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1 - PODERES ADMINISTRATIVOS
José dos Santos Carvalho Filho define poderes administrativos como “o conjunto de
prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins”
poder-dever (ATUAÇÃO/OBRIGAÇÃO) Segundo Hely Lopes Meirelles
PODER – DEVER dever de atuação em busca da finalidade pública Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello
Pela omissão ilegal, o agente público pode ser responsabilizado nas esferas penal, civil e administrativa poder-dever de agir, Hely Lopes Meirelles apresenta os três principais deveres do administrador público: dever de eficiência, dever de probidade, e dever de prestar contas.
Nesse contexto, a Constituição Federal determina que “Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível” (CF, art. 37, §4º). A Lei 9.784/1999, no mesmo sentido, exige “atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”
Não só os agentes públicos, mas qualquer um que “utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos” TEM QUE PRESTAR CONTAS. 
Decreto-Lei 200/1967:
Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de justificar seu bom e regular emprego
na conformidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas
competentes. A obrigação é contrária, isto é, quem utilizou o recurso é que deve comprovar a sua boa aplicação.
A transparência administrativa foi significativamente ampliada com a publicação da Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação) que estabeleceu, entre outras, as seguintes diretrizes para assegurar o direito constitucional de acesso à informação (art. 3º):
a) observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção;
b) divulgação de informações de interesse público, independentemente de solicitações;
c) utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia da informação;
d) fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na administração pública;
e) desenvolvimento do controle social da administração públicaVERES
DEVERES ADMINISTRATIVOS
Poder-dever
▪ legalidade e indisponibilidade do interesse público
▪ o agente tem não só um poder para agir, mas também dever de agir
Dever de eficiência
▪ necessidade de atuação administrativa com qualidade, celeridade,
economicidade, atuação técnica, controle
Dever de probidade
▪ observância de padrões éticos de comportamento
▪ probidade = moralidade; improbidade + amplo que imoralidade
Dever de prestar contas
▪ todos que gerirem recursos públicos devem prestar contas
▪ dever de transparência (regra)
A competência, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto do ato administrativo são
inteiramente vinculados. 
No entanto, quando são editados atos discricionários, os elementos competência, finalidade e forma são também vinculados, ao passo que o motivo e o objeto poderão ser discricionários.
Há ainda a presença do poder discricionário quando a lei utiliza os chamados conceitos jurídicos
indeterminados.O poder discricionário se manifesta quando há expressa liberdade concedida pelo legislador, ou quando são empregados conceitos jurídicos indeterminados.
DISCRICIONARIEDADE – REVOGAÇÃO COM CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE
o poder hierárquico tem por objetivo:
→ dar ordens;
→ editar atos normativos internos para ordenar a atuação dos subordinados;
→ fiscalizar a atuação e rever atos;(poder de controle)
→ delegar competências; A delegação é um ato discricionário, temporário e revogável a qualquer momento. Logo, a autoridade competente é que decide se vai ou não delegar, e poderá desfazer o ato de delegação a qualquer momento.
→ avocar atribuições; e
→ aplicar sanções.
Obs Além disso, não se admite a delegação de atos de natureza política, como o poder de sancionar uma lei.
Também não é possível a delegação de competência de um Poder ao outro, salvo quando a Constituição Federal autorizar expressamente. 
Também não se admite a delegação de atribuições especificamente atribuídas em lei a determinado órgão ou agente (competência exclusiva), ou quando houver expressa
vedação legal (por exemplo: a Lei 9.784/99 veda a delegação de determinadas competências).10 Ademais, a delegação só alcança o exercício da competência, uma vez que a sua titularidade é irrenunciável.
Lucas Rocha Furtado , três situações excepcionais que afastam ou mitigam o dever de cumprir as ordens dadas:
a) quando a lei tiver conferido competência exclusiva para a prática do ato ao órgão
subordinado;
b) quando se tratar de atividade de consultoria jurídica ou técnica, uma vez que esses
atos, que muitas vezes se pronunciam na forma de pareceres, dependem do convencimento pessoal do agente que o pratica e podem ensejar sua responsabilidade pessoal; em razão da própria natureza consultiva desses órgãos, eles devem gozar de ampla autonomia de atuação, o que afasta ou mitiga o dever de cumprir ordens;
c) quando se tratar de órgão incumbido de adotar decisões administrativas (por
exemplo: o Conselho de Contribuintes da Receita Federal – Carf se encontra
subordinado administrativamente ao superintendente da Receita, mas este não
pode definir como as decisões do Conselho devem ser adotadas).
Obs A edição de atos normativos internos destinados a ordenar a atuação dos subordinados é poder de dar ordens. Eles são os famosos atos administrativos ordinatórios, dos quais são exemplos as portarias, ofícios, circulares, etc.
É preciso ressaltar que é possível delegar uma competência mesmo quando não haja relação hierárquica, ou seja, a delegação não é exclusividade do poder hierárquico.
A diferenças é que a delegação para o subordinado normalmente ocorre por ato administrativo e não pode ser recusada (o subordinado terá que “aceitar” a delegação). Por outro lado, quando não há hierarquia, a delegação ocorrerá por meio de ato bilateral, como um convênio, já que as duas partes terão que concordar com a delegação.
Por fim, a subdelegação (delegação da delegação) só é permitida com a concordância expressa do
delegante.
A avocação só é possível em caráter excepcional, por motivos relevantes, devidamente justificados e por tempo determinado e tb pressupõe a existência de relação hierárquica.
O poder de fiscalização é a aplicação de sanções. Isso porque, pela fiscalização, o superior poderá identificar irregularidades na atuação de seus subordinados.
Primeiramente, é importante destacar que a hierarquia só ocorre dentro da mesma pessoa jurídica.
Além disso, o poder hierárquico não se apresenta nos Poderes Legislativo e Judiciário quando no exercício de suas funções típicas (legislar e julgar, respectivamente). Porém, quando se tratar das atividades meio (licitar, contratar, comprar, etc.), que se expressam pelo exercício da função administrativa, aí o poder hierárquico também estará presente nos órgãos do Judiciário e do Legislativo. Por exemplo: o diretor de um fórum exerce hierarquia sobre os servidores públicos, em sentido funcional ou em virtude do desempenho de atividade administrativas.
Ainda sobre o Poder Judiciário, como dito, não há hierarquia, em regra, no exercício de sua função típica.
 OBS Eficácia “erga omnes” significa que a decisão “produz efeitos contra todos”. Em regra, as decisões judiciais produzem efeitos apenas entre as partes do processo (eficácia inter partes). Todavia, em casos específicos, elas produzirão efeitos para todos. Assim, quando o STF declara uma lei inconstitucional, tal decisão gera efeitos contra todos (erga omnes), de tal forma que nenhum juiz poderá julgar um processo com base na lei que foi declarada inconstitucional.
NÃO HÁ HIERARQUIA
▪ na vinculação: Administração direta sobre a indireta
▪ entre a Administração e particulares
▪ nas funções típicos do Legislativo e do Judiciário (em regra)
OBS o poder punitivo, no âmbito administrativo, se manifesta no poder disciplinar e no poderde
polícia.
PODER DISCIPLINAR APLICA : Servidores públicos OU Particulares com vínculo especial com o poder público.
Poder regulamentar ou normativo
As normas, em sentido amplo, servem disciplinar a vida em sociedade, prescrevendo comandos gerais e abstratos. Elas são gerais porque se destinam a sujeitos indeterminados.
O Estado tem a capacidade de produzir normas que obrigam as pessoas ao seu cumprimento. Com efeito, algumas normas decorrem diretamente do texto constitucional, são normas primárias, e por esse motivo podem inovar na ordem jurídica, ou seja, podem criar direitos e obrigações. esse tipo de ato é formalizado por meio de lei (complementar ou ordinária), mas admite outras espécies como as emendas à Constituição e as medidas provisórias, cujo fundamento é diretamente
o texto constitucional (CF, art. 59).
Abaixo das normas primárias, encontramos as normas derivadas ou secundárias, editadas para disciplinar uma situação já prevista em lei. Essas normas são editadas pela Administração Pública, por meio de atos administrativos normativos (decretos, regulamentos, resoluções), objetivando regulamentar uma disposição legal. As normas secundárias, portanto, não podem inovar na ordem jurídica, dado o seu caráter infralegal..
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, o poder regulamentar é “a prerrogativa conferida à Administração Pública para editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação. A prerrogativa, registre-se, é apenas para complementar a lei; não pode, pois, a Administração alterá-la a pretexto de estar regulamentando”.
Esse é um conceito amplo de poder regulamentar, que alguns autores chamam de poder normativo.
Alguns autores utilizam um sentido restrito do poder regulamentar, explicando tratar-se do poder
conferido ao chefe do Poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos) para a edição de normas complementares à lei, permitindo a sua fiel execução. Essas “normas complementares à lei”, chamadas de regulamentos, revestem-se na forma de decreto.
OBS o poder normativo é um gênero, do qual o poder regulamentar é uma espécie.
Vimos acima que o poder regulamentar, em regra, não pode inovar na ordem jurídica, ou seja, não pode criar direitos e obrigações. Contudo, os regulamentos podem criar as chamadas obrigações secundárias, subsidiárias, derivadas, que são aquelas que decorrem de uma obrigação primária. Por exemplo: para obter a licença para dirigir.
No entanto, existem situações específicas em que será possível inovar na ordem jurídica, editando
verdadeiros atos primários, cujo fundamento direto da Constituição Federal. São os chamados decretos autônomos, que são decretos que não se destinam a regulamentar determinada lei. Os decretos autônomos tratam de matérias não disciplinadas em lei, inserindo-se nas restritas hipóteses do art. 84, VI, da CF, vejamos:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: [...]
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
OBS Perceba que a competência para editar os decretos regulamentares não é passível de delegação, enquanto as matérias que podem ser disciplinadas por decretos autônomos podem ser delegadas para os ministros de Estado, para o Procurador-Geral da República ou para o Advogado-Geral da União (CF, art. 84, parágrafo único).
Um tema de grande polêmica trata da edição dos chamados regulamentos autorizados ou delegados. Tais regulamentos não se confundem com os simples decretos regulamentares, uma vez que não se destinam simplesmente a regulamentar uma lei, pelo contrário: os regulamentos autorizados efetivamente suprem lacunas propositalmente deixadas pelo legislador.
Nesse caso, podemos dizer que
os regulamentos autorizados chegam a efetivamente inovar na ordem jurídica.
Tal fenômeno é denominado pela doutrina como deslegalização. Nesse caso, o legislador, ciente da
complexidade social, delega ao Poder Executivo a competência para editar, por intermédio de seu corpo especializado, normas de caráter eminentemente técnico, ainda que venham a inovar na ordem jurídica.
Nesse caso, não haverá uma substituição ao trabalho do legislador, mas apenas uma complementação de seu trabalho por intermédio de especialistas do setor. diferentemente dos decretos regulamentares (art. 84, IV) e dos decretos autônomos (art. 84, VI), não há previsão expressa na Constituição para a edição dos regulamentos autorizados.
Controle dos regulamentos
Os regulamentos se submetem ao controle do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e da própria
Administração.
Nessa linha, compete ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49, V). Logo, se um regulamento do Executivo invadir a competência legislativa, caberá ao Congresso Nacional sustá-lo, ou seja, retirar a sua eficácia.
O Judiciário também pode exercer o controle concentrado da constitucionalidade de um regulamento, ou
seja, admite-se a impugnação do conteúdo do regulamento por intermédio de uma ação direta de
inconstitucionalidade – ADI (CF, art. 102, I, “a”). Todavia, o regulamento somente poderá ser objeto de controle concentrado quando ofender diretamente o texto constitucional, isto é, o regulamento terá um caráter autônomo em relação à lei. Isso porque se a ofensa for contra a lei, não caberá controle de constitucionalidade, mas apenas de legalidade.
Por fim, a própria Administração pública pode exercer controle de legalidade e de mérito, anulando os regulamentos considerados ilegais ou revogando aqueles que não são mais convenientes e oportunos, por intermédio da autotutela.
PODER REGULAMENTAR
Conceito
▪ Regulamentar (amplo) ou normativo: prerrogativa conferida à Administração Pública
para editar atos gerais para complementar as leis e permitir a sua efetiva aplicação
▪ Regulamentar (estrito): poder conferido ao chefe do Poder Executivo (presidente,
governadores e prefeitos) para a edição de normas complementares à lei, permitindo a sua fiel execução, por meio dos decretos. É uma espécie (parcela) do poder normativo.
Regulamento
▪ Fiel execução de leis
▪ Derivado, secundário – não pode inovar na ordem jurídica
▪ Pode instituir obrigações secundárias, adequadas à exigência primária
▪ Leis administrativas que disciplinam um procedimento ou que utilizam expressões
genéricas (princípio da isonomia)
▪ Competência indelegável do Chefe do Executivo.
Decreto autônomo
▪ EC 32/2001
▪ Dispor mediante decreto sobre:
▪ (i) organização e funcionamento da Administração, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos;
▪ (ii) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (não tem caráter
normativo)
▪ atos normativos primários (fundamento na CF), inova na ordem jurídica, princípio da
reserva administrativa;
▪ pode ser delegada aos ministros de Estado, PGR e AGU
Regulamento autorizado
▪ suprir lacunas propositalmente deixadas pelo legislador
▪ ato normativo secundário capaz de inovar na ordem jurídica, mas apenas em situações extremamente técnicas e desde que o legislador tenha estabelecido as diretrizes gerais e autorizado a regulamentação
▪ agências reguladoras, CVM, Conselho Nacional de Trânsito, etc.
Controle
▪ Legislativo: sustar regulamentos que exorbitem da função regulamentar
▪ Judiciário: (i) legalidade; ou (ii) constitucionalidade, desde que normativo e autônomo;
▪ Administração: autotutela, controle de legalidade ou de mérito
De todos os poderes administrativos, o que merece maior atenção é o poder de polícia, pois se trata de uma atividade fim da administração, de elevada importância para a preservação do interesse público.
Obs O poder de polícia administrativa se norteia no princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
Sentido amplo Sentido estrito
Segundo Hely Lopes Meirelles, são atributos do poder de polícia:
DAC – DISCRICIONARIEDADE, AUTOEXECUTORIEDADEE COERCIBILIDADE.
Existem situações, porém, que o poder de polícia se tornará vinculado. Por exemplo, na concessão de licença para construir, estando presentes todos os requisitos previstos em lei, o agente público é obrigado a conceder o a licença ao particular.
Segundo Hely Lopes Meirelles, a autoexecutoriedade é “a faculdade de a Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário”
AUTOEXECUTORIEDADE = EXIGIBILIDADE ( MEIOS INDIRETOS DE COAÇÃO . EX MULTAS) E EXECUTORIEDADE ( MEIOS DIRETOS DE COAÇÃO . EX APREENÇÃO DE MERCADORIAS).
Segundo a Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro a autoexecutoriedade não está presente em todas as medidas de polícia. Para ser aplicada, é necessário que a lei a autorize expressamente, ou que se trate de medida urgente. Conclui a autora, por fim, que a exigibilidade está presente em todas as medidas de polícia, mas a executoriedade não.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo ensinam que nem todos os atos de polícia ostentam o atributo de autoexecutoriedade e coercibilidade. Assim, os atos preventivos (como a obtenção de licenças ou autorizações) e alguns atos repressivos (como a cobrança de multa não paga espontaneamente) não gozam a autoexecutoriedade e coercibilidade.
OBS Na verdade, a coercibilidade é uma característica dos atributos da imperatividade e da autoexecutoriedade dos atos administrativos.
Atos normativos e concretos
Os atos de polícia administrativa, conforme já anotamos, podem ser normativos ou concretos.
São normativos aqueles que prescrevem normas gerais, abstratas e impessoais, que regulamentam uma lei ou disciplinam determinada atuação que trate de um condicionamento ou restrição de direitos ou de atividades. Esses atos adotam formas como os decretos, regulamentos, resoluções, instruções ou outros atos. Por outro lado, são atos concretos aqueles que atingem determinados indivíduos devidamente identificados. São exemplos as multas, os atos de consentimento (autorizações e licenças) ou ainda a realização de uma fiscalização em determinado estabelecimento.
Os atos de consentimento são editados por intermédio de licenças e autorizações.
A licença é o ato administrativo vinculado e unilateral pelo qual a Administração faculta ao particular que preencha os requisitos legais o exercício de uma atividade. As licenças, portanto, dizem respeito aos direitos individuais, como, por exemplo, o exercício de uma profissão, ou a construção de um edifício em terreno de propriedade do particular.
Já a autorização, no exercício do poder de polícia, é um ato administrativo pelo qual a Administração Pública possibilita ao particular a realização de uma atividade privada com predominante interesse deste, ou a utilização de um bem público. Nesse caso, o particular possui o interesse, mas não o direito subjetivo.
Por isso mesmo que a autorização é ato discricionário, pois pode ser negado, e precário, uma vez que permite a revogação a qualquer momento.
ALVARA DE LICENÇA – VINCULADO
ALVARA DE AUTORIZAÇÃO – DISCRICIONÁRIO
Poder de polícia originário e poder de polícia delegado
O poder de polícia pode ser classificado em originário( ADM DIRETA) e delegado ou outorgado(ADM INDIRETA).
Por outro lado, o poder de polícia delegado ou outorgado é aquele desempenhado pelas entidades da Administração Pública indireta, que receberam tal competência por meio de outorga legal. Nesse caso, a entidade polícia procede a descentralização por outorga, criando uma entidade administrativa para o desempenho de atividade de polícia, tal descentralização deve ocorrer para as entidades administrativas de direito público (autarquias e fundações autárquicas), uma vez que a atividade de império somente pode ser realizada por pessoas jurídicas de direito público. o STJ admite a delegação de parte do poder de polícia às pessoas jurídicas de direito privado integrantes do Estado. São exemplos do exercício do poder de polícia originário a fiscalização da importação de produtos perigosos realizada pelo Exército e o deferimento de um alvará de construção por uma prefeitura municipal. Por outro lado, são exemplos do exercício do poder de polícia delegado a fiscalização de atividade profissional realizada pelos conselhos de fiscalização (exceto a OAB) e as atividades desempenhadas pela Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
No âmbito do STF, entretanto, vigora o entendimento de que é indelegável o exercício do poder de polícia a pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração ou não. No entanto, o STF entende que é possível a terceirização de atividades materiais, preparatórias ou sucessivas da atuação dos entes públicos.
Por fim, há consenso de que não é possível delegar o poder de polícia para particulares. Nesse caso, aplicase o entendimento do STF, que se podem delegar apenas atividades matérias e preparatórias (por exemplo:realização de demolições, instalação e operacionalização de equipamentos de raio-X em aeroportos, etc.).
(TRT PE - 2017) O poder de polícia pode ser delegado em sua dimensão fiscalizatória a pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública.
Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia. Tal prazo conta-se da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Obs a taxa é o meio utilizado para custear o exercício do poder de polícia.
MEIOS DE ATUAÇÃO DO PODER DE POLICIA 
▪ normativo: geral e abstrato, caráter preventivo
▪ concreto: atingem determinadas pessoas, devidamente identificadas
▪ preventivo: atos de consentimento, alvarás
▪ licença: vinculado
▪ autorização: discricionário
▪ repressivos: consequência de uma infração (ex.: multa)
▪ fiscalização: busca verificar o cumprimento das normas de polícia.
2 USO E ABUSO DE PODER
O ABUSO DE PODER é gênero que comporta duas categorias:
a) excesso de poder: quando o agente público atua fora dos limites de sua esfera de competência;
b) desvio de poder (desvio de finalidade): quando o agente atua dentro de sua esfera de competência, porém de forma contrária à finalidade explícita ou implícita .
O abuso de poder pode se manifestar por meio de condutas comissivas (fazer) e também por condutas omissivas (não fazer).
Nessa linha, a Constituição Federal assegura a todos, independentemente do
pagamento de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de podes (CF, art. 5º, XXXIV). Na mesma linha, será concedido mandado de segurança para proteger direito líquido e certo quando o responsável pelo abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (CF, art. 5º, XXXIV).
OBS: Comentário: o poder de polícia compõe-se das seguintes fases: (i) ordem ou legislação; (ii) consentimento; (iii) fiscalização; e (iv) sanção de polícia. As fases de consentimento e de fiscalização podem ser delegadas para entidades administrativas de direito privado. Logo, uma sociedade de economia mista – SEM pode exercer tais atividades. Por outro lado, a fase de sanção somente pode ser exercida por entidades de direito público. Portanto, uma SEM pode fiscalizar, mas não pode impor sanção.
 (Cespe/IPHAN/2018) Ao exercer o poder regulamentar, a administração pública pode extrapolar os limites do ato normativo primário, desde que o faça com vistas à finalidade pública. Comentário: no exercício do poder regulamentar, a Administração não pode extrapolar os limites do ato primário. Com efeito, a própria Constituição dispõe que compete ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar .
OBS o poder regulamentar é o poder conferido ao chefe do Poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos), para a edição de normas complementares à lei, permitindo a sua fiel execução. Essas “normas complementares à lei” são atos administrativos normativos, que, quando editados pelo chefedo Poder Executivo, revestem-se na forma de decreto. A edição de leis em sentido estrito é competência do Poder Legislativo.
. (Cespe/STJ/2018) O poder de polícia consiste na atividade da administração pública de limitar ou condicionar, por meio de atos normativos ou concretos, a liberdade e a propriedade dos indivíduos conforme o interesse público.
Comentário: o excesso de poder ocorre quando o agente atua fora dos limites das suas competências, invadindo a competência de outros agentes ou praticando atividades que não lhe foram conferidas por lei. O interesse social não afasta o excesso de poder.
(Cespe/STJ/2018) O poder regulamentar permite que a administração pública complemente as
lacunas legais intencionalmente deixadas pelo legislador.
3-PREGÃO
É muito comum que a União transfira recursos para os estados, DF e municípios. Se a transferência é compulsória, como ocorre com os recursos dos fundos de participação dos estados ou dos municípios, o recurso pertencerá ao ente que está recebendo a transferência. Nesse caso, a União não poderá interferir na forma de utilização dos recursos. Contudo, quando a transferência é voluntária, a exemplo do que ocorre nos convênios e contratos de repasse, o recurso continuará sendo da União, ainda que a aplicação seja realizada por um estado, pelo Distrito Federal ou pelos municípios.
 Nessas situações, para a aquisição de bens e a contratação de serviços comuns pelos entes federativos, com a utilização de recursos da União, decorrentes de transferências voluntárias, como nos convênios e contratos de repasse, a utilização da modalidade de pregão, na forma eletrônica, ou da dispensa eletrônica será obrigatória.
Portanto, os estados, DF e municípios também serão obrigados a utilizar o pregão eletrônico e a dispensa eletrônico, quando estiverem realizando as aquisições com recursos da União, transferidos voluntariamente.
Porém, essa exigência não será aplicável nos casos em que a lei ou a regulamentação específica que dispuser sobre a modalidade de transferência discipline de forma diversa sobre as contratações com os recursos do repasse. Por exemplo: se for criado um fundo de recursos da União para aplicar em uma finalidade específica por estados e municípios e a lei do respectivo fundo dispensar o procedimento eletrônico, então este não será adotado por previsão na lei específica sobre a modalidade de transferência.
CONTRATAÇÃO DE BENS E SERV COMUNS
Obrigatório: Pregão eletrônico
 Dispensa eletrônica
Exceto: Inviabilidade técnica ou desvantagem
 Justificativa da autoridade competente
1.1.3 Princípios
O pregão, na forma eletrônica, é condicionado aos princípios da:
a) legalidade
b) impessoalidade,
c) moralidade,
d) igualdade,
e) publicidade,
f) eficiência,
g) probidade administrativa,
h) desenvolvimento sustentável,
i) vinculação ao instrumento convocatório,
j) julgamento objetivo,
k) razoabilidade,
l) competitividade,
m) proporcionalidade
n) aos que lhes são correlatos.
Ademais, a eficiência, a razoabilidade, a competitividade e a proporcionalidade, ainda
que não constem expressamente na Lei de Licitações, já eram aplicados de forma
implícita aos processos licitatórios como um todo.
Ainda sobre os princípios, especialmente quanto ao princípio da publicidade e da vinculação ao instrumento convocatório, o Regulamento dispõe que os participantes de licitação na modalidade de pregão, na forma eletrônica, têm direito público subjetivo à fiel observância do procedimento estabelecido no Decreto 10.024/2019 e qualquer interessado poderá acompanhar o seu desenvolvimento em tempo real, por meio da internet (art. 54).
Além disso, as propostas que contenham a descrição do objeto, o valor e os documentos complementares estarão disponíveis na internet, após a homologação (art. 57)
Art. 3º Para fins do disposto neste Decreto, considera-se: [...] II - bens e serviços comuns - bens
cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações reconhecidas e usuais do mercado;
OBS Um serviço de natureza predominantemente intelectual e que não possa ser definido objetivamente, acabará sendo considerado um serviço especial e, portanto, não poderá ser objeto de licitação mediante pregão.
O Decreto 10.024/2019 evidência esse entendimento dispondo que o pregão, na forma eletrônica, aplica se aos chamados serviços comuns de engenharia. Por outro lado, se a licitação for para um serviço de engenharia que não seja comum, ou seja, se for um serviço de engenharia “especial”, então não caberá a adoção do pregão. Nesse contexto, o Regulamento define como “bens e serviços especiais” os “bens que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade técnica, não podem ser considerados bens e serviços comuns”.
De acordo com o Decreto 10.024/2019, os bens e serviços que
envolverem o desenvolvimento de soluções específicas de natureza intelectual, científica e técnica, caso possam ser definidos objetivamente, serão licitados por pregão, na forma eletrônica (art. 3º, § 2º)( O que se está dizendo é que é possível considerar um bem ou serviço de natureza intelectual, científica ou técnica como comum, desde que possa ser descrito objetivamente).
NÃO CABE PREGÃO ELETRÔNICO:
Obras
Locações imobiliárias
Alienações
Bens e serviços especiais
Serviços especiais de engenharia
Logo, o documento que descreve o objeto da contratação de uma obra ou serviço, na nossa Lei de
Licitações, se chama “projeto básico”.
Porém, no pregão, também temos que descrever o objeto que será licitado. Logo, ao invés de “projeto básico” adota-se o nome “termo de referência”.
Assim, o Decreto 10.024/2019 define termo de referência como o documento elaborado com base nos estudos técnicos preliminares, que deverá conter:
a) os elementos que embasam a avaliação do custo pela administração pública, a partir dos padrões de desempenho e qualidade estabelecidos e das condições de entrega do objeto, com as seguintes informações:
i) a definição do objeto contratual e dos métodos para a sua execução, vedadas especificações
excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, que limitem ou frustrem a competição ou a realização
do certame;
ii) o valor estimado do objeto da licitação demonstrado em planilhas, de acordo com o preço de
mercado; e
b) o cronograma físico-financeiro, se necessário;
c) o critério de aceitação do objeto;
d) os deveres do contratado e do contratante;
e) a relação dos documentos essenciais à verificação da qualificação técnica e econômico financeira, se necessária;
f) os procedimentos de fiscalização e gerenciamento do contrato ou da ata de registro de preços;
g) o prazo para execução do contrato; e
h) as sanções previstas de forma objetiva, suficiente e clara.
Como o Decreto 10.024/2019 regulamenta justamente o pregão, na forma eletrônica, fica nítido que a sua forma de realização será por meio da internet, acontecendo à distância e em sessão pública, por meio do Sistema de Compras do Governo Federal.4 rmo de
Quanto às etapas do pregão, na forma eletrônica, o Decreto 10.024/2019 não trouxe inovações. Nesse caso, o procedimento licitatório seguirá as seguintes etapas sucessivas:
a) planejamento da contratação;
b) publicação do aviso de edital;
c) apresentação de propostas e de documentos de habilitação;
d) abertura da sessão pública e envio de lances, ou fase competitiva;
e) julgamento;
f) habilitação;
g) recursal;
h) adjudicação; e
i) homologação.
Lembrando que o planejamento refere-se à fase preparatória, definida no art. 3º da Lei 10.520/2002. Por outro lado, a partir da publicação do aviso, inicia-se a fase externa, na forma do art. 4º da Lei do Pregão
Planejamento - > Publicação do aviso do edital -> Apresentação das propostas
e dos documentos de habilitação -> Fase competitiva (lances) ->Julgamento ->
Habilitação ->Recursal -> Adjudicação-> Homologação
CRITERIOS DE JULGAMENTO-> MENOR PREÇO OU MAIOR DESCONTO
1.3.1 Órgão ou entidade promotora da licitação
O pregão, na forma eletrônica, será conduzidopelo órgão ou pela entidade promotora da licitação, com apoio técnico e operacional do órgão central do Sistema de Serviços Gerais - Sisg, que atuará como provedor do Sistema de Compras do Governo federal para os órgãos e entidades integrantes do Sisg (art. 12).
Mas o que é “autoridade competente”? Trata-se da autoridade posicionada
hierarquicamente acima da comissão de licitação (no caso da Lei 8.666/1993) ou do pregoeiro (no caso do pregão). Normalmente, essa autoridade ocupa a função de ordenador de despesas no órgão ou entidade e, justamente por isso, tem poder para autorizar a realização do processo licitatório e fiscalizar a legalidade do procedimento.
Nesse contexto, caberá à autoridade competente, de acordo com as atribuições previstas no regimento ou no estatuto do órgão ou da entidade promotora da licitação (art. 13):
a) designar o pregoeiro e os membros da equipe de apoio;
b) indicar o provedor do sistema;
c) determinar a abertura do processo licitatório;
d) decidir os recursos contra os atos do pregoeiro, quando este mantiver sua decisão;
e) adjudicar o objeto da licitação, quando houver recurso;
f) homologar o resultado da licitação; e
g) celebrar o contrato ou assinar a ata de registro de preços.
É importante notar que a autoridade competente decide os recursos apenas quando o pregoeiro mantiver a sua decisão. Se, por outro lado, o pregoeiro acatar o recurso, integralmente, não haverá necessidade de conduzir o processo à decisão da autoridade competente. Por exemplo: imagine que a empresa X foi desabilitada. Ela apresentou recurso e o pregoeiro acatou o recurso, habilitando a empresa X. Nesse caso, não há necessidade de enviar o processo para a autoridade decidir o recurso, mas apenas para fins de adjudicação e de homologação.
Ademais, apenas se houver recurso o ato de adjudicação caberá à autoridade competente
Pregoeiro adjudica
Sem
recurso
Pregão
 	
Autoridade
Com
recurso
homologa
adjudica
Autoridade
Se o pregoeiro não acatar
decide o recurso
homologa
adjudica
Se o pregoeiro acatar
Autoridade homologa
	Pregoeiro
	
	decide o recurso
	
	
	
Oplanejamento do pregão, na forma eletrônica, deverá observar o seguinte:
a) elaboração do estudo técnico preliminar e do termo de referência;
b) aprovação do estudo técnico preliminar e do termo de referência pela autoridade competente ou por quem esta delegar;
c) elaboração do edital, que estabelecerá os critérios de julgamento e a aceitação das propostas, o
modo de disputa e, quando necessário, o intervalo mínimo de diferença de valores ou de percentuais entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que cobrir a melhor oferta;
d) definição das exigências de habilitação, das sanções aplicáveis, dos prazos e das condições que, pelas suas particularidades, sejam consideradas relevantes para a celebração e a execução do contrato e o atendimento das necessidades da administração pública; e
e) designação do pregoeiro e de sua equipe de apoio.
Portanto, temos a seguinte sequência no planejamento:
 	 	 	Elaboração estudo técnico preliminar e termo de referência
Aprovação estudo técnico preliminar e termo de referência
Elaboração do edital
Designação do pregoeiro e equipe de apoio
Definição: habilitação, sanções e prazos e condições
1.4.2 Valor estimado ou valor máximo aceitável
Valor estimado ou valor máximoSerá divulgado após o encerramento dos lances
Regra
Não precisa ser divulgado no edital
aceitável	 		 	Maior desconto
A informação constará no edital
Designações do pregoeiro e da equipe de apoio
a) o pregoeiro e os membros da equipe de apoio serão servidores do órgão ou da entidade promotora da licitação; e
b) os membros da equipe de apoio serão, em sua maioria, servidores ocupantes de cargo efetivo,
preferencialmente pertencentes aos quadros permanentes do órgão ou da entidade promotora da
licitação.
Pregoeiro e
equipe de apoio
Podem ser militares, no MD
Maioria servidor efetivo
Agentes públicos
do pregão
Equipe de apoio
Preferencialmente do quadro permanente
Licitação específica
Período determinado + reconduções
Designação
Período indeterminado
Revogável a qualquer tempo
Servidores do órgão ou entidade promotor da licitação
Designados pela autoridade máxima ou outra autoridade com competência
O pregoeiro é o servidor com poder de decisão em relação aos trabalhos da licitação pública, especialmente em relação às fases de julgamento, classificação e habilitação. Ele ainda se encarrega de decidir as impugnações e pedidos de esclarecimentos sobre o edital e faz a análise inicial dos recursos, podendo decidi-los, se os acatar, ou deverá remetê-los à autoridade competente caso não os De provimento.
Veja bem: o pregoeiro tem poder de decisão, individualmente. Nesse ponto, o seu trabalho é diferente do que ocorre nas licitações regidas pela Lei 8.666/1993. Nesta, em regra, os trabalhos são decididos mediante deliberação dos membros da comissão de licitação. No pregão, por outro lado, cabe ao pregoeiro adotar as decisões individualmente, ou seja, de forma “singular”.
Aí você vai se perguntar: e a equipe de apoio? A equipe de apoio não tem poder de decisão, mas apenas emite opiniões, auxiliando o pregoeiro no processo de decisão.
Nessa linha, caberá ao pregoeiro, em especial: (rol exemplificativo)
a) conduzir a sessão pública;
b) receber, examinar e decidir as impugnações e os pedidos de esclarecimentos ao edital e aos anexos, além de poder requisitar subsídios formais aos responsáveis pela elaboração desses documentos;
c) verificar a conformidade da proposta em relação aos requisitos estabelecidos no edital;
d) coordenar a sessão pública e o envio de lances;
e) verificar e julgar as condições de habilitação;
f) sanear erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos documentos de habilitação e sua validade jurídica;
g) receber, examinar e decidir os recursos e encaminhá-los à autoridade competente quando mantiver sua decisão;
h) indicar o vencedor do certame;
i) adjudicar o objeto, quando não houver recurso;
j) conduzir os trabalhos da equipe de apoio; e
k) encaminhar o processo devidamente instruído à autoridade competente e propor a sua
homologação.
É importante reforçar que o pregoeiro poderá ser encarregado de adjudicar, se não houver recursos. Porém, se houver recurso, a competência para adjudicar caberá à autoridade competente.
LICITANTE
O regulamento também cuida de definir as atribuições dos licitantes. Basicamente, o licitante deve seBcredenciar no Sicaf ou no sistema eletrônico utilizado para a realização do pregão (art. 19).
Além disso, ele deverá enviar, exclusivamente via sistema, os documentos de habilitação e a proposta e, quando necessário, os documentos complementares.
Por fim, caso o fornecedor seja descredenciado no Sicaf, a sua chave de identificação e a senha serão suspensas automaticamente.
Publicação do aviso e disponibilização do edital
Demais entes, com recursos da União
Imprensa oficial do estado, DF ou município
Sítio eletrônico do órgão ou entidade
Regra (licitações na União)
Diário Oficial da União
Dá início à fase externa
Publicação do aviso do edita
	Sítio eletrônico do órgão ou entida
Além disso, os órgãos ou as entidades integrantes do Sisg e aqueles que aderirem ao Sistema Compras do Governo federal disponibilizarão a íntegra do edital no endereço eletrônico www.comprasgovernamentais.gov.br e no sítio eletrônico do órgão ou da entidade promotora do pregão.
Por outro lado, o órgão ou entidade que esteja realizando aquisições com recursos da União, mas que não tenha aderido ao Sistema de Compras do Governo federal, deverá disponibilizar a íntegra do edital no sítio eletrônico do órgão ou da entidade promotora do pregão e no portal do sistema utilizado para a realização do pregão.
Por outro lado, se a alteração for meramente formal, como, por exemplo, um erro de digitação em uma palavra, que não comprometa o entendimento do edital, não haverá necessidade de reabrir o prazo
Nesse caso, os pedidosde esclarecimentos referentes ao processo licitatório serão enviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão pública, por meio eletrônico, na forma do edital (art. 23). O pregoeiro responderá aos pedidos de esclarecimentos no prazo de dois dias úteis, contado da data de recebimento do pedido, e poderá requisitar subsídios formais aos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos.Essas respostas aos pedidos de esclarecimentos serão divulgadas pelo sistema e vincularão os participantes e a administração.
Obs qualquer pessoa poderá impugnar os termos do edital do pregão, por meio eletrônico, na forma prevista no edital, até três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da sessão pública.
Entretanto, a impugnação não possui efeito suspensivo. Isso significa que ela não impede o prosseguimento da licitação.
Em regra, não teremos problemas com a ausência do efeito suspensivo, uma vez que o pregoeiro, auxiliado pelos responsáveis pela elaboração do edital e dos anexos, deverá decidir sobre a impugnação no prazo de dois dias úteis, contado da data de recebimento da impugnação. Assim, a resposta do pregoeiro, seguindo os prazos regulamentares, ocorrerá antes da data da sessão pública. Mesmo assim, é possível que seja concedido efeito suspensivo à impugnação. De acordo com o Regulamento, a concessão de efeito suspensivo à impugnação é medida excepcional e deverá ser motivada pelo pregoeiro, nos autos do processo de licitação.
O prazo fixado para a apresentação das propostas e dos documentos de habilitação não será inferior a oito dias úteis, contado da data de publicação do aviso do edital (art. 25).
É simples! Após a divulgação do edital no sítio eletrônico, os licitantes encaminharão, exclusivamente por meio de sistema, concomitantemente (art. 26):
a) proposta com a descrição do objeto ofertado e o preço;
b) os documentos de habilitação exigidos no edital.
Obs Essa etapa de envio da proposta e da documentação encerra-se com a abertura da sessão pública.
Ademais, os documentos do licitante melhor classificado somente serão disponibilizados para avaliação do pregoeiro e para acesso público após o encerramento do envio de lances (art. 26, § 8º). Também será possível que, após o encerramento do envio de lances, sejam exigidos documentos complementares do licitante mais bem classificado.
Obs Apos a Abertura da sessão pública tem o envio de lances.
Mas temos mais uma observação: o edital poderá estabelecer intervalo mínimo de diferença de valores ou de percentuais entre os lances, que incidirá tanto em relação aos lances intermediários quanto em relação ao lance que cobrir a melhor oferta.
Além disso, durante a sessão pública, os licitantes serão informados, em tempo real, do valor do menor lance registrado, vedada a identificação do licitante.
Serão adotados para o envio de lances no pregão eletrônico os seguintes modos de disputa (art. 31):
a) aberto - os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, com prorrogações, conforme o critério de julgamento adotado no edital; ou
b) aberto e fechado - os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, com lance final e fechado, conforme o critério de julgamento adotado no edital
Julgamento
1Negociação da proposta
Encerrada a etapa de lances, o sistema fará a classificação das propostas, conforme a vantajosidade para a administração. Nesse momento, o pregoeiro deverá encaminhar, pelo sistema eletrônico, contraproposta ao licitante que tenha apresentado o melhor preço, para que seja obtida melhor proposta, vedada a negociação em condições diferentes das previstas no edital (art. 38).
Recurso
Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá, durante o prazo concedido na sessão pública, de forma imediata, em campo próprio do sistema, manifestar sua intenção de recorrer (art. 44). Nesse caso, o licitante não está “recorrendo”, mas apenas avisando que vai recorrer.
Assim, a ausência de manifestação imediata e motivada do licitante quanto à intenção de recorrer 
importará na decadência desse direito, e o pregoeiro estará autorizado a adjudicar o objeto ao licitante declarado vencedor. 
Assim, uma vez comunicada a intenção de recorrer, as razões do recurso deverão ser apresentadas no 
prazo de três dias (art. 44, § 2º).
DECLARADO O VENCEDOR:
SEM RECURSO - PREGOEIRO Adjudica e envia para a autoridade homologar
COM INTENÇÃO DE RECURSO- * Três dias para apresentar as razões do recurso 
*Três dias para contrarrazões, a contar do término do prazo de recurso 
*Pregoeiro aprecia e decide o recurso 
*Se não acatar, envia para autoridade decidir o recurso 
*Autoridade adjudica e homologa 
Só um detalhe final: o acolhimento do recurso importará na invalidação apenas dos atos que não podem ser aproveitados.
Adjudicar: atribuir o objeto ao vencedor 
Homologar: reconhecer a legalidade do procedimento 
Adjudicação 
Sem recurso: pregoeiro 
Com recurso: autoridade competente 
Adjudicar: atribuir o objeto ao vencedor 
Homologar: reconhecer a legalidade do procedimento 
Quem faz? Adjudicação 
Sem recurso: pregoeiro 
Com recurso: autoridade competente 
Homologação : Autoridade competente 
Dessa forma, o Regulamento determina que o pregoeiro poderá, no julgamento da habilitação e das 
propostas, sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos documentos e sua validade jurídica, mediante decisão fundamentada, registrada em ata e acessível aos licitantes, e lhes atribuirá validade e eficácia para fins de habilitação e classificação (art. 46). 
De acordo com o Regulamento, após a homologação, o adjudicatário será convocado para assinar o 
contrato ou a ata de registro de preços no prazo estabelecido no edital (art. 48). 
Na assinatura do contrato ou da ata de registro de preços, será exigida a comprovação das condições de habilitação consignadas no edital, que deverão ser mantidas pelo licitante durante a vigência do contrato ou da ata de registro de preços (art. 48, § 1º).
Contudo, se o vencedor não comprovar as condições de habilitação consignadas no edital ou se recusar a assinar o contrato ou a ata de registro de preços, outro licitante poderá ser convocado, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis ao vencedor.
O prazo de validade das propostas será de sessenta dias, permitida a fixação de prazo diverso no edital. 
Isso significa que, no prazo de sessenta dias (ou outro fixado no edital), o vencedor é obrigado a cumprir a sua proposta, sob pena de sofrer as sanções definidas na legislação. Por outro lado, a após o prazo de sessenta dias (ou outro fixado no edital) a proposta perde a validade, de tal forma que o licitante não será mais obrigado a assinar o contrato.
A sanção aplicável pelo descumprimento de diversas infrações consta no art. 7º da Lei 10.520/2002 e é 
detalhada no art. 49 do Decreto 10.024/2019. 
Nesse contexto, determina o Regulamento que o licitante ou contratado ficará impedido de licitar e de contratar com a União e será descredenciado no Sicaf, pelo prazo de até cinco anos. A aplicação dessa penalidade não impede a aplicação das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais. Além disso, as sanções aplicadas serão registradas e publicadas no Sicaf. 
Por fim, a penalidade será aplicada quando o convocado, dentro do prazo de validade de sua proposta (art. 49): 
a) não assinar o contrato ou a ata de registro de preços; 
b) não entregar a documentação exigida no edital; 
c) apresentar documentação falsa; 
d) causar o atraso na execução do objeto; 
e) não mantiver a proposta; 
f) falhar na execução do contrato; 
g) fraudar a execução do contrato; 
h) comportar-se de modo inidôneo; 
i) declarar informações falsas; e 
j) cometer fraude fiscal.
Revogação e anulação
Em alguns casos, após a realização da licitação, a administração poderá entender que é melhor revogar o procedimento. A revogação é o desfazimento de um ato por razões de conveniência e oportunidade. 
A autoridade competente para homologar o procedimento licitatóriotambém tem competência para 
revogá-lo.
Porém, existem algumas “condicionantes” para revogar. Nesse caso, a revogação somente será possível diante de razão do interesse público, por motivo de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar a revogação.
Além disso, a autoridade competente deverá anular a licitação se houver alguma ilegalidade. 
A anulação ou a revogação poderá ocorrer de ofício ou por provocação de qualquer pessoa, por meio de ato escrito e fundamentado (art. 50). 
Além disso, os licitantes não terão direito à indenização em decorrência da anulação do procedimento licitatório, ressalvado o direito do contratado de boa-fé ao ressarcimento dos encargos que tiver suportado no cumprimento do contrato.
Ademais, prevalece o entendimento de que, após a assinatura do contrato, não há mais que se falar em revogação da licitação. Porém, nesse caso, será possível anular o procedimento licitatório, quando houver ilegalidade. 
Sistema de dispensa eletrônica
De acordo com o Regulamento, as unidades gestoras integrantes do Sisg adotarão o sistema de dispensa eletrônica, nas seguintes hipóteses (art. 51): 
a) contratação de serviços comuns de engenharia, de baixo valor; (serviços de engenharia comuns:14 R$ 33 mil; e bens e demais serviços comuns: R$ 17,6 mil.)
b) aquisição de bens e contratação de serviços comuns, de baixo valor; 
c) demais aquisições de bens e contratações de serviços comuns, por meio de dispensa de licitação, 
incluídos os serviços comuns de engenharia. 
Questoes
Comentário: o pregão só se aplica e compras de bens e ou contratação de serviços comuns. Essa 
modalidade não se aplica a locações e alienações em geral.
Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a: 
I - contratações de obras; 
II - locações imobiliárias e alienações; e 
III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia enquadrados no disposto no 
inciso III do caput do art. 3º..
Questão A modalidade pregão, na forma eletrônica, aplica-se para a aquisição de bens e 
serviços comuns, inclusive os serviços comuns de engenharia.
Comentário: o Decreto 10.024/2019 torna obrigatória a utilização do pregão, em sua forma eletrônica. 
Comentário: o Decreto realmente determina que a forma eletrônica do pregão é obrigatória no âmbito dos órgãos e entidades mencionados na assertiva. Mas não aboliu a forma presencial do certame, que poderá ser utilizada excepcionalmente, mediante prévia justificativa da autoridade competente, desde que fique comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem para a administração na realização da forma eletrônica (art. 1º, §4º).
Comentário: o Decreto nº 10.024/19 traz como princípios a serem observados no procedimento do pregão eletrônico: legalidade; impessoalidade; moralidade; igualdade; publicidade; eficiência; probidade administrativa; desenvolvimento sustentável; vinculação ao instrumento convocatório; julgamento objetivo; razoabilidade; competitividade; proporcionalidade; e aos que lhes são correlatos (art. 2º).
Comentário: é possível considerar um bem ou serviço de natureza intelectual, científica ou técnica como comum, desde que possa ser descrito objetivamente. Nesses casos, a utilização do pregão eletrônico é autorizada pelo Decreto. 
Comentário: na verdade, a autoridade competente irá decidir os recursos apenas quando o pregoeiro não alterar a sua decisão. O pregoeiro pode, ele mesmo, acatar o recurso do interessado, situação na qual não haverá necessidade de encaminhar o processo para a autoridade competente decidir (art. 13, IV, Decreto nº 10.024/19).
Comentário: a autoridade competente decide os recursos apenas quando o pregoeiro mantiver a sua 
decisão, conforme determina o art. 13, IV do Decreto nº 10.024/19. 
Contudo, quando houver recurso, independentemente da decisão do pregoeiro, será de competência da autoridade competente a adjudicação do objeto da licitação, na forma do art. 13, V do Decreto.
Comentário: de acordo com o disposto no Regulamento, o valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação, se não constar expressamente do edital, possuirá caráter sigiloso e será disponibilizado exclusiva e permanentemente aos órgãos de controle externo e interno (art. 15). 
Essa ressalva quanto a “se não constar expressamente do edital”, autoriza a divulgação do valor estimado, do valor máximo aceitável ou do valor de referência para aplicação do desconto nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento pelo maior desconto. Nesses casos, esses valores constarão obrigatoriamente do instrumento convocatório (art. 15, §3º). 
Comentário: a atuação do pregoeiro e da equipe de apoio pode ocorrer das seguintes formas: eles podem ser designados para uma licitação específica, para um período determinado, admitidas reconduções; ou podem ser designados para atuar por um período indeterminado, permitida a revogação da designação a qualquer tempo (art. 16, §2º).
Comentário: o decreto determina que caberá ao pregoeiro indicar o vencedor do certame e adjudicar o objeto, quando não houver recurso (art. 17, IX). Vale lembrar que, se houver recurso, quem adjudica é a autoridade competente (art. 13, V).
Comentário: isso mesmo, é exatamente o que prevê o art. 32 do Decreto. Lembrando que o art. 31, I 
conceitua o modo aberto como aquele em que “os licitantes apresentarão lances públicos e sucessivos, 
com prorrogações, conforme o critério de julgamento adotado no edital”. 
Comentário: o modo de disputa aberto e fechado é aquele em que os licitantes apresentarão lances 
públicos e sucessivos, com lance final e fechado, conforme o critério de julgamento adotado no edital. 
Nesse tipo de disputa, a etapa de envio de lances na sessão pública durará quinze minutos (art. 33). 
Encerrado esse prazo, o sistema encaminhará o aviso de fechamento iminente dos lances e, transcorrido o período de até dez minutos, aleatoriamente determinado, a recepção de lances será automaticamente encerrada (art. 33, §1º).
Comentário: na verdade, na hipótese de não haver licitante classificado na etapa de lance fechado que 
atenda às exigências para habilitação, o pregoeiro poderá, auxiliado pela equipe de apoio, mediante 
justificativa, admitir o reinício da etapa fechada (art. 33, §6º).
(Inédita - 2020) A comprovação das condições de habilitação previamente dispostas no edital 
ocorrerá após a homologação e convocação do adjudicatário para assinatura do contrato.
(Inédita - 2020) A empresa X foi declarada vencedora em procedimento de pregão eletrônico 
realizado no âmbito federal, sendo devidamente convocada, dentro do prazo de validade de sua 
proposta, para dar início à execução do objeto do contrato. Ocorre que a empresa X não compareceu para a assinatura do contrato, e nem entregou a documentação exigida no edital. Nessa situação, a empresa X ficará impedida de licitar e de contratar com a União; será descredenciada no Sicaf, pelo prazo de até cinco anos; tudo isso sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato, além das demais cominações legais.
4---CONVENIOS
Decreto 6.170/2007 e a Portaria Interministerial MP/MF/CGU 
424/2016 (PI 424/2016)
A diferença entre contrato e convênio é que, naquele, os interesses são opostos; enquanto, 
nestes, os interesses são recíprocos. Por exemplo, no contrato de compra e venda, uma parte deseja vender o produto pelo maior preço possível, ao passo que a outra parte deseja pagar o menor valor; daí a relação oposta no contrato. Por sua vez, quando se pactua um convênio entre a União e uma prefeitura municipal para a construção de uma escola, as duas partes desejam que a obra custe o menor preço, tenha a maior qualidade e seja entregue no menor tempo; logo a relação é recíproca.
Por exemplo: continua a ser chamada de convênio a parceria firmada entre a União e um 
município (entes federados) para a realização de determinado programa social de interesse 
comum. 
Com efeito, as normas do Decreto 6.170/2007 não se aplicam aos termos de fomento e de 
colaboraçãoe aos acordos de cooperação previstos na Lei 13.019/2014 (art. 1º, § 4º). 
Ademais, as parcerias com organizações da sociedade civil celebradas por estado, Distrito 
Federal ou município com recursos decorrentes de convênio celebrado com a União serão 
regidas pela Lei 13.019/2014, e pelas normas estaduais ou municipais (art. 1º, § 5º). Note, nesse 
caso, existem dois vínculos: o primeiro é formado pela União com o outro ente da Federação 
(estado, DF ou município); o segundo, é formado entre estes (estado, DF ou município) e as 
organizações da sociedade civil. O primeiro vínculo (o convênio) será disciplinado pelo Decreto 
6.170/2007; já o segundo vínculo (a parceria) será disciplinado pelas normas da Lei 13.019/2014 
e pelas normas estaduais ou municipais. 
Vamos esquematizar para facilitar a compreensão sobre o campo de aplicação do Decreto 6.170/2007: 
▪ regulamenta três tipos de instrumentos: (a) convênios; (b) contratos de repasse; e (c) termos de 
execução descentralizada; 
▪ esses documentos podem ser celebrados entre órgãos e entidades da Administração Pública federal 
com (a) órgãos ou entidades públicas (por exemplo, estados e municípios); (b) entidades privadas 
sem fins lucrativos (por exemplo, uma organização da sociedade civil que preste serviços 
filantrópicos); 
▪ para a execução de programas, projetos e atividades; 
▪ que envolvam transferências de recursos ou descentralização de créditos; 
▪ oriundos do (a) orçamento fiscal; ou (b) orçamento da seguridade social.
O art. 165, § 5º, da Constituição Federal estabelece que a lei orçamentária anual (LOA) divide-se em três orçamentos: 
✓ orçamento fiscal; 
✓ orçamento de investimento das empresas estatais; 
✓ orçamento da seguridade social. 
Conforme consta no art. 1º do Decreto 6.170/2007, as regras sobre convênios, contratos de repasse e 
termos de descentralização abrangem somente os recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da 
seguridade social.
✓ convênio – acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;
✓ contrato de repasse - instrumento administrativo, de interesse recíproco, por meio do qual a 
transferência dos recursos financeiros se processa por intermédio de instituição ou agente 
financeiro público federal, que atua como mandatário da União. 
✓ termo de execução descentralizada - instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e 
consecução do objeto previsto no programa de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional 
programática. 
Por exemplo: (i) convênio: a União poderia repassar, diretamente, recursos financeiros de uma dotação orçamentária para uma prefeitura municipal; (ii) contrato de repasse: a Caixa Econômica Federal (instituição financeira) pode firmar um contrato de repasse com uma prefeitura municipal para transferir recursos financeiros (dinheiro) para a construção de um hospital. 
O termo de execução descentralizada, por sua vez, diferencia-se dos demais, pois envolve apenas órgãos ou entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da União. Portanto, a 
descentralização de crédito ocorre entre órgãos e/ou entidades que integram aqueles orçamentos.
Em termos mais simples, a descentralização é apenas a movimentação da autorização prevista na lei orçamentária anual de um órgão para o outro, enquanto a transferência é a movimentação de recursos financeiros (dinheiro). 
OBS : CONVENIOS E CONTRATOS DE REPASSE -ATRAVES DE RECURSOS FINANCEIROS
TERMO DE EXECUÇÃO DESCENTRALIZADA -- CRÉDITO ORÇAMENTÁRIO 
Envolvidos nos convênios, contratos de repasse e termos de execução descentralizada:
✓ concedente - órgão ou entidade da administração pública federal direta ou indireta, responsável pela transferência dos recursos financeiros destinados à execução do objeto do convênio;2 
✓ contratante - órgão ou entidade da administração pública direta e indireta da União que pactua a 
execução de programa, projeto, atividade ou evento, por intermédio de instituição financeira federal 
(mandatária) mediante a celebração de contrato de repasse; 
✓ convenente - órgão ou entidade da administração pública direta e indireta, de qualquer esfera de 
governo, bem como entidade privada sem fins lucrativos, com o qual a administração federal pactua 
a execução de programa, projeto/atividade ou evento mediante a celebração de convênio; 
✓ contratado - órgão ou entidade da administração pública direta e indireta, de qualquer esfera de 
governo, bem como entidade privada sem fins lucrativos, com a qual a administração federal pactua 
a execução de contrato de repasse; 
✓ interveniente - órgão da administração pública direta e indireta de qualquer esfera de governo, ou 
entidade privada que participa do convênio para manifestar consentimento ou assumir obrigações 
em nome próprio;
CONCEDENTE /CONVENENTE - CONVENIO
CONTRATANTE / CONTRATADO - CONTRATOS DE REPASSE
A Portaria 424/2016 utiliza a expressão instrumentos para se referir genericamente aos 
convênios e aos contratos de repasse. Por isso, é muito comum que a Norma se refira também 
genericamente às expressões “concedente” e “convenente” tanto para os convênios como para 
os contratos de repasse. Por isso, é possível que, na prova, tais termos também apareçam de 
forma genérica. Tome cuidado! 
Quanto ao interveniente, não há muita dificuldade em compreender, pois o próprio nome diz. Trata-se de um terceiro que participa do convênio consentindo com aquilo que foi pactuado ou assumindo obrigações 
Além disso, a legislação conceitua como unidade descentralizadora o órgão da administração pública 
federal direta, autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente detentora e descentralizadora da dotação orçamentária e dos recursos financeiros. 
A unidade descentralizadora é quem transfere o crédito orçamentário, ao passo que a 
unidade descentralizada é quem recebe o crédito. 
Para finalizar esta parte conceitual, vamos apresentar algumas das definições que constam na Portaria 
Interministerial MP/MF/CGU nº 424/ 2016 (art. 1º, § 2º): 
VIII - contrato de prestação de serviços - CPS: regula a prestação de serviços realizados pela ma delegadas, as limitações do mandato e a forma de remuneração pelos serviços; 
XXVIII - proponente: órgão ou entidade pública ou entidade privada sem fins lucrativos que 
manifeste, por meio de proposta ou plano de trabalho, interesse em celebrar instrumento 
regulado por esta Portaria; [ou seja, que manifeste interesse em firmar convênios, os contratos 
de repasse e os termos de cooperação]; 
XXXIII - termo de parceria: instrumento jurídico previsto na Lei nº 9.790, de 23 de março de 
1999, para transferência de recursos para entidade privada sem fins lucrativos que possua a 
qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP; 
XXXIV - termo de referência: documento apresentado na aquisição de bens ou prestação de serviços, que deverá conter elementos capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado da região onde será executado o objeto, a definição dos métodos e o prazo de execução do objeto; e
XXXV - unidade executora: órgão ou entidade da Administração Pública, das esferas Estadual, 
Distrital ou Municipal, sobre o qualpode recair a responsabilidade pela execução dos objetos 
definidos nos instrumentos de que trata esta Portaria, a critério do convenente, desde que 
aprovado previamente pelo concedente, devendo ser considerado como partícipe no 
instrumento.
De acordo com o Tribunal de Contas da União,o convênio envolve, normalmente, quatro fases: 
a) proposição; 
b) celebração/formalização; 
c) execução; 
d) prestação de contas.
A proposição inicia-se a partir das necessidades da comunidade, situação que poderá ensejar a necessidade de um estado ou município precisar de recursos federais para atender as demandas da população. Em alguns casos, parar firmar o convênio proposto, os órgãos e entidades federais deverão promover o chamamento público, que é um procedimento de seleção das melhores propostas, assegurando o cumprimento do princípio constitucional da impessoalidade. 
A celebração/formalização, por sua vez, envolve o momento em que o convênio será assinado, devendo se observar as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e de outros instrumentos legais. 
Já a execução envolve tanto a execução financeira (repasse dos recursos) e a execução física (realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de interesse recíproco). 
Por fim, com base no princípio republicado, deve existir a prestação de contas, ou seja, a efetiva 
demonstração da regular aplicação dos recursos públicos no objeto dos convênios.
A legislação sobre convênios veda a celebração de convênios e contratos de repasse nas seguintes 
situações: 
a) é vedado Convênios para execução de obras e serviços de engenharia (regra)
Portanto, em regra, a realização de obra deve ser feita mediante contrato de repasse, sendo ainda que a instituição ou agente financeiro deverá ter condições de realizar o acompanhamento, ou então terá que existir um interveniente com a capacidade técnica para fazer o devido acompanhamento da obra.
Exceção: cabe convênio :i.instrumentos celebrados por órgãos da administração indireta que possuam estrutura descentralizada;ii. instrumentos cujo objeto seja vinculado à função orçamentária defesa nacional ;e iii. instrumentos celebrados por órgãos e entidades da administração pública federal, que tenham por finalidade legal o desenvolvimento regional 
b)É vedada a celebração de convênios para a execução de atividades cujo objeto esteja relacionado ao 
pagamento de custeio continuado do proponente.
C) É vedada a celebração de convênios com entidades privadas, exceto com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal. 
A legislação veda que sejam firmados instrumentos de baixo valor, ou seja, são vedados: 
i. instrumentos para a execução de obras e serviços de engenharia com valor de repasse inferior a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais); 
ii. instrumentos para a execução de despesas de custeio ou para aquisição de equipamentos com valor de repasse inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais). 
D) É vedada a celebração de qualquer instrumento com pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado com fins lucrativos, ainda que sejam estas últimas integrantes da administração indireta, no caso das entidades que exploram atividade econômica.
E)É vedada a celebração de convênios ou contratos de repasse entre órgãos e entidades da Administração Pública federal, casos em que deverão ser firmados termos de execução descentralizada. 
Vale lembrar que os convênios e os contratos de repasse destinam-se às parcerias com órgãos ou entidades dos estados, do DF, dos municípios ou com entidades privadas sem fins lucrativos (nas condições permitidas acima). Logo, se a parceria é entre órgãos e entidades federais, o instrumento a ser formalizado será o termo de execução descentralizada.
f)É vedada a celebração de convênios com entidades privadas, exceto com entidades filantrópicas e sem fins lucrativos nos termos do § 1º do art. 199 da Constituição Federal.
g) é vedado firmar instrumento com órgão ou entidade inadimplente com as suas obrigações
h) é vedada a celebração de instrumento visando à realização de serviços ou execução de obras a 
serem custeadas, ainda que apenas parcialmente, com recursos externos, sem a prévia contratação da operação de crédito externo. 
I) A legislação veda que se firme instrumento com entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos cujo objeto social não se relacione às características do programa ou que não disponham de condições técnicas para executar o objeto proposto.
J)É proibido firmar instrumentos com entidades privadas sem fins lucrativos, cujo corpo de dirigentes 
contenha pessoas que tiveram, nos últimos cinco anos, atos julgados irregulares por decisão definitiva do Tribunal de Contas da União, em virtude de omissão no dever de prestar contas, prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo ou antieconômico, dano ao erário ou desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos.
L) Não se pode firmar instrumento com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigente agente político de Poder ou do Ministério Público, dirigente de órgão ou entidade da administração pública de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau.
M) É vedada a celebração de instrumentos com estabelecimentos cadastrados como filial no CNPJ. 
N)É proibida a celebração de convênio ou contrato de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham, em suas relações anteriores com a União, incorrido em pelo menos uma das seguintes condutas: 
i. omissão no dever de prestar contas; 
ii. descumprimento injustificado na execução do objeto dos instrumentos ou termos de parceria 
pactuados; 
iii. desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos; 
iv. ocorrência de dano ao Erário; ou 
v. prática de outros atos ilícitos na execução dos instrumentos ou termos de parceria pactuados. 
O)Quando a vigência se encerre no último ou primeiro trimestre de mandato do Chefe do Poder 
Executivo
Celebração 
O Decreto 6.170/2007 determina que as entidades privadas sem fins lucrativos que pretendam celebrar convênio ou contrato de repasse com órgãos e entidades da administração pública federal deverão realizar cadastro no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – SICONV
Em primeiro lugar, a descentralização da execução por meio de convênios somente poderá ser efetivada para entidades públicas ou privadas para execução de objetos relacionados com suas atividades e que disponham de condições técnicas para executá-lo (PI 424/2016, art. 1º, § 2º).
Obs A União não está obrigada a celebrar convênios. 
Com feito, são cláusulas necessárias de qualquer convênio ou contrato de repasse celebrado entre a União e suas entidades (Decreto 6.170/2007, art. 6º): 
a) a indicação da forma pela qual a execução do objeto será acompanhada pelo concedente; e 
b) a vedação para o convenente de estabelecer contrato ou convênio com entidades impedidas de 
receber recursos federais. 
Ademais, os convênios ou contratos de repasse com entidades privadas sem fins lucrativos deverão ser assinados pelo Ministro de Estado ou pelo dirigente máximo da entidade da administração pública federal concedente. (Decreto 6.170/2007, art. 6º-A). Essa atribuição não poderá ser delegada.
Além disso, as autoridades mencionadas acima são responsáveis por: (i) decidir sobre a aprovação da 
prestação de contas; e (ii) suspender ou cancelar o registro de inadimplência nos sistemas da administração pública federal. Essas duas atribuições podem ser delegadas a autoridades diretamente subordinadas, sendo vedada a subdelegação (Decreto 6.170/2007, art. 6º-A, §§ 2º e 3º). 
A legislação exige também, para a celebração de convênio ou de contrato de repasse, que as entidades 
privadas sem fins lucrativos apresentem (art. 6º-B): 
a) declaração do dirigente da entidade: a) acerca da não existência de dívida com o PoderPúblico e 
quanto à sua inscrição nos bancos de dados públicos e privados de proteção ao crédito; e b) acerca 
do não enquadramento dos dirigentes na vedação prevista no inciso II do caput do art. 2º (vedação 
de ter dirigente como agente político de Poder ou do MP, dirigente de órgão ou entidade da 
administração pública, incluindo cônjuge e parente até segundo grau); 
b) prova de inscrição da entidade no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ;
c) prova de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual, Distrital e Municipal e com o FGTS, na 
forma da lei; 
d) comprovante do exercício, nos últimos três anos, pela entidade privada sem fins lucrativos, de 
atividades referentes à matéria objeto do convênio ou do contrato de repasse que pretenda celebrar 
com órgãos e entidades da administração pública federal;
e) declaração de que a entidade não consta de cadastros impeditivos de receber recursos públicos; e 
f) declaração de que a entidade não se enquadra como clube recreativo, associação de servidores ou 
congênere.
Assim, no que se refere à seleção de entidades privadas (ou de seus projetos), em regra, é obrigatório 
realizar o chamamento público para selecionar com quem será formalizado o convênio ou contrato de 
repasse. 
No entanto, não é obrigatória a realização de chamamento público para transferências do Ministério da Saúde destinadas a serviços de saúde integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS. 
Note ainda que a legislação não exige a realização do chamamento público no que se refere aos 
instrumentos firmados com órgãos e entidades públicos dos estados, DF e municípios. 
O Decreto 6.170/2007 apresenta situações excepcionais em que poderá ser dispensada a realização do chamamento público. Este tipo de decisão deverá ser tomada pelo Ministro de Estado ou o dirigente máximo da entidade da administração pública federal, mediante decisão fundamentada, nas seguintes situações (art. 4º, § 2º):
nos casos de emergência ou calamidade pública, que demande a realização ou manutenção de convênio ou contrato de repasse pelo prazo máximo de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação da vigência do instrumento; 
→ para a realização de programas de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação que possa 
comprometer sua segurança; ou 
→ nos casos em que o projeto, atividade ou serviço objeto do convênio ou contrato de repasse já seja 
realizado adequadamente mediante parceria com a mesma entidade há pelo menos cinco anos e 
cujas respectivas prestações de contas tenham sido devidamente aprovadas.
Execução 
Para a execução do instrumento, poderá ser necessário que o convenente/contratado apresente uma 
contrapartida, isto é, ele deverá contribuir com alguma fonte de recursos para o desenvolvimento dos 
trabalhos. São: a) por meio de recursos financeiros, pelos órgãos ou entidades públicas, observados os limites e percentuais estabelecidos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias vigente; e 
b) por meio de recursos financeiros e de bens ou serviços, se economicamente mensuráveis, pelas 
entidades privadas sem fins lucrativos.
OBS, AS TRANSFERÊNCIAS FINANCEIRAS :
convênios serão feitas exclusivamente por intermédio de instituição financeira oficial, federal ou estadual, e no caso de contratos de repasse, exclusivamente por instituição financeira federal.
Ademais, os recursos de convênio, enquanto não utilizados, serão aplicados conforme exige a Lei 
8.666/1993, ou seja, serão obrigatoriamente aplicados (Lei 8.666/1993, art. 116, § 4º): 
i. em cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou 
superior a um mês; ou
ii. em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em 
títulos da dívida pública, quando a utilização dos recursos verificar-se em prazos menores que um 
mês. 
Ademais, as regras específicas sobre O RECEBIMENTO DE CADA PARCELA DO CONVÊNIO constam no art. 42 da Portaria Interministerial, que dispõe que, para tal, o convenente deverá: 
i. comprovar o aporte da contrapartida pactuada que, se financeira, deverá ser depositada na conta 
bancária específica do instrumento em conformidade com os prazos estabelecidos no cronograma de 
desembolso; e 
ii. estar em situação regular com a execução do plano de trabalho, com execução de no mínimo 70% 
(setenta por cento) das parcelas liberadas anteriormente.
Em caráter excepcional é possível que: 
a) os órgãos e entidades federais executem programas estaduais ou municipais; 
b) os órgãos da administração direta podem executar programas a cargo de entidade da administração indireta. 
A Portaria Interministerial 424/2016 determina que a execução será acompanhada e fiscalizada de forma a garantir a regularidade dos atos praticados e a plena execução do objeto, respondendo o convenente pelos danos causados a terceiros, decorrentes de culpa ou dolo na execução do instrumento (art. 53).
Em complemento, o Decreto 6.170/2007 determina que a entidade contratante ou interveniente, bem como os seus agentes que fizerem parte do ciclo de transferência de recursos, são responsáveis, para todos os efeitos, pelos atos de acompanhamento que efetuarem (art. 1º, § 1º). 
Obs O concedente ou mandatária deverá registrar no SICONV os atos de acompanhamento 
da execução do objeto e fiscalização do convênio. 
Além disso, o concedente ou a mandatária deverá comunicar ao convenente quaisquer irregularidades decorrentes do uso dos recursos ou outras pendências de ordem técnica, apurados durante a execução do instrumento, e suspenderão a liberação dos recursos, fixando prazo de 45 (quarenta e cinco) dias para saneamento ou apresentação de informações e esclarecimentos, podendo ser prorrogado por igual período (PI 424/2016, art. 57).
Obs a) Contratações realizadas por entidades privadas sem fins lucrativos 
Muito se pergunta se as entidades privadas sem fins lucrativos que firmam convênios ou instrumentos congêneres com a União seriam obrigadas a licitar. Já houve muita controvérsia sobre o tema, porém a jurisprudência recente está se consolidando no sentido de que não há o dever de licitar por parte das entidades privadas sem fins lucrativos. 
Art. 11. Para efeito do disposto no art. 116 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a aquisição 
de produtos e a contratação de serviços com recursos da União transferidos a entidades 
privadas sem fins lucrativos deverão observar os princípios da impessoalidade, moralidade e 
economicidade, sendo necessária, no mínimo, a realização de cotação prévia de preços no 
mercado antes da celebração do contrato. 
b) Contratações realizadas por órgãos ou entidades públicos -
Se o convenente ou contratado for um órgão ou entidade pública (exemplo: um município), haverá o dever de licitar, na forma da Lei 8.666/1993 e legislação correlata. 
Nessa linha, consideram-se despesas administrativas as despesas com internet, transporte, aluguel, 
telefone, luz, água e outras similares (art. 11-A, § 1º). Esse tipo de despesa poderá ser custeada com os 
recursos transferidos pela União, até o limite fixado pelo órgão público, desde que (art. 11-A, caput): 
a) estejam previstas no programa de trabalho; 
b) não ultrapassem quinze por cento do valor do objeto; e 
c) sejam necessárias e proporcionais ao cumprimento do objeto. 
Por fim, eventual inadimplência da entidade privada sem fins lucrativos em relação aos encargos 
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à administração pública a responsabilidade por seu 
pagamento, nem poderá onerar o objeto do convênio ou contrato de repasse. (art. 11-B, § 5º). 
A prestação de contas inicia-se concomitantemente com a liberação da primeira parcela dos recursos financeiros que deverá ser registrada pelo concedente no SICONV (art. 10, § 7º)
Constatada irregularidade ou inadimplência na apresentação da prestação de contas e na comprovação de resultados, a administração pública federal poderá, a seu critério, conceder prazo de até quarenta

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