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Material de Apoio 
Sociologia 
Profª. Renata Esteves 
Se liga nessa História – www.seliganessahistoria.com.br | página 1 
 
O QUE É A SOCIOLOGIA? 
SOCIUS: SOCIEDADE LOGIA: ESTUDO, CIÊNCIA. 
 
• Estuda os fenômenos sociais, aqueles que são produtos da esfera social. (inter-relações 
humanas, formação e desintegração de grupos, divisão da sociedade em classes, 
mobilidade dos indivíduos e grupos, etc.) 
 
• Compreensão dos processos sociais e suas transformações 
 
• Estranhamento e desnaturalização dos processos. 
 
• Compreensão da sociedade leva ao comprometimento do cidadão em relação à sociedade 
em que se vive. 
 
SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA 
 
• Reflexões a respeito da sociedade já estavam presentes no pensamento de filósofos 
antigos como Platão e Aristóteles, bem como nos medievais, renascentistas e iluministas. 
• No entanto, como disciplina, a sociologia surge apenas no século XIX. 
• As influências teóricas, sociais e históricas que configuram o cenário do surgimento da 
filosofia são: 
 
o Revolução científica/surgimento da burguesia/Capitalismo/Modernidade. 
o Iluminismo/Liberalismo/Revoluções burguesas 
o Revolução Industrial/Tecnologia/Cientificismo 
 
 
 
 
 
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Material de Apoio 
Sociologia 
Profª. Renata Esteves 
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CIÊNCIAS SOCIAIS 
 
Composta por três principais áreas de conhecimento que investigam os fenômenos sociais: 
• SOCIOLOGIA: em seu início promove uma investigação dos fenômenos sociais presentes 
nas civilizações europeias. 
• POLÍTICA: Investiga as teorias e práticas políticas e de poder. 
• ANTROPOLOGIA: Investigação do funcionamento de sociedades e culturas não europeias 
ainda não colonizadas. 
 
PENSADORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA 
 
AUGUSTE COMTE (1798-1857): Teórico francês da corrente positivista; cientificismo e 
eurocentrismo muito presentes em seu pensamento; seguia modelo inspirado nas ciências exatas 
para a investigação dos fenômenos sociais. 
 
HEBERT SPENCER (1820-1903): Teórico inglês positivista defendia o evolucionismo social, se 
inspirava no modelo das ciências biológicas nas investigações dos fenômenos sociais. 
 
ÉMILE DURKHEIM (1858-1917): Adepto do método comparativo, defendia que o cientista social 
deveria adotar uma postura neutra diante dos estudos dos fenômenos sociais. A coesão e 
integração social compreendia um importante tema em suas investigações. 
 
KARL MARX (1818-1883): Compreendia a dialética e o conflito entre as classes como motor da 
história e os fatores materiais e econômicos como fundamentais no processo de formação das 
sociedades. 
 
MAX WEBER (1864-1920): Teórico do método sociológico compreensivo, considerava as 
motivações dos agentes sócias na formação da sociedade. Investigava o processo de 
racionalização do mundo na modernidade destacando o papel das religiões. 
 
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Sociologia 
Profª. Renata Esteves 
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CONCEITOS BÁSICOS PARA A COMPREENSÃO DOS ESTUDOS DA SOCIEDADE. 
 
MODOS DE PRODUÇÃO: Forma como os seres humanos se organizam para garantir a 
sobrevivência. Isso envolve as relações de produção e as forças produtivas. 
SISTEMA: Conjunto de características dos fenômenos históricos ligados a um determinado lugar 
ou período envolvendo todas as partes; economia, sociedade, religião e política. As partes se 
articulam em relações de necessidade. 
SUBSISTEMA: Uma das partes do sistema. 
ESTRUTURA: Forma pela qual as partes do sistema se articulam. 
CONJUNTURA: Conjunto de acontecimentos em um determinado momento. São circunstâncias e 
ocasiões que influenciam aspectos econômicos, sociais e políticos. 
REGIME: É um dos elementos que compõe o sistema, correspondendo ao conjunto de leis e regras 
que existem e são aplicadas no âmbito do subsistema. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ADORNO, Theodor W. Tradução: Wolfgang Leo Maar. Introdução á sociologia. São Paulo: UNESP, 
2008. 
CASTRO, Ana Maria de; DIAS, Edmundo Fernandes (orgs.). Introdução ao pensamento sociológico. 
São Paulo: Ed.Moraes,1992. 
 ELIAS, Norbert. Introdução a sociologia. Trad. Maria Luísa Ribeiro Ferreira. 3a ed. Lisboa: Edições 
70, 2008 
FORACCHI, Marialice & MARTINS, Jose de Souza. Sociologia e sociedade; leituras de introdução à 
sociologia. Rio de Janeiro: LTC, 1977. 
SCOTT, John (org.). Sociologia: conceitos chaves. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. 
 
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Sociologia 
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INSTITUIÇÕES POLÍTICAS 
FORMAS DE ESTADO 
Modelo Federado 
• Criação de um Estado único a partir da união, cuja base jurídica é uma constituição de regras 
escrita e rígida. 
• A federação criaria uma estrutura forte, uma unidade poderosa sem, todavia, destruir os 
particularismos e as peculiaridades próprias de seus membros. 
• Agentes administrativos independentes. 
• Visa a descentralização do poder: poder político é partilhado entre os governos federais, 
estaduais e municipais, cada um obtendo renda própria. 
• Experiência Norte americana já no Século XVIII. 
Modelo Unitário 
• Unidade do sistema jurídico, excluindo qualquer pluralidade normativa e administrativa, 
pela centralização da execução das leis e da gestão dos serviços. 
 
FORMAS DE GOVERNO 
República 
• Aspiração democrática de governo 
• Reivindicações populares 
• Participação popular e limitação de poder 
Características: 
• Temporariedade: proibição de reeleições sucessivas 
• Eletividade: o povo elege 
• Responsabilidade: o chefe deve prestar contas de suas conduções políticas. 
Monarquia 
• Absolutista: Arábia Saudita, Catar, Vaticano. 
• Constitucional: Reino Unido, Austrália, Canadá. 
Características: 
• Vitaliciedade: o chefe pode governar enquanto viver 
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• Hereditariedade: a escolha se faz pela linha de sucessão (não é o caso da monarquia presente 
no Vaticano) 
• Irresponsabilidade: o monarca não presta conta de suas conduções políticas. 
 
SISTEMAS DE GOVERNO 
Parlamentarismo 
Chefe de Governo (1ºministro ou chanceler) administra o país/poder executivo. 
Chefe de Estado (rei ou presidente) representa o país no exterior. 
• Eleição indireta: o chefe de governo é eleito pelos membros do poder legislativo que, por 
sua vez, são eleitos pelo povo. 
• O parlamento pode remover o chefe de governo por meio do voto de desconfiança. 
• O chefe pode pedir a dissolução do parlamento, que pode ser aprovada ou não e caso seja 
aprovada, ocorrem novas eleições. 
• Sistema partidário forte: poucos partidos com disciplina partidária e ideologia clara. 
Presidencialismo 
Presidente é, ao mesmo tempo, chefe de governo e chefe de Estado. 
• Independência entre os dois poderes (executivo e legislativo) embora um necessite do apoio 
do outro. 
• Votos separados. 
• Chefe não pode dissolver o parlamento e este, não pode remover o chefe. 
• Sistema partidário mais frágil, com maior número de partidos e pouca disciplina partidária. 
Ditaduras 
• Alteração do regime em vigor: golpe ou revolução. 
• Inconstitucional 
• Não representa a vontade da população 
Totalitárias 
• Propagação ideológica 
• Terror: medos e incertezas 
• Partido único 
• Polícia secreta 
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• Personalização 
Autoritárias 
• Cerceia as liberdades individuais 
• Poder vertical 
• Manutenção da ordem 
• Não possui ideologia específica 
• Inimigos específicos 
• Espionagem e violência contra opositores 
• Tentativa de aparentar uma democracia. 
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA:PARTIDOS POLÍTICOS E SISTEMAS ELEITORAIS. 
Partidos políticos 
• Agrupamento livre e estável de pessoas, reunidas em razção de um conjunto de ideias 
compartilhadas, disposto a participar do jogo eleitoral com vistas à conquista do poder político para 
a implementação de políticas próprias. 
• Vínculo ideológico expresso em um programa partidário. 
• O moderno modelo partidário se consolidou no final do século XIX. 
Sistemas eleitorais 
Conjunto de regras para eleição de um representante. 
Majoritário: nesse sistema serão eleitos aqueles que angariar o maior número de votos. No Brasil 
são majoritárias as eleições para cargos executivos (prefeito, governado e presidente) e para o cargo 
legislativo de senador. 
Proporcional: originário da Bélgica no início do século XX, esse sistema considera a proporção 
entre o número de votos recebidos pelo partidos e o número de vagas eleitorais que ele obtém, 
sendo considerados eleitos os candidatos mais votados pertencentes aos seus quadros. No Brasil 
adotamos esse sistema para eleição de deputados federais e estaduais e vereadores) 
Bibliografia 
BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política, São Paulo: Campus, 2000. 
BOBBIO, Norberto. Dicionário de política, Brasília: Editora UNB, 2000. 
STRECK, Lenio Luís. MORAIS, José Luís Bolzan. Ciência Política e Teoria do Estado, Porto Alegre: 
Livraria dos advogados, 2008. 
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Sociologia 
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ÉMILE DURKHEIM (1858-1917) 
 Considerado responsável por consolidar o lugar da sociologia como ciência, seus quatro 
principais livros são: Da Divisão Social do Trabalho, O Suicídio, As Formas Elementares da Vida 
Religiosa e Regras do Método Sociológico. 
 Para Durkheim a sociologia consiste no estudo dos fatos sociais. Mas o que seriam os fatos 
sociais? Como estuda-los? Os fatos sociais, diz Durkheim, “é toda maneira de fazer, fixa ou não, 
suscetível de exercer uma coerção externa sobre o indivíduo.” Como assim? São maneiras de agir 
ou pensar que não são propriamente individuais nem orgânicas. Pelo contrário, são sociais (o que 
não significa que não se relacionem com nossa constituição orgânica). São gerais, ou seja, são 
coletivos e se repetem na sociedade. São independentes, ou seja, independentes da nossa 
existência (podem continuar existindo perfeitamente após a nossa morte), e são externos a nós, ou 
seja, não são criados em nossa individualidade e, portanto, têm existência própria. Além disso, os 
fatos sociais são coercitivos, isto é, se não os seguimos, podemos sofrer uma repressão, seja ela 
espontânea-moral ou legal. A existência da pressão é uma prova da existência do fato social. Por 
exemplo, a moda, as correntes de opinião, o casamento e as crenças são fatos sociais: eu não os 
criei no campo individual ou biológico, mas eles existem muito antes de mim, e continuarão a existir 
depois de minha morte; dentro de uma sociedade, não seguir esses fatos sociais pode implicar em 
algum tipo de coerção. Veja, abaixo, o texto de Durkheim: 
“Quando desempenho minha tarefa de irmão, de marido ou de cidadão, quando executo os 
compromissos que assumi, eu cumpro deveres que estão definidos, fora de mim e de meus atos, no 
direito e nos costumes. Ainda que eles estejam de acordo com meus sentimentos próprios e que eu 
sinta interiormente a realidade deles, esta não deixa de ser objetiva; pois não fui eu que os fiz, mas 
os recebi pela educação. Do mesmo modo, as crenças e as práticas de sua vida religiosa, o fiel as 
encontrou inteiramente prontas ao nascer; se elas existiam antes dele, é que existem fora dele. O 
sistema de signos de que me sirvo para exprimir meu pensamento, o sistema de moedas que 
emprego para pagar minhas dívidas, os instrumentos de crédito que utilizo funcionam 
independente do uso que faço deles.” 
O indivíduo, assim, nasce da sociedade, e não o contrário. O primado da sociedade sobre o indivíduo 
é uma das máximas do pensamento de Durkheim. Durkheim mostra que, assim como na biologia 
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um corpo por inteiro tem propriedades diferentes dos órgãos que o constituem, na sociologia, a 
sociedade como um todo é diferente dos indivíduos que a compõem. 
Para estudar cientificamente um fenômeno social, é preciso estuda-lo objetivamente, isto é, do 
exterior, como uma coisa, deixando de lado preconceitos, ideais ou valores. 
 Quando um fato social é normal, não há por que querer eliminá-lo. Mas, se é um fato social 
patológico, temos um argumento científico para justificar projetos de reforma. No livro O Suicídio, 
Durkheim analisa esse fenômeno como um fato social, e vê o “suicídio anômico”, justamente, como 
patológico. Vejamos adiante. 
Em sua obra clássica O Suicídio, ele desenvolveu muito do que hoje é o método de análise utilizado 
pelas ciências sociais. Por quê? Normalmente, ao tratar de um suicídio, coloca-se a própria pessoa 
que se suicidou como culpada pelo fato. No entanto, para Durkheim, o suicídio pode ter também 
raízes sociais e não apenas psicológicas. O Suicídio é “todo caso de morte provocado direta ou 
indiretamente por um ato positivo ou negativo realizado pela própria vítima e que ela sabia que 
devia provocar esse resultado” (um ato positivo seria atirar na própria cabeça, ao passo que um ato 
negativo seria a greve de fome). 
Após uma análise estatística sobre as incidências do suicídio, ele afirma existir três tipos de suicídio. 
O primeiro tipo de suicida é o que Durkheim chama de “suicídio egoísta”. Os suicídios, nesse caso, 
são praticados por pessoas que se sentem excluídas de sua família, escola, amigos ou outro grupo 
social qualquer. Outro tipo é o “suicídio altruísta”: enquanto o egoísta ocorre por excesso de 
individualismo, o altruísta acontece pelo desaparecimento do indivíduo no grupo. Ele ocorre quando 
os indivíduos sacrificam sua vida por um valor maior. É como se sua vida não tivesse valor diante de 
uma ideia, religião ou grupo. É o caso dos kamikases, pilotos japoneses da 2ª Guerra Mundial, que 
jogavam seus aviões contra navios norte-americanos. É o caso também dos bombeiros, que 
sacrificam sua vida em nome de sua função. É o caso também dos terroristas do Oriente Médio. 
Outro tipo é o “suicida anômico”, típico da solidariedade orgânica. O indivíduo, deixado a si mesmo, 
tende a ter desejos infinitos. Por isso, a disparidade entre desejos e satisfações (necessariamente, 
limitadas) é uma causa de perpétua insatisfação e, portanto, de vários suicídios. Ele é típico de crises 
sociais. 
Para evitar mais suicídios, portanto, é preciso que os indivíduos consintam em limitar seus desejos 
e obedeçam. Se não houver uma autoridade moral que limite os desejos, os homens ficarão 
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Sociologia 
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eternamente insatisfeitos, porque desejarão sempre algo mais, que não podem obter: abandonados 
à pressão de suas necessidades, o indivíduo nunca admitirá que chegou ao limite extremo dos seus 
direitos. 
 Aliás, como pode uma coleção de indivíduos constituir uma sociedade? Existem duas formas 
de solidariedade, quer dizer, de consensos que constituem uma sociedade. Uma solidariedade é 
mecânica, típica das sociedades que ele chamava "primitivas" ou "arcaicas“. Nestas sociedades, os 
indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere 
às crenças religiosas quanto no que se refere aos interesses materiais necessários à subsistência do 
grupo. São justamente essas correspondências de valores que irão assegurar a coesão social, ou 
seja, assegurar que indivíduos se sintam “parte do todo”. Nesse tipo de sociedade, a maiorparte da 
existência é orientada pelos imperativos e proibições sociais: a consciência coletiva – conjunto dos 
sentimentos comuns à média dos membros de uma sociedade – é forte e a diversidade pequena. 
 Uma forma oposta de solidariedade é a dita orgânica, tipo que predomina nas sociedades 
ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação individual e social. A 
unidade, assim, se opera pela diferença. Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças 
sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é mais 
acentuada. Isso se deve à divisão do trabalho. A consciência coletiva se resolve na percepção de que 
todos são indivíduos. Há, nessa sociedade, uma maior margem para interpretação individual dos 
imperativos sociais: a consciência coletiva – sentimentos comuns à média dos membros de uma 
sociedade – é mais fraca. 
 O crime, em Durheim, é um ato proibido pela consciência coletiva. Não importa que pareça 
inocente ao observador situado em outra sociedade, ou em outro período histórico: o crime só pode 
ser definido a partir da consciência coletiva da sociedade analisada. Nesse sentido, o direito 
repressivo é aquele que pune as faltas ou crimes, ao passo que o direito restitutivo ou cooperativo 
é aquele repõe as coisas em ordem quando uma falta foi cometida. 
 
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KARL MARX (1818-1883) 
Sociólogo, filósofo e economista alemão, habitou entre França, Alemanha e Inglaterra. Marx 
viveu no período da Revolução Industrial em plena efervescência política. Desenvolveu diversas 
obras de cunho filosófico e econômico e é considerado um dos grandes clássicos da sociologia. 
Interpretou criticamente a sociedade de seu tempo, fundamentando importantes críticas aos 
filósofos, socialistas e anarquistas da época, inspirando diversos pensadores e movimentos sociais. 
Propunha mudanças concretas na sociedade e, para tanto, apresentou uma nova perspectiva em 
sua análise. 
Marx e a crítica à utopia 
Marx foi um grande crítico do idealismo filosófico e político presente no discurso dos pensadores 
de inspiração iluminista. Assim, ele passa a encarar a sociedade a partir de uma perspectiva concreta 
da realidade. Denunciando teorias fundamentadas em como deveria ser o mundo perfeito, mas 
pouco relevantes para uma efetiva transformação. Denunciava também a filosofia como um saber 
interpretativo e pouco transformador. 
Marx se inspirou na filosofia hegeliana e nos economistas clássicos, sobretudo Adam Smith e 
David Ricardo, para a construção de seu pensamento. No entanto, também fundamenta criticas 
contra esses. 
Alguns conceitos são fundamentais para o entendimento do pensamento marxista, porquanto, 
estão relacionados e sustentam a sua perspectiva e consequente proposta de transformação. São 
eles: 
Materialismo Histórico 
Marx defende que muitas verdades filosóficas são, em realidade, fatos históricos e empíricos. 
Assim, ele sustenta que as instituições e o espírito humano são resultados das condições materiais 
de vida. 
 Para Marx, o que estrutura e fundamenta a sociedade são as condições materiais da vida: o 
trabalho, o modo de produção, a economia. Assim, se modo de produção material para a 
sobrevivência humana é que enraíza toda a sociedade, então, deriva deste, a necessidade da criação 
de instituições, tais como a política, as leis e educação, que, portanto, obedecem à mesma lógica da 
produção material. 
Material de Apoio 
Sociologia 
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As instituições, por sua vez, produzem o espírito humano, fundamentando um modo de existir, 
ser e pensar condizente com o modo de produção. 
Desta forma, enquanto alguns filósofos encaram as ideias e o espírito humano de uma maneira 
essencialista, Marx os desnaturaliza, historicizando-os, isto é, compreendendo-os como produto e 
resultado das condições materiais, superando os idealismos filosóficos. 
A Estrutura econômica (modo de produção material) condiciona a superestrutura ideológica (o 
processo social, político e espiritual da vida: direito, moral, filosofia, arte e religião). 
 Deste modo, segundo ele, a história pode ser compreendida somente a partir da realidade 
material. Concluindo, portanto, que “não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, 
ao contrário, é o seu ser social que determina a sua consciência.”. 
Logo, a intenção de transformar a sociedade e o espírito humano perpassa a transformação do 
modo de produção econômica. 
Materialismo Dialético 
Segundo Marx, todo momento histórico gera em seu seio a contradição entre os opressores e 
oprimidos, contradição em que o resultado inevitável é, pouco a pouco, a superação do estado de 
coisa existente. A história de toda sociedade é sempre história de luta entre classes e a época atual 
mostraria o antagonismo fundamental entra a burguesia (donos dos meios de produção) e o 
proletariado (aqueles que vendem sua força de trabalho). 
Alienação Do Trabalho 
Para Marx, assim como o modo de produção material é o fundamento de todas as sociedades, o 
trabalho é o fundamento da humanidade. 
 Assim, ele designa como elemento mais característico da humanidade, a capacidade de 
transformar e humanizar a natureza. Desta forma, Marx define o homem como um ser criativo que 
se realiza no processo de criação, isto é, em seu trabalho. 
Enquanto os animais de modo geral trabalham por instinto, os seres humanos projetam 
mentalmente as transformações de acordo com suas necessidades, peculiaridades e caprichos. 
Assim, o fruto do trabalho se torna uma extensão do próprio ser humano na medida em que é 
proveniente de sua criação. 
Deste modo, o trabalho e os seus frutos fazem parte do próprio ser humano. 
Material de Apoio 
Sociologia 
Profª. Renata Esteves 
Se liga nessa História – www.seliganessahistoria.com.br | página 3 
 
No entanto, é o trabalho fabril, segmentado, que constitui a realidade de grande parte dos 
trabalhadores da época de Marx. Esta forma de trabalho em nada se identifica com o trabalhador, 
pois ele geralmente não desenvolve sua criatividade, senão, obedece as regras que lhe são 
ordenadas. De modo que o trabalhador se descola de seu próprio trabalho, desconhecendo o seu 
processo e, assim, não se reconhecendo no mesmo. 
O trabalho se torna estranho ao próprio trabalhador, não lhe pertence, lhe é alienado. 
Os movimentos repetitivos e ordenados ao trabalhador em nada diferem daqueles designados á 
competência de uma máquina. De modo que ele sente como um animal ou mesmo como uma 
máquina, pois é reificado (transformado em coisa) durante o processo produtivo. Pois, não produz 
trabalho, senão, força de trabalho. O que está em jogo é apenas o aproveitamento de sua energia 
física, tal como uma máquina. O seu espirito e corpo, então, adoecem, se alienam, porquanto não 
se realiza como ser humano. Paradoxalmente, será somente na esfera da sua privacidade, onde 
satisfazemos nossas necessidades instintivas, que ele irá sentir-se um pouco mais humanizado. 
Assim, se o ser humano é alienado em seu trabalho, isto é, em sua característica mais 
fundamental e estruturante da sociedade, consequentemente será alienado em todas as outras 
esferas. Não se reconhecendo em nenhuma instituição. Com issojulgará incapaz de transformar 
qualquer condição social que interfira diretamente em sua vida, pois, embora participe do processo 
social, não se reconhece nele. 
O sujeito, alienado da sociedade, tende a se reconhecer apenas como indivíduo e assim, sente se 
pequeno e incapaz diante das circunstâncias da sua própria vida. 
Somente quando toma consciência de sua posição na sociedade é que passa a se identificar com 
a sua realidade, pois se reconhece como classee não como indivíduo e então, sente-se capaz de 
transformar a realidade, pois percebe que, como classe de trabalhadores, constitui à maioria da 
população e constrói a história. 
Para Marx, a construção de um espírito autônomo somente pode se constituir em uma lógica de 
produção autônoma em que cada trabalhador se realize em seu trabalho, sendo, eles próprios 
donos dos meios de produção. Por esse motivo é que ele considera fundamental a extinção da 
propriedade privada dos meios de produção. Com isso, ele também supera certo idealismo que via 
a possibilidade de autonomia e liberdade do espírito humano desvinculado da produção material. 
Material de Apoio 
Sociologia 
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Ideologia 
A divisão do trabalho estrutura as sociedades e, de modo geral, resulta em classes dominantes e 
classes dominadas, sendo que apenas a primeira detém o acesso à produção intelectual, enquanto 
à segunda cabe apenas o trabalho manual. 
 Assim, se o mundo é divido por dominantes e dominados, resulta sempre mais de uma 
perspectiva em sua análise. No entanto, como apenas a classe dominante produz as ideias, embora 
pertençam à perspectiva própria da classe dominante, aparecem como únicas e, portanto, como 
universais. 
 Isto é, embora as ideias da classe dominante sejam carregadas de interesses e perspectiva de 
classe, como são as únicas ideias produzidas, aparecem, falsamente, como verdades neutras e 
universais. Desta forma ocultam os interesses que a sustentam e são adotadas também pela classe 
dominada. Isso, muitas vezes, legitima a dominação, facilitando a manutenção do status quo. 
Assim, o trabalhador ao adotar a ideologia burguesa desenvolve uma falsa consciência e 
novamente se aliena. 
Para Marx, as ideias de uma época são sempre ideias da classe dominante. 
Desta maneira, consideramos ideológica, no termo marxista, todas as ideias que são dominantes 
na sociedade e, portanto, aparecem como verdades neutras e universais, ocultando a perspectiva e 
os interesses de classe. 
Bibliografia 
COUTINHO, Carlos Nelson (et.al.), O manifesto comunista 150 anos depois. Rio de Janeiro: 
Contraponto. São Paulo: Perseu Abrahmo, 1998. 
SODRÉ, Nelson Werneck, Fundamentos do materialismo histórico. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 1968. 
MÉSZÁROS, István, A teoria da alienação em Marx. São Paulo; Boitempo, 2006. 
MARX, Karl. ENGELS, Friedrich, A ideologia Alemã. São Paulo: Hucitec, 1999. 
 
Material de Apoio 
Sociologia 
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MAX WEBER (1864-1920) 
O alemão Max Weber (1864-1920) foi um renomado sociólogo, historiador, jurista, economista 
e é considerado o último grande clássico da sociologia. As preocupações gerais de Weber em seus 
estudos foram o poder e a ciência (Ciência e Política: duas vocações), a religião (Ética Protestante e 
o Espírito do Capitalismo) e o capitalismo (Economia e Sociedade, sua obra-prima), e uma 
fundamental reflexão metodológica (Ensaios Sobre a Teoria da Ciência). 
Uma contribuição metodológica fundamental de Weber é a chamada teoria geral da ação. O que 
é uma ação social? É toda ação humana individual que ocorre orientando-se pelo comportamento 
do outro. 
A ação social racional com relação a um objetivo ocorre quando o indivíduo estabelece os 
propósitos, meios e finalidades de sua ação através de um cálculo racional. Por exemplo, alguém vai 
comprar uma televisão e leva em conta o custo do aparelho, seu tamanho, sua qualidade, um 
engenheiro que constrói uma ponte ou o general que quer ganhar uma batalha. A ação racional com 
relação a um valor é racional porque não há um objetivo racionalmente calculado, mas porque há 
em jogo um valor, e o indivíduo permanece fiel à sua ideia: é quando um capitão de um navio aceita 
morrer porque seria desonroso abandonar um navio que afunda ou quando alguém entra num 
duelo, sabendo que ira morrer, porque seria desonroso rejeitar o combate. A ação social afetiva 
ocorre quando o indivíduo age em função de seus afetos ou estados emocionais. Ocorre, por 
exemplo, quando ou um jogador de futebol dá um soco no companheiro porque perdeu os nervos. 
A ação social tradicional é determinada pelos hábitos, costumes e crenças. Por exemplo, o 
comprador escolhe o modelo de televisão da mesma marca dos seus pais ou de sua família . 
Weber não compactuava com o determinismo, no sentido de que, como ele dizia, todos os 
fenômenos históricos são pluricausais: economia, política e religião são igualmente importantes e 
influenciam-se mutuamente. Nesse sentido, é preciso apontar que um aspecto das ciências 
humanas é o seu não acabamento. Se admitíssemos a ciência como acabada, chegaríamos a axiomas 
e leis. Mas isso, note, é impossível. Vamos a um exemplo. Se um historiador pretendesse contar 
com todos os detalhes, com todos os seus caracteres qualitativos, cada um dos atos de dos 
pensamentos de uma só pessoa, ele nunca conseguiria fazê-lo. A narrativa completa da vida de uma 
única pessoa exigiria mais páginas que todos os livros já escritos na história. Assim, todo relato 
histórico implica em escolhas, é uma reconstrução seletiva do passado, uma seleção operada nos 
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documentos. Por que falar disso e não daquilo? Por que dar maior ênfase a um aspecto ou ao outro? 
Todos os resultados científicos estão relacionados com a curiosidade do cientista e seu contexto 
histórico. Toda ciência histórica e social é parcial e, ao mesmo tempo, incapaz de prever o futuro, 
dado que o ser humano dispõe de um grau de livre arbítrio. Portanto, nenhuma ciência poderá dizer 
aos homens como devem viver ou se organizar (aqui, Weber se opõe à Dukrheim e Marx, perceba). 
Logo, toda ação do cientista social tem um procedimento que implica valores. A ciência é uma ação 
racional em função de um objetivo (aquilo que o cientista quer descobrir) e em função de um valor 
(a verdade, por exemplo). 
Dado que a ação do sociólogo está relacionada a um valor (relação com os valores), é preciso 
tomar cuidado: isso não implica que o sociólogo pode fazer julgamentos de valor, o que é diferente! 
Por exemplo, posso estudar a liberdade (se eu considero-a algo digno de ser estudado, é porque 
confiro a ela um valor), mas isso não significa que devo declarar meu apreço em relação a ela (isso 
seria um julgamento de valor). Todo conhecimento implica em valores: o professor de física ou 
química age de acordo com um valor, que é a verdade ou o vestibular, por exemplo; isso não implica, 
entretanto, na necessidade de julgamentos de valor. Assim, a concepção weberiana de sociologia 
carregava a ideia de que o cientista, apesar de não poder ser totalmente imparcial, deveria ao 
máximo buscar a objetividade possível, a "neutralidade valoratiza", e evitar que sua atividade 
profissional fosse utilizada por posições políticas. Ele estabelecia, assim, uma rigorosa fronteira 
entre o cientista, o homem do saber, e o político, o homem de ação: 
“A juventude espera um líder e não um professor. Meus caros alunos! Vocês ingressam em 
nossos cursos exigindo de nós, que somos professores, qualidades de líder, sem jamais levar em 
consideração que, de cem professores, novena e nove devem ter a pretensão de ser campeões do 
futebol da vida (...) É necessário lembrar que o valor de um ser humano não se põe, precisamente, 
na dependência das condições de líder que ele possa ter. Todavia, o que faz, o que transforma um 
homem em sábio eminente ou professor não é, certamente, o que poderia transformá-lo num líder 
no domínio da conduta prática da vida. (...) De qualquer forma, a sala de aula não será jamais o local 
em que o professor possa fazer prova de uma aptidão dessa. Sem dúvida, é muito cômodo exibir 
coragemnum local em que os assistentes e, provavelmente, os oponentes, estão supliciados ao 
silêncio'" (Max Weber, Ciência e Política: duas vocações). 
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Vamos pensar agora como se configura, para Weber, a questão do poder. Poder, para ele, é "a 
possibilidade de que uma pessoa ou um número de pessoas realizem a sua própria vontade numa 
ação comum, mesmo contra a resistência de outros que participam na ação." A dominação é a 
situação em que há um senhor, e pode ser definida pela probabilidade que tem o senhor de contar 
com a obediência dos que, em teoria, devem obedecê-lo. A lei, por sua vez, é a compulsão física ou 
psíquica com intenção de obter conformidade com a ordem. 
 O que é o Estado? O Estado se manifesta pela polícia (força coercitiva), pela lei (força legal), 
pela burocracia e pela cobrança de impostos. O que é fundamental num Estado? Se a violência 
estivesse ausente do Estado, ele deixaria de existir, e assim seria substituído pela anarquia. A 
violência não é, assim, o único instrumento do Estado, mas é seu específico. O Estado é, assim, o 
detentor do monopólio da violência. A única fonte do direito à violência legal é o Estado. 
Daí surge a questão: se o Estado, é a dominação do homem pelo homem por esse monopólio da 
violência, por que os homens a ele se submetem? Existem três fundamentos da legitimidade, 
pensados a partir de tipos ideais. Primeiramente o "poder tradicional", ou seja, aquilo baseado no 
hábito, no costume, como um poder de um patriarca ou senhor de terras. Segundo, o "poder 
carismático", ou seja, baseado em dons pessoais e extraordinários de um indivíduo, depositado 
sobre alguém que possui qualidades prodigiosas, por heroísmo ou outras qualidades, podendo ser 
o poder de um guerreiro eleito, de um mágico, um profeta, um semideus, um grande demagogo 
(figura, aliás, tipicamente ocidental e ligada às sociedades democráticas) ou dirigente de um partido 
político. Por fim, há o poder imposto pela "legalidade", ou seja, baseado num estatuto legal e de 
uma competência positiva, estruturada em regras racionalmente estabelecidas. Assim é o poder do 
"servidor do Estado." Evidentemente, são "tipos ideais" de poder, formas puras, com as quais a 
realidade dialoga. 
O livro de Weber A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1904-1906) explica que o 
espírito do capitalismo, ou seja, muitas das ideias dominantes entre os povos capitalistas, e que 
deram origem ao capitalismo, teriam origem, entre outros fatores, na ética calvinista. Essa visão é 
diferente da marxista, segundo a qual o chamado espírito do capitalismo seria posterior ao próprio 
capitalismo. 
Mas, para Weber, o que seria o capitalismo? Diferente de Marx, para Weber o capitalismo 
representaria uma forma universal de racionalização do mundo: numa ordem capitalista, uma 
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empresa busca um lucro permanente e renovado, numa ação minuciosamente calculada, com a 
utilização sistemática de recursos e serviços pessoais, balanços da empresa, trocas, 
desenvolvimento de títulos negociáveis, a racionalização da especulação e das trocas. A crescente 
racionalização é o traço característico do mundo em que vivemos. A constante busca dos burgueses 
por aumentar a eficiência e a produtividade de uma empresa, reinvestindo os lucros, pode parecer 
óbvia para nós, mas é uma criação do capitalismo, e não existia em larga escala em outros tempos. 
Alguns fatores são essenciais para a formação dessa economia racional no ocidente: a ciência 
moderna e a utilização técnica do conhecimento científico, a mão de obra livre (mais lucrativa), a 
separação entre a empresa e a moradia do empresário, e uma contabilidade exata e racional. O 
trabalho livre no capitalismo também estaria racionalmente organizado, sob uma disciplina 
metodizada. Todos esses fatores só se desenvolveram no ocidente, e, por isso, é nele que se 
originou o capitalismo. A ciência põe à nossa disposição um número de conhecimentos que nos 
permitem dominar tecnicamente a vida através da previsão e, por isso, provocou o 
desencantamento do mundo (Entzauberung der Welt). A técnica e a previsão, nesse sentido, fez 
com que dispensássemos rezas ou magias para dominar a natureza. 
Para Weber, como o capitalismo teria se formado? Uma das muitas causas da formação do 
capitalismo seria a disposição do homem de adotar o que Weber chama de “conduta racional 
prática”, o espírito do capitalismo, uma tendência para desenvolver o racionalismo econômico. E 
qual seria esse espírito do capitalismo? Nada melhor para expressa-la do que o famoso texto de 
Benjamim Franklin: “(...) Lembra-te que tempo é dinheiro”. O espírito do capitalismo é uma espécie 
de filosofia da avareza: o ideal dos homens honestos Franklin é aumentar o seu capital, mas não 
para gastar o que ganhou em diversão ou ter uma vida confortável, mas para reinvestir e gerar mais 
capital, como se este tivesse um fim em si mesmo (o contrário do que pensava a nobreza, a qual 
valorizava o ócio e gastava todos seus rendimentos em luxo). Apesar de tal ética, propondo ganhar 
muito dinheiro e se afastar dos prazeres, parecer completamente irracional do ponto de vista da 
felicidade individual, é ótima do ponto de vista do lucro. É uma ética própria, altamente utilitarista: 
a honestidade e a vida regrada é boa porque ela nos trás crédito. 
Essa ética, segundo Weber, teria origem nas seitas protestantes de origem calvinista. Weber 
lembrou que os países que foram os berços do capitalismo, Inglaterra, EUA, Suíça, Holanda e 
Escócia, eram predominantemente calvinistas. Para os calvinistas, todos os homens estariam 
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predestinados a ir ao céu ou ao inferno. Para eles (e não para o próprio Calvino, aliás), o 
enriquecimento, combinado a uma vida abstida de prazeres, seria um sinal de salvação. A ética 
puritana, assim, seria a única capaz de fazer os homens buscarem enriquecer com astúcia e 
inteligência, ao mesmo tempo em que renunciariam aos prazeres mundanos conquistados com o 
dinheiro. Os calvinistas enxergavam o trabalho metódico como um dever religioso - o homem 
preferido de Deus é o self-made man, aquele que, pelo trabalho duro, torna-se rico. Mas, fique 
claro, qualquer forma de ostentação ou gastos com luxo eram desprezados pela ética calvinista. O 
resultado da combinação entre liberação absoluta das atividades em busca de riqueza com a 
limitação do consumo é um grande acumulo de capital. Tais atitudes, conclui Weber, foram 
introduzidas na vida cotidiana, se desligaram da religião e, hoje, seriam a base do espírito do 
capitalismo. 
 
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SOCIALISMO UTÓPICO 
Marx e Engels teceram duras críticas àquelas teorias que visavam um mundo melhor, mas que 
eram demasiadamente românticas, pois, não apresentavam possibilidades concretas em sua 
realização. Para esses pensadores, os liberais e iluministas já antecipavam a utopia ao acreditarem 
que o esclarecimento (uso da razão humana) resolveria muitos dos problemas do mundo ao trazer 
o bom senso. 
Marx e Engels propunham que, antes de tudo, a estrutura deveria ser modificada, criando 
condições para que a lógica da tirania e obediência, individualismo e egoísmo desaparecesse. Para 
que, então, se alterasse a superestrutura ideológica que, por sua vez, transformaria a lógica de se 
viver e pensar o mundo. Somente assim é que se formariam seres autônomos, capazes de construir 
um mundo horizontal com pessoas independentes. 
Segundo Engels, os elementos presentes no socialismoe no liberalismo que podem ser 
identificados como utópicos são: 
• Moralismo: crença de que a racionalidade necessariamente elevará a moral como um valor 
universal e então, a sociedade será melhor. 
• Fraternidade: crença de que todos irão agir em relação aos outros como semelhantes ante 
os interesses individuais. 
• Justiça: o que é justo tende a triunfar quando as pessoas são esclarecidas. 
• Espiritualismo e Voluntarismo: crença de que os ideais ou a vontade humana pode atuar 
sobre a evolução econômica. 
• Otimismo no ser-humano. 
OS SOCIALISTAS UTÓPICOS 
 SAINT-SIMOM (1760-1825), 
De cada qual a sua capacidade e a cada qual segundo as suas obras. 
• Crença no progresso: ciência, tecnologia e indústria como solução para os problemas do 
mundo. 
• Defendia o planejamento da economia 
• Contra o parasitismo e a injustiça: propriedade e herança. 
 CHARLES FOURIER (1772-1837), 
• A Civilização tornou a economia e a moral perversas. 
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• O homem só se degenera em vício porque o meio social o impede de exprimir-se livre e 
plenamente. 
• A concorrência (pregada pelo liberalismo) é o mal que leva a exploração e ao abuso 
• Paixões humanas são sistemas de atração e devem ser liberadas. 
• Segundo o plano harmônico de Deus, o trabalho deverá ser prazeroso, atraente, facultativo 
e de livre escolha. 
• Propõe a organização da produção, no meio da qual os trabalhadores vivem em 
comunidades: FALANGES 
 http://www.primumgradus.com/2018/04/programa-51-fourier-y-sus-falansterios.html 
FALANSTÉRIOS: unidades agrícolas-industriais: 
• Liberdade sexual 
• Igualdade entre homens e mulheres 
• Realização de diversas atividades e profissões. 
• Experiências realizadas nos EUA, Europa e Brasil. 
 PIERRE JOSEPH PROUDHON (1809-1865), 
A propriedade é um roubo 
Aquele que botar as mãos sobre mim, para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro 
meu inimigo. 
• Defendia que a propriedade era injusta porque assegurava renda sem trabalho e escravizava 
muitos a favor de poucos. 
• Autogestão: o controle dos meios de produção deveria ser assegurado aos próprios 
trabalhadores. 
• Considerava que a revolução social poderia ser alcançada através de formas pacíficas. 
 ROBERT OWEN (1771-1858), 
Faz de sua fábrica, um exemplo e modelo prático da sociedade que defendia: 
• Investe em educação. 
• Redução da carga de trabalho de 17h para 10h. 
• Construção de refeitórios, moradias e assistência. 
• Tentativa de transformar suas reformas em lei. 
Fundou nos EUA, a COLÔNIA SOCIALISTA NEW HARMONY 
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 http://urlm.com.br/www.imagohistoria.blogspot.com 
BIBLIOGRAFIA 
BUBER, Martim, O Socialismo Utópico. Editora perspectiva, 1986. 
ENGELS, Friedrich, Do socialismo utópico ao socialismo científico, Edipro, 2011. 
 
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TOTALITARISMO SÉCULO XX 
O que é? 
Tendência do poder político para se dilatar e se apoderar de tantos domínios da vida quanto 
possível. Tudo deve ser posto a serviço da finalidade do Estado (vida social, ócio, família, opiniões e 
costumes.) 
O estado passa a ser o detentor das verdades únicas e do direcionamento da vida dos cidadãos. 
A opressão não se dá somente por meio da violência, mas, sobretudo, por meio da introjeção de 
uma subjetividade que cria um modelo de ser e estar no mundo, produzindo a realidade e a verdade 
em que o diferente passa a ser ilícito. 
Indivíduo desaparece = intolerância aparece. 
Estado político = Sociedade (eliminam-se as contradições, o diferente) 
Marilena Chauí : Considera o totalitarismo como um Estado total que absorve em seu interior e 
em sua organização o todo da sociedade. 
Hannah Arendt : Para esta pensadora, o totalitarismo vai muito além da institucionalização do 
medo e do terror. A ação totalitária visa destruir todos os circuitos da convivência que constroem a 
solidariedade. Elimina os espaços públicos e os privados, a personalidade. Constrói a personalidade 
das pessoas como peças em uma grande engrenagem. Fere a condição humana minando as suas 
potências. 
Adorno e Horkheimer : Desenvolveram investigações em relação ao desenvolvimento dos 
totalitarismos e capitalismo no século XX. Concluíram que esses sistemas se utilizavam amplamente 
dos meios de comunicação de massa como um instrumento para expandir e introjetar suas 
respectivas ideologias. Assim, a cultura de massa desenvolvida no interior do sistema capitalista ao 
nivelar a arte, tornando a mercadoria, uniformizaria os gostos e eliminaria a crítica, assemelhando-
se ao processo totalitário. 
 
ELEMENTOS DA ESTRUTURA ESTATAL TOTALITÁRIA 
• Dogmatismo nas ideias acerca do mundo. 
• Identificação do partido dominante com a coletividade. 
• Imposição do Estado pelo recurso ao agente da força política a um terror organizado a 
serviço daquele dogmatismo. 
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• Poder ideológico: escolas e meios de comunicação, rádio, cinema, jornais e periódicos. 
• Partido único de massa. 
• Mobilização das massas. 
• Personificação do poder/líder do partido. 
• Polícia secreta/rede de espionagem/serviço de inteligência. 
 IDEAIS QUE CARACTERIZAM O FASCISMO/NAZISMO 
• Nacionalismo (luta das nações) 
• Guerra como momento mágico da renovação da espécie humana. 
• Eliminação de opositores. 
• Corporativismo: união entre patrões e empregados, extinção de sindicatos e lutas de classes. 
• Movimentos e associações que reforçam o ideal fascista. 
• Hierarquias, sociedade verticalizada. 
• Censura aos meios de comunicação que propagam noticiário que desfavorece a imagem do 
Estado. 
• Artistas fascistas são incorporados ao Estado. 
• Crença em raças superiores e inferiores. 
• Adoção de recursos simbólicos: corporificação da ideologia para atrair adeptos (suástica e 
feixe) 
Bibliografia 
ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia de Bolso, 2013. 
BERTONHA, João Fábio. Fascismo, Nazismo e Integralismo. São Paulo: Editora ática, 2000. 
PAXTON, Robert. A Anatomia do Fascismo. São Paulo: Paz e Terra, 2007. 
 
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DEMOCRACIA 
DEMO (povo) KRATOS (poder) 
A democracia é o único regime político que considera o conflito legítimo e até desejável, 
instituindo-o como direito e exigindo que seja reconhecido e respeitado. 
Assim, indivíduos e grupos podem se organizarem em associações e movimentos sociais, ao 
passo que, classes se organizam em sindicatos criando um contrapoder social que, direta ou 
indiretamente, limita o poder do Estado. 
Marilena Chauí 
• Regime de governo onde o povo deve tomar as decisões políticas e de poder 
• Deve haver a separação dos três poderes e a igualdade como maior premissa 
• Democracia antiga: Atenas: Clístenes foi um reformador ateniense que ampliou o poder da 
assembleia popular proporcionando os princípios de ISONOMIA( igualdade perante a lei) e ISEGORIA 
(igualdade de voz). 
Democracia Direta 
• Organização política em que se manifesta diretamente sua vontade sobre assuntos de 
interesse público sem a intermediação de representantes. 
• O próprio povo promulga as leis, toma as decisões importantes e escolhe os agentes de 
execução. 
Democracia Representativa 
• O povo elege representantes por meio do voto para um mandato de duração limitada. 
Democracia Participativa 
• Existência de mecanismos que garantem a participação popular na esfera pública: 
referendos plebiscitos e propostas de projetos de lei. 
Plebiscito 
Consultapopular anterior a formulação do projeto de lei. 
Referendo 
Consulta popular posterior a formulação do projeto de lei. 
Segundo o pensador Norberto Bobbio, a democracia é um jogo de regras que estabelece quem 
está autorizado a tomar decisões coletivas e com quais procedimentos. 
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O mecanismo fundamental é o da regra da maioria e para que se possa implementá-la devem se 
disponibilizar alternativas reais, bem como garantir as possibilidades de escolha, tendo como 
conteúdo mínimo: 
• Garantia dos direitos de liberdade 
• Partidos 
• Eleições 
• Sufrágio 
• Decisões por acordo ou por maioria com debate livre. 
Segundo o cientista político argentino Guillermo O’Donnel, a América Latina ainda não conseguiu 
experimentar uma verdadeira democracia devido a longa experiência com regimes autoritários. 
Assim, nesses países, seria necessária uma segunda transição, mais demorada e complexa, para o 
estabelecimento do regime democrático. De modo que, o pensador nomeia Delegativa o nosso tipo 
de democracia, aproximando-se mais dos ideais políticos hobbesianos que de uma democracia 
liberal. Assim, as características conferidas à DEMOCRACIA DELEGATIVA são: 
• Quem ganha a eleição presidencial é autorizado a governar o país como lhe for conveniente. 
• Presidente é a encarnação da nação 
• O que o presidente faz não precisa guardar semelhança com o que prometeu 
• Prometem políticas de bem estar e entregam políticas de ajustes 
• Figura paternal/salvacionista 
• Acima do partido/pessoalidade 
• Depois das eleições, os eleitores retornam a condição de expectadores passivos. 
Dois grandes pensadores nos ajudam a compreender a construção teórica da democracia: John 
Locke e Jean Jacques Rousseau. 
A proposta de Locke corresponde à democracia representativa, pois, consiste na defesa de 
eleição de representantes para o exercício do poder político que deve possuir a prerrogativa de 
elaborar leis para amparo e regulamentação através do Estado do direito á propriedade (vida, 
liberdade e bens). 
A proposta de Rousseau corresponde à democracia participativa, pois, para este a soberania é o 
exercício da vontade geral que se expressa por meio da lei e não pode ser alienada. 
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J. Locke (1632-1704) defensor da Revolução Gloriosa de 1688 em que a burguesia assume o 
poder, estabelecendo o primado do poder legislativo sobre a coroa britânica, formando uma 
monarquia parlamentar. 
J.J. Rousseau (1712-1778) inspirou os ideais da Revolução Francesa de 1789, em que a burguesia 
com o apoio dos trabalhadores urbanos e camponeses depôs o rei Luís XVI e tomou o poder na 
França. 
Bibliografia 
BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política, São Paulo: Campus, 2000. 
BOBBIO, Norberto. Dicionário de política, Brasília: Editora UNB, 2000. 
BOTELHO, André. SCHARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda Brasileira: temas de uma sociedade em 
mudança, São Paulo: Companhia das Letras: 2011. 
STRECK, Lenio Luís. MORAIS, José Luís Bolzan. Ciência Política e Teoria do Estado, Porto Alegre: 
Livraria dos advogados, 2008. 
 
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NEOLIBERALISMO 
ESCOLA CLÁSSICA: LIBERALISMO 
ADAM SMITH: A Riqueza das nações- século XVIII 
• A ORIGEM DA RIQUEZA ESTÁ NO TRABALHO HUMANO: eficácia mais importante que a 
quantidade. 
• Divisão do trabalho cria a solidariedade entre os homens, as economias e as nações. 
• Interesses privados resultam em bem coletivo 
• Mão invisível: livre mercado é eficiente, isto é, não necessita de controle. 
OUTROS LIBERAIS: David Ricardo e T, Malthus. 
 
NEOLIBERALISMO 
 SÉCULO XXI: Mises, Hayek, Baudin, Robins. 
• Contra a ofensiva aos liberais/keynesianismo 
• A planificação da economia impediria o mecanismo livre dos preços acarretando o 
retrocesso econômico. 
• O preço sintetiza o resultado da análise de inumeráveis materiais e psicológicos. 
• O poder público deve garantir a liberdade da vida econômica, a livre concorrência, lutando 
contra os agrupamentos de produtores: cartéis e trustes. 
Fonte: http://economistay.blogspot.com/2014/10/teoria-da-mao-invisivel.html 
 
CONSENSO DE WASHINGTON (EUA- 1989) FMI- Banco Mundial 
Recomendações para atuar economicamente com fins de pagamento da dívida externa. 
• Reforma Fiscal: diminuição da carga tributária para empresas e bancos. 
• Abertura comercial: Redução de tarifas alfandegárias, eliminação de bloqueios para trocas 
financeiras. 
• Política de privatizações: iniciativa privada. 
• Redução fiscal do Estado: reduzir gastos do Estado, terceirização de trabalhos, pagamento 
da dívida e ampliação da receita com mais impostos. 
 
 
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TOYOTISMO E REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA 
• O modelo será adotado como estratégia para combater os problemas econômicos gerados 
no estado de bem-estar social, visando o corte de custos. 
• Modificações nas relações trabalhistas: a empresa capitalista deveria flexibilizar, enxugar a 
produção e a mão de obra, terceirizar e produzir de acordo com a demanda. 
TOYOTISMO: 
• Subcontratação 
• Terceirização de atividades. 
• Operário atua com várias máquinas. 
• Bonificações e prêmios por produção. 
• Treinamentos contínuos. 
• Robotização e automoção. 
• Controle de qualidade. 
• Produção de mercadorias com o menor número possível de operários e com maior 
produtividade. 
FUNDAMENTOS BÁSICOS DO NEOLIBERALISM0 
• Mercado como instrumento regulador da vida social 
• Iniciativa privada como operadora do sistema 
• Estado Mínimo: ao se retirar da economia e vender as propriedades púbicas para a iniciativa 
privada, o Estado passaria a cuidar dos problemas que lhe são específicos (proteger os contratos 
privados, promover os mercados competitivos e garantir a propriedade. 
CONSEQUENCIAS NEGATIVAS PARA O TRABALHADOR: 
• Desemprego estrutural 
• Nas empresas terceirizadas os trabalhadores ganham menos e têm menos direitos, 
contratação com assaliariamento precário. 
• Reformulação das garantias jurídicas e regulamentações. 
• Proliferação de mercado irregular, clandestino e ilegal. 
BIBLIOGRAFIA 
BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política, São Paulo: Campus, 2000. 
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STRECK, Lenio Luís. MORAIS, José Luís Bolzan. Ciência Política e Teoria do Estado, Porto Alegre: 
Livraria dos advogados, 2008. 
HUGON, Paul, História das doutrinas econômicas, São Paulo; Atlas Editora, 1995. 
SANDRONI, Paulo, Dicionário de economia do século XXI, São Paulo: Record, 2005. 
 
 
 
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ESTADO DE BEM-ESTAR SOCIAL 
ESTADO SOCIAL 
Garante tipos mínimos de renda, alimentação, saúde, habitação e educação como direitos e não 
em modalidade de caridade. 
Direitos de ser protegido contra situações de dependência: Velhice, doença e desemprego. 
Programa de seguridade social: Saúde pública, previdência e assistência social. 
 
ORIGEM 
• Pós primeira-guerra: produção maior que a demanda. Crise financeira de 29. 
• Depressão dos anos 30: desemprego, preços e salários baixos. 
John Maynard Keynes 
Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. -1936 
• Defesa da intervenção econômica do Estado 
• Controle da moeda e do crédito. 
• Política de aumento da demanda. 
• Aplicação de uma política tributária e de seguro social com fins econômicos. 
• Realização de políticas de grandes obras públicas. 
• Pleno emprego: bem estare aquecimento da economia. 
SOCIAL DEMOCRACIA 
• Surge de uma cisão do socialismo 
• Reformar o capitalismo democraticamente, através da regulamentação estatal e da 
implantação de programas políticos que diminuam as injustiças sociais inerentes ao capitalismo. 
• Adotar políticas fiscais 
• Comprometimento com a livre empresa e com as propriedades públicas ao mesmo tempo. 
BIBLIOGRAFIA 
BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política, São Paulo: Campus, 2000. 
STRECK, Lenio Luís. MORAIS, José Luís Bolzan. Ciência Política e Teoria do Estado, Porto Alegre: 
Livraria dos advogados, 2008. 
 
Material de Apoio 
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PODER: MAX WEBER 
ESTADO 
É a instituição que monopoliza o uso legítimo da força, das formas existentes de violência. 
Características: 
• Centralização e impessoalidade do poder político: quando a capacidade decisória migra do 
rei para o parlamento, que representa o povo. 
• Separação entre e o quadro administrativo e o restante da classe trabalhadora. 
• Expropriação das tropas dos senhores feudais com a cooptação de parte da sua estrutura 
militar pelo Estado, que sustenta um exército nacional. 
• Paz interna e defesa do território. 
PODER: possibilidade de impor a própria vontade sobre a conduta alheia, dentro de uma relação 
social. 
FORÇA: uso ou ameaça de coerção física. 
AUTORIDADE: possibilidade de impor a própria vontade sobre a conduta alheia, dentro de uma 
relação social. 
DOMINAÇÃO=PODER + LEGITIMIDADE 
DOMINAÇÃO TRADICIONAL: presta-se obediência à pessoa em virtude de uma tradição. 
Tipo de dominação estável devido à solidez e 
estabilidade do meio social. 
Dominação sustentada por PRIVILÉGIOS na hierarquia 
de poder. 
Exemplos: rei, padre, pai, mãe, senhor feudal. 
DOMINAÇÃO CARISMÁTICA: a obediência se dá em 
virtude da identificação e devoção afetiva com o líder. 
Tipo de dominação instável, pois o carisma pode não se sustentar por longo período. 
Dominação sustentada pelas qualidades PESSOAIS do líder. 
Exemplos: Gandhi, Buda, Jesus Cristo, Antônio Conselheiro. 
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DOMINAÇÃO LEGAL: a obediência se presta às 
regras ou às leis por meio de um sistema racionalizado, 
burocrático e impessoal. 
Tipo de dominação estável, possuindo grande 
organização burocrática. 
Dominação sustentada pela COMPETÊNCIA. 
Exemplos: chefes, coordenadores, governadores. 
 
 
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PODER DISCIPLINAR: MICHEL FOUCAULT 
Importante pensador francês, filósofo e sociólogo (1926-1984). 
MACRO PODER X MICRO PODER 
A ciência política se limitava ao Estado (macro poder) em suas investigações a respeito do poder, 
Foucault propõe investigar os micros poderes. Assim, realiza uma análise ascendente e microfísica 
dos poderes, em que, eles se espalham da periferia ao centro do poder, de modo que o poder do 
centro muitas vezes se sustenta nos poderes periféricos. 
Não existe em Foucault uma teoria geral do poder, pois ele não é uma coisa, mas, uma prática 
social. Isto é, o que existe são práticas ou relações de poder. O poder se exerce, se disputa. 
Assim Foucault investiga os espaços mais imperceptíveis de poder, presentes nas mais diversas 
relações, nos discursos, espaços e práticas. 
PODER REPRESSIVO X PODER PRODUTIVO 
Foucault apresenta uma concepção de poder produtivo, pois compreende que não 
necessariamente as relações de poder se passam ao nível do direito ou da violência. Pois, não são 
basicamente contratuais, nem unicamente repressivos, Para o pensador, é falso localizar o poder 
apenas nas ações de castigo, de negação ou de imposição de limites. 
Pois Foucault defende que o poder produz, fabrica e transforma o indivíduo, possuindo o corpo 
como alvo, mas não para mutilá-lo ou supliciá-lo, mas para aprimorá-lo e adestrá-lo. De modo que 
o poder se encontra nos discursos que legitimam práticas capazes de adestrar os corpos e, assim, 
fabricar sujeitos. 
SABERES E PODERES 
Para Foucault, nós nos constituímos como sujeitos a partir das práticas que adotamos em 
sociedades. Tais práticas, ao mesmo tempo em que são geradas por discursos, também geram estes, 
os legitimando. Assim, para o pensador, as ciências humanas surgidas no século XIX, como a 
psicologia, a psiquiatria, a pedagogia, a sociologia e a antropologia possuem o ser humano como 
objeto e sujeito de saberes. Pretendem investigar o comportamento humano, experimentando, 
descrevendo e comparando para melhor controlá-los. A partir desse discurso geram-se dispositivos 
e práticas que disciplinam o corpo para que exerça funções necessárias ao contexto e objetivos 
presentes em determinadas sociedades. Podemos verificar tais práticas nas fábricas, escolas, 
hospitais e prisões. 
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HISTÓRIA DA PRISÃO 
Segundo Foucault, o poder não acaba, se desloca; não se humaniza, mas adapta-se a um novo 
contexto para que se efetue com mais eficácia diminuindo as possíveis resistências. Assim se o 
corpo, ao longo da história já foi penalizado pelo suplício e tortura em um contexto de poderes 
absolutos. Depois, ele será submetido ao encarceramento para, posteriormente ser disciplinado, 
isto é, manipulado para responder melhor as necessidades de poderes da época. 
O corpo disciplinado não estará somente nas prisões, mas será um projeto racionalizado de 
prisão, conhecido como PANÓPTICON, elaborado pelo filósofo utilitarista Jeremy Bentham, que 
Foucault utilizará como paradigma para ilustrar o funcionamento da sociedade disciplinar. 
PANÓPTICON: Projeto de prisão de Jeremy Bentham 
 
Dispositivos de poder presentes nas sociedades disciplinares. 
A dominação capitalista não conseguiria se manter se fosse exclusivamente fundamentada na 
repressão, assim, adota um sistema fundamentado em dispositivos que possibilitam o 
aperfeiçoamento gradual e contínuo das capacidades. Fabricando um tipo de homem necessário á 
sociedade industrial. Delineando, manipulando e construindo um corpo dócil e útil. 
• Notas e séries escolares que permitem a busca pelo aperfeiçoamento. (exemplos: Boletim 
com notas azuis e vermelhas) 
• Bônus, metas e reconhecimento pela boa produção e comportamento. ( exemplo: 
funcionário do mês) 
• Espaços individualizados, classificatórios e hierarquizados. (exemplo: fábricas fordistas) 
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• Vigilância contínua e discreta. (exemplo: torre no centro do Panópticon, janela na porta das 
salas de aulas.). 
• Olhar invisível: adquirir a visão de quem olha. (exemplo: avaliações de gerentes, professores, 
diretores e chefes.). 
• Saberes: registros contínuos de conhecimento. (exemplo: relatórios de desempenhos 
profissionais ou escolares que possibilitam estratégias de manipulação para o aperfeiçoamento) 
RECOMENDAMOS: 
FILME: LARANJA MECÂNICA. Direção:Stanley Kubrick. 1971, Reino Unido e EUA. 
O clássico filme retrata a punição corretiva do delinquente apartir de técnicas médico-disciplinares 
de manipulação presentes nos dicursos das ciências humanas. 
 
 
 
Bibliografia 
FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder: organização e tradução Roberto Machado. Rio de 
Janeiro: Edições Graal, 1979. 
_______________Vigiar e Punir: nascimento da prisão; tradução de Raquel Ramalhete. 
Petrópolis, Vozes, 1987. 
SCOTT, John (org.). Sociologia: conceitos chaves. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. 
 
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PODER SIMBÓLICO: PIERRE BOURDIEU 
Sociólogo e antropólogo Francês (1930-2002) 
Abordagem clássica a respeito do poder: 
Capacidade de agir e produzir efeitos. Uso intencional do poder de um agente para afetar a 
conduta de outros. 
Poder simbólico: Pierre Bourdieu 
Na concepção de poder simbólico de Pierre Bourdieu, não haveria agentes determinados, mas 
um poder anônimo, presente nas estruturas objetivas e cognitivas, que opera por meio da 
impessoalidade. Assim trata-se de um poder invisível e insensível porque dentro de uma dimensão 
simbólica que se dá por meio da formação de esquemas de pensamento impensáveis. 
A estrutura objetiva da sociedade e suas práticas correlacionam-se com as estruturas cognitivas: 
Alguns dominam a produção de sentido sobre o mundo social, forjando uma visão sobre o que ele 
engendra em sua direção. Assim, produzem-se classificações sociais dicotômicas e hierárquicas em 
que, alguns adquirem a posição de dominantes e outros de dominados. 
O Estado contribui para a reprodução da ordem simbólica e das ferramentas cognitivas de 
construção da realidade social. De modo que os sujeitos internalizam a dominação e naturalizam, 
pois ela está inscrita nas coisas e nos corpos. 
De que maneira se torna possível que os dominados obedeçam e que uma ordem social seja 
mantida? 
Se as relações fossem somente de força física, militar ou econômica, seria possível que fossem 
frágeis ou fáceis de inverter. O ato de se submeter e obedecer depende uma ação cognitiva. Tal ato 
é realizado pelo emprego da categoria de percepção, princípios de visão e divisão do mundo 
produzidos socialmente. 
O simbólico transfigura o uso de vários tipos de privilégios constituídos como poderes que se 
exercem em espaços socialmente definidos e por pessoas posicionadas distintamente, poderes que 
atraem e que repelem outros sujeitos, que atuam mais em alguns agentes que em outros, mas que 
atingem a todos os envolvidos na produção de sentido do próprio mundo social. 
 
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Campo do Poder 
A escala de análise pertinente a compreensão do poder, segundo Bourdieu, não é o indivíduo, 
mas o espaço posicional que lhe confere suas propriedades. Pois, o desafio peculiar a esse espaço 
de disputas é a imposição do princípio legítimo de dominação. 
As estratégias de reprodução do poder comportam uma dimensão simbólica, pois, o poder tem 
necessidade de se tornar irreconhecível enquanto arbitrário para se legitimar. 
Dominação 
É aquilo que permite a uma ordem social reproduzir-se no reconhecimento e desconhecimento 
da arbitrariedade que o institui. Pois, há uma correlação entre as estruturas objetivas e cognitivas. 
Alguns dominam a produção de sentido sobre o mundo social, forjando uma visão sobre ele que 
engendra em sua direção. Trazendo, assim, como eixo fundamental, as classificações sociais e as 
taxionomias então geradas como uma forma de dominação, pois elas resultam das luta travada a 
partir da ocupação de diferentes posições nesse sistema de classificações em que alguns adquirem 
à posição dominante e outros a dominada. 
Os agentes interiorizam as estruturas segundo as quais, o mundo é organizado. O Estado, por sua 
vez, contribui plenamente para a reprodução da ordem simbólica e das ferramentas cognitivas de 
construção da realidade social. Assim, há uma dupla naturalização do poder, resultante da inscrição 
social nas coisas e nos corpos, que legitima a dominação e a obediência. 
BIBLIOGRAFIA 
BOURDIEU, Pierre. A dominação Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. 
JOURDAIN, Anne. A sociologia de Pierre Bourdieu e seus usos sociológicos. Petrópolis, RJ: Vozes 
2017. 
CATANI, Afrânio Mendes (Orgs.). Vocabulário Bourdieu. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017. 
SCOTT, John (org.). Sociologia: conceitos chaves. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. 
 
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CULTURA 
Definições 
• Conjunto de padrões, regras, juízos de valor, hábitos, costumes, mitos e crenças, criados 
pelos seres humanos em dado momento histórico. 
• Grande parte do comportamento coletivo e ideias e valores que dividimos com o grupo. 
• Expectativas em relação ao comportamento 
• Educação e socialização recebida pela instituição familiar e escolar. 
• A cultura consiste em um tecido flexível em que também somos agentes. 
• A cultura é dinâmica, temos a capacidade de questionar nossos próprios hábitos e modifica-
los. 
Sentidos da palavra Cultura 
• Culto, cultuar, cultivar... 
• Cerimônia religiosa ( culto) 
• Cultivo da terra 
• Cultivar: aperfeiçoamento e cuidado. 
• Cultura como conhecimento e saberes que os homens são capazes de acumular. 
• Traços distintivos dos povos/tradições e hábitos aos quais os indivíduos de uma nação se 
identificam: danças, cantos, poemas, lendas, hábitos alimentares. 
A cultura condiciona a visão de mundo do Homem 
O professor Roque Laraia cita Ruth Benedict na definição de cultura: A cultura é como uma lente 
através da qual o homem vê o mundo. 
Desta forma, o modo de ver o mundo, segundo Laraia, as apreciações de ordem moral e 
valorativa, os diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são produtos de 
uma herança cultural. Inclusive os instintos respondem a práticas culturais de modo que, nos seres 
humanos, até mesmo a natureza se submete, de alguma maneira, à cultura. 
No entanto o fato de que o homem vê o mundo através da sua cultura tem como consequência 
a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. Tal tendência 
é denominada ETNOCENTRISMO. 
É comum a crença de que a própria sociedade é o centro e referência para a humanidade ou sua 
única expressão. Comportamentos etnocêntricos podem resultar em apreciações negativas dos 
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padrões culturais de povos diferentes. Práticas de sistemas culturais são catalogadas como 
absurdas, deprimentes e imorais. 
Aculturação 
Contato e influência mútua entre grupos sociais culturalmente distintos. Em muitos casos a 
influência ocorre de maneira assimétrica, pois ocorrem em meio á relações de poder, como por 
exemplo, nas colonizações. 
Difusão Cultural 
Os traços culturais ou invenções tecnológicas e científicas passam de uma sociedade a outra, 
mesmo não havendo um contato direto entre as mesmas. 
Assimilação Cultural 
Adoção de novos valores e comportamentos. Ocorre, sobretudo, com os imigrantes e 
descendentes de imigrantes que passam a adotar as práticas do país que vivem, abandonando 
algumas práticas do país de origem. 
Subculturas 
Diversidade cultural: podem representar formas de resistências grupais à cultura dominante, 
assim como a emergência de novos valores e padrões comportamentais na sociedade. 
Contracultura 
Confronto aberto com a cultura hegemônica, essa oposição é sua principal característica e razão 
de ser. 
Opõem-se à sociedade de consumo, ao colonialismo, ao imperialismo e ao capitalismo. 
Ex: Beatniks (1950) Hippies (1960) Punks(1970). 
BIBLIOGRAFIA 
COSTA, Cristina, Sociologia: questões da atualidade. São Paulo: Moderna, 2010. 
LARAIA, Roque de Barros, Cultura: Um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 1986. 
SCOTT, John (org.). Sociologia: conceitos chaves. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. 
 
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MASSIFICAÇÃO CULTURAL 
Cultura de massa 
Produzida pelos meios de comunicação; imprensa, rádio, cinema e televisão: que 
chegam a um público indiferenciado quanto ao sexo, região, idade, religião, 
promovendo experiências comuns que moldam o imaginário e o gosto.Massa 
Multidão indefinida de pessoas que se deixam levar passivamente pelos apelos 
emocionais e ideológicos veiculados pelos programas de televisão. 
Theodor Adorno (1903-1969) 
Importante sociólogo pesquisador da Escola de Frankfurt. Desenvolveu numerosos e 
densos estudos e críticas a respeito da cultura de massa, a qual preferiu denominar 
Indústria Cultural. 
 A respeito da televisão defende que, com o seu advento, a fronteira entre a 
realidade e a imagem torna-se atenuada para a consciência. Assim criam-se realidades 
que exercem forte poder de manipulação sobre o público: repetições e estereotipia 
criadas de acordo com a maneira de ver o mundo pelos patrocinadores. 
Guy Debord (1931-1994) 
Sociólogo e filósofo francês, autor da obra de grande referência: A sociedade do 
espetáculo. 
Desenvolve algumas importantes críticas à sociedade midiatizada. Defende que o 
espetáculo das imagens impede que o expectador tenha consciência do que elas 
revelam, dessensibilizando, assim, o espectador no que se refere à questão da violência. 
Pois a linguagem televisiva faz o espectador ter a sensação de que as guerras e 
massacres pertencem a esfera da ficção, ao passo que a própria ficção desenvolvida 
pelos filmes e novelas são, frequentemente confundidas com a realidade. 
Edgard Morin (1921) 
Sociólogo e filósofo francês, professor da Universidade de Sorbonne em Paris. 
Segundo este pensador, a Indústria cultural é produtora de bens simbólicos, 
impalpáveis em seu consumo: enredo, emoções, entretenimento. 
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Tal produção é dependente de um poder político responsável pelas concessões, pela 
infraestrutura de comunicação e pelas leis que está sujeita. É dependente também de 
um poder econômico que exige investimento e o objetivo é o lucro. Assim pode ser 
considerada uma indústria ultrapesada, pois, influência o público orientando suas 
informações e ideologias. Podendo até mesmo, ser considerada como um quarto poder, 
na medida em que a mídia persuade, mobiliza, desperta ideias e estimula desejos de 
consumo fetichistas de mercadoria. 
Assim, a cultura de massa cultiva uma hegemonia que impede o diálogo e a 
controvérsia, apagando as diferenças e impedindo a crítica, pois se submete aos 
interesses comerciais dos patrocinadores e à conveniência do Estado. 
BIBLIOGRAFIA 
COSTA, Cristina, Sociologia: questões da atualidade. São Paulo: Moderna, 2010. 
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. 
MORAES, Denis de (org.), Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad, 2006. 
MORIN, Edgar. Cultura de massas no século XX: neurose. (Tradução de Maura Ribeiro 
Sardinha). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997. 
 
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CONSUMO E CONSUMISMO 
FETICHISMO DA MERCADORIA 
Georg Simel, sociólogo alemão, afirma que o valor das mercadorias não tem origem 
na materialidade dos produtos, mas no julgamento que os sujeitos fazem sobre elas. O 
valor de mercado depende de nossos desejos. 
Publicidade: desejo, simbolismo, sacrifício. 
• Qualidades mágicas (igual às relíquias religiosas). 
• Exibição de sinais de poder e de classe. 
MARCUSE 
Sociedade é manipulada pela indústria cultural que cria falsas necessidades. 
• O individuo pensa que é livre porque tem escolhas / reprimem as liberdades 
individuais 
• Preenchimento do tempo livre com programações dirigidas fabricando uma 
humanidade que consome objetos inúteis. 
BAUMAN – VIDA PARA O CONSUMO 
• O que caracteriza a nossa sociedade consumista é que não podemos nos tornar 
sujeito sem antes nos tornarmos mercadorias. 
• Subjetividade: mercadoria vendável 
• Arranjo social: consumo organiza e é força propulsora – organiza as relações 
(ficam mais líquidas) --- entre pessoas e entre o Estado 
O consumo sempre existiu, no entanto, em nossos tempos passa a ocupar o centro da 
sociedade. 
Comodificação do consumidor: o sujeito se se eleva a categoria de mercadoria: 
Exemplos: 
Trabalhador para participar do mercado valorizando-se --- currículo ---- cursos para 
aumentar o valor de mercado. 
Estilos de vida: roqueiros, ecológicos, hipsters etc 
Vitrine de pessoas: redes sociais (pessoas vendendo a si mesmas) facebook, 
instagram --- likes como operações de venda bem sucedidas. 
 
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BIBLIOGRAFIA: 
BAUMAN, Zigmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. 
Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2008. 
 _______. Vida a crédito: conversas com Citlali Rovirosa-Madrazo. Rio de Janeiro: 
Zahar Ed., 2010. 
COSTA, Cristina, Sociologia: questões da atualidade. São Paulo: Moderna, 2010. 
 
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RELIGIÃO E SOCIEDADE 
O que é a religião e qual sua importância na sociedade? 
• Dimensão espiritual que lida com aspectos relacionados às quais não temos 
respostas ou não nos contentamos com ela (vida, morte, sofrimento). 
• Fé como elemento importante. 
• Adoção de concepções de valores morais, práticas e regras de conduta. 
GRANDES RELIGIÕES MUNDIAIS 
Cristianismo: católico – ortodoxo (1054) – evangélico (1517) 
• Ensinamentos de Jesus 
• Romano: seguem o Papa / autoridade papal 
• Ortodoxos: espalhar o cristianismo pelo Oriente 
• Evangélicos: igreja protestantes, pentecostais e neopentecostais. 
Hinduísmo (1700 a.C): religiões e filosofias espirituais do subcontinente indiano 
• Dharma: ordenamento do Universo / Carma: ações – reencarnações 
Judaísmo (2000 a.C): 
• Diversas tradições religiosas devido à separação geográfica. 
• Bíblia hebraica: aliança de Deus com o povo judeu. Abraão seria o pai de um 
grande povo. 
Islamismo: Judaísmo + Cristianismo + Árabes 
• Maomé (610 d.C.): último e mais relevante profeta de Alá 
Budismo – Taoísmo - Confucionismo: A figura central são mestres, cujos 
ensinamentos permitem aos homens alcançar a realização espiritual. 
• Sidarta Gautama ( Buda), Lão Tsé e Confúcio. 
RELIGIÃO NO BRASIL 
Hegemonia católica 
• Perdendo espaço 
• Notório processo de transição demográfica religiosa 
 Aumento dos evangélicos 
• Protestantes (anglicanos, luteranos, presbiterianos, metodistas, batistas, 
adventistas) 
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• Pentecostais e Neopentecostais (Igreja Universal do reino de Deus, Assembleia 
de Deus, Congregação Cristã) 
Católicos no Brasil 
1940: 95% 
2000: 74% 
2010: 65% 
Matriz africana: diminuindo > 0,3% 
Liberdade religiosa: 35 mil respostas diferentes no último censo 
Sem religião: 
1980: 1,6% 
2000: 7,3% 
2010: 8,0% 
Fundamentalismo religioso 
O que é? Apego ao cumprimento estrito dos preceitos do texto sagrado. Fé acima da 
vida. 
Anthony Giddens: sociólogo britânico e contemporâneo sustenta que o 
fundamentalismo surge como uma reação à modernização e defesa das crenças 
tradicionais. 
 Tariq Ali: cientista social paquistanês defende que os elementos políticos e 
econômicos reforçam o fundamentalismo 
Critica a construção simplista do 11 de setembro: 
• Política militarista com características de uma cruzada religiosa na qual o 
inimigo representa o fundamentalismo islâmico e equivocadamente a população 
árabe e muçulmana. Árabes estigmatizados e generalizados como terroristas. 
 
BIBLIOGRAFIA 
BOTELHO, André. SCHARCZ, Lilia Moritz (orgs.). Agenda Brasileira: temas de uma 
sociedade em mudança, São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 
SCOTT, John (org.). Sociologia: conceitos chaves. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. 
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Sociologia 
Profª. Renata

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