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1 O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DO ALUNO COM DISLEXIA THE STUDENT LITERACY PROCESS WITH DYSLEXIA ADRIANA DA SILVA OLIVEIRA¹, MARINA ALVES DE OLIVEIRA RODRIGUES², NAYARA LOPES SIQUEIRA³, ROSÂNGELA APARECIDA CARDOSO4 RESUMO O objetivo deste trabalho é compreender o processo de alfabetização do aluno com dislexia e os métodos pedagógicos que facilitam o ensino-aprendizagem dentro da sala de aula. Consequentemente, torna-se importante entender o que é dislexia, como ocorre esse transtorno específico da aprendizagem e a possibilidade de aprendizagem da leitura e da escrita por esse aluno. A metodologia escolhida foi a pesquisa bibliográfica com base em artigos, livros e sites referentes à alfabetização, à dislexia e ao desenvolvimento das crianças disléxicas. Dessa forma, acredita-se que o presente trabalho contribuirá para os estudos sobre a alfabetização do aluno com dislexia, sanando, assim, dúvidas em relação ao transtorno e demonstrando que é possível desenvolver a leitura e a escrita do referido aluno. Palavras-chave: Dislexia. Processo de Alfabetização. Professor. Aluno disléxico. ABSTRACT The aim of this work is to understand the student's literacy process with dyslexia and the pedagogical methods that facilitate teaching learning within the classroom. Consequently, it is important to understand what dyslexia is, how this specific learning disorder occurs and the possibility of learning to read and write by this student. The methodology chosen was bibliographic research based on articles, books and websites related to literacy, dyslexia and the development of dyslexic children. Thus, it is believed that the present work will contribute to studies on the literacy of students with dyslexia, thus resolving doubts regarding the disorder and demonstrating that it is possible to develop reading and writing for that student. Keywords: Dyslexia. Literacy Process. Teacher. Dyslexic student. 1 Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Unida de Campinas – FacUnicamps. Email: oliveiraadriana31@gmail.com 2 Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Unida de Campinas – FacUnicamps. Email: marinaoliveirarodrigues86@hotmail.com 3 Graduanda do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Faculdade Unida de Campinas – FacUnicamps. Email: nlopes124@gmail.com 4 Professora Orientadora, Doutora em Letras e Linguística, Faculdade Unida de Campinas – FacUnicamps. Email: rosangelaacardoso@gmail.com FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS – facUNICAMPS Recredenciada pela Portaria MEC n°262 de 18/04/2016 mailto:oliveiraadriana31@gmail.com mailto:marinaoliveirarodrigues86@hotmail.com mailto:nlopes124@gmail.com mailto:rosangelaacardoso@gmail.com 2 1 INTRODUÇÃO O principal objetivo deste trabalho é compreender o processo de alfabetização do aluno com dislexia e os métodos pedagógicos que facilitam o processo de ensino-aprendizagem dentro do espaço escolar, já que o transtorno de aprendizagem é caracterizado por comprometimento na leitura e escrita. Considera-se que alfabetizar qualquer indivíduo, seja com ou sem impedimento de aprendizagem, não é uma tarefa fácil e pela dislexia ser mais visível na criança a partir dessa iniciação da alfabetização, podem confundir as suas dificuldades com as comuns e esperadas neste processo. Assim, torna-se evidente a necessidade da atenção sobre dislexia por parte dos professores no período da alfabetização, pois é a fase que a criança com dislexia precisa do empenho, paciência e esforço do docente para vencer esses obstáculos e neutralizar a frustração enfrentada por esse aluno. Diante de que esta criança ainda poderá se tornar um cidadão que venha a ter muitas dificuldades futuramente, caso não seja alfabetizada adequadamente. Quanto mais rápido for o diagnóstico, maiores são as chances de um tratamento qualificado e apropriado, com finalidade de obter a aprendizagem satisfatória dentro das capacidades do disléxico. Desse modo, pode-se ajudar a reduzir as dificuldades na decodificação. Tendo a ciência dos empecilhos que implicam na aprendizagem desses alunos e a relevância do professor em incentivar e auxiliar no desempenho escolar, recorrendo a métodos coerentes com a capacidade do estudante disléxico, salienta-se que o auxílio da escola e da família é necessário no segmento da aprendizagem. Normalmente o aprendiz com dislexia apresenta baixa autoestima, capaz de ocasionar a falta de interesse em aprender e, com isso, o abandono dos estudos, pois necessita do apoio de um conjunto para alcançar suas potencialidades e não se deve responsabilizar o educador pelo fracasso escolar desse aluno. Portanto, espera-se que, ao final desta pesquisa, os professores atuantes em séries iniciais e estudantes de Pedagogia compreendam a importância de entender mais profundamente sobre essa dificuldade da aprendizagem e as possibilidades de aquisição da leitura e escrita do estudante com dislexia dentro das suas habilidades e limites cognitivos. Assim, pode-se refletir que dislexia não é sinônimo de falta de interesse do aluno, apenas falta de compreensão do professor sobre o assunto. 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO Para a presente pesquisa, consideram-se as abordagens teóricas fundamentadas nas ideias de Muszkat e Rizzutti (2017), Assunção (2018), Cabral e Pinheiro (2017), Mello (2018), Garcia (2017), Silva (2017), Gonçalves (2019), Veras (2013), entre outros autores que discorrem a respeito das definições sobre dislexia e a forma de ensino dos indivíduos diagnosticados. Embora no final do século XIX tenham surgido as primeiras discussões sobre dislexia, e atualmente o tema ser debatido em artigos e livros, ainda não é um assunto tão presente nos componentes curriculares dos cursos de licenciatura e muitas vezes não são de conhecimento dos educadores e gestores escolares. Conforme Fonseca (1995, apud GARCIA, 2017), o aluno com dislexia não aprende com os métodos convencionais, pois, a parte cerebral responsável por analisar e identificar palavras permanece inativa, levando a criança a esquecer aquilo que foi aprendido. Isto ocasiona a dificuldade na escrita e leitura, visivelmente, nos anos iniciais escolares do aprendiz disléxico, e a situação tem a tendência à piora quando se usam metodologias sem adaptações para suprir esta dificuldade, fazendo com que o educando não consiga compreender os conteúdos. A falta de entendimento sobre o assunto por parte do docente também pode gerar atitudes e avaliações precipitadas em relação à aprendizagem desse aluno. Por estar diariamente com o educando, se espera a capacidade do professor de perceber as suas necessidades e dificuldades e como ajudá- lo a superá-las. Há uma carência de entendimento de como se dá o processo de alfabetização da criança com dislexia, o que acarreta rendimento escolar e autoestima abaixo do esperado. A sensação de incapacidade dos seus próprios conhecimentos cresce dentro de si, levando-a a perder o interesse em aprender e, assim, ocorre o abandono escolar. Em suma, torna-se indispensável o conhecimento sobre a dislexia e como o docente pode melhorar o método de alfabetização desta criança na missão de proporcionar experiências positivas e gerar nela o respeito às suas limitações e ritmos de aprendizagem. 2.1 Processo de Alfabetização Alfabetizar não é simplesmente um processo em que a criança decora ou adquire o desenvolvimento da leitura e escrita, é muito mais que isso. Conforme Morais e Albuquerque (2007), a alfabetização é um processo de aquisição da escrita, ou seja, um conjunto de 4 metodologias adequadas para a didática de uma boa leitura e aptidão de codificação dos fonemas e grafemas, obtendo o domínio da escrita. É válido lembrar que esse processo é uma construção contínua, sendo desenvolvida no interior e exterior da sala de aula desde o primeiro contatoque o educando tem com a escrita. Enfatiza-se que não é simplesmente uma execução de associação entre palavras e leitura e cada aluno tem o seu caminho certo de aprender. Para Carvalho (2010), uma pessoa quando é letrada conhece o código alfabético, dominando palavras e sons apresentados, sendo capaz de ler textos pequenos, porém não é exatamente um usuário da leitura e escrita na vida cotidiana. O processo de alfabetização requer um desempenho fundamental não só do aluno como também do educador para que aconteça de forma eficaz a fim de que essa criança não venha ser prejudicada nas séries posteriores. Entretanto, o aluno também precisa envolve-se nas situações de desafios, propiciando a reflexão com relação à escrita. Acredita-se que o contato com o objeto de estudo propicia ao aluno desenvolver a habilidade de escrita e leitura de forma gradual (SANTOS et al., 2016). Vale ressaltar que, segundo Viana e Viana Júnior (2017), é habitual muitas crianças apresentarem problemas no início da alfabetização e haver persistência dessas dificuldades durante a continuação escolar, mas o docente precisa investigar quais são as formas de desenvolver as potencialidades dos educandos. Pois, alguns desses problemas pode ser em desenhar o formato da letra incorretamente, trocar as letras, não conseguir assimilar e transmitir o som da palavra. Para isso, é preciso que o educador compreenda e tente usar metodologias diversas com a finalidade de ajudar nas dificuldades e superá-las. Para Santos et al. (2016), é importante que os alunos adquiram habilidades necessárias neste processo de alfabetização para que possam ter total acesso aos conhecimentos e valores relevantes no contexto social em que vivem, isto é, o pedagogo precisa fundamentar-se e compreender a razão pela qual alguns alunos apresentam dificuldades nesse processo nas séries iniciais. Contudo, existe a falta de atenção dos alunos ou desinteresse nos estudos, que acaba aumentando os problemas de aprendizagem e, também, tem-se o docente, que muitas vezes é vencido pelo cansaço ou comodismo. Salienta-se que estes alunos podem demonstrar complicações na alfabetização mesmo não tendo alguma deficiência ou transtorno. Pode-se afirmar que a alfabetização faz parte da vida da criança e oportuniza a ter desenvolvimento no processo de leitura e comunicação e, não é necessário ser somente transmitida da forma escrita, mas também de forma lúdica. Como citado por Ferreiro (2004), o brincar é um meio em que o aluno se realizará e estará preparado para a autenticidade da vida cotidiana. Por fim, há também uma relevância de incentivar a oralidade antes mesmo de 5 ingressar na escola, já que, ela pode ser adquirida nos meios sociais em que se vive para comunicar uns com os outros e ajuda a estimular a criança antecipadamente no processo de alfabetização (FREDDI, 2018). 2.2 Dislexia: Contexto e Sintomas Conforme relatado por Muszkat e Rizzutti (2017), Assunção (2018) e Veras (2013), no final do século XIX surgiram as primeiras referências de dislexia pelos profissionais da área médica, pois começaram a se perguntar o motivo pelo qual algumas pessoas habilidosas em diferentes atividades com inteligência normal ou superior tinham grandes dificuldades ao iniciarem a prática da leitura e da escrita. Em 1887, o oftalmologista alemão Rudolf Berlin diagnosticou um paciente que apresentava grande dificuldade em ler e escrever, mas que desenvolvia outras habilidades. Sendo assim, Rudolf Berlin usou o termo dislexia pela primeira vez. Já o médico inglês Pringle Morgan (1896) analisou um paciente que tinha sua capacidade intelectual normal, porém, não conseguia ler. Assim, Morgan empregou o termo cegueira verbal para descrever esse acontecimento. Steverson (1907) foi um estudioso que encontrou em uma família seis casos de cegueira verbal, divulgando as possibilidades do transtorno ser hereditário. O termo dislexia voltou a ser utilizado em 1917 pelo oftalmologista James Hinshelwood, que concluiu por meio de suas pesquisas a dislexia como um problema congênito no cérebro. Por volta de 1925, o neurologista americano Samuel Orton iniciou suas pesquisas a fim de detectar as razões da dislexia. Conforme Orton (1925, apud MUSZKAT; RIZZUTTI, 2017), a dificuldade da leitura e escrita, ao que tudo indica, não tinha qualquer relação com dificuldades visuais, enfatizando que essa dificuldade vinha de um defeito na lateralização do cérebro, em outras palavras, uma desorganização entre os hemisférios cerebrais quando o indivíduo disléxico visualiza as palavras e relaciona ao som emitido. Como relata Veras (2013), foi de muita relevância as pesquisas na época, principalmente de oftalmologistas, em descobrir a dislexia como problema neurológico e não visual. Segundo Muszkat e Rizzutti (2017), o neurologista Norman Geschwind caracteriza o termo dislexia derivado da origem grega, sendo dys = disfunção e lexia = linguagem, dando amplitude no entendimento sobre esse transtorno de aprendizagem, diferente do significado proveniente do latim, sendo dys = dificuldade e lexia = palavra. Portanto, a dislexia é a 6 disfunção apresentada pela criança na leitura e escrita e pode ser manifestada de forma leve, moderada e severa. A Associação Brasileira de Dislexia (ABD) determina a dislexia sendo “[...] um Transtorno Específico de Aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração” (ABD, 2016). Trata-se de um conjunto de sintomas que resultam em pessoas com dificuldades nas habilidades específicas de soletração, escrita e leitura, associada com problemas de concentração, organização e memorização de curto prazo. Vale lembrar a existência dos dois tipos de dislexia, a adquirida por dano cerebral e a do desenvolvimento, no qual o indivíduo nasce com a dislexia. Conforme Cabral e Pinheiro (2017), aproximadamente 85% dos alunos que possui dificuldades de aprendizagens têm sintomas parecidos com a dislexia, o que torna importante o entendimento por parte do professor em relação ao assunto para não confundir com problemas comuns de aprendizagem. Veras (2013, p. 14) lista os sintomas da dislexia em conformidade com a ABD, esclarecendo que a criança disléxica pode apresentá-los com muita ou pouca frequência e não necessita a presença de todos os sintomas para detectar o transtorno. Quadro 1 – Sintomas da Dislexia Na primeira infância: Atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar; Atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio à pronúncia de palavras; Dificuldade aparente para a criança entender o que está ouvindo; Distúrbios do sono; Enurese noturna; Suscetibilidade a alergias e a infecções; Tendência a hiper ou a hipo-atividade motora; Choro recorrente e aparente inquietação ou agitação; Dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares. A partir dos sete anos de idade: Extrema lentidão ao fazer os deveres ou ocorrência de muitos erros nas tarefas pelo fato de terem sido feitas rapidamente; Pobre compreensão do texto ou falta de leitura do que escreve; Inadequação da fluência em leitura para a idade; Invenção, acréscimo ou omissão de palavras ao ler e ao escrever; Preferência por leitura silenciosa; Letra mal grafada e, até, ininteligível; borrões ou ligação entre as palavras; Omissão, acréscimo, troca ou inversão da ordem e da direção de letras e sílabas; Esquecimento daquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas; Maior facilidade, capacidade de bem transmitir o que sabe através de exames orais; Grande imaginação e criatividade; 7 Capacidade de desligar-se facilmente de qualquer contexto; Falta de concentração da atenção em um só estímulo; Baixa autoimageme autoestima; em geral, não gosta de ir à escola; Esquiva de ler, especialmente em voz alta; Dificuldade para lidar com as noções de espaço e tempo; sempre perde e esquece seus pertences; Mudanças bruscas de humor; Impulsividade e interrupção dos demais para falar; Timidez, sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria; Confusão entre direita e esquerda, em cima e em baixo; na frente e atrás; Lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros; Dificuldade para ler as horas, para sequências como dia, mês e estação do ano; Boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo; Pensamento por meio de imagem e sentimento, não com o som de palavras; Extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados; Tolerância muito alta ou muito baixa à dor; Muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir; Dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos; Dificuldades extrema para manter o equilíbrio e fazer exercícios físicos; Intolerância a muito barulho, o disléxico se sente confuso - desliga-se e age como se estivesse distraído nesse contexto. Fonte: VERAS (2013). O diagnóstico precisa ser feito por uma equipe multidisciplinar, o que às vezes torna os casos de dislexia difíceis de diagnosticar, pois precisa passar por diversas áreas médicas como fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo, oftalmologista, otorrino e às vezes até no neurologista para descartar qualquer outro tipo de transtorno de aprendizagem. Por ser complicado o diagnóstico, pode haver a desistência da família em tentar encontrar a razão da dificuldade de seus filhos. Mas apesar da dificuldade do diagnóstico em alguns casos, quanto mais cedo for descoberto, melhor será para a criança no âmbito escolar e pessoal. É comum o aluno disléxico perder a confiança em si mesmo e a motivação para continuar a aprender e, assim, acaba desistindo da escola. Cabral e Pinheiro (2017) chamam a atenção para os impactos da baixa autoestima da criança disléxica, resultando futuramente em dificuldades de integrar-se na sociedade e o risco de desenvolver comportamento antissocial. O suporte da escola, do professor e da família é importante na vida do disléxico na caminhada rumo à aprendizagem. 2.3 Amparo Legal Sabe-se da relevância da escola em preparar os indivíduos para exercer seu papel de cidadão crítico, reflexivo e participativo na sociedade e a presença de leis que vigoram o Sistema Educacional Inclusivo no Brasil, exemplo a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), na busca de tornar as escolas mais democráticas e acessíveis a todos. Assim, torna-se imprescindível o 8 conhecimento dos pais de alunos disléxicos nas leis que garantem o ingresso e a continuidade de seus filhos nos meios educacionais. Na Constituição Federal de 1988, o Art. 205 presume que: Art. 205 - A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Observa-se que o art. 205 da Constituição Federal é bem amplo e abrange todos os indivíduos. Para Gonçalves (2019), a criança disléxica aprende de forma diferente dos demais, porém, conseguem acompanhar o ensino regular se houver suporte necessário ao aluno. Para isso, tem-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/1996, que assegura a esse aluno o direito ao atendimento educacional especializado, se houver a necessidade, no art. 4, inciso III: “Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1996). Conforme a Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, que garante ao aluno disléxico os seus direitos à educação, no art. 5º – Consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentam: I – dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos: a) Aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica; b) Aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências. (BRASIL, 2001). Constata-se que, a Constituição Federal, a LDB e a Resolução CNE/CEB nº 2 prevêm o direito educacional de todos à educação independentemente de suas habilidades. Mas no Brasil, ainda não existe uma lei específica referente a transtornos de aprendizagem que possa respaldar os pais quanto ao acesso escolar de modo abrangente. Assunção (2018) descreve que os pais têm dúvidas relacionadas a como proteger de maneira legal seus filhos dentro do espaço escolar, as modificações que precisam ser feitas para suprir as necessidades desses alunos e garantir sua permanência, entre outras inseguranças relacionadas à dislexia. Ressalta-se que, segundo o Instituto ABCD (2019), a dislexia não é considerada uma deficiência pela literatura médica, pois, eles consideram como transtorno neurobiológico de 9 condição permanente, prejudicando o desempenho escolar e o desenvolvimento do conhecimento e interferindo nas relações interpessoais e de trabalho. Já pela perspectiva biopsicossocial (biológica, individual e social), a dislexia gera uma deficiência por dificultar ou impedir a participação na sociedade de disléxicos sem condições de igualdade em relação às outras pessoas. 2.4 Aprendizagem da Leitura e Escrita do Aluno Disléxico Compreende-se que a escola é responsável pelo processo educacional de todas as crianças e cabe ao professor buscar metodologias que possibilitem o aprendizado dos educandos, independentemente de suas habilidades de aprendizagem. Como dito anteriormente, o diagnóstico antecipado da dislexia ajuda muito o docente a preparar e auxiliar a criança disléxica diante dos obstáculos apresentados durante o processo de alfabetização. Conforme Gonçalves (2019), o diagnóstico prematuro da dislexia pode evitar situações constrangedoras no ambiente escolar, como também, na convivência familiar do aluno. Entretanto, segundo Muszkat e Rizzutti (2017), o professor precisa ter cuidado ao estabelecer o pré-diagnóstico de dislexia antes mesmo de a criança obter a maturação linguística, que ocorre por volta dos sete anos de idade. Outra coisa que os autores chamam a atenção é o entendimento sobre os subtipos de dislexia, embora exista uma variação de nomes para essas classificações. Segundo Assunção (2018) e Garcia (2017), a dislexia pode ser classificada em três subtipos: dislexia auditiva (fonológica ou disfonética), cuja dificuldade do aluno está em distinguir os sons das palavras, prejudicando a escrita; dislexia visual (ortográfica ou diseitética), o aluno tem uma complicação em converter letras em sons e, por último, a dislexia mista (aléxico) sendo a junção dos dois subtipos mencionados anteriormente. No quadro 2 é possível visualizar as características apresentadas pelo aluno disléxico dependendo de qual subtipo ele pertence. Vale ressaltar que tanto a dislexia auditiva como a visual não está associada de fato a problemas de visão e audição. Por outro lado, esses problemas podem coexistir com a dislexia (GARCIA, 2017). Quadro 2 – Subtipos de dislexia Deficiência auditiva - fonológica ou disfonética. Trocas de fonemas (sons) e grafemas (letras diferentes). Ex.: moto – modo; 10 Alteração na ordem das letras e silabas. Ex.: azedo – adezo; Omissão e acréscimos. Ex.: escola – ecola; Substituição de palavras por sinônimos ou trocas de palavras por outras visualmente semelhantes.Ex.: infâmia – infância. Deficiência visual - ortográfica ou diseitética. Leitura silábica, sem conseguir a síntese das palavras. Ex.: comigo – com-migo; Aglutinações e fragmentações de palavras. Ex.: fazer isso – fazerisso; Troca por equivalentes fonéticos. Ex.: vaca – faca; Maior dificuldade para leitura do que para escrita. Fonte: ASSUNÇÃO (2018). Conforme Fernandes e Penna (2008), o aluno com dislexia demonstra impedimento e contratempo em organizar, copiar e concluir as tarefas. Esse transtorno também pode estar ligado a outras disfunções de aprendizagem como a disgrafia: atraso no desenvolvimento da escrita, principalmente em escrita cursiva; discalculia: dificuldade em calcular, normalmente por não entender o enunciado das questões; TDAH: caracterizado por desatenção, inquietude e impulsividade; dispraxia: afeta o equilíbrio, a coordenação, a linguagem e o pensamento; e entre outras comorbidades (CABRAL; PINHEIRO, 2017). Apesar da complexidade, é fundamental entender à dislexia para, assim, poder-se tomar providências corretas de intervenções na melhoria do processo de alfabetização. Como descrito por Shaywitz e Shaywitz (2006), é primordial que o docente preste atenção nas deficiências e nas capacidades, mas não esquecer que é por meio das capacidades que a criança é definida. Entende-se que as metodologias são de grande importância para desenvolver o processo da leitura e escrita e que um método pode ou não funcionar com um determinado aluno. Contudo, cabe ao professor ser compreensivo e traçar novas metas para seguir com o processo da alfabetização. É na fase da alfabetização que aluno com dislexia apresenta sua maior dificuldade. Desse modo, a maioria dos autores descreve dois métodos mais utilizados no processo com o 11 disléxico, sendo eles o método fônico e o método multissensorial. O primeiro é mais indicado para o início da alfabetização e contém os objetivos de desenvolver as aptidões metafonológicas e ensinar correlações grafofonêmicas. O método fundamenta-se em que o educando disléxico apresenta complicações em manipular, segmentar e distinguir os sons da fala, por isso, as atividades de consciência fonológica ajudam a criança disléxica na compreensão das relações entre letras e sons (MELLO, 2018). As atividades referentes à consciência fonológica devem ser desenvolvidas de forma lúdica, sistemática e por níveis (do mais fácil ao mais complexo). Com isso, Fernandes e Penna (2008, apud BELLO; RIBEIRO, 2017) descrevem como introduzir a criança neste processo, começando a apresentar as vogais, seguir para as consoantes de som único (f, j, m, n, v, z), consoantes que apresentam mais de um som (l, s, r, x), consoantes de difícil declamação (b, c, p, d, t, g, q), consoantes pouco utilizadas (k, w, y), os dígrafos (ch, nh, lh, rr, ss, gu, qu) junto com o cedilha e, por fim, os encontros consonantais. O método fônico colabora também no ensino de crianças sem dificuldades em leitura e escrita. Já o método multissensorial permite ao professor desenvolver a linguagem escrita do educando disléxico mediante as combinações diferentes de modalidades sensoriais (auditiva, visual, sinestésica e tátil). O método faz a união dos aspectos auditivos (forma fonológica), aspectos visuais (forma ortográfica) e aspectos sinestésicos (movimentos necessários para escrever a palavra). A psiquiatra e educadora Maria Montessori foi uma pioneira desse método, defendendo a participação ativa do aluno durante o processo de aprendizagem. O neurologista Samuel Orton propôs uma mudança no método multissensorial, a começar o ensino das relações entre letras e sons, acrescentando as unidades gradualmente para palavras, e depois, chega-se às frases (MELLO, 2018). O soletrar oral simultâneo é a técnica fundamental do método multissensorial, e consiste em a criança olhar a palavra escrita, repetir a leitura da palavra lida pelo professor, escrevê-la falando o nome de cada letra e, por fim, fazer a leitura da palavra que acabou de escrever. Essa técnica tem a utilidade de tonificar a ligação entre leitura e escrita e é indicado a crianças mais velhas que apresentam fracasso escolar, apesar de ser um processo de intervenção mais longo, porém, eficaz (MELLO, 2018). Desta forma, o desenvolvimento do aluno disléxico diante do processo de alfabetização dependerá do conhecimento do professor sobre suas particularidades e, assim, sugerir metodologias que estejam de acordo com as suas habilidades e limites. Conforme Garcia (2017), cabe ao professor propor atividades que contribuam para o processo de alfabetização da criança, propiciando estímulos aos seus alunos com ou sem problemas de aprendizagem e motivar a ler e a escrever. O planejamento com atividades lúdicas 12 são ferramentas bem-sucedidas para trabalhar com crianças, independentemente do distúrbio de linguagem. Uma variedade de atividades pode ser elaborada, como por exemplo: rimas, músicas, jogos, quebra-cabeças, jogo dos sete erros, caça-palavras. Ademais, o emprego de rimas é adequado à compreensão entre letras e sons. (BELLO; RIBEIRO, 2017). Por outro lado, como afirma Assunção (2018), a escola é essencial para incluir os responsáveis pelo aluno no processo de aprendizagem e, no caso da dislexia, ajudá-los a entender e compreender a disfunção da linguagem e escrita. É importante o conhecimento da escola e da família sobre os possíveis problemas emocionais que a criança possa apresentar, a fim de levantar e preservar a autoestima desses educandos. Diante do exposto, apesar da ligação entre evasão e fracasso escolar com a dislexia, ressalta-se que por intermédio de uma mediação coerente, dedicação e esforço, a criança disléxica é capaz de vencer as adversidades, alcançando o êxito escolar (SILVA, 2017). 3 METODOLOGIA No desenvolvimento do presente Trabalho de Conclusão de Curso, a metodologia utilizada foi a de consulta a fontes bibliográficas para fundamentação teórica, pois, busca-se a compreensão direta e nítida em referência ao tema pesquisado. A escolha do tema surgiu a partir do questionamento reflexivo acerca do conteúdo estudado durante o curso de Pedagogia e as aulas online da disciplina de Educação Inclusiva. O trabalho desenvolveu-se no período de três meses em que foi selecionado e analisado todo material necessário para a elaboração da pesquisa. Esta pesquisa trata-se de uma análise realizada a partir da pergunta: Como é o processo de alfabetização do aluno disléxico? Afinal, o termo não é discutido em muitos cursos de licenciatura e existe a possibilidade de haver dentro da sala de aula um aluno com dislexia. Acredita-se que o conhecimento de qualquer transtorno ou deficiência por parte do professor, já é válido para elaborar estratégias de ensino conforme as habilidades que este aluno apresenta, e com a dislexia não é diferente. Diante disso, a pesquisa baseia-se nas teorias dos autores Assunção (2018), Bello e Ribeiro (2017), Brandão e Rosa (2010), Cabral e Pinheiro (2017), Costa (2008), Ferreira (2004), Garcia (2017), Gonçalves (2019), Mello (2018), Morais e Albuquerque (2007), Muszkat e Rizzutti (2017), Rojo (1998), Santos et al. (2016), Silva (2017), Veras (2013), Viana e Viana Junior (2017). 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 13 Ao considerar o apresentado no referencial teórico, compreende-se o valor de debater a respeito da dislexia, visto que, mesmo com pesquisas crescentes na área educacional e da saúde, ainda existe desconhecimento em relação ao tema, seja por parte de escolas, professores ou famílias. A desinformação a respeito da dislexia acarreta problemas na aprendizagem do aluno e proporciona uma experiência ruim em sua vida escolar. Espera-se que a escola e o professor em conjunto com a família possam ajudá-lo a vencer as barreiras e as adversidades impostas pelo transtorno. Para que esse aluno disléxicopossa viver no meio social de forma digna, sem ser rotulado de preguiçoso, esquecido ou desorganizado, precisa-se que a escola não negue a sua acessão escolar, proporcione os recursos necessários para o seu ensino, guie os pais que, muitas vezes não ouviram falar de dislexia, e oriente os professores quanto aos meios de conseguir desenvolver este aluno. Os educadores também precisam fazer a sua parte, buscando se aprofundar no assunto, seja mediante pesquisas na internet ou em cursos sobre a dislexia. A família pode, também, buscar ajuda na Associação de Dislexia para entender de que maneira ajudar e lidar com seus filhos. Estima-se que o apoio das pessoas do círculo de vida de quem tem dislexia ajude a pessoa disléxica a compreender sua disfunção e lidar com ela de forma melhor. Lembrando que a dislexia é uma condição permanente, mas existe a possibilidade de ensinar a ler e escrever ao utilizar métodos corretos para a alfabetização. O disléxico tem seus direitos garantidos pela Lei para ter acesso educacional e, por isso, não se pode negar seu acesso. Mas muitas vezes na prática ocorre um descaso com o aluno. Daí já se percebe a necessidade de saber sobre dislexia. 4.1 Aquisição da Leitura e Escrita Quando se fala em alfabetização imagina-se que é apresentada justamente nas séries iniciais ou até mesmo na educação infantil. Mas, alfabetizar é um processo que precisa ser executado em seu devido tempo, de acordo com o desenvolvimento de cada aluno. É um processo que deve ser trabalhado continuamente para que o aluno possa realmente se desenvolver. Conforme Brandão e Rosa (2010), a alfabetização passa a ser compreendida como um longo processo em que se espera que a criança venha aprender a ler e a escrever pequenos textos. Contudo, é possível perceber que esse processo não é apresentado como algo novo na escola, pois o sujeito está inserido em uma sociedade a qual a criança tem acesso a livros, vídeos, jornais e inúmeras formas de aprender. Para Brandão e Rosa (2010), acredita-se que a 14 alfabetização começa muito antes da escola e, ao ingresso à educação infantil, o educando já tem um conhecimento prévio do mundo, cabendo ao professor descobrir e estimulá-lo a encontrar e saber o verdadeiro sentido da escola. Não se trata apenas da alfabetização como ato de ler e escrever. Esse é um processo muito amplo que envolve tudo ao redor do aluno e as práticas do cotidiano de cada um faz com que aprenda-se a linguagem do mundo. Segundo Rojo (1998), a escola não precisa se preocupar em si com a aprendizagem, mas sim com as oportunidades para as crianças vivenciarem o que precisa ser aprendido. Elas precisam sentir e vibrar o real significado da alfabetização, pois sem esse interesse, as atividades da escola não passarão de um simples jogo ou obrigação. Levando em consideração que nesse processo podem surgir dificuldades tanto para o professor quanto para o aluno é preciso estar preparado para essas questões e saber lidar com cada uma delas. O aluno poderá não dar conta de acompanhar os colegas e, neste caso, uma orientação ou um apoio a ele pode ajudar nas dificuldades ao tentar ler uma palavra ou até mesmo em escrever ou decodificar as letras. Assim, Costa (2008) descreve que os professores além de obterem técnicas, devem procurar novas formas para estimular os alunos, pois ele é o agente que impulsiona o processo da leitura e escrita. Portanto, é necessário o esforço e preparação do educador, para que as crianças sejam realmente alfabetizadas e venham aprender a leitura e a escrita e não somente passar pela etapa da educação infantil e do ensino fundamental. Pois, uma das funções do educador é criar metodologias diversas, a fim de proporcionar que todos os componentes da sala de aula participem da aquisição do conhecimento na linguagem escrita e leitura. De acordo com Ferreiro (2004, p. 84), “um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a confiança na sua própria capacidade de pensar”. 4.2 Importância de Saber Sobre a Dislexia Considerando-se os resultados obtidos em relação à dislexia, as pesquisas durante o século XIX foram essenciais para livrar os indivíduos disléxicos de falsos diagnósticos relacionados a problemas de visão, audição, coordenação motora e até deficiência intelectual. A descoberta da origem e manifestação do transtorno possibilitou traçar os sintomas manifestados por esses indivíduos e entender como funciona o pensamento de quem tem dislexia. Como descrito no livro Dislexia: causas e consequências, de Cabral e Pinheiro (2017), foi realizada uma pesquisa via ressonância magnética pelos neurocientistas da Georgetown 15 University Medical Center com mulheres, homens e crianças com e sem dislexia. Concluiu-se que homens disléxicos apresentam um volume de massa cinzenta de menor proporção na parte do cérebro em que o ocorre o processamento da linguagem, ao passo que nas mulheres, esse volume de massa cinzenta mostrou-se menor na parte cerebral responsável pelo processamento sensorial e motor. Para os pesquisadores, essas informações não deixam claro se o transtorno é mais notório em homens do que em mulheres. Todavia, permitem entender de que maneira a dislexia age em ambos os sexos, auxiliando a compreensão da origem do transtorno e a relação entre linguagem e processamento sensorial. Esses estudos ainda comprovam que o desenvolvimento cerebral da criança com dislexia é diferente da criança sem dislexia e, outro dado observado, foi que ao tentar ler, crianças e pessoas com dislexia apresentam um nível de atividade menor no hemisfério esquerdo do cérebro. Percebe-se, por meio dessa pesquisa, que o cérebro dos disléxicos funciona de forma diferente das pessoas que não apresentam o transtorno, mas isto não implica na capacidade de aprender de quem tem dislexia. Eles apenas têm um olhar diferente de compreender e pensar. Logo se faz necessário o entendimento de que alguns métodos e ações utilizados normalmente na alfabetização podem não ser suficientes no desenvolvimento da leitura e escrita desse aluno. Daí a relevância do diagnóstico precoce com o intuito de proporcionar uma intervenção adequada durante a alfabetização da criança disléxica. Garcia (2017) exemplifica sobre o Teste de Dislexia Internacional, adaptado para o português e que consiste em testar escrita, leitura, matemática, raciocínio, alguns procedimentos fonoaudiológicos, auditivos, visuais e dificuldades motoras nos alunos que apresentam sintomas de dislexia. Contudo, não descarta a possibilidade de um diagnóstico envolvendo profissionais especializados. No caso de alunos provenientes da rede pública, os diagnósticos são raros, pois devido às condições financeiras das famílias, muitos não conseguem consultar os filhos com neurologistas ou outro especialista, além da ausência de orientação sobre dislexia, seja por parte da escola ou do docente. Atualmente, devido à internet, existem sites que falam de transtornos de aprendizagem como a dislexia na busca de auxiliar pais e professores. No site do Instituto ABCD, encontram- se materiais de apoio aos educadores, um curso gratuito referente à “o que é dislexia”, cursos pagos para o entendimento dos métodos utilizados na aquisição do conhecimento, dicas de aplicativos e softwares que facilitam a aprendizagem do aluno disléxico, uma base de apoio às famílias com dicas de centros de avaliação e tratamento, clínicas, escolas e especialistas, projetos e os direitos do aluno com dislexia. A ABD também conta com cursos, palestras e 16 projetos voltados à dislexia e fornece suporte a pais e alunos que podem entrar em contato por meio do telefone ou e-mail da associação. Mesmo assim, ainda existem muitas crianças e pessoas que têm dislexia e não sabem. Vivem sem entender o motivo de não aprender como os outros. A ausência de conhecimentoe diagnóstico faz a criança se sentir diminuída, a perder o gosto por estudar, baixa autoestima, ansiedade, afeta na relação com os companheiros de sala e até com a própria família. A vergonha e a raiva passam a ser sentimentos constantes. Silva (2017, p. 21) relata que “Esse sentimento é aflorado por ela não entender o porquê de ser diferente das outras”. Devido à falta de atenção da escola e dos pais, alguns passam a faltar nas aulas e chegam a abandonar os estudos. A importância de saber sobre dislexia vem do esforço de evitar que essa criança se torne um adulto antissocial, sozinha e com vários problemas emocionais. É preciso a mediação da escola e do professor, ao perceber aspectos da dislexia em determinado aluno, junto com a família na intenção de exercer o direito dessa criança à educação. A dislexia não é sinônimo de burrice e, o fato de apresentar disfunção na linguagem escrita e leitura, não quer dizer falta de habilidades em outras áreas como canto, teatro e até nos esportes. 4.3 Direito da Criança Disléxica Conforme o Instituto ABCD, estima-se que 7,8 milhões de brasileiros têm dislexia, correspondendo a 4% da população no país. Muitas delas, são diagnosticadas de forma errada ou sem atendimento educacional devido à ausência de políticas públicas, à má implementação da educação inclusiva nas escolas e à omissão de apoio pela sociedade. Compreende-se que é de incumbência do Estado e da escola promover a inclusão, seja do aluno deficiente ou com qualquer tipo de transtorno de aprendizagem, o que torna importante o conhecimento pela família das legislações que garantem o acesso à escola do aluno com dislexia. Segundo Assunção (2018), apesar da Constituição Federal garantir o atendimento educacional especializado e igualdade de admissão e continuidade escolar, muitos pais relatam o obstáculo da escola em aceitar a dislexia da forma que ela é, um transtorno específico de aprendizagem, chegando às vezes a proibir o acesso do aluno. Diante disso, em 08 de janeiro de 2015, a ex-presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 13.085, em que estabelece o Dia Nacional de Atenção à Dislexia, comemorado no dia 16 de novembro. Consta no parágrafo único da Lei: 17 O Dia Nacional de Atenção à Dislexia será comemorado com eventos sociais, culturais e educativos destinados a difundir informações sobre a doença, conscientizar a sociedade e mostrar a importância do diagnóstico e tratamento precoces. (Lei nº 13.085/ 2015). A Lei nº 13.085 ao afirmar a dislexia como doença difere de estudos de alguns autores. Por outro lado, acredita-se que a criação dessa data abre os horizontes ao conhecimento por parte das pessoas a respeito da dislexia. Também é uma ocasião aos profissionais especializados de apresentar palestras, oficinas e debates para a conscientização e entendimento com relação ao transtorno de aprendizagem. Estima-se que a data seja lembrada nos ambientes educacionais e pelos profissionais (MELLO, 2018). A despeito de a dislexia não ter uma lei específica, como já citado no presente trabalho, existe um projeto de lei. Em 2008, o ex-senador Gerson Camata (MDB/ES) apresentou no Senado o projeto de lei 7081, que previa um programa de diagnóstico e tratamento da dislexia e do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH. No ano de 2010, o projeto começou a tramitar como PL 7081/10 ao ser enviado para a Câmara dos Deputados. Daí em diante foi uma luta das instituições e associações de dislexia e TDAH para comprovar a necessidade do PL 7081/10 ser aprovado (NAVAS, 2019). Os opositores ao PL argumentaram que diagnósticos em crianças e adolescentes eram uma invenção com o propósito de medicá-las e não havia a obrigatoriedade de aprovação do projeto. Até que em 2019, a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania – CCJC aprovou a redação final do PL 7081/10, elaborada pelo Deputado Dr. Federico de Castro (PATRIOTA/MG), determinando a obrigação do Estado em manter o programa de acompanhamento integral do aluno com dislexia, TDAH e outros transtornos de aprendizagem. O objetivo do projeto é garantir que crianças e jovens com indício de dislexia, TDAH ou qualquer tipo de transtorno de aprendizagem, sejam encaminhados para receber o diagnóstico correto. Diante da comprovação do transtorno, a escola deve garantir recursos didáticos adequados na evolução da aprendizagem, e os sistemas de ensino devem garantir a formação de docentes sobre práticas pedagógicas adequadas a esses transtornos. Conforme o site da Câmara dos Deputados, o PL 7081/10 está em situação de aguardar a apreciação (votação) pelo Senado Federal, depois será encaminhado para sanção presidencial para aprovação ou não da Lei (BRASIL, 2010). Enquanto a Lei não é aprovada, os pais de crianças disléxicas podem contar com a Lei nº 13.146/2015 - LBI, que, conforme o Instituto ABCD, apresenta a descrição de deficiência embasada na percepção de funcionalidade e não de patologia, ocorrendo a contemplação dos 18 transtornos de aprendizagem, além dos direitos previstos na Constituição Federal, na LDB e na Resolução CNE/CEB nº 2. Contudo, a escola também precisa ter o comprometimento de acolher esse aluno, proporcionar um ambiente adequado de ensino, orientar os professores quanto às dificuldades advindas da dislexia, guiar os pais diante de suas incertezas e norteá-los quando houver a suspeita do transtorno no aluno. 4.4 Papel do Professor Mediante a Dislexia Quando se fala em dislexia, perdura a dificuldade do professor em desenvolver o processo de ensino aprendizagem e a falta do entendimento de algumas escolas, docentes e pais, criando barreiras que impossibilitam o desenvolvimento da criança. Com diversas metodologias de alfabetização, o educador muitas vezes insiste em somente utilizar um método. Vale ressaltar que a alfabetização da criança com dificuldade de aprendizagem depende do processo de pensar e repensar práticas pedagógicas que obtenham o alcance dos objetivos propostos. No caso da dislexia, o diagnóstico ajuda muito na escolha dos métodos necessários para o ensino da criança, mas o professor precisa ter cuidado ao fazer o diagnóstico, como já relatado. Para Muszkat e Rizzutti (2017), muitas das vezes que crianças pequenas são rotuladas como disléxicas, antes da maturação linguística, é devido aos métodos de alfabetização precoce e a cobrança de algumas escolas e famílias no processo do desenvolvimento da leitura e da escrita. Mas, pelo fato de o professor ter contato com o educando diariamente, espera-se que possa observar quando um aluno apresenta aspectos da dislexia. Nesse sentido, Barbosa (2014) afirma que se o educador não tiver entendimento da causa da dislexia, não conseguirá ajudar a criança durante o processo de alfabetização. Como destaca Assunção (2018, p. 28), o ensino no Brasil apresenta imensos problemas. Sendo assim, ao considerar o impedimento em ler e escrever persistente na infância do aluno com dislexia, sua situação é ainda pior neste cenário. A criança torna-se um adulto frustrado, com inúmeras impossibilidades no meio social. Portanto, o educador é a peça chave para o progresso do aluno, e cabe a ele, pesquisar e trabalhar metodologias que proporcionem o aprendizado. Por outro lado, tem-se um vislumbre da realidade nas escolas com falta de materiais adequados e a insuficiência da formação continuada dos professores, o que leva a um cenário de deslizes. Contudo, a escola atual necessita de mudanças e é imprescindível destacar a formação dos professores como ferramenta de transformação deste cenário. Considera-se que toda responsabilidade recai sobre o professor, esquecendo-se da equipe gestora e de políticas 19 públicas que defendam os alunos disléxicos. Ainda tem a insistência, seja da escola ou do educador, aos métodos tradicionais de ensino, que só faz a situação piorar nomeio educacional. Pode-se estabelecer que a alfabetização dependa também do fornecimento de programas de treinamento para professores na busca de capacitá-los e ajudá-los a identificar crianças que possam ter dislexia e, diante disso, tomar as devidas decisões. Mas, isso não quer dizer que toda a responsabilidade é do professor, é notável a necessidade do acompanhamento de outros profissionais (psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos etc.), auxílio da família, suporte da gestão escolar à criança com dislexia e oferecimento de recursos didáticos e apoio ao professor. O docente também precisa avaliar suas atitudes perante esses alunos, evitando causar atitudes vexatórias, como solicitar a leitura em voz alta ou proferir que o educando é preguiçoso e não tem interesse. Devido a falta de tato com a criança, a ABD lista posicionamentos básicos aos educadores como: tratar o aprendiz disléxico com naturalidade; usar a linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele; falar olhando direto para o disléxico; traga-o para perto do quadro; verificar sempre e discretamente se ele demonstra estar entendendo a sua exposição; certificar que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas; observar discretamente se ele fez as anotações; atentar de maneira correta antes de apagar o quadro; reparar se ele está integrado com a classe; estimular, incentivar, fazê-lo acreditar em si, a sentir- se forte, capaz e seguro. Ressalta-se que a dislexia está interligada a questões emocionais do educando e não ajuda se o professor apresentar atitudes preconceituosas em relação ao transtorno. O educador, como mediador da sabedoria, necessita observar as possíveis dificuldades dos alunos durante o processo de ensino, e no caso da dislexia, intervir com alternativas que ajudem na aquisição do conhecimento. Espera-se, também, que a identificação da dislexia possa ajudar a escola a providenciar adaptações necessárias, recursos pedagógicos para a melhoria da escrita e da leitura, fornecer o apoio ao professor, ao aluno e a sua família. Por meio dessa parceria entre escola, educador, família e apoio educacional, pode-se lutar para a visibilidade do transtorno na sociedade e na criação de leis que auxiliem a vida dos disléxicos a enfrentar os desafios escolares e sociais de forma digna (MUSZKAT; RIZZUTTI, 2017). 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 Buscou-se demonstrar e compreender nesta pesquisa que a dislexia é um distúrbio que provoca um atraso no processo de alfabetização do aluno, uma perturbação com bases neurológicas. É preciso o empenho do docente para que esse aluno venha a aprender a leitura e a escrita, usando métodos que possibilitem o aprendizado tanto desse aluno como também dos demais educandos. E quanto mais cedo for diagnosticada a dislexia, melhor será para o desenvolvimento da criança. É fundamental que o educador tenha um aprendizado e estudos essenciais para possíveis diagnósticos tanto acerca da dislexia como de outros transtornos de aprendizagem que possam surgir em sua jornada de trabalho. Cabe a ele, juntamente com a equipe pedagógica, traçar métodos e buscar resoluções para despertar o interesse do aluno em aprender. Isso inclui trazer o lúdico como jogos educativos, brincadeiras, quebra-cabeças, instrumentos de valia para o aprendizagem, equilíbrio emocional e sociabilidade. Aliás, a dislexia não é um distúrbio que impossibilitará o aluno de desenvolver a escrita e a leitura. A criança apresentará dificuldades que a impedem de alfabetizar-se, porém, se for diagnosticada precocemente e com a mediação coerente do docente, esse distúrbio será menos agravado e o educando poderá levar uma vida com menos dificuldades e aprender ler e escrever conforme seu processo de ensino-aprendizagem. Para isso, a utilização de metodologias adequadas tem um significado relevante na trajetória de conhecimento do disléxico. Nesse sentido, a dislexia torna-se um desafio para o educador e o aluno dentro da sala de aula, visto que, se o professor não tiver um conhecimento prévio, o trabalho educacional pode causar consequências traumáticas. Ademais, pode ocorrer um desgosto no aluno que dispõe da vontade de saber ler e escrever. Sendo assim, a prática docente é fundamental para o desenvolvimento do conhecimento e, consequentemente, para a aceitação do indivíduo disléxico na sociedade letrada e cada vez mais exigente. Portanto, a compreensão do processo de alfabetização pode amenizar os problemas da criança disléxica, tanto relacionado ao cognitivo e emocional como oportunizar um futuro decente. 6 REFERÊNCIAS ABD. Associação Brasileira de Dislexia. São Paulo. 2016. Disponível em: <http://www.dislexia.org.br>. Acesso em: 08 out. 2020. ASSUNÇÃO, Gabriele Silva. A dislexia e os desafios no processo de aprendizagem da Língua Portuguesa. 2018. 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