em classes especiais. Em suma, a escola deve identificar a melhor forma de atender às necessidades educacionais especiais de seus alunos, no processo de aprendizagem, diagnosticando sua realidade educacional e implantando políticas de serviços e de funcionamento, principalmente dentro da comunidade escolar, favorecendo assim o sucesso escolar de todos os alunos.
Sendo assim, os alunos que apresentam necessidades especiais e que requer atenção especial, podem ser atendidos de acordo com as necessidades e de maneira articulada.
			A inclusão da educação especial e o papel do professor
A temática mais discutida no nosso país nas últimas décadas no que se refere à Educação Especial, com certeza trata-se da inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino. Embora que por muito tempo, tal assunto tenha ficado restrito ao debate nos âmbitos educacionais, hoje se torna proposta de intervenção direcionada pela legislação vigente e ainda faz parte das políticas públicas educacionais.
Os cursos de Formação de Professores deveriam conter em seus currículos essa temática, para aprendizagens que possam assegurar de forma significativa os alunos, suas famílias, seus professores, da própria escola, as atividades dentro e fora das escolas. Para tanto, o Projeto das universidades deveria também ser revestido com o compromisso político da inclusão. Seria dessa forma uma maneira de promover habilidades político-pedagógicas com os professores em prática bem resumida, de uma maneira que ao se inserir no mercado de trabalho, ou seja, nas salas de aulas, oferecerem uma educação mais conscientizadora aos seus educandos, respaldada por uma política inclusiva que é ensinar a entender e se adaptar aos valores inclusivos pela conscientização do professor nesse contexto.
Para que aconteça um ensino de qualificado para crianças com necessidades especiais na perspectiva de uma educação inclusiva é preciso conscientizar e formar adequadamente e que ainda vá além da inclusão de alunos que apresentam deficiência, pois esses não são os únicos excluídos do processo educacional. Fora verificado que os profissionais em educação têm se exposto suas incapacidades em pleitear com esse público que, devido a um motivo ou outro e até mesmo de aprendizagem, são ditos fracassados na escola.
Sendo assim, deprecia-se cada vez mais de um consentimento de forma geral da proposta de inclusão e a conscientização da importância de oferecimento do acesso à Educação Especial àqueles que em sua maioria tem sido excluído do sistema de ensino. Ao adotarmos a educação inclusiva desenvolveremos um trabalho preventivo a fim de talvez equiparar as oportunidades. Vale sempre destacar que a inclusão de alunos com deficiência na rede regular de ensino não consiste apenas na sua permanência junto aos demais alunos, mas trata-se de uma reestruturação do sistema educacional, o que vai causar uma mudança radical para oferecer um melhor atendimento especializado a esses alunos, respeitando suas diferenças e atendendo às suas necessidades.
		Capítulo IV – Proposta de intervenção
O fornecimento de estruturas básicas como reestruturação de programas educacionais e formação continuada aos professores, dentre outras ações e diretrizes deverão enfatizar amplos princípios e processos de ensino/aprendizagem. Para isso, será necessário decompor e desaprender certos preconceitos e mitos já construídos a respeito daqueles considerados impedidos ou incapazes de aprender.
Mediante o exposto, a escola deverá propor alternativas e soluções, implantando diversas formas para lidar com as diferenças. Alunos, professores, técnicos, especialistas, pais, agentes do poder público e comunidade, ou seja, todos os envolvidos no processo, devem adotar o compromisso da desconstrução e implantação da política educativa da inclusão. A contribuição de um profissional capacitado é essencial e obrigatória dentro dos padrões que determina o MEC/SEESP, 1994:
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial (MEC/SEESP, 1994. P. 60).
Precisa adotar programas de capacitação, supervisão e avaliação que sejam realizados deforma integrada e permanente. A formação implica um processo contínuo que precisa ir além da presença de professores em cursos que visem mudar sua ação no processo ensino-aprendizagem. O professor precisa ser auxiliado no que diz respeito à reflexão sobre a sua prática, de sua ação, buscando aprimorar o ensino oferecido em sala de aula. Na inclusão educacional, torna-se necessário o envolvimento de todos os membros da equipe escolar no planejamento de ações e programas voltados à temática. Docentes, diretores e funcionários apresentam papéis específicos, mas precisam agir coletivamente para que a inclusão escolar seja efetivada nas escolas. Por outro lado, torna-se essencial que esses agentes deem continuidade ao desenvolvimento profissional e ao aprofundamento de estudos, visando à melhoria do sistema educacional. No que se refere aos diretores, cabe a eles tomar as providências correspondentes e essenciais para efetivar a construção do projeto de inclusão, envolvendo-se na organização de reuniões pedagógicas, desenvolverem ações voltadas aos temas relativos à acessibilidade universal, às adaptações curriculares, bem como convocar profissionais externos para dar suporte aos docentes e às atividades programadas. Além disso, o administrador necessita ter uma liderança ativa, incentivar o desenvolvimento profissional docente e favorecer a relação entre escola e comunidade e ainda na busca da disponibilização dos meios e recursos para a integração dos alunos com necessidades especiais.
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando que a atenção dada à Educação Inclusiva ainda tem sido pouco vivenciada nas escolas atuais, buscamos apontar soluções para que essa proposta possa ser vivenciada, e para que isso aconteça precisa-se que haja interesse, novas maneiras de conhecer e assimilar técnicas educacionais dentro da escola, para que reflita na sociedade de forma positiva, pois,devemos ser sujeitos de ocorrência e não apenas de constatações. As principais análises marcaram que a educação inclusiva ainda é vista pelos profissionais envolvidos sob diferentes aspectos.
A escola é um espaço ao qual todos têm direito ao acesso, porém é de suma importância que aqueles que nela ingressam tenham todas as suas necessidades verdadeiramente atendidas. Os alunos com deficiência não são diferentes dos demais ditos “normais”, pois, cada sujeito apresenta a sua singularidade e a escola como instituição que atende a todos deve levar essa singularidade em conta em cada sujeito que atende.
Sabe-se que ainda existe muito preconceito contra os alunos com deficiência, porém, também já foram quebradas muitas barreiras. Prova disso é o maior acesso destes à escola regular. E não apenas o acesso, mas o acompanhamento, o desenvolvimento que muitos têm conseguido atingir.
O posicionamento da maioria deles evidencia uma posição favorável à inclusão dos alunos com deficiência na educação comum, talvez pelo fato de esse tema estar sendo até observado e discutido no momento, pareceu valorizado. Docentes e diretores parecem crer que a educação inclusiva é uma proposta viável, mas que, para ser efetivada, necessita de profundas transformações na política e no sistema de ensino vigente.
Ainda há muito para fazer, mas a bandeira da inclusão já foi levantada e tem conseguido fazer a luta valer a pena. Com isso ganham a sociedade, a escola, a família e os alunos com deficiência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAPTISTA, Cláudio Roberto e ROSA, Cleonice (orgs). Reflexões e projetos de intervenção. Porto Alegre. Artmed, 2002.
CAMARGO, Jr. Walter. Transtornos invasivos do desenvolvimento: 3º milênio. Secretaria Especial dos direitos Humanos, Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, Brasília, 2005.
CRISTOVAM, Poliana Fragatti; PIRES, Marta Maria Gonçalves Balbé; FERRAZ, Ms Dirce Huf. BIBLIOTECA ESCOLAR: o uso da hora do conto como inclusão social. In: Anais do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação-FEBAB. 2019.
FRIAS, Elzabel Maria Alberton, MENEZES, Maria Christine Berdusco. Inclusão Escolar do Aluno com Necessidades Educacionais Especiais. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1462-8.pdf. Acesso 02 nov. 2019.
GUIMARÃES, Aurenita Barbosa; MAFRA, Luciana Dantas. INCLUSÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS: ESTUDO SOBRE A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO NAS ESCOLAS DA CIDADE DE MOSSORÓ. Revista Includere, v. 3, n. 1, 2017.
Lei 13146. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em 02 nov. 2019.
MANTOAN, Maria Teresa Englér. Inclusão Escolar: O que é? Porque? Como Fazer?. 1ª edição. Editora Moderna, 2003.
MAZZOTA, M. J. S. Educação especial no Brasil: Histórias e Políticas Públicas. São Paulo: Cortez. 1996.
MEIRIEU, Philippe; DE QUEIROZ, Sávio Silveira. O cotidiano da escola e da sala de aula: o fazer eo compreender. Porto Alegre: Artmed, 2005.
MIRANDA, Theresinha Guimarães, FILHO, Teófilo Alves Galvão. O professor e a educação inclusiva. Editora Universidade Federal da Bahia, 2012.
SKLIAR, C. Uma perspectiva sócio-histórica sobre a psicologia e a educação dos surdos. In: SKLIAR, C. (Org.). Educação e exclusão: abordagens socioantropológicas em educação especial. Porto Alegre: Mediação, 1997. p. 105-153. (Cadernos de autoria, 2).