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Trauma Urológico e Genital

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MARIANA MARQUES JARDIM – T29 
Trauma Urológico e Genital 
 
 Trauma Renal 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
• Rim: órgão mais acometido por lesões traumáticas. 
• Nos casos de traumas renais fechado, prioriza-se 
um tratamento mais conservador. 
• Mecanismos: trauma contuso (desaceleração → 
cisalhamento) ou trauma penetrante. 
• Crianças possuem maior risco de lesão renal 
quando comparada a adultos. 
• O melhor indicador de trauma renal é a hematúria. 
➔ O grau da hematúria não está relacionada 
proporcionalmente a gravidade da lesão. 
 
QUADRO CLÍNICO 
• Principal indicador de lesão renal: hematúria micro 
ou macroscópica (a severidade do sangramento 
não está associada a severidade da lesão). 
• Presença de dor, hematoma em flancos, fratura de 
arcos costais inferiores e lesões penetrantes na 
região torácica inferior/flancos podem indicar a 
possibilidade de lesão renal. 
• Nunca realizar exames de imagem em pacientes 
instáveis hemodinamicamente → cirurgia imediata. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
• GRAU I: Hematoma subcapsular e contusão sem 
laceração de parênquima. 
• GRAU II: Hematoma perirrenal, há laceração de 
até 1 cm. 
• GRAU III: Laceração parenquimatosa superior a 1 
cm (estende-se até a medula renal). Sem a ruptura 
do sistema coletor ou extravasamento urinário. 
• GRAU IV: Laceração parenquimatosa maior que 1 
cm atingindo o córtex, medula e sistema coletor 
(extravasamento urinário e do contraste). 
• GRAU V: Há rompimento completo do hilo renal 
(artéria e veia renal) ou múltiplas lacerações no 
parênquima renal. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
• Realiza-se anamnese e exame físico completo + 
exames de imagem (apenas em casos de 
estabilidade hemodinâmica). 
• Exame padrão ouro: TC de abdome com contraste 
endovenoso (contraste tem que ser trifásico). 
➔ Fase nefrográfica: rim fica mais branco 
➔ Fase coletora: ducto coletor fica mais branco 
• A TC identifica as lacerações parenquimatosas, os 
hematomas, o extravasamento de contraste do 
sistema coletor, as lesões vasculares e as lesões 
associadas de outros órgãos intra-abdominais. 
• Indicações de TC: suspeita de trauma contuso ou 
penetrante e paciente estável. 
 
TRATAMENTO 
• Pode ser conservador ou cirúrgico a depender das 
condições do paciente. 
TRATAMENTO CONSERVADOR: 
• Para pacientes hemodinamicamente estáveis, 
sendo aplicado para trauma renal graus I à III. 
• A taxa de sucesso do tratamento conservador 
diminui conforme a complexidade do trauma renal. 
• Consiste em exames laboratoriais seriados, 
monitorização contínua e repouso no leito até a 
resolução da hematúria. 
MARIANA MARQUES JARDIM – T29 
TRATAMENTO CIRÍRGICO: 
• Realizado através de exploração renal ou de 
angioembolização imediata. 
• Indicações cirúrgicas absolutas: presença de 
instabilidade hemodinâmica associada a choque 
hemorrágico, hematoma renal pulsátil/expansível e 
suspeita de avulsão do pedículo renal. 
• Indicações cirúrgicas relativas: extravasamento 
urinário com desvascularização renal significativa, 
lesão renal associada a lesões do cólon/pâncreas e 
diagnóstico tardio de lesão arterial. 
• Principal via de acesso: transabdominal, através 
da laparotomia exploradora. 
 
 
COMPLICAÇÕES 
• Podem ser precoces ou tardias: 
➔ Precoces: infecções decorrentes de abscessos 
renais ou perinefréticos e extravasamento de 
urina por lesão do sistema coletor (urinomas). 
➔ Tardias: fístulas arteriovenosas e HAS. 
 
Trauma Ureteral 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
• Raramente acometido por traumas e lesões. 
• Lesão iatrogênica é a principal causa de trauma 
ureteral (principalmente na histerectomia). 
 
QUADRO CLÍNICO 
• São de difícil identificação. 
• A detecção geralmente é feita tardiamente, 
quando há extravasamento de urina retro ou 
intraperitoneal causando manifestações clínicas: 
náuseas, vômitos, íleo paralítico, peritonite, dor 
lombar, massa palpável (urinoma), febre e/ou 
infecção secundária. 
• Se ocorrer lesão ureteral bilateral o paciente 
apresentará anúria no pós-operatório. 
 
DIAGNÓSTICO 
• Para realizar o diagnostico pode-se utilizar 
urografia excretora, tomografia computadorizada, 
ureterografia retrógrada ou anterógrada. 
• Padrão ouro: tomografia computadorizada com 
contraste endovenoso. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
• GRAU I: Contusão/ hematomas s/ desvacularização. 
• GRAU II: Laceração <50% da circunf. ureteral. 
• GRAU III: Laceração >50% de circunf. ureteral. 
• GRAU IV: Transecção completa < 2 cm. 
• GRAU V: Avulsão com > 2 cm de desvascularização. 
 
TRATAMENTO 
• Tem como objetivo a preservar a função renal com 
manutenção da drenagem urinária. 
• Pode ser cirúrgico ou minimamente invasivo. 
• Lesões ureterais de graus I e II não complicadas: 
podem ser tratadas com procedimentos menos 
invasivos (passagem endoscópica de cateter duplo 
J que orienta a drenagem de urina para a bexiga). 
• Lesões uretrais extensas: tratamento cirúrgico 
 
COMPLICAÇÕES 
• Complicações precoces: fístulas, urinomas e 
infecção. 
• Complicações tardias: estenose ureteral, refluxo 
vesicoureteral e perda da função renal. 
MARIANA MARQUES JARDIM – T29 
Trauma de Bexiga 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
• Pode sofrer trauma de duas formas: impacto 
contuso com ruptura quando repleta ou 
perfuração por osso em fraturas da pelve 
independente do grau de enchimento. 
 
QUADRO CLÍNICO 
• Principal sinal é a hematúria macroscópica; 
• Também pode apresentar incapacidade de urinar, 
dor, distensão abdominal e hematoma suprapúbico 
• A presença de crepitação óssea na avaliação da 
pelve deve levantar a suspeita de lesão. 
 
DIAGNÓSTICO 
• Exame padrão-ouro: cistografia retrógrada 
(injeção de contraste feita por cateter posicionado 
na bexiga). 
• A bexiga deve ser preenchida com pelo menos 350 
mL de contraste e três imagens devem ser obtidas: 
uma antes da administração do contraste, uma da 
bexiga repleta e uma da drenagem. 
• Nos pacientes hemodinamicamente estáveis, o 
exame ideal é a TC de abdome total com contraste, 
pois avalia outros órgãos intra-abdominais. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
• O trauma de bexiga é dividido em 2 tipos, 
definidos pela localização da lesão: 
➔ Trauma extraperitoneal: lesão ocorre na 
porção vesical fora do contato com o peritônio 
causadas principalmente por fratura pélvica. 
➔ Trauma intraperitoneal: lesão ocorre na 
porção vesical que está em contato íntimo com 
o recesso peritoneal, geralmente por trauma 
contuso com a bexiga cheia. 
TRATAMENTO 
• Lesões vesicais extraperitoneais não complicadas: 
tratadas de forma conservadora, com sondagem 
vesical de demora, antibióticos e repouso. 
• Lesões extraperitoneais complicadas ou lesões 
intraperitoniais: tratamento cirúrgico para se 
evitar outros tipos de complicações. 
• Lesões penetrantes envolvendo o abdome inferior: 
tratamento cirúrgico imediato 
 
Trauma Uretral 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
• Mais predominante no sexo masculino devido ao 
maior comprimento da uretra. 
• A causa mais comum de dano uretral é decorrente 
de lesões iatrogênicas seguido do trauma contuso 
e penetrante. 
• A uretra anterior é a porção mais acometida, 
causada pela queda a cavaleiro com trauma 
perineal e compressão do segmento bulbar. 
• A lesão da uretra posterior é ocasionada em geral 
por fratura pélvica e consequente cisalhamento da 
uretra membranosa. 
 
QUADRO CLÍNICO 
• Principal sinal: uretrorragia (sangue exteriorizado 
pelo meato uretral). 
• Outros sintomas/sinais: incapacidade de urinar, 
hematoma perineal ou da genitália externa, 
hematúria e disúria. 
• Sempre deve ser realizado toque retal a fim de 
excluir lesão retal concomitante. 
 
DIAGNÓSTICO 
• Exame padrão-ouro: uretrocistografia retrógrada. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
• Grau I: Contusão ou uretrorragia, com 
uretrocistografia normal. 
• Grau II: Estiramento ou alongamento sem 
extravasamento de contraste na uretrografia. 
MARIANA MARQUES JARDIM – T29 
• GrauIII: Ruptura parcial com extravasamento, 
mas o contraste chega até a bexiga. 
• Grau IV: Ruptura completa com laceração < 2 cm e 
extravasamento de contraste que não chega na 
bexiga. 
• Grau V: Ruptura completa com laceração > 2 cm e 
extravasamento de contraste que não chega na 
bexiga. 
 
 
TRATAMENTO 
URETRA ANTERIOR: 
• Lesões provocadas por atividade sexual em geral 
estão associadas a fratura de pênis com laceração 
dos corpos cavernosos, assim, para preservar a 
função erétil, deve-se realizar exploração cirúrgica 
precoce. 
• Lesões provocadas por queda a cavaleiro devem 
ser manejadas com cistostomia suprapúbica, sendo 
posteriormente definido o tratamento definitivo. 
URETRA POSTERIOR: 
• Geralmente são decorrentes de fraturas graves da 
pelve e, portanto, as vítimas apresentam-se 
instáveis na maioria das vezes. 
• A conduta urológica de rotina é a cistostomia 
suprapúbica. 
• O tratamento definitivo é feito através da 
uretroplastia posterior realizada em pelo menos 3 
meses após o trauma. 
 
COMPLICAÇÕES 
• Complicações precoces: sangramento, infecção e 
fístula. 
• Complicações tardias: estenose uretral, 
incontinência urinária e disfunção erétil.

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