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DIREITO DO TRABALHO I CARACTERIZAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO Definição: Princípios e regras que ordenam e regulamentam as relações de trabalho e as relações de emprego; Regulação e controle do exercício laboral + Dignidade da pessoa humana trabalhadora X Modelo de produção e consumo da nossa sociedade CONTEÚDO (DIVISÃO E ABRANGÊNCIA) DO DIREITO DO TRABALHO: a) Direito Individual do Trabalho; b) Direito Coletivo do Trabalho; c) Direito Tutelar do Trabalho; d) Direito Constitucional do Trabalho; e) Direito Ambiental do Trabalho; f) Direito Administrativo do Trabalho. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO Art. 8°, CLT – As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre interesse público. §1°. O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. §2°. Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. FONTES MATERIAIS E FORMAIS DO DIREITO DO TRABALHO Fontes Materiais: se relacionam a um momento pré-jurídico, onde fatores sociais, econômicos, políticos e/ou sociais influenciam na efetivação de normas jurídicas. Em outras palavras, fontes materiais são eventos, acontecimentos, movimentos sociais que influenciaram (ou influenciam) na criação e alteração das normas jurídicas. Fontes Formais: é a exteriorização final das normas jurídicas, os mecanismos e modalidades mediante os quais o Direito transparece e se manifesta. São meios de revelação e transparência da norma jurídica – são formas como se instauram na ordem jurídica do país. As Fontes Formais se dividem em Heterônomas e Autônomas. FONTES FORMAIS HETERÔNOMAS Fontes Formais Heterônomas: normas produzidas por terceiros, impostas por quem não o destinatário direto delas. Exemplos: Lei; Medida Provisória; Sentenças Normativas; Sentença Arbitral; Jurisprudência; Precedentes Judiciais; Direito Comparado; Direito Comum. FONTES FORMAIS AUTÔNOMAS Fontes Formais Autônomas: quem produz a norma é o próprio ator social, aquele que será o seu destinatário. Exemplos: Convenção Coletiva de Trabalho; Acordo Coletivo de Trabalho; Contrato de Trabalho; Regulamento Empresarial. INTEGRAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO Decorrente da inafastabilidade da Jurisdição, onde a demanda judicial não pode ficar sem resposta do Poder Judiciário, do julgador, a integração é um recurso utilizado pelo juízo para preenchimento das lacunas da legislação trabalhista, aplicando assim, outra fonte normativa para uma situação concreta onde não há regramento. a) Analogia; b) Equidade; c) Direito comum. A OIT E AS NORMAS INTERNACIONAIS (CONVENÇÕES) A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é a agência das Nações Unidas que tem por missão promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade, Foi fundada em 1919, através do Tratado de Versalhes, ao fim da I Guerra Mundial, para perseguir uma visão baseada na premissa de que a paz universal duradoura pode ser estabelecida somente se for baseada na justiça social. Com o mandato de regular o trabalho mundialmente, tornou-se a primeira agência especializada da ONU em 1946. REGRAS DE INTERPRETAÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO a) Literal ou Gramatical; b) Histórico; c) Teleológico; d) Sistemático; e) Restritivo; f) Expansivo; APLICAÇÃO DA LEI TRABALHISTA NO TEMPO CONTRATO DE TRABALHO INICIADO ANTES DA REFORMA TRABALHISTA. PERÍODO CONTRATUAL POSTERIOR À LEI Nº 13.467/2017. APLICAÇÃO IMEDIATA DAS NOVAS NORMAS DE DIREITO MATERIAL. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO À APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ANTERIOR. Com fulcro nos postulados positivados nos arts. 5º, XXXVI, da CRFB e 6º, caput e 1º, da Lei de Introdução ao Código Civil, tem-se que, para as controvérsias que envolvam a aplicação de normas de direito material, é de se considerar a lei vigente na época dos fatos, tendo-se como parâmetro, portanto, para as questões de Direito do Trabalho, a data da prestação dos serviços. Seguindo esse balizamento, as normas de direito material que implicaram alterações na CLT a partir de 11/11/2017 aplicam-se de forma imediata aos contratos de trabalho iniciados antes do seu advento, ressalvando-se, no que respeita ao período contratual anterior a esse marco, a aplicação da legislação até então em vigor. (TRT12 - ROT - 0000118-51.2021.5.12.0043 , ROBERTO BASILONE LEITE , 6ª Câmara , Data de Assinatura: 29/11/2021) APLICAÇÃO DA LEI TRABALHISTA NO ESPAÇO Tendo prestado o trabalhador serviços no Brasil e transferido para o exterior ou, contratado no Brasil para trabalhar no exterior, a Justiça do Trabalho Brasileira deverá aplicar a lei trabalhista que for mais benéfica ao trabalhador, ou do local da prestação de serviços ou a lei brasileira. A comparação entre as leis será realizada no conjunto de suas disposições (princípio do congloba mento). Lei n°.7.064 de 06/12/1982. Art. 3° - A empresa responsável pelo contrato de trabalho do empregado transferido assegurar-lhe-á, independentemente da observância da legislação do local da execução dos serviços: II – A aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada matéria. O PATAMAR MÍNIMO CIVILIZATÓRIO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 7°. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I – Relação de emprego protegida contra a despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II – Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III – fundo de garantia do tempo de serviço; IV – Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V – Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI – Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII – Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; IX – Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X – Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – Participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII – Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; XII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; XIV – Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV – Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do serviço extraordinário superior no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX – Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimode trinta dias, nos termos da lei; XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por eio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIV – aposentadoria; XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que se está obrigado quando incorrer em dolo ou culpa; XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; XXXIV – igualdade de direitos entre trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso. Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.
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