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AO JUÍZO DA XXXXX VARA CÍVEL DE SANTO AMARO DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP. Autos nº XXXXXXXXXXXX Já qualificados na AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C RESOLUÇÃO CONTRATUAL E TUTELA DE URGÊNCIA em epígrafe, movida por Nina da Silva, também já qualificada, por seu procurador abaixo assinado, com escritório na Rua XXXXXXXX, nº XXX, Bairro XXXXXX, neste mesmo município, e-mail: XXXXXXXXX.adv@gmail.com, vêm, com fundamento nos artigos 335 e 343, do Código de Processo Civil, propor CONTESTAÇÃO COM RECONVENÇÃO pelos fatos e fundamentos expostos em sequência: I. Da Ação Proposta A Requerente ajuizou AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C RESOLUÇÃO CONTRATUAL E TUTELA DE URGÊNCIA, alegando que comprou pacote de viagem com o fornecedor já mencionado onde estava incluso hotel e passagens áreas, mas quando chegou na cidade de destino que era o Curdistão e se apresentou na recepção do hotel, foi informada de que não havia reserva de quarto para ela, tendo que procurar outro hotel em uma cidade estranha, onde não conhecia ninguém, ficando numa situação bem complicada, objetivando, portanto resolução contratual e indenização moral e material devido a todo o ocorrido. Solicitou tutela de urgência, pois ainda não pagou a segunda parcela do contrato referente a viagem e não quer pagar, tendo em vista todo o ocorrido. A segunda parcela tem vencimento dia 25/08/2019 no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Também solicitou inversão do ônus da prova, nos termos dos artigos 2º, 3º e 6º, inciso VIII do CDC e ainda a resolução do contrato como já mencionado nos termos do artigo 475 do CC. Ademais, a presente contestação com reconvenção é tempestiva, nos termos do art. 335, I, do CPC/15, que concede o prazo de 15 (quinze) dias úteis para sua apresentação, tendo como início o dia seguinte à audiência conciliatória. II. DO MÉRITO a) DA INEXISTÊNCIA DE DANO MATERIAL É verdade que todo prejuízo deve ser indenizado, desde que seja comprovado o dano de forma inequívoca. Essa reparação deve ser plausível e não de forma que a enriquecer às custas da outra parte. Por este motivos se faz necessário que a parte que alega o dano comprove os danos alegados, pois em se tratando de dano material fica mais fácil a comprovação. Impende relembrar que o CPC/15 consagra expressamente que cabe ao Autor, em sua petição inicial, apresentar os documentos necessários à propositura da ação, bem como atribui-lhe o ônus probatório, in verbis: Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. (...) O pacote adquirido pela Sra. Nina incluía sim hospedagem e passagens aéreas, sendo tudo reservado antecipadamente para que a Sra. Nina não tivesse que se preocupar ao chegar no local. Ainda é importante https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893532/inciso-i-do-artigo-335-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 mencionar que a tentativa de contato com a agencia de viagens no dia da chegada da Sra. Nina no Curdistão foi infrutífera por que era domingo e a agencia não abre. A Sra. Nina não juntou todos os documentos necessários que comprovem os danos materiais e estes documentos devem ser juntados pelo autor com a exordial e pelo réu com a contestação, ou no primeiro momento que vier aos autos, excetuados aqueles tido como novos, na forma artigo art. 435, CPC/15, que são cabíveis somente para fazer prova de fatos ocorridos após a sentença ou indisponíveis ao autor e réu, respectivamente, quando proposta ou contestada a ação. b) DA INECISTÊNCIA DE DANO MORAL A Sra. Nina em nenhuma momento provou os danos morais sofridos, alegou que ficou constrangida na recepção do hotel quando foi informada de que não havia reserva, contudo, o próprio gerente do hotel se propôs a ajuda-lá a encontrar outro hotel da mesma categoria, principalmente porque percebeu que a Sra. Nina era estrangeira e não conhecia o local. O próprio hotel em que a Sra. Nina iria se hospedar entrou em contato com a agencia no dia seguinte e comunicou o ocorrido, contudo informou que não encontrou a reserva da Sra. Nina porque um dia antes de sua chegada haviam tido problemas no sistema do hotel. III. DA IMPOSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NO CASO CONCRETO Quem decide pela inversão do ônus da prova é o Juiz, pois de acordo com o artigo 373 inciso I do CC. Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (...) Conforme já relatado, o próprio hotel reconheceu seu erro, além do que impossível juntar provas do dano moral que a autora alega ter passado. Apenas sendo possível a própria Requerente que apresente tais provas. IV. DA RECONVENÇÃO Extrai-se do art. 343, do Código de Processo Civil, que “na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa”. A Reconvinda devido ao ocorrido postou nas redes sociais palavras de baixo calão entre outras atitudes que denegriram a imagem da agencia de viagens perante o público e mesmo se tratando de pessoa jurídica tem seus direitos preservados, conforme artigo 5º, inciso X da CF/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (...) Não fosse apenas os comentários da Reconvinda, ainda surgiram comentários e curtidas. Ainda que posteriormente a Sra. Nina retirou as publicações, o estrago já estava feito. A reconvinda injuriou e difamou o Reconvinte, caracterizando crime de acordo com o CP artigos 139 e 140 e ainda causou dano moral, conforme artigo 186 do CC. Requer a condenação da Reconvinda em danos morais no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). V. DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer: a) Quanto a contestação, requer a total improcedência da ação, com condenação da requerente a pagamento das custas e despesas processuais e honorários advocatícios; b) Quanto a reconvenção, requer a procedência dos pedidos para condenação da reconvinda em danos morais; c) Ainda que de forma alternativa, na hipótese mais que remota de ser e conhecer eventual dano moral, que este seja arbitrado de acordo com o princípio da razoabilidade e proporcionalidade atrelados aos fatos atenuantes expostos; d) Requer o Requerido que não seja aplicado ao caso concreto artigo 6º, inciso VIII, do CDC, eis que não existe verossimilhança nas alegações autorais nem é hipossuficiente para produzir provas acerca dos fatos constitutivos de seu direito. e) Seja o Requerente/Reconvindo condenado em custas processuais e honorários advocatícios, estes últimos no percentual de 20% (vinte por cento) do valor da causa; Requer desde já a utilização de qualquer meio de prova em direito admitido, tais como documentos, testemunhas, depoimento pessoal, perícia técnica, etc. Dá-se à Reconvenção o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Nestes termos, pede deferimento. São Paulo, XX de setembro de 2019. Advogado: XXXXXXXXX OAB/XX nº XXXXXXXX
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