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Módulo 4 - Políticas e Objetivos de Segurança Operacional - Versão 2021

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SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SGSO PARA PROVEDORES DE SERVIÇOS 
DE AVIAÇÃO CIVIL (PSAC) 
MÓDULO 4 
POLÍTICA E OBJETIVOS DE 
SEGURANÇA OPERACIONAL 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
2 
Política e Objetivos de Segurança 
Operacional 
 
 
1 Objetivos 
Ao final desta Módulo, você será capaz de: 
• Identificar o compromisso da alta direção da organização com a segurança 
operacional; 
• Reconhecer a política de segurança operacional estabelecida pela alta 
direção; 
• Reconhecer os objetivos de segurança operacional; 
• Identificar na organização as responsabilidades dos demais envolvidos com 
a segurança operacional; 
• Identificar os principais itens que compõem um Plano de Respostas à 
Emergências (PRE); e 
• Reconhecer a necessidade da documentação do SGSO. 
Agora que já estudamos os conceitos fundamentos de segurança operacional, 
já vimos o que é um SGSO e conhecemos a sua estrutura, vamos discorrer um pouco 
sobre a política e os objetivos de segurança operacional que irão nortear dentro da 
organização a implantação dos principais processos voltados para a manutenção da 
segurança das operações. 
 Para tanto, falaremos sobre o compromisso da alta direção da organização com 
a segurança operacional, sobre a responsabilidade primária dos demais envolvidos, 
bem como sobre o conteúdo do Plano de Resposta à Emergências, ao final dando 
destaque para a importância de formalizar e documentar todos os processos 
estabelecidos. 
A principal referência utilizada nesse módulo é o Safety Management Manual 
(Doc. 9859) da ICAO, quarta edição (ICAO, 2018). Outras referências também foram 
utilizadas, e serão indicadas ao longo do texto. 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
3 
2 Introdução 
Planejar significa criar um plano para otimizar a chance de alcançar um 
determinado objetivo. Assim, para que o gerenciamento da segurança operacional 
produza os resultados esperados, é preciso planejamento. O planejamento está 
relacionado a preparação, organização e estruturação dos objetivos de uma 
organização e é uma importante tarefa de gestão. 
Assim, o primeiro passo para criar um ambiente favorável para o gerenciamento 
da segurança operacional é o compromisso da alta direção da organização. Para 
concretizar esse compromisso, é preciso então estabelecer as diretrizes estratégicas 
para produzir os resultados esperados. Além disso, só podemos atingir os objetivos que 
desejamos quando todos os envolvidos conhecem com clareza os limites de suas 
responsabilidades com relação à segurança operacional. 
Considerando os conceitos fundamentais de segurança operacional que vimos 
no módulo 2, vamos agora conhecer um pouco mais sobre as políticas e objetivos que 
orientam o planejamento e a implantação de um Sistema de Gerenciamento da 
Segurança Operacional (SGSO). 
 
3 Política de Segurança Operacional 
 
O primeiro passo para a implantação de um 
Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional 
(SGSO) efetivo é o compromisso da alta direção da 
organização com a segurança das operações. Esse 
compromisso está relacionado ao reconhecimento da 
segurança operacional como um valor e uma 
prioridade dentro da organização. 
A manifestação desse compromisso é o que chamamos de política de 
segurança operacional. Essa política irá nortear a implementação do SGSO e os 
comportamentos esperados de todos os funcionários com relação à segurança 
operacional. 
A política de segurança operacional pode ter muitas formas, mas geralmente 
é um documento escrito que descreve os princípios gerais da operação do SGSO e que 
deve: 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
4 
 
Além dos itens anteriores, a organização pode incluir outras diretrizes que 
considere importante para o gerenciamento da segurança operacional e que ajudem a 
desenvolver uma cultura positiva de segurança operacional como por exemplo: 
 
• esclarecer que os relatos voluntários são estimulados e que não resultam 
em punições – a não ser nos casos de negligência ou violação de 
procedimentos; e/ou 
• declarar que o gestor da organização é o responsável primário pela 
segurança operacional. 
 
A seguir, apresentamos um exemplo de política de segurança operacional, 
retirada do Manual de Gerenciamento da Segurança Operacional do projeto “SGSO 
para Todos” (Figura 1) para uma organização de manutenção (RBAC 145). 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
5 
 
Figura 1 - Exemplo de política de segurança operacional (SGSO para Todos) 
 
Como outro exemplo prático, apresentamos abaixo um modelo de termo de 
política de segurança operacional, voltado para os operadores aéreos (Figura 2). 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
6 
 
Figura 2 - Exemplo de política de segurança operacional para operadores aéreos 
MODELO DE TERMO DE POLÍTICA DE SEGURANÇA OPERACIONAL PARA 
OPERADORES AÉREOS 
A segurança operacional é a primeira prioridade em nossas atividades. Estamos comprometidos 
com a implementação, o desenvolvimento e a melhoria das estratégias, os sistemas e os 
processos de gerenciamento da segurança operacional para garantir que todas as nossas 
atividades de aviação mantenham o mais elevado nível de desempenho da segurança e atendam 
aos padrões nacionais e internacionais. 
 Nosso compromisso é: 
a) Elaborar e difundir uma cultura positiva de segurança operacional em todas as nossas 
atividades de aviação, a qual reconheça a importância e o valor do gerenciamento eficaz da 
segurança operacional; 
b) Definir com clareza, para todo o pessoal, suas responsabilidades pelo desenvolvimento e 
cumprimento da estratégia e do desempenho da segurança operacional; 
c) Minimizar os riscos associados às operações até que eles sejam tão baixos quanto o 
razoavelmente praticáveis; 
d) Garantir que os sistemas e serviços fornecidos externamente que tenham impacto sobre a 
segurança de nossas operações atendam aos padrões de segurança operacional exigidos pelos 
regulamentos; 
e) Desenvolver e melhorar ativamente nossos processos de gerenciamento da segurança 
operacional para adequá-los aos padrões mundiais; 
f) Cumprir, e sempre que possível, superar as normas e exigências legais e legislativas; 
g) Garantir que todo o pessoal receba informações e treinamentos adequados e apropriados 
sobre segurança operacional, necessários para o desempenho de suas atividades; 
h) Garantir recursos para a implementação da política e da estratégia de segurança operacional 
da organização; 
 i) Medir o desempenho da segurança operacional em relação aos objetivos e/ou metas 
estabelecidas; 
 j) Alcançar os níveis mais elevados de desempenho da segurança operacional em todas as 
nossas atividades de aviação; 
 k) Melhorar continuamente nosso desempenho da segurança operacional; e 
l) Realizar revisões no processo de gerenciamento da segurança operacional, garantindo que as 
medidas adotadas sejam relevantes e alcancem os objetivos propostos. 
 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
7 
Vale lembrar, que para que a política de segurança operacional produza os 
resultados esperados, o comprometimento com a segurança deve ser demonstrado 
através de ações e decisões gerenciais. 
Por isso, é importante que a política seja incorporada tanto pela equipe da 
gestão quanto pelo pessoal-chave (operacional) da organização e que a políticaseja 
divulgada e compreendida por todos os membros da organização. 
 
4 Objetivos de Segurança Operacional 
 
Considerando a política de segurança 
operacional estabelecida, a organização precisa 
definir os seus objetivos de segurança operacional. 
Esses objetivos estão relacionados com o 
nível de desempenho da segurança operacional 
almejado, e indicam o direcionamento da organização 
para a concretização da sua política. 
Você saberia identificar quais são esses objetivos? Vejamos abaixo: 
❑ Formar a base para o monitoramento e medição do desempenho da 
segurança operacional; 
❑ Refletir o compromisso da alta direção em melhorar continuamente o 
desempenho global do SGSO da organização; 
❑ Ser comunicados para toda a organização; e 
❑ Ser periodicamente revisados para assegurar que continuam relevantes e 
apropriados para a organização. 
Por esta razão, os objetivos devem ser 
criados de maneira a representar compromissos 
com ações concretas e factíveis que servirão de 
referência tanto para priorização de recursos quanto 
para medição do desempenho da segurança 
operacional da organização. 
Outro aspecto importante é que eles devem ser descritos de modo a possibilitar 
seu desdobramento em planos de ação com tarefas, prazos, indicadores, metas e 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
8 
responsáveis. Além disso, eles devem ser mensuráveis e compatíveis com a 
complexidade da organização. 
A organização ao definir seus objetivos, deve avaliar as seguintes questões: 
 
 
 
✓ Os elementos, sistemas e processos necessários ao gerenciamento eficaz da 
segurança operacional estão presentes, adequados e eficazes? 
✓ Os elementos, sistemas e processos necessários ao gerenciamento eficaz da 
segurança operacional estão suficientemente integrados entre si? 
✓ Quais são as maiores fraquezas ou vulnerabilidades da organização? 
✓ Do ponto de vista operacional, quais são os principais perigos a que a 
organização está exposta? 
 
 
E ainda, em decorrência dessas avaliações, os objetivos de segurança 
operacional podem estar associados, a iniciativas como: 
o Implementação de programas específicos relacionados à segurança 
operacional (programa de gerenciamento da fadiga humana, programa Line 
Operations Safety Audit (LOSA), Programa de Redução de Runway Excursion, 
etc.); 
o Redução ou manutenção da taxa de certos tipos de erros ou ocorrências; 
o Fornecimento de treinamentos específicos sobre segurança operacional 
(além dos mínimos previstos em regulamentos) a tripulantes, mecânicos, 
despachantes etc.; 
o Aprovação para retorno ao serviço de produtos efetivamente 
aeronavegáveis; 
o Aquisição ou atualização de equipamentos, 
ferramentas ou sistemas de suporte a atividades ligadas 
à segurança operacional. 
Para ilustrar o processo de definição de objetivos, 
leia o exemplo a seguir: 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
9 
 
 A organização deve evitar estabelecer objetivos de segurança operacional 
exclusivamente em termos de redução ou manutenção da taxa de acidentes aéreos. 
Ações dessa natureza são puramente reativas e somente são eficazes quando a taxa 
de acidentes já é suficientemente alta (o que raramente é o caso quando cada operador 
é avaliado isoladamente). 
Também vale ressaltar que confiar exclusivamente na taxa de acidentes como 
indicativo do melhor nível de segurança operacional pode gerar a falsa impressão de 
que a organização é segura só porque não houve acidentes num certo período. 
Formas mais eficazes de estabelecer os objetivos de segurança operacional 
envolvem concentração de esforços na eliminação ou mitigação de deficiências 
sistêmicas ou condições latentes que contribuem para os acidentes. 
Quando os objetivos são associados a prazos, surgem as metas. As metas 
indicam uma medição do desempenho da segurança operacional, que está ligado ao 
cumprimento dos objetivos e à concretização da política da empresa. 
Aqui temos outro exemplo de objetivos de segurança operacional e uma possível 
meta associada: 
Um operador aéreo identificou as fases de
aproximação e pouso dos voos como uma grande
preocupação a ser tratada pelo SGSO.
Ainda, por meio dos processos de gerenciamento de
risco, definiu como prioridade o tratamento das
aproximações não estabilizadas em aeroportos sem
disponibilidade de ILS.
Um objetivo de segurança operacional relacionado ao
caso poderia ser: “Nos próximos 3 anos, reduzir em
50% o número de aproximações não estabilizadas por
1000 operações em aeroportos sem disponibilidade de
ILS”.
Como consequência, poderia ser criado um plano de
ação envolvendo: desenvolvimento de novos
procedimentos de aproximação e pouso no SOP;
inclusão dos novos procedimentos nas rotinas de
treinamento em simulador de voo; monitoramento das
aproximações e pousos em aeroportos sem
disponibilidade de ILS pelo programa de análise e
acompanhamento de dados de voo; etc.
Exemplo
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
10 
O objetivo principal do Sistema de Gestão da Segurança Operacional na empresa é garantir que 
as atividades de manutenção de produtos aeronáuticos sejam desenvolvidas de maneira a 
atingir e manter ou melhorar o nível aceitável de desempenho da segurança operacional da 
aviação civil. 
O objetivo específico é reduzir o número de produtos aeronáuticos autorizados para retorno ao 
serviço em condições não seguras, de maneira sustentável e dentro dos padrões de certificação 
da empresa. 
Para a consecução desses objetivos, são definidas as seguintes metas: 
1. Nos próximos três anos, reduzir para um valor inferior a 5% a média anual do percentual de 
artigos envolvidos em dificuldades em serviço após retorno ao serviço; (...) 
 
Mas aqui cabem alguns questionamentos: Quem são os responsáveis por 
implementar esses objetivos? Quais são as pessoas envolvidas na execução das metas 
definidas? Para responder a essas perguntas, no próximo item vamos tratar da 
responsabilidade primária acerca da segurança operacional. 
 
5 Responsabilidade primária acerca da segurança operacional 
 
Segundo o Safety Management Manual, o termo 
“accountability” se refere àquelas obrigações que não 
podem ser delegadas enquanto o termo 
“responsabilidade” se refere a funções e atividades 
que podem ser delegadas. No PSOE-ANAC, esse 
elemento foi internalizado como “responsabilidade 
primária acerca da segurança operacional”. 
Quando falamos de responsabilidade primária, estamos tratando de uma 
dimensão da responsabilidade diferente da responsabilidade funcional do Gestor 
Responsável. 
Ou seja, independentemente de outras funções, o Gestor Responsável terá a 
responsabilidade de prestar contas (do inglês accountability), em nome da 
organização, para a implementação e a manutenção do SGSO. Assim, a 
responsabilidade primária está associada ao provimento de recursos para garantir o 
funcionamento e a integridade do SGSO. 
Dependendo do tamanho e complexidade da organização, o Gestor 
Responsável pode ser: 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
11 
✓ O presidente ou Chief Executive Officer (CEO); 
✓ O presidente do conselho de administração; 
✓ Um dos sócios ou administradores; ou 
✓ O proprietário. 
 As obrigações e responsabilidades do Gestor Responsável devem incluir, mas 
não necessariamente se limitar a: 
 
A organização deve igualmente identificar as responsabilidades de prestação de 
contas de todos os membros da direção sobre a segurança operacional, 
independentemente de outras funções desempenhadas. 
Essas responsabilidades, bem como as responsabilidades funcionais e 
atribuições de segurança operacional devemser documentadas e comunicadas em 
toda a organização, e devem incluir uma definição dos níveis de gestão com autoridade 
para tomar decisões relacionadas a tolerabilidade dos riscos de segurança operacional 
assumidos nas operações. 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
12 
Cada gestor de departamento ou pessoa responsável por uma área ou unidade 
funcional deve ter um grau de envolvimento com o SGSO do PSAC, em adição às 
responsabilidades específicas sobre a operação das respectivas áreas ou unidades. 
Este envolvimento passa pela tomada de decisões e avaliação da tolerabilidade aos 
riscos que circundam a operação da organização. 
Certamente os gestores de setores diretamente ligados às operações da 
organização terão um nível maior de responsabilidade do que os gestores de setores 
de áreas meio, como RH, administrativo ou jurídico. 
Por fim, a organização deve se responsabilizar pelo desempenho de segurança 
operacional dos produtos ou serviços fornecidos por empresas subcontratadas ou 
terceirizadas. 
É responsabilidade da organização garantir que os seus próprios requisitos de 
desempenho de segurança operacional sejam atendidos pelos subcontratados. Desta 
maneira, é essencial que o SGSO interaja da melhor forma possível com os sistemas 
de segurança operacional dos subcontratados. 
Essa interface deve tratar da identificação de perigos, da avaliação de riscos, do 
desenvolvimento de estratégias de controle de riscos, e dos processos de garantia da 
segurança operacional, que vamos estudar nos próximos capítulos. 
 
6 Designação do pessoal-chave de segurança operacional 
 
É fundamental para a efetiva implementação e 
funcionamento do SGSO a designação de uma pessoa 
encarregada da sua operação de rotina. 
A função dessa pessoa pode receber diferentes 
nomes em diferentes organizações, mas, para os propósitos 
deste material, será usado o termo genérico “gestor de 
segurança operacional”. 
O gestor de segurança deve ser o responsável pela implementação e 
manutenção do SGSO da organização. Ele também deve assessorar o Gestor 
Responsável e os demais gerentes em matéria de segurança operacional. 
Dentre as obrigações e responsabilidades do gestor de segurança operacional 
dentro do SGSO podemos citar: 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
13 
❑ Gerenciamento da implementação do SGSO em nome do Gestor 
Responsável; 
❑ Condução e facilitação da identificação de perigos e da avaliação de riscos à 
segurança operacional; 
❑ Monitoramento das ações corretivas e avaliação de seus resultados; 
❑ Fornecimento de relatórios periódicos sobre o desempenho da segurança 
operacional da organização; 
❑ Gerenciamento dos registros e da documentação de segurança operacional; 
❑ Planejamento e facilitação do treinamento de segurança operacional; 
❑ Fornecimento de assessoria independente sobre questões de segurança 
operacional; 
❑ Monitoramento das questões e preocupações de segurança operacional na 
indústria de aviação e o respectivo impacto nas operações da organização; 
❑ Coordenação e comunicação (em nome do Gestor Responsável) com as 
autoridades de aviação civil no Brasil e com os demais órgãos 
governamentais, se necessário, sobre questões relacionadas à segurança 
operacional; e 
❑ Coordenação e comunicação (em nome do Gestor Responsável) com 
organizações internacionais sobre questões relacionadas à segurança 
operacional. 
 
 
O gestor de segurança operacional pode trabalhar sozinho ou trabalhar com uma 
equipe, em função do tamanho da organização e da natureza e complexidade de suas 
Para cumprir com suas responsabilidades e funções dentro do
SGSO, o gestor de segurança operacional deve ter:
• Acesso direto ao Gestor Responsável e ao pessoal da alta direção;
• Acesso aos dados e às informações sobre qualquer aspecto
relacionado à segurança operacional do PSAC; e
• Autonomia administrativa para avaliar, auditar e investigar qualquer
setor ou processo relacionado à segurança operacional do PSAC.
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
14 
operações. Independentemente disso, as funções do gestor de segurança operacional 
e sua eventual equipe devem ser as mesmas. 
O gestor de segurança operacional deve também ter acesso direto aos demais 
gerentes ou seus representantes (nos casos dessas áreas possuírem pontos focais 
dedicados a questões de segurança operacional). 
Em linhas gerais, a discussão de temas 
ligados à segurança operacional e a avaliação do 
desempenho da organização devem ocorrer no 
âmbito de grupos formais específicos, como os 
Comitês ou Comissões de Segurança 
Operacional (CSO), fóruns estratégicos e os 
Grupos de Ações de Segurança Operacional 
(GASO), dependendo do regulamento aplicável à 
organização. 
Quando necessário, o CSO deve ser um comitê de alto nível, presidido pelo 
Gestor Responsável e composto pela alta direção, incluindo os gerentes dos 
departamentos que são diretamente responsáveis pelo desempenho das atividades 
operacionais e demais áreas administrativas relevantes. O gestor de segurança 
operacional deve participar do comitê em uma função consultiva. 
Cabe ao CSO lidar com questões estratégicas ligadas às políticas, à alocação 
de recursos e ao monitoramento do desempenho da organização, podendo se reunir 
com pouca frequência, salvo se circunstâncias excepcionais ditarem o contrário. Assim, 
são responsabilidade do comitê: 
✓ Monitorar a efetividade da implementação do SGSO; 
✓ Monitorar se as ações corretivas estão sendo adotadas em tempo hábil; 
✓ Monitorar o desempenho de segurança operacional em função da política e 
objetivos de segurança operacional da organização; 
✓ Monitorar a efetividade dos processos de gerenciamento da segurança 
operacional da organização; 
✓ Monitorar a efetividade da supervisão da segurança operacional dos 
prestadores de serviço; 
✓ Garantir que recursos apropriados sejam alocados para se atingir o 
desempenho de segurança operacional desejado; e 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
15 
✓ Conceder orientação estratégica ao Grupo de Ação de Segurança Operacional 
e às demais áreas da organização. 
Uma vez que as estratégias tenham sido desenvolvidas pelo CSO, 
sua implementação deve ocorrer de forma coordenada por toda a 
organização. Isso pode ser feito por meio da criação do Grupo de 
Ação de Segurança Operacional (GASO). 
O GASO deve ser composto pelos gerentes de linha e por representantes do 
pessoal operacional e ser presidido pelo gestor de segurança operacional (GSO). 
Quando necessário, o Grupo de Ação deve lidar com questões táticas específicas da 
implementação do SGSO, conforme direcionamento do CSO. Assim, caberia ao GASO: 
✓ Supervisionar o desempenho da segurança operacional dentro das áreas 
operacionais da organização e garantir que as apropriadas atividades de 
gerenciamento de riscos sejam realizadas com a participação do pessoal, 
quando necessário; 
✓ Coordenar a implementação das estratégias de controle dos riscos e 
garantir que existam procedimentos satisfatórios para a coleta de dados de 
segurança operacional e para o envio de sugestões e críticas por parte do 
pessoal operacional; 
✓ Avaliar os impactos na segurança operacional relacionados com a 
introdução de novas tecnologias ou mudanças operacionais; 
✓ Coordenar a implementação de planos de ações corretivas e assegurar a 
adoção das medidas em tempo hábil; 
✓ Revisar a efetividade das recomendações de segurança operacional 
anteriores; e 
✓ Supervisionar as atividades de promoção da segurança operacional e 
garantir o fornecimento aos profissionais das adequadas oportunidadesde 
participação nas atividades de gerenciamento da segurança operacional. 
 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
16 
Os fóruns de discussão sobre assuntos de segurança operacional são 
exigidos em alguns regulamentos dependendo do tipo e complexidade do 
operador. Porém, mesmo que não haja obrigação regulamentar aplicável à 
sua organização, é importante ter em mente que para um gerenciamento da 
segurança operacional efetivo, é preciso que os envolvidos se reúnam 
peridicamente e discutam sobre os assuntos relacionados à segurança 
operacional. 
Fique atento aos estudos! 
 
 
 
 
 
Além das atividades cotidianas, a organização deve estar preparada para 
enfrentar emergências que podem acontecer durante a execução de suas atividades. 
Para isso, é preciso planejar e coordenar com todas as partes envolvidas, o que 
veremos no próximo item. 
 
7 Coordenação do Plano de Resposta à Emergência 
 
Uma emergência é uma situação não planejada ou um evento que requer uma 
ação imediata. A coordenação do Plano de Resposta à Emergência (PRE) está 
relacionada ao planejamento de atividades no período em que a organização vivencia 
uma situação de emergência operacional. 
No PRE devem ser definidos os procedimentos a serem adotados no caso de 
uma emergência, visando garantir o retorno das operações. 
As obrigações relacionadas a elaboração de um PRE estão estabelecidas em 
regulamentos específicos, cabendo a cada organização implementar os requisitos 
aplicáveis as suas operações. 
Uma resposta à emergência bem-sucedida deve começar com um 
planejamento efetivo. 
Por sua vez, o PRE deve fornecer a base para uma abordagem sistemática ao 
gerenciamento dos assuntos da organização após um evento significativo não planejado 
(na pior das hipóteses, um grave acidente). 
Assim, podemos dizer que o objetivo do PRE é garantir a: 
❑ Delegação de autoridade de emergência; 
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
17 
❑ Atribuição de responsabilidades de emergência; 
❑ Documentação dos processos e procedimentos de emergência; 
❑ Coordenação dos esforços de emergência interna e externamente à 
organização; 
❑ Continuação segura das operações, enquanto a crise é gerenciada; 
❑ Identificação proativa de todos os possíveis eventos ou cenários de 
emergência e suas ações mitigadoras correspondentes; e 
❑ Identificação das condições que deflagram a desativação da situação 
de emergência e o consequente retorno às operações normais. 
Para que seja efetivo, o PRE deve: 
❑ Ser apropriado ao tamanho e complexidade da organização; 
❑ Ser revisado e atualizado periodicamente; 
❑ Ser regularmente testado por meio de exercícios; 
❑ Conter uma rápida referência aos detalhes de contato do pessoal 
relevante; 
❑ Incluir listas de verificação e procedimentos relevantes a situações 
de emergência específicas; e 
❑ Ser facilmente acessível a todo o pessoal relevante e a outras 
organizações, quando aplicável. 
 
 
 
No caso de aeroportos, para fins de preparação para lidar com emergências que 
possam ocorrer no sítio aeroportuário não é exigido um PRE, mas sim um PLEM (Plano 
de Emergências). 
Os requisitos específicos para a elaboração de um PLEM estão definidos do RBAC 153. 
Para acessar um exemplo de PLEM voltado a aeródromos com processamento anual 
de passageiros inferiores a 200.000, acesse: 
http://www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/aerodromos/srea/downloads/plem-
slsb-classe-i-simplificado-exemplo-fluxogramas-editaveis.doc 
 
Atenção! 
 
http://www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/aerodromos/srea/downloads/plem-slsb-classe-i-simplificado-exemplo-fluxogramas-editaveis.doc
http://www.anac.gov.br/assuntos/setor-regulado/aerodromos/srea/downloads/plem-slsb-classe-i-simplificado-exemplo-fluxogramas-editaveis.doc
SGSO para Provedores de Serviços de Aviação Civil (PSAC) 
Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
18 
8 Documentação do SGSO 
 
Para a implantação de um SGSO, é preciso também que todos os requisitos, 
procedimentos, responsabilidades, processos e metodologias estejam devidamente 
documentadas e que os resultados desses processos estejam devidamente registrados. 
Para facilitar a comunicação, a manutenção e o gerenciamento internos do 
sistema, a organização precisa desenvolver um Manual de Gerenciamento da 
Segurança Operacional (MGSO). Vamos estudar os requisitos específicos deste manual 
no módulo 9 do curso. Por enquanto é importante apenas que você compreenda que a 
documentação e os registros do sistema são elementos que contribuem com o 
gerenciamento da segurança da sua organização. 
Os registros do SGSO devem incluir, por exemplo: 
o Relatos de perigos e ocorrências; 
o Avaliações de risco concluídas ou em andamento; 
o Relatórios das auditorias e investigações internas; 
o Evidências da promoção da segurança operacional; 
o Certificados dos treinamentos de segurança operacional; 
o Atas ou memórias das reuniões do CSO e GASO; 
o Indicadores de desempenho de segurança operacional e gráficos 
associados. 
A documentação do SGSO inclui ainda a guarda e manutenção dos registros 
que evidenciam a existência e operação contínua do SGSO. 
 
9 Resumo 
 
Neste módulo vimos que o compromisso da alta direção da organização é de 
suma importância na implantação de um Sistema de Gerenciamento da Segurança 
Operacional (SGSO). Esse compromisso deve ser devidamente documentado e 
comunicado em toda a organização e deve ser refletido em objetivos que orientem os 
resultados de segurança operacional. 
Além disso, aprendemos que todos os gestores e demais funcionários tem um 
papel importante quando tratamos da segurança operacional e que as 
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Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
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responsabilidades e atribuições dessas pessoas devem ser estabelecidas de maneira 
clara. 
Vimos também que é importante estar preparado para enfrentar as emergências 
que podem acontecer no dia a dia da organização. E por fim, que para implantar um 
SGSO é preciso documentar todos os seus processos e manter os registros associados 
a segurança operacional. No próximo módulo, vamos falar sobre o Gerenciamento de 
Riscos à Segurança Operacional. 
 Atividade 
 
 Chegamos ao fim deste Módulo. Vamos agora fixar o que 
aprendemos sobre Política e Objetivos de Segurança Operacional. Para 
tanto, retorne à página inicial do curso e realize o exercício, respondendo 
corretamente as questões. 
 
 Até o próximo Módulo... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Módulo 4 – Política e Objetivos de Segurança Operacional 
 
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10 Referências 
BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Instrução Suplementar nº 145.214-
001, Revisão B. Brasília: ANAC, 2018. 
BRASIL. ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Instrução Suplementar nº 119-002, 
Revisão D. Brasília: ANAC, 2012. 
ICAO (International Civil Aviation Organization). Safety Management Manual (SMM): 
Doc. 9859 AN/474. 4rd ed. Montreal: ICAO, 2018. 
Safety Management International Collaboration Group (SM-ICG). SM ICG SMS 
Evaluation Tool. SM-ICG, 2013. 
SKYBRARY. Safety Policy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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