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Farmacologia cardiovascular: Principal fator e risco: A hipertensão resulta do aumento do tônus do músculo liso arteriolar vascular periférico, que leva ao aumento da resistência arteriolar e à redução da capacitância do sistema venoso. - Trata-se de uma doença vitalícia, que provoca poucos sintomas até alcançar um estágio avançado. Para o tratamento efetivo, é necessário o consumo diário de medicamentos, por vezes de alto custo e com efeitos colaterais. - Assim, o médico deve estabelecer com certeza se a hipertensão é persistente e exige tratamento, e também precisa excluir as causas secundárias de hipertensão que poderiam ser tratadas por meio de procedimentos cirúrgicos definitivos. A persistência da hipertensão, particularmente em indivíduos com leve elevação da pressão arterial, deve ser estabelecida pelo achado de pressão arterial elevada em pelo menos três consultas diferentes. > Lesão nos vasos sanguíneos, lesão nos rins, lesão no coração, lesão no cérebro, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, acidente vascular encefálico, demência. Diagnóstico: Medidas repetidas e reproduzíveis de elevação da pressão arterial. O diagnostico serve, basicamente, para prever as consequências do distúrbio para o paciente; raramente inclui um relato sobre a causa da hipertensão. tabagismo, síndrome metabólica, obesidade, dislipidemia, diabetes, histórico familiar de doença cardiovascular, estresse, sedentarismo, dieta rica em sódio. - Uma vez estabelecida a presença de hipertensão, deve-se considerar a questão da necessidade ou não de tratamento, bem como da escolha dos fármacos a serem usados. O nível de pressão arterial, a idade do paciente, a gravidade da lesão orgânica (quando presente), em consequência da pressão arterial elevada e a presença de fatores de risco cardiovasculares devem ser todos considerados. A avaliação da função renal e a presença de proteinúria são úteis na seleção dos agentes anti-hipertensivos. 𝑃𝐴 = 𝐷𝐶 𝑋 𝑅𝑉 PA: pressão arterial. DC: débito cardíaco. RVP: resistência vascular periférica. Tanto em indivíduos normais como nos hipertensos, a pressão arterial é mantida pela regulação contínua do débito cardíaco e da resistência vascular periférica. - A pressão arterial é regulada dentro de uma faixa estreita para prover perfusão adequada aos tecidos sem causar lesões ao sistema vascular. Ela é diretamente proporcional ao débito cardíaco e à resistência vascular periférica. O débito cardíaco e a resistência periférica são controlados principalmente por dois mecanismos sobrepostos de controle: os barorreflexos e o sistema renina-angiotensina- aldosterona. - A maioria dos anti-hipertensivos diminui a pressão arterial, reduzindo o débito cardíaco e/ou diminuindo a resistência periférica. - No controle do volume sanguíneo, o rim é o principal responsável pelo controle em longo prazo da pressão arterial. A redução da pressão de perfusão renal determina a redistribuição intrarrenal do fluxo sanguíneo e provoca aumento da reabsorção de sal e de água. Além disso, tanto a diminuição da pressão nas arteríolas renais como a redução da atividade neural simpática (por meio dos receptores β-adrenérgicos) estimulam a produção de renina, que aumenta a produção de angiotensina II. Síndrome metabólica: um conjunto de condições que aumentam o risco de doença cardíaca, AVC e diabetes. Hipertensão arterial, nível elevado de açúcar no sangue, excesso de gordura corporal em torno da cintura e níveis de colesterol anormais (dislipidemia). Constrição direta dos vasos de resistência. Estimulação da síntese de aldosterona no córtex suprarrenal. Aumento da absorção renal de sódio e o volume sanguíneo intravascular. > Aldosterona: Aumento da concentração de sódio no sangue chamado de hipernatremia; diminuição de potássio (hipocalemia); aumento da pressão arterial e da volemia (volume de sangue circulante); aumento de reabsorção de água. Fármacos anti-hipertensivos: Diuréticos, Simpatolíticos: α-Bloqueadores e β-Bloqueadores, Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina II, Bloqueadores Canais de Cálcio, Antagonistas dos receptores da Angiotensina II. Os diuréticos reduzem a pressão arterial sobretudo ao produzirem depleção das reservas corporais de sódio. Acredita-se que o sódio possa contribuir para a resistência vascular por meio de aumento da rigidez dos vasos. Esses efeitos são revertidos pelos diuréticos ou pela restrição dietética de sódio. O mecanismo de ação inicial dos diuréticos é baseado na redução do volume, o que leva à diminuição da pressão arterial. Molécula de sal: Intestino: o cloreto de sódio (NaCl) é absorvido pelo intestino. Sua molécula então é quebrada formando um íon de cloro (Cl-) e outro de sódio (Na+). Após esse rápido processo, o sal parte direto para a corrente sanguínea. Sangue: como o sal tende a “sugar” a água do organismo (osmose), nosso corpo, na tentativa de manter o equilíbrio e normalizar a falta de água, eleva a pressão arterial para aumentar o fluxo de sangue circulando. Coração: o resultado disso é que o coração precisa trabalhar muito mais para bombear sangue e irrigar as células. Se isso se tornar frequente, o problema da hipertensão pode se tornar crônico. Pressão arterial: com o coração trabalhando além do normal, os vasos se contraem para conter o excesso de sangue. Utilizados isoladamente proporcionam um tratamento adequado para a hipertensão essencial leve ou moderada. Na hipertensão mais grave, é associado a outros agentes anti-hipertensivos. Reduzem a pressão arterial por meio da depleção do sódio corporal, diminuição do volume sanguíneo e, outros mecanismos. - Aumentar a excreção de sódio e água. Isso causa uma redução do volume extracelular, resultando em diminuição do débito cardíaco e do fluxo sanguíneo renal. - No tratamento da hipertensão, o efeito colateral mais comum dos diuréticos consiste em depleção de potássio. A perda de potássio está acoplada com a reabsorção de sódio, de modo que a restrição do aporte nutricional de sódio minimiza a perda de potássio. Os diuréticos também podem causar: depleção de magnésio, comprometer a tolerância à glicose e aumentar as concentrações séricas de lipídeos. Interação: A PGE2 diminui a reabsorção de Na+ na alça de Henle e o transporte de água nos túbulos coletores. Essas ações da PGE2 contribuem de forma significativa para a eficácia diurética dos diuréticos de alça. Por conseguinte, o bloqueio da síntese de prostaglandinas por AINEs pode interferir na atividade dos diuréticos de alça. Bendroflumetiazida, Benzotiazida, Clortalidona, Hidroclorotiazida, Hidroflumetiazida, Indapamida, Metilclotiazida, Metolazona, Quinetazona, Triclormetiazida, Xipamida. Mecanismo de ação: 1ª semana: Diminuição do volume plasmático (15 a 20%), diminuição do débito cardíaco, aumento da resistência periférica, aumento da atividade renina plasmática (devido a hipovolemia), diminuição da PA. A seguir: Volume plasmático volta ao normal, débito cardíaco volta ao normal, atividade da renina plasmática volta ao normal e a PA continua diminuindo. Efeitos colaterais: Gerais: Tontura, fraqueza, câimbras, ansiedade, impotência Alterações metabólicas. Hipocalemia, hiperglicemia, ↑LDL. Bumetanida, Furosemida, Piretanida, Torsemida. Mecanismo de ação: Promovem diurese intensa e rápida com contração do volume plasmático, com redução da PA e também potencializa a ação de outros hipotensores. Produzem hipovolemia mais acentuada que os tiazídicos. Os diuréticos de alça causam diminuição da resistência vascular renal e aumento do fluxo sanguíneo renal. Indicações: insuficiência renal, estados edematosos, edema agudo de pulmão, hipertensão resistente. Efeitos colaterais: hipocalemia. amilorida, triantereno, espironolactona, eplerenona. Mecanismo de ação: Inibidores do transporte de sódio epitelial nos ductos distais ecoletores. Reduzem a troca Na+ pelo K+ no túbulo coletor. Efeitos colaterais: Podem produzir hipercalemia, principalmente em pacientes com Insuficiência renal. > A restrição de sódio talvez não seja um tratamento efetivo para muitos pacientes com hipertensão leve. A dieta norte-americana média contém cerca de 200 mEq de sódio por dia. > No tratamento da hipertensão, o consumo diário de 70 a 100 mEq de sódio é razoável, quantidade que pode ser mantida se os alimentos não forem salgados durante ou após o seu preparo e se a ingestão de alimentos processados que contêm grandes quantidades de sódio for evitada. O consumo de uma dieta rica em frutas, vegetais e produtos derivados do leite com baixo teor de gordura, com conteúdo reduzido de gordura saturada e total, e o consumo moderado de álcool (sem ultrapassar duas doses por dia) também reduzem a pressão arterial. > Constatou-se que a redução de peso, mesmo sem restrição de sódio, normaliza a pressão arterial em até 75% dos pacientes acima do peso normal com hipertensão leve a moderada. Em alguns estudos, verificou-se que a prática regular de exercício físico reduz a pressão arterial em pacientes hipertensos. Antônio é hipertenso, dislipidêmico e diabético (diabetes tipo II). Usa diariamente: metformina 500mg (1 comprimido a noite, por que usa uma formulação de liberação prolongada), captopril (1 comprimido 30 minutos antes café da manhã e outro 30 minutos antes da janta), furosemida (1 comprimido junto com o captopril) e sinvastatina (1 comprimido na janta). - Antônio não segue a dieta adequada para seu quadro clínico: come pão com salame no café da manhã, abusa da gordura ao meio-dia e não se cuida muito com relação aos doces. Ao pegar seus últimos exames bioquímicos, teve um susto: colesterol, triglicerídeos, glicose...tudo alterado! Além disso, tirou férias, foi para a praia e resolveu fazer a dieta que havia sido receitada a ele meses atrás. - Hoje ele se levantou, tomou todos os medicamentos da manhã, como sempre, e tomou seu café da manhã: agora um café mais adequado ao seu estado de saúde Tomou um copo de leite, meia fatia de mamão e uma fatia de pão integral com ricota sem sal. Logo após o café, foi caminhar na praia com sua esposa. Decorridos cerca de 30 minutos de caminhada (leve), Antônio passou mal: "me sinto tonto, está ficando tudo preto, acho que vou desmaiar". - A esposa sentou-o na areia e buscou ajuda. Um enfermeiro que passava no local foi ajudar. Fez algumas perguntas e tirou da sua bolsa um alimento. Pediu que Antônio comesse e tomasse um pouco de água. Em cerca de 15 minutos, Antônio, que não chegou a desmaiar, estava sentindo-se melhor e pode voltar para casa. Que alimento/nutriente poderia ser esse que Antônio recebeu do enfermeiro? - Esse alimento, provavelmente era um alimento rico em sódio. Poderia ter sido um "salgadinho qualquer" ou um embutido ou algum isotônico rico em sódio. Alguns poderiam pensar que se tratava de algum alimento rico em glicose (afinal, poderia ter sido uma crise hipoglicêmica), mas observe: Antônio comeu mamão no café da manhã - fruta rica em glicose, e pão preto - que contém carboidratos de degradação lenta. Logo, não se esperava hipoglicemia nesse paciente (afinal, ele também não está usando medicamentos que costumam dar crise hipoglicêmica). No entanto, no dia do mal súbito, foi o primeiro dia que Antônio tomou um café da manhã restrito em sódio. O que pode ter desencadeado o mal súbito de Antônio? Que medicamento e nutriente estão envolvidos nisso? - O captopril é um potente inibidor da ECA. Após administração oral, atinge concentrações plasmáticas máximas em cerca de 1 hora (ou seja, 60 a 90 minutos após tomar o captopril, o paciente tem o pico máximo de ação do fármaco). Esse fármaco pode gerar queda abrupta da pressão arterial e deve-se ter muita cautela nos pacientes com dieta em restrição de sal. - Provavelmente, o que ocorreu com o Antônio foi um efeito adverso do medicamento decorrente do uso do captopril e da dieta hipossódica (lembre-se que "antes do evento", Antônio tomava o captopril, mas ingeria sódio no café da manhã ao comer pão com salame e que no dia do mal súbito, ele seguiu a dieta hipossódica!). Nessas situações, é importante adicionar algum conteúdo de sódio no café da manhã (porque normalmente os pacientes fazem atividade física - vão trabalhar, dirigir, caminhar - no início do dia). É importante explicar isso ao paciente, para que ele não deixe de tomar a medicação e não passe a ingerir sódio em excesso por medo de sentir-se mal. - Em muitos pacientes, a hipertensão é iniciada e mantida, pelo menos em parte, por ativação neural simpática. Em pacientes com hipertensão moderada a grave, os esquemas farmacológicos mais efetivos incluem um fármaco que inibe a função do sistema nervoso simpático. - Os fármacos que pertencem a esse grupo são classificados de acordo com o local em que comprometem o arco reflexo simpático. Essa classificação neuroanatômica explica as diferenças proeminentes nos efeitos cardiovasculares dos fármacos e possibilita ao médico prever as interações desses fármacos entre si e com outros. Simpatolíticos de ação central: - Atuam estimulando receptores α2-adrenérgico que por sua vez relaxam os vasos sanguíneos de outras partes do corpo, promovendo a vasodilatação. Tem especificidade pelos receptores pré-sinápticos α2 no sistema vasomotor do SNC. Esta união inibe a produção de noradrenalina, diminuindo desse modo a atividade simpática, predominando a atividade parassimpática. > Metildopa, Clonidina. - A clonidina diminui mais a frequência cardíaca e o débito cardíaco do que a metildopa. Essa diferença sugere que os dois fármacos não possuem locais de ação idênticos. Atuam principalmente sobre diferentes populações de neurônios nos centros vasomotores do tronco encefálico. Já foram amplamente usados no tratamento da hipertensão. Com exceção da clonidina, esses fármacos são raramente utilizados hoje em dia. Clonidina: A clonidina atua centralmente, produzindo inibição dos centros vasomotores simpáticos e diminuindo a estimulação simpática para a periferia. Isso leva à redução da resistência periférica total e à diminuição da pressão arterial. - A clonidina é usada primariamente no tratamento da hipertensão que não responde adequadamente ao tratamento com dois ou mais fármacos. A clonidina não reduz o fluxo sanguíneo renal ou a filtração glomerular e, portanto, é útil no tratamento da hipertensão complicada por doença renal. Os efeitos adversos incluem sedação, boca seca e constipação. Ocorre hipertensão de rebote após interrupção súbita da clonidina. Por isso, se a interrupção for necessária, o fármaco deve ser retirado lentamente. Metildopa: Metildopa é um agonista α2 que é convertido em metilnorepinefrina no SNC, causando diminuição do efluxo adrenérgico. Os efeitos adversos mais comuns da metildopa são sedação e sonolência. Seu uso é limitado devido aos efeitos adversos. É usada principalmente para o tratamento da hipertensão na gestação, por ter registros de segurança. β Os β-bloqueadores são opção de tratamento para pacientes hipertensos com doença ou insuficiência cardíaca concomitante. > Propranolol, Metoprolol, Atenolol, Nadolol, Pindolol, Carvedilol. Os β-bloqueadores reduzem a pressão arterial primariamente diminuindo o débito cardíaco. Eles também podem diminuir o efluxo simpático do sistema nervoso central (SNC) e inibir a liberação de renina dos rins, reduzindo, assim, a formação de angiotensina II. Propranolol: O propranolol foi o primeiro β- bloqueador que demonstrou ser efetivo no tratamento da hipertensão e da cardiopatia isquêmica. Na atualidade, o propranolol foi substituído em grande parte por bloqueadores β cardiosseletivos, como o metoprolol e o atenolol. Todos os agentes bloqueadores dos receptores β-adrenérgicossão úteis para reduzir a pressão arterial na hipertensão leve a moderada. Metoprolol e atenolol: O metoprolol e o atenolol, que são cardiosseletivos, são os β-bloqueadores mais amplamente usados no tratamento da hipertensão. A cardiosseletividade relativa é vantajosa no tratamento de pacientes hipertensos que também apresentam asma, diabetes ou doença vascular periférica. β Usos terapêuticos: A vantagem terapêutica primária dos β-bloqueadores é observada em pacientes hipertensos com doença cardíaca concomitante, como taquiarritmia supraventricular (p. ex. fibrilação atrial), infarto do miocárdico prévio, angina pectoris e insuficiência cardíaca crônica. Contraindicação: As condições que desaconselham o uso de β-bloqueadores incluem doença como asma, bloqueio cardíaco de segundo e terceiro graus e doença vascular periférica grave. Efeitos adversos: Os β-bloqueadores podem causar bradicardia, hipotensão e efeitos adversos no SNC, como fadiga, letargia e insônia. Os β-bloqueadores podem diminuir a libido e causar disfunção erétil, o que pode reduzir acentuadamente a adesão do paciente. Os β-bloqueadores não seletivos podem desregular o metabolismo lipídico, diminuindo a lipoproteína de alta densidade (HDL) e aumentando os triglicerídeos. α Produzem a maior parte de seus efeitos anti- hipertensivos por meio do bloqueio seletivo dos receptores α1 nas arteríolas e nas vênulas. Os α- bloqueadores reduzem a pressão arterial por meio da dilatação dos vasos. > Prazosina, Terazosina, Doxazosina. Ocorre retenção de sal e de água quando esses fármacos são administrados sem diuréticos. Esses fármacos são mais efetivos quando utilizados em associação a outros agentes, como β-bloqueador ou diurético, do que quando administrados de forma isolada. - Reduzem a resistência periférica e a pressão arterial. - O mecanismo de ação na hipertensão consiste na inibição do influxo de cálcio nas células musculares lisas arteriais. - Relaxamento da musculatura lisa dos vasos e dilatação das arteríolas, redução da resistência periférica e queda da pressão arterial. - Os bloqueadores de canais de cálcio reduzem a pressão arterial sem interferir com a função renal e não causam retenção de sódio, ao contrário têm ação natriurética. - Não causam aumento de lipídeos, da glicemia e do ácido úrico. - São uma opção de tratamento recomendado para hipertensos com diabetes ou angina. > O cálcio entra nas células musculares através de canais. Isso dispara a liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático e da mitocôndria, aumentando adicionalmente o nível de cálcio citosólico. Os antagonistas de canais de cálcio bloqueiam a entrada de cálcio por se ligarem aos canais de cálcio no coração e nos músculos lisos dos vasos coronarianos e arteriolares periféricos. Isso causa o relaxamento do músculo liso vascular, dilatando principalmente as arteríolas. Os BCCs não dilatam veias. > BBC reduz a contração das artérias. As artérias dilatadas diminui a PA. BBC reduz a força de contração do coração. > Nifedipino, Anlodipino, Nicardipino, Verapamil. - O nifedipino é mais seletivo como vasodilatador e exerce menos efeito depressor cardíaco do que o verapamil. Todas as di-hidropiridinas apresentam maior afinidade pelos canais de cálcio vasculares do que pelos canais de cálcio do coração. Elas são, por isso, particularmente benéficas no tratamento da hipertensão. - O verapamil é o que apresenta maior efeito depressor sobre o coração, podendo diminuir tanto a frequência cardíaca como o débito cardíaco. O verapamil é o menos seletivo dos BCCs e apresenta efeitos significativos nas células cardíacas e no músculo liso vascular. Ele é usado também no tratamento da angina e das taquiarritmias. Uso terapêutico: No tratamento da hipertensão, os BCCs podem ser usados como tratamento inicial ou adicional. Eles são úteis no tratamento de pacientes hipertensos que também têm asma, diabetes e/ou doença vascular periférica. Todos os BCCs são úteis no tratamento da angina. Efeitos colaterais: rubor, vertigem, cefaleia, hipotensão, edema periférico. Inibidores da angiotensina II: - A renina, a angiotensina e a aldosterona desempenham uma importante função, pelo menos em alguns indivíduos com hipertensão essencial. Cerca de 20% dos pacientes com hipertensão essencial apresentam uma atividade da renina plasmática inapropriadamente baixa, ao passo que 20% exibem uma atividade inapropriadamente alta. - A pressão arterial de pacientes hipertensos com renina elevada responde de modo satisfatório a fármacos que interferem no sistema, sustentando a função do excesso de renina e angiotensina nessa população. - A liberação de renina é estimulada pela redução da pressão arterial renal, estimulação renal simpática e diminuição do aporte de sódio ou aumento da concentração de sódio no túbulo renal distal. A renina atua sobre o angiotensinogênio, formando a angiotensina I. Em seguida, a angiotensina I é convertida, primariamente pela ECA endotelial, ao vasoconstritor arterial angiotensina II. - A angiotensina II possui atividade vasoconstritora e de retenção de sódio. A angiotensina pode contribuir para a manutenção de uma resistência vascular elevada nos estados hipertensivos associados à grande atividade da renina plasmática. Todavia, até mesmo nos estados hipertensivos com baixos níveis de renina, esses fármacos podem reduzir a pressão arterial. Inibidores da ECA: > Benazepril, Captopril, Cilazarpil, Delapril, Enalapril, Quinapril, Ramipril. - São recomendados como tratamento de primeira escolha contra hipertensão em pacientes com uma variedade de indicações, incluindo risco alto de doença coronária ou história de diabetes, AVE, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio ou doença renal crônica. - Esses fármacos bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina I para formar o potente vasoconstritor angiotensina II. Diminuem a pressão arterial reduzindo a resistência vascular periférica sem aumentar reflexamente o débito, a frequência ou a contratilidade cardíaca. - Os efeitos adversos comuns incluem tosse seca, exantema, febre, alteração do paladar, hipotensão e hiperpotassemia. A tosse seca, que ocorre em cerca de 10% dos pacientes, parece ser decorrente do aumento dos níveis de bradicinina e substância P na árvore pulmonar e melhora dentro de poucos dias após a interrupção. A tosse seca acontece mais frequentemente em mulheres. - São bloqueadores mais seletivos dos efeitos da angiotensina do que os inibidores da ECA. Esses fármacos bloqueiam os receptores AT1, diminuindo a sua ativação pela angiotensina II. Produzem dilatação arteriolar e venosa e bloqueio da secreção de aldosterona, reduzindo, assim, a pressão arterial e diminuindo a retenção de sal e água. - Eles podem ser usados como fármacos de primeira escolha para o tratamento da hipertensão, especialmente em pacientes com forte indicação de diabetes, insuficiência cardíaca ou doença renal crônica. - Os BRAs não devem ser associados com IECA para o tratamento da hipertensão devido à similaridade de mecanismo e de efeitos adversos. Estes fármacos também são teratogênicos e não devem ser usados em gestantes. > A hipertensão pode coexistir com outras doenças que podem ser agravadas por alguns anti-hipertensivos ou que podem se beneficiar com eles, independentemente do controle da pressão arterial. Nesses casos, é importante encontrar o melhorfármaco anti- hipertensivo para cada paciente em particular. > A presença de doença concomitante deve influenciar a escolha dos fármacos anti-hipertensivos, pois é possível tratar duas doenças com o uso de um único fármaco. Por exemplo, os fármacos que inibem o sistema renina-angiotensina são particularmente úteis para pacientes portadores de diabetes ou que apresentam doença renal crônica com proteinúria. > Os β-bloqueadores ou os bloqueadores dos canais de cálcio mostram-se úteis em pacientes que também apresentam angina; os diuréticos, os inibidores da ECA, os bloqueadores do receptor de angiotensina, os βbloqueadores, em pacientes que também apresentam insuficiência cardíaca; os α1-bloqueadores, em homens com hiperplasia prostática benigna. > A etnia também pode afetar a escolha dos fármacos: os negros respondem melhor, em média, aos diuréticos e aos bloqueadores dos canais de cálcio do que aos β- bloqueadores e inibidores da ECA. Os chineses são mais sensíveis aos efeitos dos β-bloqueadores e podem exigir doses mais baixas. > Quando um único fármaco não consegue controlar adequadamente a pressão arterial, fármacos com diferentes locais de ação são associados para reduzir efetivamente a pressão arterial e, ao mesmo tempo, minimizar os efeitos tóxicos. - As emergências hipertensivas incluem hipertensão associada à lesão vascular (denominada hipertensão maligna) e hipertensão associada a complicações hemodinâmicas, como insuficiência cardíaca, AVE ou aneurisma aórtico dissecante. - O processo patológico subjacente na hipertensão maligna consiste em arteriopatia progressiva, com inflamação e necrose das arteríolas. Ocorrem lesões vasculares no rim, que libera renina. Por sua vez, a renina estimula a produção de angiotensina e aldosterona, o que aumenta ainda mais a pressão arterial. - A encefalopatia hipertensiva constitui uma manifestação clássica da hipertensão maligna. Suas manifestações clínicas consistem em cefaleia intensa, confusão mental e apreensão. - É comum a ocorrência de visão turva, náuseas, vômitos e déficits neurológicos focais. Se não for tratada, a síndrome pode evoluir no decorrer de um período de 12 a 48 horas, com convulsões, torpor, coma ou até mesmo morte. Estilo de vida na hipertensão: redução do peso corporal, restrição do consumo de álcool, aumento da atividade física, restrição do consumo de sódio. Losartana: Antagonista Angio II. Hidroclorotiazida: Tiazídico. Atenolol: Beta-bloqueador. Enalapril: iECA. Anlodipino: BCC.