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Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro Multidisciplinar de Luís Eduardo Magalhães - CMLEM Relatório 4 de Física Geral e Experimental I QUEDA LIVRE Autor(es): Cáassia Teodoro Barbosa, Eduarda de Macedo Silva, Edielma de Oliveira Lara e Marciele Aline Bruschi Curso: Engenharia de Biotecnologia Data: 17/12/2021 O movimento da queda livre foi estudado pelo físico Galileu Galilei. De acordo com os teus estudos os corpos em queda livre mesmo os de massas diferentes, chegariam ao chão ao mesmo tempo, pois, estariam sujeitos a mesma aceleração. O presente relatório tem como objetivo demonstrar como a queda livre ocorre. Utilizando um cronômetro digital ligado a um sensor com diferentes medições de altura e, consequentemente, de tempo que uma esfera metálica leva até chegar no aparador analisou-se ambos, onde após o tratamento de dados e a realização do gráfico observou-se o movimento do corpo e determinou-se e comparou-se o valor experimental da aceleração da gravidade com a gravidade de 9,81m/s2. Introdução O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. -322 a.C), afirmava que a queda de um corpo na superfície da terra dependia da sua massa. Para ele, quanto maior fosse à massa de um corpo, menos tempo ele gastaria na queda. Para provar o contrário, o físico italiano Galileu Galilei (1564-1642) nas primeiras décadas do século XVII, contestou a hipótese de Aristóteles e realizou uma distinta experiência. Conta-se que pediu a dois assistentes que subissem no topo da torre de Pisa e de lá cada um soltasse um corpo de massas diferentes. Ao contrário do que esperavam, os dois corpos chegaram ao solo ao mesmo tempo. Com isso, Galileu Galilei pode comprovar que a aceleração de queda livre não dependia da massa do corpo. [1] Hoje sabemos que quando um corpo é lançado no vácuo, nas proximidades da superfície terrestre, esse corpo vai descrever, em relação a terra, uma trajetória parabólica. De acordo com o princípio da simultaneidade, esse movimento pode ser considerado como o resultado da composição de dois movimentos simultâneo e independente que é a queda livre e o movimento horizontal. [3] Queda livre é um movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV) visto que sua aceleração se mantém constante. Trata-se de um movimento vertical, que sofre exclusivamente a ação da gravidade. [3] A forca gravitacional 𝐹⃗ exercida sobre um corpo, é um tipo particular de atração que um segundo corpo exerce sobre o primeiro. Usando o solo como referencial de inercia, quando nos referimos à força gravitacional trata-se da força exercida pela terra sobre determinado corpo. [4] Considerando um corpo de massa m em queda livre, esse corpo é submetido a uma aceleração de modulo g. Se desprezarmos o efeito do ar, a força única que age sobre o corpo é a força gravitacional. Essa força pode ser relacionada à aceleração correspondente usando a segunda lei de Newton: 𝐹⃗ = 𝑚𝑎 Modelo Teórico De acordo com a literatura, têm-se que um dos exemplos mais familiares de um movimento com a aceleração constante é a queda livre de um corpo atraído pela força gravitacional da Terra. Cientistas antigamente, há alguns séculos atrás, pensavam que objetos pesados caíam mais rápido do que objetos mais leves, de forma que, as velocidades fossem proporcionais aos seus respectivos pesos. Tempos depois, Galileu afirmou que um corpo deveria cair com aceleração constante independentemente do seu peso. Depois de algumas experiências, que especialmente foram realizadas com os efeitos do ar desprezados, confirmou-se que Galileu estava certo. Assim, com referência ao sucesso experimental, implica-se que os corpos caem com a mesma aceleração, independentemente das suas formas e dos seus respectivos pesos. Ignora-se os pequenos efeitos exercidos pela rotação da Terra, quando a distância da queda livre é pequena em comparação com o raio da Terra, deduz-se que a aceleração é denominada constante. Contudo, afirmando-se pela literatura, a aceleração constante de um corpo em queda livre denomina-se aceleração da gravidade, e seu módulo é designado por g. Sempre se usa o valor aproximado de g na superfície terrestre ou próximo a ela: 𝑔 = 9,8 𝑚/𝑠² ≡ 980 𝑐𝑚/𝑠² O valor varia de um local para o outro, assim, pode-se fornecer o valor de g apenas com dois algarismos significativos. Porém, como g é o módulo de uma grandeza vetorial, seu resultado será sempre um número positivo. Logo, de acordo com a segunda lei de Newton: ∑ 𝐹⃗ = 𝑚𝑎 Se todo corpo em queda livre adquire aceleração constante em direção verticalmente para baixo, assume a aceleração de queda livre (g). Então, se um corpo de massa m adquire aceleração (𝑎 ), ele está sob a ação de força resultante. Essa força resultante, em queda livre, é o peso do corpo (𝑃⃗ ), que é a força de atração exercida pela Terra sobre o corpo. A expressão matemática do peso do corpo é obtida a partir da Segunda lei de Newton. Se 𝐹⃗ = 𝑃⃗ , então 𝑎 = 𝑔, ou seja, se a força resultante que atua sobre o corpo é o peso, a aceleração que ele adquire é a aceleração de queda livre. Assim, sendo ∑ 𝐹⃗ = 𝑚𝑎 , podemos escrever: 𝑃⃗ = 𝑚𝑔 [1] [2] [3] Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro Multidisciplinar de Luís Eduardo Magalhães - CMLEM Relatório 4 de Física Geral e Experimental I Sendo que a aceleração é dada pela equação: Dessa forma, partindo-se do princípio que o espaço inicial é zero (𝑆0 = 0) e 𝑎 = −𝑔, temos que (onde todas são equações do MUV): Experimento No dia 11 de dezembro de 2021, no laboratório de Física Experimental do Centro Multidisciplinar de Luís Eduardo Magalhães foi realizada atividade prática laboratorial com princípios da Queda Livre. Para este experimento foram utilizados os seguintes objetos: • Esfera de aço; • Eletroímã; • Fonte de tensão; • Sensor fotoelétrico; • Multicronômetro; • Plataforma digital; • Fita métrica. Primeiramente foi montado o equipamento conforme mostra a figura Figura 1 - Equipamento utilizado na realização do experimento. No desenvolver desse experimento foram desprezados os efeitos causados pelo ar sobre a esfera de aço utilizada partindo do fato que esses efeitos não interferem de maneira relevante para a massa e a altura utilizada. À plataforma experimental usada foi acoplado um dispositivo de largada de um eletroímã onde foi colocada a esfera de aço para ser lançada em queda livre. Com o eletroímã ligado a esfera ficou presa e ao desliga-lo a mesma desceu ao mesmo tempo que o cronômetro digital foi disparado. A posição inicial foi verificada com o auxílio de uma fita métrica. O tempo necessário para a queda da esfera foi mensurado por mais quatro vezes para a mesma altura. Logo após, a altura do sensor fotoelétrico foi alterada por mais nove vezes e verificou-se o tempo necessário para cada queda também por quatro vezes. Resultados Tabela 1 – Dados amostrais, desvio padrão e média. h(m) 𝜎b(m) em h Medida 1 (s) Medida 2 (s) Medida 3 (s) Altura 1 0,4400 0,0005 0,3184 0,3167 0,3176 Altura 2 0,4600 0,0005 0,3247 0,3236 0,3219 Altura 3 0,4800 0,0005 0,3263 0,3243 0,3266 Altura 4 0,5000 0,0005 0,3326 0,3338 0,3323 Altura 5 0,5200 0,0005 0,3398 0,3399 0,3402 Altura 6 0,5400 0,0005 0,3483 0,3459 0,3473 Altura 7 0,5600 0,0005 0,3553 0,3524 0,3541 Altura 8 0,5800 0,0005 0,3607 0,3587 0,3588 Altura9 0,6000 0,0005 0,3658 0,3647 0,3650 Altura 10 0,6200 0,0005 0,3701 0,3715 0,3724 Tabela 2 – Continuação da Tabela 1 com resultados de t, média e desvio padrão Medida 4 (s) Medida 5 (s) t(s) 𝜎t(s) 𝜎a(s) 0,3153 0,3168 0,3169 0,0011 0,0005 0,3218 0,3210 0,3226 0,0015 0,0006 0,3262 0,3256 0,3258 0,0009 0,0004 0,3341 0,3336 0,3333 0,0008 0,0003 0,3406 0,3409 0,3402 0,0004 0,0002 0,3494 0,3490 0,3480 0,0014 0,0006 0,3551 0,3554 0,3544 0,0012 0,0005 0,3586 0,3584 0,3590 0,0009 0,0004 0,3649 0,3661 0,3653 0,0006 0,0002 0,3717 0,3710 0,3713 0,0008 0,0003 Tabela 3 – Continuação da Tabela 1 com resultados de t, média e desvio padrão 𝜎b t (s) 𝜎c t (s) Resultados de t 0,00001 0,0005 ( 0,3169 ± 0,0005) 0,00001 0,0006 ( 0,3226 ± 0,0006) 0,00001 0,0004 ( 0,3258 ± 0,0004) [4] [5] Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro Multidisciplinar de Luís Eduardo Magalhães - CMLEM Relatório 4 de Física Geral e Experimental I 0,00001 0,0003 ( 0,3333 ± 0,0003) 0,00001 0,0002 ( 0,3402 ± 0,0002) 0,00001 0,0006 ( 0,3480 ± 0,0006) 0,00001 0,0005 ( 0,3544 ± 0,0005) 0,00001 0,0004 ( 0,3590 ± 0,0004) 0,00001 0,0002 ( 0,3653 ± 0,0002) 0,0003 ( 0,3713 ± 0,0003) Foram aplicadas as seguintes equações para a obtenção dos dados tabelados: Para a incerteza tipo A: 𝝈𝒂 = 𝜎 √𝑛 Para a incerteza tipo B: 𝝈𝒂 = 𝐼𝑛certeza intrumental 0,000005 Para incerteza do tipo C: calculou-se a raiz quadrada do desvio padrão da média ao quadrado mais a incerteza instrumental que é 0,000005 elevado também ao quadrado, conforme a equação: 𝜎𝑐 = √𝜎𝑎 2 + 𝜎𝑏 2 Para ao Desvio Padrão Amostral foi obtido primeiramente: 𝜎 = √∑ (𝑥𝑖 − �̅�) 𝑛 − 1 𝑛 𝑖=1 Logo após aplicou-se tal forma a incerteza do tipo A. Esse procedimento foi realizado para cada uma das medidas de altura aferidas experimentalmente a fim de descobrir a discrepância de cada uma em t e em t2. Logo abaixo está a tabela de t2 para a construção do segundo gráfico Tabela 4 – Média t2,desvio padrão e resultados. Medidas t2(s2) 𝜎t2(s2) Resultados de t2 Altura 1 0,1004 1,3242E-06 ( 0,1004 ± 1,3242E-06) Altura 2 0,1040 2,2707E-06 ( 0,1040 ± 2,2707E-06) Altura 3 0,1061 8,5550E-07 ( 0,1061 ± 8,5550E-07) Altura 4 0,1111 6,4200E-07 ( 0,1111 ± 6,4200E-07) Altura 5 0,1157 2,2550E-07 ( 0,1157 ± 2,2550E-07) Altura 6 0,1211 1,9870E-06 ( 0,1211 ± 1,9870E-06) Altura 7 0,1256 1,5420E-06 ( 0,1256 ± 1,5420E-06) Altura 8 0,1289 9,0075E-07 ( 0,1289 ± 9,0075E-07) Altura 9 0,1334 3,7075E-07 ( 0,1334 ± 3,7075E-07) Altura 10 0,1379 7,0700E-07 ( 0,1379 ± 7,0700E-07) Figura 2 – Gráfico do deslocamento em função do tempo (t). Figura 3 – Gráfico do deslocamento em função do tempo ao quadrado (t2). Após realização experimental na coleta dos resultados e construção dos gráficos disponíveis, podemos observar que os resultados foram satisfatórios a medida que observamos seu comportamento. Determinamos o coeficiente angular e sua devida incerteza utilizando as fórmulas de máximos e mínimos e h= 1 2 𝑔𝑡2 m = (𝑦−𝑦0) (𝑥−𝑥0) Substituindo na fórmula pelos valores medidos temos: Gráfico 1: m = (0,6200−0,4400) (0,3710−0,3168) = 3,32 N/m Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB Centro Multidisciplinar de Luís Eduardo Magalhães - CMLEM Relatório 4 de Física Geral e Experimental I Gráfico 2: m = (0,1379−0,1004) (0,6200−0,4400) = 0,21 N/m Conclusão As técnicas de manuseio de equipamentos são fundamentais no laboratório de física Experimental. Após a prática ser realizada, como já era esperado, foi possível observar que mesmo com todo o cuidado durante a execução da prática, ainda houve uma pequena porcentagem da incerteza do tipo A. Sendo que, pela quantidade de medidas do experimento foi necessário designar a cada componente do grupo a oportunidade de poder manusear a esfera de aço acoplada ao eletroímã, observando que durante a execução o simples fato de ali estar envolvidas diferentes técnicas de manuseio acarretou uma pequena desproporcionalidade entre as medidas, sendo que por esse mesmo motivo o gráfico do experimento acabou não tendo um comportamento tão linear. O fato de utilizar medidas de alturas muitos próximas também tem sua contribuição no comportamento dos gráficos. Destacando que, o equipamento utilizado (plataforma com sensor fotoelétrico) que é o mais preciso para esse tipo de medida, como toda ferramenta de medição, sempre apresenta uma pequena margem de erros. Avaliando o experimento e os cálculos, foi observado que a aceleração de queda livre não depende da massa. E de fato, todos os objetos na Terra que são submetidos a queda livre não sujeitos a uma resistência do ar, caem com a mesma aceleração. Adquire-se então uma aceleração constante, nesse caso da queda livre é a própria gravidade. Os gráficos traduziram de maneira razoável aquilo que o movimento de queda livre exigia, portanto, pequenos erros ou desvio de valores foram percebidos. Inclusive, no comparativo entre os gráficos (h x t) e (h x t2). Referências [1] Professor Alberto Ricardo Prass. Lançamento vertical e queda livre. Disponível em: Acesso dia 13 de dezembro de 2021. [2] Nussenzveig, H. Moysés. 1 Mecânica Clássia Curso de Física Básica. Cap. 2, pag. 54. 5 ed. Editora Blucher. São Paulo (2013). [3] Júnior, RAMALHO Francisco, NICOLAU Gilberto Ferraro. TOLEDO Paulo Antônio Soares. Os Fundamentos da Física 1-Mecânica. Cap. 9, pag. 145. Ed. Moderna – 9° edição. São Paulo (2007). [4] HALLYDAY, David, RESNICK, Robert e WALKER, Jearl. Fundamentos de Física, volume 2: Gravitação, ondas e termodinâmica, 9º Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013;
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