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RAFAELLA BONFIM TXXIX Dor Torácica INTRODUÇÃO • É um sintoma frequente nas unidades de emergência, sendo um sinal de alerta para doenças com risco iminente de morte • Uma das maiores causas de dor torácica é a dor musculoesquelético • Possui uma grande variedade de diagnósticos diferenciais Síndrome Coronariana Aguda representa 1/5 das causas de dor torácica Infarto agudo do miocárdio: 20% dos pacientes procuram atendimento nas primeiras 2 horas do evento Diagnóstico: anamnese detalhada + exames físicos COMO PROCEDER Atendimento sistematizado – visa reduzir a margem de erro e melhorar a eficiência Alta acurácia diagnóstica Reconhecer e tratar doenças graves Escores de risco – de acordo com o risco do paciente é feito uma intervenção Finalidades do atendimento ✓ Redução da morbidade ✓ Redução da mortalidade ✓ Aumento da segurança do médico FATORES ENVOLVIDOS → Conhecimento da experiencia de outros pacientes – o paciente escuta o relato de alguém que teve a doença e fala que tem também → Contribuição genética para diferenças individuais → Influência de fatores psicológicos na sensibilidade à dor → Falta de valorização dos sintomas → Atribuição dos sintomas a condições pré-existentes → Desconhecimento dos benefícios do tratamento rápido FATORES QUE CONTRIBUEM PARA DEMORA NO ATENDIMENTO → Falta de disponibilidade de APH (atendimento pré-hospitalar – SAMU) de urgência → Demora no atendimento de: ✓ Idosos; mulheres; pacientes de baixo nível social e pacientes da raça negra INTERVENÇÃO Anamnese (+ importante) Exame físico Exames complementares RAFAELLA BONFIM TXXIX PRINCIPAIS CAUSAS DE DOR TORÁCICA Pulmonares ✓ Tromboembolismo pulmonar – TEP Dispneia súbita; muito relacionada a cirurgias ortopédicas e ginecológicas; AC; períodos de imobilidade prolongada No ECG: taquicardia sinusal e desvio do eixo elétrico para direita ✓ Hipertensão pulmonar Primária ou secundária: ✓ Pneumotórax hipertensivo Indivíduo jovem com dor súbita no tórax seguida de dispneia progressivas, pode apresentar sudorese intensa; silêncio no hemitórax e quando percute o som está timpânico Psiquiátricas ✓ Crise de pânico; transtorno de ansiedade generalizada; depressão Cardíacas isquêmicas ✓ Angina estável Tipo de angina que ocorre pelo menos há 2 meses Ocorre com o aumento do esforço e diminui com o paciente em repouso Pode apresentar irradiações (geralmente é para a esquerda) ✓ Angina instável Dura cerca de 20 minutos Se manifesta com menos esforço que o normal Pode ou não ter irradiação A placa começa a de desestabilizar, pode se romper e evoluir para um infarto ✓ IAM sem supra de ST Oclusão parcial da coronária – ainda tem um pouco de fluxo Deve-se estratificar o risco ✓ IAM com supra de ST Oclusão total da coronária – não tem fluxo Tratamento com fibrinolítico Cardíacas não isquêmicas ✓ Dissecção aguda da aorta ✓ Doença cardíaca valvar – estenose aórtica; insuficiência aórtica A dor é causada principalmente pela hipertrofia tendo em vista que essa hipertrofia não é acompanhada da vascularização tecidual ✓ Miocardite ✓ Pericardite Paciente com quadro gripal e cerca de 10 dias depois começa a ter dor no peito Supra feliz (parece um sorrisinho no eletro; comprometimento difuso) ✓ Cardiomiopatia induzida por estresse (Takotsubo) Simula um infarto com supra e depois evolui para IC RAFAELLA BONFIM TXXIX Gastrointestinais ✓ Doença ulcerosa péptica ✓ Colelitíase; colicistite ✓ Pancreatites Musculoesqueléticas Doenças esofágicas ✓ Doença por refluxo gastroesofágico ✓ Ruptura esofágica e mediastinite CAUSAS POTENCIALMENTE FATAIS • Devem ser resolvidas o mais rápido possível, são elas: Dissecção de aorta Síndrome coronariana aguda TEP Pneumotórax hipertensivo Tamponamento cardíaco Condições clínicas: hipofonese de bulhas, turgência jugular e hipotensão; no ECG ocorre uma diminuição da amplitude de bulhas Ruptura e perfuração esofagiana CARACTERÍSTICAS DA DOR • Início, duração, qualidade, localização, irradiação, intensidade, fatores de alívio, sintomas associados, evolução Objetivos da caracterização da dor 1. Priorizar o atendimento de pacientes com dor torácica 2. Realização rápida do ECG – condições ideais: deve ser feito em até 10 minutos 3. Identificação principalmente daquelas 6 doenças com risco de morte 4. Início do tratamento específico (protocolos) 5. Reduzir altas indevidas e internações desnecessárias 6. Diminuição dos custos hospitalares RAFAELLA BONFIM TXXIX ABORDAGEM INICIAL Sinais vitais Instabilidade hemodinâmica; insuficiência respiratória Avaliação da dor Fatores de risco para DAC Exame físico Exames complementares (ECG e radiografia) a partir das hipóteses levantadas TIPOS DE DOR • Existem 4 tipos de dor: Tipo A: definitivamente anginosa Dor em aperto ou queimação, em repouso ou desencadeada pelo esforço/estresse, com irradiação para ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato Não são necessários exames complementares para a definição diagnóstico, mas necessita de ECG para definir qual é a síndrome anginosa (1ª conduta frente a uma síndrome anginosa) Tipo B: provavelmente anginosa 2 características típicas: dor em peso que veio com a emoção, não tem irradiação/sudorese Necessita de exames complementares para a definição do diagnóstico, mas é indicativo de insuficiência coronária como principal hipótese Sinal de Levine: altamente sugestivo de insuficiência coronária aguda RAFAELLA BONFIM TXXIX Tipo C: possivelmente anginosa Dor torácica cujas características não fazem da insuficiência coronária a principal hipótese Característica: dor torácica atípica, porém, precisa de exames complementares para exclui-la Tipo D: definitivamente não anginosa Não possui nenhuma característica típica Dor torácica atípica, cujas características não incluem a insuficiência coronariana aguda no diagnóstico diferencial → Dor típica X atípica → Chances da dor torácica ser cardíaca RAFAELLA BONFIM TXXIX ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO Escore HEART ✓ Identifica a possibilidade de eventos adversos (morte, IAM e Revascularização Miocárdica urgente) seis meses após o evento ✓ Auxilia na triagem de pacientes com dor torácica aguda na emergência → 0 a 3 pontos: probabilidade de 1,6% de evento adverso – baixo risco → 4 a 6 pontos: probabilidade de 13% de chance de evento adverso → 7 ou + pontos: 50% de chance de evento adverso EXAMES COMPLEMENTARES ECG: sensibilidade = 45 a 60% Na dúvida, deve-se pedir o ECG ECG seriado Deve-se fazer em qualquer situação que há modificação da dor, sendo ela para melhor ou para pior Análise em 10 minutos ↑ST ≥1,5mm ♀s (V2-V3) e/ou ≥1mm em outras derivações O ECG é fidedigno se houver ausência de hipertrofia do ventrículo esquerdo ou DCRE (bloqueio do ramo esquerdo) Infarto com supra de parede inferior RAFAELLA BONFIM TXXIX ECG Risco alto de complicações CV: infradesnível de ST e/ou inversão das ondas T Pericardite: supradesnível difuso de ST Derrame pericárdico: baixa voltagem TEP: pode haver taquicardia sinusal e sinais de sobrecarga do ventrículo direito RADIOGRAFIA DE TÓRAX • Solicitar em casos de: Dissecção de aorta Alargamento de mediastino com dissecção de aorta Pneumotórax Se suspeita de pneumotórax, solicitar radiografia inspirada Pneumomediastino TEP Sinais radiográficos: 1. Infarto pulmonar 2. Dilatação do tronco pulmonar 3. Atelectasia Pneumonia RAFAELLABONFIM TXXIX Derrame pleural Aneurisma de ventrículo esquerdo Derrame pericárdico Hipertensão Pulmonar MARCADORES DE NECROSE MIOCÁRDICA • A necrose do músculo cardíaco promove a liberação de enzimas e proteínas estruturais dos miócitos • Podem ser quantificadas no sangue dos pacientes com IAM • Os principais marcadores são a mioglobina, a CK-MB, a CK-MB massa e as troponinas I e T • Repetidos entre 6 e 12 horas • Geralmente pede na fase aguda e se o paciente tiver outro episódio deve-se solicitar novamente RAFAELLA BONFIM TXXIX TOMOGRAFIA • Solicitada principalmente em: Dissecção de aorta Seta preta: aponta para a aorta Seta branca: aponta para o aneurisma TEP Pneumotórax Pneumonia ANGIOTOMOGRAFIA DE CORONARIAS • Acurácia ≥50% na detecção de estenoses coronarianas significativas • Solicitada principalmente quando o score é de baixo risco • Benefício: garante uma rápida aquisição de imagens • Ponto negativo: é caro, não tem em todo lugar RAFAELLA BONFIM TXXIX ECOCARDIOGRAMA • Solicitar principalmente: ✓ Derrame pericárdico, valvopatias, MCP hipertrófica, dissecção da aorta, TEP e Hipertensão Pulmonar ✓ Síndrome coronariana aguda ✓ Síndrome coronariana (na presença de MPD e DCRE – bloqueio do ramo esquerdo) • Benefício: é um exame barato TESTE ERGOMÉTRICO • Benefícios: simples, amplamente disponível, baixo custo, valor predititivo negativo >95% para eventos cardíacos adversos • Indicação para solicitar o teste ergométrico: dor torácica possivelmente anginosa • Quando ele dá negativo = risco <2% em 1 ano • Excluir dissecção aórtica, TEP, miocardite e pericardite CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA FAZER O TESTE ERGOMÉTRICO Ausência de sintomas nas últimas 24 horas Ausência de alterações no ECG nas últimas 24h 2 amostras de marcadores de necrose negativa CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA • • Solicitar quando há suspeita de Síndrome Coronariana Aguda com ECG não diagnóstico • Se o exame do paciente der normal: significa que há baixo risco de eventos nos próximos meses • Liberação imediata RAFAELLA BONFIM TXXIX CINECORONARIOGRAFIA • É o cateterismo - padrão-ouro • Decisão do tratamento • IAM com supra de ST ou bloqueio do ramo esquerdo (DCRE) novo até 12 horas • Tempo porta-balão = 90 minutos → SE EXCEDER: FIBRINOLÍTICO • Síndrome coronariana aguda sem supra de ST: risco intermediário ou elevado RESUMO
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