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TRAUMA ABDOMINAL

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Trauma abdominal 
 
• Tratando-se de lesões traumáticas, considere que o ABCDE do atendimento inicial já foi 
realizado e ficou para trás. Chamamos aqui a sua atenção para a necessidade de avaliação 
da circulação (etapa C) na investigação de possível hemorragia intra-abdominal e/ou 
pélvica. 
• precisamos avaliar a lesão abdominal inicialmente a partir do seu mecanismo: trauma 
contuso ou trauma penetrante; e se pode ir além: trauma penetrante por PAF ou por arma 
branca? 
• Lembre-se: qualquer paciente com lesões traumáticas na região do tronco deve ser 
considerado portador de lesões viscerais, vasculares ou pélvicas até que se prove 
o contrário. 
 
 
 
MECANISMO DE TRAUMA 
 
 
 
TRAUMA PENETRANTE 
 
ROJÉTIL DE ARMA DE FOGO 
(PAF) 
ARMA BRANCA 
intestino delgado (50%); 
 cólon (40%); 
 fígado (30%). 
fígado (40%); 
 intestino delgado (30%); 
diafragma (20%); 
cólon (15%) 
 
INDICAÇÕES PARA A LAPAROTOMIA EXPLORADORA NOS DOIS CASOS: 
• instabilidade hemodinâmica (por causa intra-abdominal); 
• sinais de irritação peritoneal; 
• sinais de penetração peritoneal (ex.: evisceração); 
• lesão por PAF com trajetória transperitoneal. 
SINAIS DE IRRITAÇÃO PERITONEAL? Dor à descompressão do abdome e defesa involuntária 
(contração involuntária dos músculos abdominais, gerando muitas vezes o “abdome em tábua”). 
 
AVALIAÇÃO POR MECANISMO DE LESÃO 
PAF Estudar a trajetória do projétil, quer seja por 
radiografias ou por TC (paciente estável) 
 
 
 
 
LESÃO POR ARMA 
BRANCA 
Avaliar se a cavidade peritoneal foi violada 
(Explorar a ferida localmente) 
• Ausência de penetração da cavidade 
peritoneal: CONSIDERAR ALTA 
• Cavidade peritoneal violada com 
estabilidade hemodinâmica: TENDÊNCIA 
ATUAL DE OBSERVAÇÃO; EXAME FÍSICO 
SERIADO E HEMOGRAMA DE 8/8 HORAS 
POR 24 HORAS 
 
 
AVALIAÇÃO POR LOCALIZAÇÃO ANATÔMICA 
ATLS basicamente se refere a lesões por arma branca, pois a maioria das lesões abdominais por PAF 
é manejada cirurgicamente por laparotomia exploradora. 
Transição toracoabdominal 
(região compreendida entre o 
diafragma e o abdome 
superior) 
Toracoscopia, laparoscopia, lavado peritoneal diagnóstico (LPD) 
e TC 
 
Região anterior • Imediato uma laparotomia de emergência em mais da 
metade dos pacientes 
• Se possivel manejo não operatorio: exames físicos 
seriados durante um período de 24h (com ou sem FAST) - 
alta taxa de acurácia; TC - permite diagnóstico precoce 
em pacientes relativamente assintomáticos; LPD (menos 
útil na identificação de lesões específicas) ou 
laparoscopia diagnóstica. 
Flanco/posterior 
Musculatura espessa 
(proteção das vísceras) 
Manejo não operatório: 
• Exame físico seriado (com ou sem FAST) 
• TC com duplo ou triplo contraste (venoso, oral e retal) 
 
TRAUMA FECHADO 
 
• Contato direto contra o abdome, exemplificado como borda inferior de um volante, guidão 
de bicicleta ou motocicleta, entre outros 
• Compressão e esmagamento de vísceras/cintura pélvica 
• Ruptura com hemorragia secundária e, no pior dos casos, contaminação peritoneal por 
conteúdos gastrointestinais, manifestando a peritonite. 
ÓRGÃOS MAIS AFETADOS: 
• 1º: BAÇO (40-55%) 
• 2º: FÍGADO (35-45%) 
• intestino delgado (5-10%) 
 
INDICAÇÕES DE LAPAROTOMIA EXPLORADORA NO TRAUMA FECHADO: 
• Irritação peritoneal 
• Instabilidade hemodinâmica (atribuível à lesão abdominal) 
Obs: É preciso que tenhamos uma relação causal com o abdome! Afinal, é importante lembrar que 
pacientes politraumatizados podem evoluir com choque hemorrágico por diversas causas como, por 
exemplo, sangramento pélvico, vascular ou torácico. 
 
NA DUVIDA? FAST/ LPD 
FAST: 
• É o exame ultrassonográfico que permite a avaliação, já na sala de trauma, da presença ou não 
de fluido livre na cavidade abdominal de maneira rápida, confiável e seriada, possibilitando 
uma análise evolutiva de hemoperitônio progressivo e retroperitônio retido. Temos, ainda, 
outra vantagem que é a detecção de tamponamento pericárdico, uma das causas de choque 
não hipovolêmico (neste caso, obstrutivo). 
• A 10ª edição do ATLS recomenda o FAST como 1ª opção, à frente do LPD 
• Os 4 espaços avaliados de rotina são: 
▫ SUB-HEPÁTICO (HEPATORRENAL; DE MORRISON) 
▫ SUBDIAFRAGMÁTICO ESQUERDO (PERIESPLÊNICO; ESPLENORRENAL) 
▫ PELVE (INCLUINDO O SACO DE DOUGLAS) 
▫ PERICÁRDIO 
 
Atualmente, o FAST pode ser estendido para outras partes do tórax com o objetivo de diagnosticar 
hemotórax e outras condições (eFAST) 
LAVADO PERITONEAL DIAGNÓSTICO (LPD): 
• Consiste na inserção de um cateter no peritônio, na região infraumbilical (podendo 
ser supraumbilical em caso de gestantes e de fratura pélvica) 
• EXAME POSITIVO: ASPIRAÇÃO IMEDIATA DE, PELO MENOS, 10 ML DE SANGUE OU CONTEÚDO 
GASTROINTESTINAL 
 
EXAME POSITIVO... E AGORA? 
Se o paciente estiver instável e a causa abdominal for atribuível: LAPAROTOMIA EXPLORADORA 
Se o paciente estiver estável e sem indicações formais de laparotomia: TOMOGRAFIA 
COMPUTADORIZADA CONTRASTADA (Melhor para estruturas retroperitoneais e pélvicas) 
OBS:As contraindicações para a TC são as mesmas de sempre: paciente instável, não cooperativo 
e alergia ao contraste 
 
LAPAROTOMIA - LISTA DE INDICAÇÕES 
Trauma abdominal com hipotensão e FAST positivo, ou evidência clínica de sangramento 
intraperitoneal, ou sem outra fonte de hemorragia (porém, com alta suspeição abdominal) 
Hipotensão com uma ferida abdominal que penetra a fáscia anterior 
Lesão por PAF com trajetória transperitoneal 
Sinais de penetração peritoneal (ex.: evisceração) 
Trauma penetrante com sangramento a partir do estômago, reto ou trato geniturinário 
Peritonite 
Presença de pneumoperitônio ou ruptura de hemidiafragma 
Trauma penetrante ou contuso que apresenta uma TC contrastada que demonstra 
ruptura do trato gastrointestinal, lesão vesical intraperitoneal, lesão do pedículo renal 
ou severa lesão de vísceras parenquimatosas 
Trauma abdominal penetrante ou contuso, com aspiração de 10 ml ou mais de sangue, 
ou de conteúdos gastrointestinais 
 
TRAUMAS ABDOMINAIS ESPECÍFICOS 
 
TRAUMA ESPLÊNICO 
▫ Baço é o órgão mais atingido pelo trauma abdominal FECHADO 
▫ trauma contuso: lesão por compressão direta do baço com ruptura do parênquima 
(LACERAÇÃO) 
▫ Lesão secundária à desaceleração brusca: que rompe a cápsula esplênica e/ou 
parênquima (HEMATOMA SUBCAPSULAR/HMETOMA INTRAPARENQUIMATOSO) 
▫ Tratamento não operatório (TNO) cada vez mais indicado: Sabiston recomenda que sejam 
avaliados por radiologia intervencionista e/ou angiografia e embolização 
os pacientes ESTÁVEIS que tenham: 
 • imagem demonstrando extravasamento ativo ou pseudoaneurisma; 
 • lesões de alto grau (III-V) 
▫ Indicações de manejo cirúrgico? 
 • instabilidade hemodinâmica ao momento da admissão; 
 • falha do TNO. 
OBS: Quando a cirurgia é inevitável, tenta-se a todo custo preservar o baço (rafia simples) ou pelo 
menos parte do órgão (esplenectomia parcial), só indicando a esplenectomia total quando há 
lesões realmente muito graves (lesão hilar, pulverização do órgão)- Lembrar da vacinação contra 
germes capsulados 
 
 
TRAUMA HEPÁTICO 
• O fígado é o segundo órgão mais acometido por traumas abdominais fechados 
• Órgão mais afetado no trauma perfurativo por arma branca 
Apesar de estar parcialmente protegido pela caixa torácica, aqui há variados mecanismos de 
trauma contuso nesse órgão: compressão do parênquima mediante trauma direto, forças de 
cisalhamento (quando um corpo sofre ação de forças que geram deslocamento em planos diferentes, 
deformando-o) rasgando o tecido e ruptura da vasculatura/ligamentos de fixação do órgão. Os 
traumas penetrantes diretamente laceram o parênquima, causando contusões 
adjacentes. 
• Tratamento não operatório cada vez mais indicado (terapias endovasculares e endoscópicas): 
▫ Pacientes estáveis (independentemente do grau de lesão) 
▫ TC contrastada:obtenção das imagens se dá pelo método trifásico (fase não 
contrastada, arterial e venosa portal), permitindo diferenciar o tipo de hemorragia. 
▫ Angiografia e embolização 
OBS: após um procedimento bem-sucedido (ex.: embolização), o paciente deve ser admitido no 
serviço de terapia intensiva para cuidados especializados e monitorização. Mesmo após uma terapia 
não operatória bem-sucedida, terão complicações para as quais instituiremos suas terapêuticas 
específicas. Por exemplo, em caso de paciente com hemobilia, manejaremos com 
angiografia. Em caso de necessidade de descompressão da árvore biliar, a CPRE com 
colocação de stent poderá ser necessária. 
• Tratamento cirúrgico: instabilidade hemodinâmica e falha no TNO. 
▫ Manobra de Pringle : Clampeamos por até 60 minutos o ligamento hepatoduodenal (tríade 
portal: ducto colédoco, artéria hepática e veia porta) 
 INTERPRETAÇÃO: Hemorragia parou: origem na artéria hepática ou veia porta. 
 Hemorragia constante: veia hepática ou veia cava inferior retro hepática. 
▫ Cirurgia de controle de danos (paciente crítico): Intervenção inicial breve com controle do 
sangramento seguido de empacotamento do fígado, fechamento abdominal temporário- -> 
Terapia intensiva (tríade letal- hipotermia, a coagulopatia e a acidose) até estabilização da 
triada -> compresas removidas e reparo cirúrgico definitivo. 
 
TRAUMA GENITURINÁRIO 
TRAUMA RENAL 
• Hematúria macroscópica após trauma automobilístico. 
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO PELA AAST: (II, III, V que caem nas provas) 
Grau I Hematoma subcapsular, não expansivo, sem laceração do parênquima, cursando 
com hematúria microscópica ou macroscópica 
Grau II Hematoma perirrenal não expansivo, confinado ao retroperitônio renal, com 
laceração < 1 cm de profundidade do córtex renal, sem extravasamento urinário. 
Grau III Laceração > 1 cm de profundidade do córtex renal, sem ruptura do sistema 
coletor ou extravasamento urinário 
Grau IV Laceração do parênquima estendendo-se pelo córtex, medula e sistema coletor 
renal com extravasamento urinário. Nota-se lesão arterial ou venosa renal com 
sangramento 
contido. 
Grau V Laceração/trombose da artéria ou veia renais principais, ou avulsão do hilo renal, 
causando uma completa desvascularização renal; rim estilhaçado, inviabilizando 
a identificação de parênquima renal 
 
• Abordagem "menos é mais": Tratamento não cirúrgico se houver estabilidade e trauma 
contuso. 
→ Graus I/III (baixo grau): preferencialmente TNO 
→ Angioembolização e das imagens de TC contrastada 
• Cirurgia em caso de: 
→ Paciente instável ((ex.: hematoma em zona II pulsátil ou expansivo, lesão renal grau V)) 
→ Falha do tratamento não cirúrgico 
→ Trauma penetrante com sangramento ativo 
→ Graus IV/V (lesões graves) 
TRAUMA DE BEXIGA 
• Trauma automobilístico com compressão da bexiga cheia ou fratura de bacia 
• Quadro típico: Sinais e sintomas álgicos em hipogástrio, hematúria macroscópica, dificuldade 
em urinar. 
• Exames complementares: TC contrastada e CISTOGRAFIA RETRÓGRADA. 
• Anatomicamente: 
1. Laceração intraperitoneal: TRAUMA ABDOMINAL COM BEXIGA CHEIA 
➢ Fraturas pélvicas podem estar presentes 
➢ Cintura pélvica estável 
➢ Cistografia retrógrada - "Orelha de Mickey" 
➢ Tratamento cirúrgico: Laparotomia e rafia 
 
2. Laceração extraperitoneal: Fraturas pélvicas com espículas 
➢ Cistografia retrógrada: Contraste pré-vesical em "chama de vela" 
➢ Tratamento conservador: Cateter vesical 10-14d 
 
 
TRAUMA URETRAL 
 
 
URETRA POSTERIOR URETRA ANTERIOR 
Acidente automobilístico Traumas diretos (como fraturas penianas) 
Acima do diafragma urogenital Abaixo do diafragma urogenital 
❖ Uretra posterior prostática 
❖ Membranácea/membranosa (porção mais 
acometida) 
❖ Fraturas do anel pélvico 
❖ Uretra anterior bulbar(trauma em queda 
a cavaleiro) 
❖ Uretra anterior peniana. 
 
 Clínica após trauma contuso: 
➢ fratura pélvica/ dor / abaulamento em hipogástrio 
➢ equimose perineal/escrotal 
➢ Hematúria macroscópica 
➢ Sintomas urinários de dificuldade de esvaziamento. 
➢ Sangue em meato uretral 
➢ Próstata alta (não é isoladamente confiável para suspeição de trauma uretral segundo o 
ATLS 10) 
Manejo: 
➢ Uretrocistografia retrógrada (se demonstração do extravasamento de contraste a partir 
da uretra confirma o diagnóstico) 
➢ EVITAR sonda vesical (caso já a tenha passado, deve-se retirar) 
➢ Cistostomia como tratamento efetivo (dando preferência à técnica percutânea) 
OBS - Trauma por queda a cavaleiro: expressão que vez às vezes surge nas provas. Trata-se de um 
trauma na região perianal (imagine um cavaleiro caindo sentado), em que ocorre súbita compressão 
da uretra bulbar (logo, uretra anterior) contra a sínfise púbica. 
 
TRAUMA DE VASOS ABDOMINAIS 
• Localizados predominantemente em retroperitônio; alguns outros são vasos mesentéricos 
intestinais.( Hemorragia maciça/ Dificuldade de acesso e visualização) 
• Mais comum em traumas penetrantes 
• São frequentemente reconhecidas pela primeira vez no momento da laparotomia (feita por 
outra indicação), assim, associam-se à perda significativa de sangue e à instabilidade 
hemodinâmica. 
• 
 
MANOBRA DE MATTOX 
Mobilização visceral medial esquerda para a visualização e a exploração das lesões em zonas 1 e 2. 
 
 
OUTROS TRAUMAS ABDOMINAIS 
 
SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL (SCA) 
 
HIPERTENSÃO INTRA-ABDOMINAL (HIA) 
❖ Pressão de perfusão abdominal (PPA): ↑ PIA ↓ Perfusão visceral 
 
❖ REDUÇÃO DO DÉBITO CARDÍACO E DO RETORNO VENOSO: 
▫ Prejuízo renal por compressão da veia renal e vasoconstrição da artéria renal (por efeito 
simpático 
▫ Redução da perfusão mesentérica gerando edema, isquemia, maior risco de 
translocação bacteriana e sepse 
❖ PREJUÍZOS À MECÂNICA VENTILATÓRIA ( com elevação do diafragma e compressão pulmonar 
extrínseca, incorrendo até em maior risco de infecção pulmonar) 
CLÍNICA: 
• Hipotensão 
• Redução do retorno venoso 
• Dispneia/insuficiência respiratória 
• Dor e distensão abdominal 
• Oligúria 
• Queda do sensório 
• Acidose progressiva 
DIAGNOSTICO: 
Pode fazer um diagnóstico presuntivo CLINICAMENTE com base na história (ex.: trauma, transplante 
hepático, obstrução intestinal etc.) e na apresentação clínica, de maneira definitiva, faz-se 
necessária a aferição da pressão intra-abdominal (PIA). 
Cateter de Foley acoplado ao transdutor de pressão e monitor: o melhor e menos invasivo método 
é a mensuração da pressão intravesical 
➢ Considera-se aceitável um valor de PIA < 8 mmHg (OBS: pacientes com aumento lento e 
progressivo da circunferência abdominal podem ter pressões intra-abdominais basais mais 
altas. Ex.: obesos mórbidos e gestantes) 
Aferição da PIA: 
 
TRATAMENTO: 
♦ Medidas preventivas/clínicas: Uso de relaxantes musculares, paracentese de ascites, drenagem 
por sonda, analgesia, sedação e estratégias ventilatórias. 
♦ Em situações muito graves: 
▫ Súbita descompressão abdominal de emergência: pode ser salvadora, porém, também pode 
estar acompanhada de lesão de reperfusão com acidose e hipotensão 
▫ Técnicas de fechamento temporário do abdome: terapia de ferida por pressão negativa e o 
fechamento temporário da ferida abdominal com uma prótese (ex.: bolsa de Bogotá) 
 
TRAUMA DE INTESTINO DELGADO/DUODENAL 
• o intestino delgado como um todo é mais comum nos traumas penetrantes apesar de que, 
nas provas, haja descrição de acidente automobilístico com choque do abdome contra o 
volante, ou seja, um trauma contuso. 
• SINAL DO CINTO DE SEGURANÇA 
• Descrição de ar extraluminal retroperitoneal (RETROPNEUMOPERITÔNIO). 
• Hiperamilasemia 
• Tratamento é cirúrgico, dependendo da gravidade e da localização. Porém, normalmente, 
apenas um reparo primário pode ser realizado, desde que haja diagnóstico precoce e menor 
grau de lesão (I e II). Hematomas duodenais não necessariamente precisam de tratamento,a menos que sejam grandes e que gerem obstrução gástrica. 
• Muita atenção deve ser dada ao risco de perfurações, normalmente identificadas durante 
laparotomia por outra indicação. 
• TRAUMA PANCREÁTICO 
Orgão retroperitoneal: mais raramente acometido; quando lesionado, pode se associar à 
lesão de porções duodenais. 
• Exame físico inicial do paciente se faz pouco confiável-> TC contrastada. 
• QUADRO TÍPICO NAS QUESTOES: TRAUMA EM ANDAR ABDOMINAL SUPERIOR, DOR 
ABDOMINAL DIFUSA, NÁUSEAS E VÔMITOS, ALÉM DE HIPERAMILASEMIA (TAL QUAL NO 
TRAUMA DUODENAL QUE ACABAMOS DE VER). 
• Tratamento:” Pecar pelo excesso”- CIRURGICO ( ainda que a lesão seja classificada em grau I 
ou II) PANCREATECTOMIA! 
• Pseudocistos pancreáticos pós-trauma: INDICAÇÕES CIRÚRGICAS SE SINAIS DE 
COMPLICAÇÃO (compressão de órgãos vizinhos, infecção e hemorragia) 
 
TRAUMA COLÔNICO 
• Mais comum em traumas penetrantes 
• TRATAMENTO: 
 
FRATURAS PÉLVICAS 
• Elevada taxa de morbimortalidade 
• Acidentes automobilísticos, principalmente de motocicleta, mas tomam destaque também 
os atropelamentos e as quedas de altura (traumas contusos de alta energia) 
• FRATURA PÉLVICA DO TIPO “OPEN BOOK” (fraturas instáveis do anel pélvico) pode ser 
causa de sangramento e/ou hematoma retroperitoneal abundante, evoluindo com choque 
hemorrágico. 
 
Manejo: 
• Rápido controle hemorrágico e ressuscitação com fluidos. 
• Estabilização mecânica da pelve: 
▫ Redução do espaço disponível para formação de hematoma 
▫ Lençol trocantérico (ou tirantes compressivos/ pneumáticos): Posterior fixação 
externa da pelve 
• Instabilidade hemodinâmica persistente 
▫ Tamponamento pré-peritoneal 
▫ Angiografia e embolização: Suspeição para hemorragia de origem arterial/ Artéria ilíaca 
interna 
TRAUMA EM TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL 
• Define-se como todo traumatismo que atinge a região situada anteriormente abaixo da 
linhamamilar (4º EIC), posteriormente abaixo da ponta da escápula (7º EIC) e acima do 
rebordo costal. 
• Ocorrem mais comumente à esquerda (pareceu decoreba? Lembre-se de que o fígado cria 
um escudo à direita!) 
• Associada a acidente automobilístico ou trauma penetrante por arma branca. 
• Lesão diafragmática - problema muitas vezes não identificado nos exames físico e de 
imagem, podendo levar a um quadro de herniação de órgãos abdominais (sobem para o 
tórax através da lesão), a famosa HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA TRAUMÁTICA. 
• Lesões penetrantes ou fechadas de alto impacto apresentam risco ainda maior de lesão. 
• Lesão torácica (ex.: hemotórax) e presença de líquido livre abdominal , 
• Está indicada uma LAPAROSCOPIA OU TORACOSCOPIA para diagnóstico e tratamento 
imediato de possível lesão no órgão em pacientes já estabilizados (importante e fonte de 
pegadinhas!). 
OBS: lesão diafragmática pode passar despercebida no exame físico e também nos exames de 
imagem e, por esse motivo, é indicada a realização de videolaparoscopia nesses casos, servindo de 
procedimento diagnóstico e terapêutico. Portanto, em paciente com pneumotórax e lesão em região 
toracoabdominal, a conduta preconizada seria drenagem de tórax seguida de videolaparoscopia. 
 
Trauma cranioencefálico (TCE) 
• Elevada taxa de morbimortalidade. 
• Quedas a causa mais comum de lesão, acometendo principalmente os extremos de idade 
PADRÕES DE LESÃO: 
❖ PRIMARIO: 
▫ Lesões ipsilaterais: por trauma direto 
▫ Lesões contralaterais: pelo trauma do parênquima contra a calota craniana 
❖ SECUNDARIO: comprometimento isquêmico do parênquima por condições associadas ao 
processo inflamatório gerado pelo trauma inicial. 
▫ Dano vascular associado: formação de uma coleção hemorrágica e edema lesional, que 
pode acabar agravando o processo de isquemia tecidual pela compressão de estruturas 
nobres. Destes eventos advém a doutrina de Monro-Kellie, em que o aumento de volume 
de qualquer uma das estruturas intracranianas (sangue, LCR e parênquima) resulta em 
elevação da pressão intracraniana (PIC), com comprometimento da perfusão e da 
oxigenação 
 
• O principal objetivo do tratamento do TCE é prevenir ou amenizar a lesão cerebral 
secundária 
• Se, no caso do TCE leve, na maioria das vezes, nenhuma conduta é necessária (nem mesmo 
TC!), no TCE grave temos uma indicação absoluta de intubação orotraqueal (IOT), além de 
diversas outras condutas. 
 
LESÕES ESPECÍFICAS 
❑ FRATURAS DE BASE DO CRÂNIO 
SINAIS CLINICOS: 
o Equimose periorbitária (sinal do guaxinim) e retroauricular (sinal de Battle) 
o Rinorreia/otorreia 
o Hemotímpano e paralisia de nervos cranianos (VII, VIII e I) 
TC com janela óssea 
Sondagens nasogástrica e nasoenteral são contraindicadas 
❑ LESÕES PARENQUIMATOSAS: 
As lesões intracranianas podem ser classificadas como FOCAIS OU DIFUSAS, ainda que, na prática, 
elas acabem coexistindo 
Lesões difusas: não são totalmente delimitadas por exames de imagem, sendo a concussão 
e a lesão axonal difusa (LAD) seus principais exemplos. 
Lesões focais: Sangramentos (Hematomas epidurais, Hematomas subdurais, Casos extremos: HIC 
grave) 
 
LESOES DIFUSAS 
CONCUSSÃO: 
▫ Perda temporária da consciência, na maioria das vezes, de poucos minutos, podendo durar 
até 6 horas. 
▫ A amnésia, retrógrada ou anterógrada, costuma aparecer inicialmente, 
▫ Bom prognóstico, considerando o caráter autolimitado da condição 
▫ TC não costuma demonstrar qualquer alteração, sendo indicada nos casos mais atípicos 
 
LESÃO AXONAL DIFUSA (LAD) : 
▫ A LAD é o quadro mais grave de lesão difusa 
▫ Perda de consciência por mais de 6 horas 
▫ Ruptura entre o axônio e o corpo celular por forças rotacionais, gerando cisalhamento. 
▫ Diagnostico: 
• Muitas vezes o diagnóstico de LAD é aventado mediante um caso com evolução 
neurológica evidentemente negativa, com exames de imagem sem grandes alterações 
perceptíveis. 
• Nos exames de imagem, que subestimam muitas vezes a gravidade da condição, 
podemos observar a presença de pontos hemorrágicos no corpo caloso e centro 
semioval, com perda da diferenciação entre substâncias cinzenta e branca. 
▫ Tratamento: é baseado em suporte clínico, mas devemos sempre pesquisar diagnósticos 
diferenciais como possíveis causas alternativas da inconsciência, por exemplo, os 
hematomas e a hipertensão intracraniana (HIC). 
 
LESÕES FOCAIS: 
Os sangramentos intracranianos podem ser divididos, conforme o seu local, em subdural 
e epidural (extradural), sendo a diferenciação radiológica um dos pontos mais cobrados pelas 
bancas quando o assunto é TCE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	Trauma abdominal
	MECANISMO DE TRAUMA
	TRAUMA PENETRANTE
	TRAUMA FECHADO
	TRAUMAS ABDOMINAIS ESPECÍFICOS
	OUTROS TRAUMAS ABDOMINAIS
	Trauma cranioencefálico (TCE)

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